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Praias Morfologia “de equilíbrio”: atingida somente sob condições controladas Portanto, em sistemas naturais, o perfil de praia atinge apenas condições de quase-equilíbrio Complexas interações entre ondas, marés e sedimentos As constantes alterações do perfil da praia são um mecanismo natural que levam as ondas a quebrar e a dissipar sua energia Morfologia de Praias Morfologia litorânea e regiões hidrodinâmicas Zona de propagação das ondas Zona de arrebentação (breaker zone) Zona de translação (surf zone) Zona de espraiamento (swash zone) Plataforma continental interna (inner continental shelf) Região da antepraia (shoreface) inferior e superior Face da praia (beachface) Pós-praia (backshore) Outras feições: bancos arenosos, cava (ou calha), berma (s), crista da berma • Onda deslizante (spilling breaker): a energia é liberada gradualmente ao longo da zona de surfe • Onda mergulhante (plunging breaker): a energia é dissipada rapidamente; mais comum em áreas costeiras com alta declividade • Onda ascendente (surging breaker): nunca arrebenta porque jamais atinge uma declividade crítica. A energia é liberada em direção ao oceano Formas de arrebentação das ondas em áreas costeiras Relação entre tipos de onda na arrebentação, esbeltez das ondas em águas profundas (H0/L0) e a declividade da praia Horikawa (1988) Fatores que controlam a variabilidade dos perfis de praia Ondas: esbeltez, tipo de arrebentação, energia (altura) Granulometria: regula as taxas de percolação Marés: alteram a profundidade da região da antepraia (shoreface), e portanto, a localização da zona de arrebentação Ventos: remove frações mais finas das areias Arcabouço geológico / tectônico Sedimentos: •Fontes •Tipos (terrígenos, biogênicos, químicos) •Composição mineralógica •Textura (arenosa, não-arenosa, seixos) Variação do tamanho mediano dos sedimentos e a declividade das praias Declividade da praia T a m a n h o m e d ia n o d o s s e d im e n to s (m m ) Declividade da praia vs. tamanho mediano dos sedimentos Declividade da praia T a m a n h o m e d ia n o d o s s e d im e n to s (m m ) Variação da declividade da face da praia ao longo da baía de Half Moon, California Bascom, 1951 Gradiente da praia Diâmetro mediano (mm) 1:90 0,17 (areia fina) 1:82 0,19 1:70 0,22 1:65 0,235 1:50 0,235 1:38 0,3 (areia média) 1:13 0,35 1:7 0,42 1:5 0,85 (areia grossa) Variação dos perfis de praia Relação entre a declividade da praia, a esbeltez da onda (H/L) e o tamanho dos sedimentos A declividade da praia depende não somente do tamanho médio dos sedimentos que a constituem, como também das condições energéticas associadas às ondas, da esbeltez e da altura das ondas H/L = esbeltez da onda Sand = areia Gravel = cascalho (seixos, grânulos – 2 a 20 mm) Modelos morfodinâmicos Palm Beach, Australia Parâmetro ômega (, Dean 1973) = Hb/sT Modelos morfodinâmicos onde, Hb = altura das ondas na arrebentação s = velocidade de decantação dos sedimentos T = período médio das ondas Escola Australiana Observações da grande variabilidade morfológica que acompanha mudanças dinâmicas Incorporou modelos anteriores (parâmetro ômega e coeficiente de gradação do surfe Convergência de estudos realizados pelos grupos liderados por L. Donelson Wright e Andrew Short Praia ≤ 1,5 Refletiva > 5,5 Dissipativa 18 )( 2gD w ss Guza & Bowen (1975) e Guza & Inman (1975): Coeficiente de gradação do surfe () 2tan 2 gT a Onda Praia < 2,5 Ascendente Refletiva > 33 Deslizante Dissipativa ab = amplitude das ondas na arrebentação tg = declividade do perfil de praia T = período médio das ondas Número de Iribarren Equação de Iribarren & Nogales (1949), modificada por Battjes (1974) para águas profundas () e para águas rasas (b) : 2/1)/( LH S 2/1)/( LH S b b onde: S = tan() (declividade da praia) indica águas profundas b indica condições na zona de arrebentação Kaminsky & Kraus (1993), a partir da compilação de 17 trabalhos e experimentos em laboratório, chegaram à seguinte relação: 27.02.1 b Battjes (1974) associou a classificação de Galvin (1968) ao número de Iribarren, estabelecendo limites para os tipos de ondas: b Deslizante < 0,5 < 0,4 Mergulhante 0,5 a 3,3 0,4 a 2,0 Ascendente > 3,3 > 2,0 Exemplo: ondas com T=12s, H=1,0m, Hb = 3m =7 (S=0,123) =1 (S=0,0174) 3,766 0,535 b 2,663 0,3785 L=1411.2m (segundo a Teoria Linear de Ondas) Em praias naturais, as classificações acima apresentam problemas já que, devido ao espectro de períodos e alturas de ondas observados, a todo momento ocorre uma mistura de tipos de ondas na zona de arrebentação. As classificações de Galvin (1968) e Battjes (1974) foram elaboradas com dados obtidos em experimentos realizados em laboratório. Sob tais condições, são sempre geradas ondas uniformes. Sistemas refletivos, intermediários ou dissipativos (Wright & Short, 1984): Praias dominadas por ondas, micro-maré Short, 1999 Praias dominadas por ondas Wright & Short, 1984 Sistemas refletivos, intermediários (4) ou dissipativos Tipo 1 (Short, 2006) Praia de Goolwa - Australia Intermediário 1 – Longshore Bar-Trough (LBT) Tipo 2 (Short, 2006) Intermediário 2 – Rhythmic Bar and Beach (RBB) Tipo 3 (Short, 2006) Intermediário 3 – Transverse Bar and Beach (TBB) Bancos transversais Tipo 4 (Short, 2006) Intermediário 4 – Ridge-Runnel ou Low Tide Terrace (LTT) Tipo 5 (Short, 2006) Praia de Narrabeen, Australia http://www.wrl.unsw.edu.au/coastalimaging/index.php?page=public/ImageAnalysis.html Praia de Narrabeen, Australia Tipo 6 (Short, 2006) Imagens Argus retificadas Praia Palm Beach - Austrália Ranasinghe et al. (2004) A: Longshore bar trough (LBT)-08/05/1996 B: Rhythmic bar beach (RBB)-15/05/1996 C: Transverse bar trough (TBR)-25/05/1996 D: Low tide terrace (LTT)-11/06/1996 Variabilidade da altura da maré, Austrália Cable Beach, Australia Parâmetro de variação relativa da maré (RTR) (Masselink & Short, 1993) RTR = MSR / Hb onde, MSR = mean spring tidal range (altura média da maré de sizígia) Figura 4 (Masselink & Short, 1993) Modelo conceitual do estado da praia: versus RTR RTR = relative tide range RTR = TR/Hs = Hs/wsT Parâmetro de variação relativa da maré (RTR): Praias modificadas por maré - Tipo 7 (Short, 2006) Reflective + Low Tide Terrace (R + LTT) Praias modificadas por maré - Tipo 7 (Short 2006) Reflective + Low Tide Terrace (R + LTT) Praias modificadas por maré - Tipo 8 (Short 2006) Reflective + Bars & Rips (R + LTR) Praias modificadas por maré - Tipo 8 (Short 2006) Reflective + Bars & Rips (R + LTR) Praias modificadas por maré - Tipo 9 (Short 2006) Ultra-dissipative (UD) Praias modificadas por maré - Tipo 9 (Short 2006) Ultra-dissipative (UD) Praias dominadas por maré - Tipo 10 (Short 2006) Beach & Sand Ridges (R + SR) Praias dominadas por maré - Tipo 10 (Short 2006) Beach& Sand Ridges (R + SR) Praias dominadas por maré - Tipo 11 (Short 2006) Beach & Sand Flats (R + SF) Praias dominadas por maré - Tipo 11 (Short 2006) Beach & Sand Flats (R + SF) Praias dominadas por maré - Tipo 12 (Short 2006) Tidal Sand/Mud Flats (RTSF) Praias dominadas por maré - Tipo 12 (Short 2006) Tidal Sand/Mud Flats (RTSF) Planície de maré arenosa Planície de maré lamosa Tipo de praia versus altura significativa da onda H b , m Tipo de praia versus tamanho médio das areias D iâ m e tr o m é d io , m m Tipo de praia versus velocidade de decantação adimensional () P a r â m e tr o ô m e g a ( ) Tipo de praia versus parâmetro de variação relativa da maré (RTR) R T R Levoy et al., 2000 Praias de mega-maré – Normandia - França Altura da maré de sizígia: 12 a 15 m Onda de maré estacionária na Baía do Monte Saint Michel, onde atinge mais de 15 m de altura Anneville-sur-Mer (maio 2000) Exemplo de perfil de praia (Donville-les-Bains, nov. 1998) Praias de mega-maré Variação da altura e direção das ondas A altura da onda significativa atinge um valor máximo de 4,2m em Trois Grunes e 2,8m em Videcoq Variação do tamanho dos sedimentos nas 3 praias estudadas Envelope de variação do perfil praial – Annevile-sur-Mer Segmentação morfodinâmica dos perfis das praias de meso-macro maré Praias de mega-maré Merlimont, norte da França: variação da altura da maré, no período de sizígia, alcança 8,3 metros Perfil em 24/07/1997 1: high-tide zone 2: mid-tide zone 3: low-tide zone Perfis em 02/05/1997 Obtidos nas laterais do perfil central ESTADO MORFODINÂMICO PRAIAL NO INSTANTE DA OBSERVAÇÃO: UMA ALTERNATIVA DE IDENTIFICAÇÃO (Muehe, 1998) 0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 Velocidade de decantação (m/s) 0.000 0.050 0.100 0.150 0.200 0.250 D e cl iv id a d e d a f a ce d a p ra ia Lagomar Verão Vermelho Massambaba Leste Massambaba Oeste (t g ) Muehe, 1998 0 1 2 3 4 Altura da onda na arrebentação (m) 0 1 2 3 4 5 6 A lt u ra d o e s p ra ia m e n to d a o n d a n a f a c e d a p ra ia ( m ) Estado dissipativo Estado intermediário Estado refletivo Muehe, 1998 Herança geológica Herança geológica Arenitos de praia (beach-rocks) - Itaipuaçu - Maricá - RJ Muehe & Ignarra (1987) Tamanho mediano dos sedimentos da berma e face da praia Itaipuaçu-perfil#1 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 0 10 20 30 40 50 60 70 metros m et ro s 20.04.94 11.05.94 01.06.94 01.07.94 29.07.94 12.09.94 05.12.94 Itaipuaçu-perfil#3 -9 -8 -7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 0 10 20 30 40 50 60 70 metros m et ro s 20.04.94 11.05.94 01.06.94 22.06.94 01.07.94 29.07.94 12.09.94 05.12.94 Posição dos arenitos de praia e textura dos sedimentos superficiais Bloco-diagrama mostrando a posição da linha de arenitos de praia Perfis topográficos transversais à praia (arenitos em preto) Oregon (R. Holman)
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