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SEÇÃO 4 SUA PETIÇÃO Direito Constitucional Sua causa! Seção 4 Direito Constitucional Na seção anterior foi solicitado a você o ajuizamento de uma ação do controle concentrado para declarar a inconstitucionalidade da Lei Federal “x”, com os dados já fornecidos a Isabel e simulando seu papel enquanto Procurador da Câmara dos Deputados. A Lei n° “x”, que regulou o horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, foi votada e aprovada pela Câmara e Senado Federal, sem que fossem observados os procedimentos legislativos previstos no art. 59 da CRFB/88 no que tange às leis ordinárias. Sabe-se que o respaldado do Projeto de Lei n° “x” não era o de conferir segurança aos trabalhadores que laboram no comércio, e com base na fundamentação legal estudada em conformidade com a jurisprudência do STF, Isabel concluiu que, tendo em vista o princípio da prevalência do interesse local (art. 30, I da CRFB/88) e o teor do enunciado sumular 645 do STF, o Projeto de Lei n° “x” era inconstitucional. Prosseguindo o programa de estágio, Isabel continua auxiliando nos trabalhos de assessoria da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Agora, tendo em vista a pauta do julgamento da ação de controle concentrado, ela é chamada Controle de constitucionalidade II 2 NPJ - NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA DIREITO CONSTITUCIONAL - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 4 a auxiliar nos trabalhos do Procurador da Câmara dos Deputados para um estudo acerca dos efeitos da decisão de procedência da ADI ajuizada. Agora é com você, advogado! Elabore peça processual, simulando o papel de Procurador da Câmara dos Deputados, que busque conferir efeitos infringentes à decisão proferida em ADI e modular os efeitos da decisão de procedência da ADI ajuizada. Fundamentando! A decisão que declara a inconstitucionalidade de uma lei possui efeitos retroativos (ex tunc), uma vez que o vício de inconstitucionalidade faz com que essa lei seja declarada nula desde o dia em que surgiu, ou seja, esse vício afetou a lei desde sua origem, seu nascimento. Assim dispõe o art. 28 da Lei n° 9.868/99: Art. 28. Dentro do prazo de dez dias após o trânsito em julgado da decisão, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Ofi cial da União a parte dispositiva do acórdão. Parágrafo único. A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, têm efi cácia contra todos e efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública federal, estadual e municipal. 33 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ Ademais, como os efeitos de um diploma legislativo são pretensamente erga omnes (eficácia contra todos), a decisão que declarou a inconstitucionalidade também levará em conta tal característica. Resumindo: a regra é que a decisão que declarar a inconstitucionalidade de uma lei possua efeitos retroativos e erga omnes. Imagem: Plenário do STF. Fonte: <http://www.poder360.com.br/justica/greve-de-policiais-civis-e- inconstitucional-decide-stf/>. Acesso em: 5 maio 2017. Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF), por razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social, poderá excepcionalmente declarar a inconstitucionalidade da lei sem declará-la nula desde o dia em que surgiu. A nulidade da lei somente se dará a partir da data da decisão ou até mesmo em data definida pelo STF como conveniente para atender às razões da modulação de efeitos da decisão. 44 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE COM EFEITO EX NUNC O fundamento para aplicação dessa exceção (ex nunc) decorre do princípio da proporcionalidade, que fará com que o STF, diante do caso concreto, considere que as excepcionais razões de interesse social ou segurança jurídica deverão ser ponderadas com o requisito temporal conectado à nulidade absoluta. Essa construção em relação ao princípio da proporcionalidade foi introduzida no STF em voto do Ministro Gilmar Mendes, que posteriormente foi plasmado no art. 27 da Lei n° 9.868/99: Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. Assim, teremos na declaração de inconstitucionalidade com efeitos ex nunc o requisito formal do quórum específico, ou seja, 2/3 dos Ministros do STF reconhecendo a modulação de efeitos. Deixando mais claro, pelo menos oito Ministros devem estar presentes na votação, sendo que desses oito, pelo menos seis devem votar a favor da declaração ex nunc. Em relação aos requisitos materiais, são eles: razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE COM MODULAÇÃO DE EFEITOS Temos, ainda, a possibilidade de modulação de efeitos da decisão, que significa uma espécie de declaração ex nunc que prevê os mesmos requisitos formais e materiais anteriormente expostos, mas que difere do efeito ex nunc (considerado efeito puro), pois apesar de o efeito ex nunc ser um tipo de manipulação dos efeitos da ação, se ele for adotado, passará a ser vedado, a partir de sua adoção, atuar de acordo com a lei inconstitucional, pois ela se 55 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ tornou inválida. Na modulação por si só, o STF declara que a lei é inconstitucional, mas afirma que os efeitos dessa declaração só irão valer para um período posteriormente determinado pelo próprio tribunal. Então, diferentemente do ex nunc puro, a lei ainda poderá continuar válida por um período temporal definido após a decisão de declaração de inconstitucionalidade. Veja a ADI 2240 julgada pelo STF, em que os pontos ressaltados anteriormente estão diretamente conectados (manipulação dos efeitos para o futuro): Notícias STF Quarta-feira, 09 de maio de 2007 Plenário declara inconstitucionalidade de lei estadual que criou município mas prorroga sua validade O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucional a lei baiana 7.619/00, mas não pronunciou a nulidade do ato, mantendo sua vigência por mais 24 meses. Esse foi o resultado do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 2240), na qual o Partido dos Trabalhadores (PT) contestava a criação, pela lei questionada, do município de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia (BA). O julgamento foi retomando hoje com o voto-vista do ministro Gilmar Mendes. A ADI começou a ser discutida em 18 de maio do ano passado, com o voto do relator, ministro Eros Grau, pela improcedência da ação. Naquela ocasião, o ministro Eros Grau admitiu que a lei 7.619/00 era contrária ao disposto no artigo 18, parágrafo 4º da Constituição Federal. Mas afirmou que o município foi efetivamente criado, assumindo existência de fato, como ente federativo dotado de autonomia. Desta forma, ressaltou que eventual declaração de inconstitucionalidade da lei baiana traria graves conseqüências. Eros Grau disse ainda, que o princípio da segurança jurídica deve ser considerado em benefício da preservação do município. 66 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ “Estamos diante de uma situação excepcional não prevista pelo direito positivo, porém instalada pela força normativa dos fatos”, afirmou o relator. Voto-vista Ao retomar o julgamento hoje em Plenário, o ministro Gilmar Mendes afirmou concordar com os argumentosapresentados pelo relator em seu voto. Tanto quanto ao princípio da segurança jurídica, quanto à situação do município, que já existe de fato como ente federativo. Gilmar Mendes ressaltou a importância do tema, já que a situação discutida nesta ação não se aplicaria apenas a este município, mas também a outras entidades que foram criadas em desconformidade com o disposto no artigo 18, parágrafo 4º da Constituição Federal. O Supremo entende que este dispositivo da Constituição, com a redação dada pela Emenda Constitucional 15/96, tem eficácia limitada e dependente da promulgação da lei complementar, nele referida, para produzir plenos efeitos, lembrou o ministro. Contudo, frisou que esta norma teria o poder de inviabilizar a instauração de processos para criação de novos municípios, até o advento da referida lei complementar. Ele enfatizou que as conseqüências em se declarar, nesta ação, a inconstitucionalidade da lei questionada, com a pronúncia de sua nulidade, podem gerar um verdadeiro caos jurídico. A questão neste julgamento, disse o ministro, seria definir quais os contornos que devem possuir a decisão do STF, para que seja, “na maior medida possível, menos gravosa à realidade concreta, fundada sobre a nova entidade federativa”. A solução para o problema, realçou Gilmar Mendes, não pode ser a simples decisão de improcedência da ação. “Seria como se o Tribunal, focando toda sua atenção na necessidade de se assegurar realidades concretas que não podem mais ser desfeitas, e portanto reconhecendo plena aplicabilidade ao princípio da segurança jurídica, deixasse de contemplar, na devida medida, o princípio da nulidade da lei inconstitucional”. 77 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ Decisão alternativa O ministro disse estar convicto que é possível atender a ambos os princípios. Para resolver a questão, Gilmar Mendes propôs a utilização, em sua versão mais ampla, do previsto no artigo 27 da Lei 9.868/99, que regulamenta o julgamento de ADI pelo Supremo. Conforme este artigo, “ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado”. O ministro lembrou que não são poucos os que apontam a insuficiência ou a inadequação da declaração de nulidade da lei para superar algumas situações de inconstitucionalidade, seja no âmbito da isonomia ou da chamada inconstitucionalidade por omissão. A falta de uma alternativa que permita estabelecer limites aos efeitos da declaração de inconstitucionalidade, enfatizou Gilmar Mendes, acaba por obrigar os tribunais a se abster de emitir um juízo de censura, declarando a constitucionalidade de leis manifestamente inconstitucionais. O ministro disse acreditar que é possível – e até mesmo inevitável, com base no princípio da segurança jurídica, afastar a incidência do princípio da nulidade em determinadas situações, sem com isso abandonar a doutrina tradicional da nulidade da lei inconstitucional. Contudo, o ministro frisou que o princípio da nulidade somente deve ser afastado se for possível demonstrar, com base numa ponderação concreta, que a declaração de inconstitucionalidade ortodoxa envolveria o sacrifício de segurança jurídica ou de outro valor constitucional, materializável sobre a forma de interesse social. 88 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ Para ele, o princípio da nulidade deve continuar sendo a regra no julgamento de ADI. O afastamento de sua incidência deve depender de um severo juízo de ponderação, e deve se basear na idéia de segurança jurídica ou de outro princípio constitucionalmente relevante. “A não aplicação do princípio da nulidade não se há de basear em consideração de política judiciária, mas em fundamento constitucional próprio”, concluiu o ministro Gilmar Mendes. Decisão Assim, o ministro votou no sentido de – aplicando o artigo 27 da Lei 9.868/99, declarar a inconstitucionalidade - sem a pronúncia de nulidade da lei questionada, mantendo sua vigência pelo prazo de 24 meses, dentro do qual poderá o legislador estadual reapreciar o tema, tendo como base os parâmetros da lei complementar federal a ser promulgada pelo Congresso Nacional - conforme a decisão tomada na ADI por omissão 3682. O relator, ministro Eros Grau, pediu a palavra para dizer que estava evoluindo seu posicionamento, para acompanhar o ministro Gilmar Mendes, pela procedência da ação, sem pronúncia da nulidade. O ministro Marco Aurélio votou pela procedência, porém com a pronúncia da nulidade da lei baiana. Os demais ministros presentes à sessão acompanharam o voto de Gilmar Mendes. Desta forma, por unanimidade, o Supremo declarou inconstitucional a lei baiana 7.619/2000 e, por maioria, sem declarar sua nulidade, mantendo sua vigência pelo prazo de 24 meses, conforme o voto do ministro Gilmar Mendes. Mesmo tema Na seqüência, foram apreciadas duas ações sobre o mesmo tema. A ADI 3316, que questionava a Lei 6.983/98, do estado de Mato Grosso, que criou o município de Santo Antônio do Leste, a partir do desmembramento do município de Novo São Joaquim. E a ADI 3489, proposta contra a Lei Estadual de Santa Catarina 99 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ 12.294/02, que anexou ao município de Monte Carlo a localidade Vila Arlete, desmembrada do município de Campos Novos. Em ambos os julgamentos, a decisão foi unânime pela procedência das ações, e por maioria para não declarar a nulidade da lei, fixando o mesmo período de vigência concedido na ADI 2240, para as leis questionadas. Fonte: <http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=69890>. Acesso em: 23 maio 2017. Nesse julgado, portanto, primou-se pela aplicabilidade da declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo em que, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, decidiu-se pela restrição dos efeitos daquela para que ela só tenha eficácia no futuro. EMBARGOS DECLARATÓRIOS Já os embargos declaratórios (art. 1.022 do NCPC) servem para sanar questões que acarretem ao embargante prejuízo, no sentido de se ver diante de uma decisão incompleta, uma vez que contém omissões ou obscuridades. Essa incompletude se refere, assim, aos pontos que, embora tenham sido efetivamente atacados no recurso e possuído relevância do ponto de vista decisório, não foram apreciados pelo órgão judicante. O prazo para interposição dos embargos é de 5 (cinco) dias a contar da publicação da decisão, nos termos do art. 1.023 do NCPC. Eles não se sujeitam a preparo. A doutrina (MARINONI, p. 953-954) difere omissão de obscuridade: “A omissão é a apreciação que o órgão jurisdicional deve fazer dos fundamentos levantados pelas partes em seus arrazoados e tem de ser completa (art. 489, §1º, IV, CPC)”. Já a obscuridade está na decisão judicial carente de clareza. Ela “consiste na redação da decisão” e, por isso, “compromete a 1010 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ adequada compreensão da ideia exposta na decisão judicial” (MARINONI, 2008, p. 953-954). Ademais, servem os embargos para combater uma decisão contraditória, ou seja, aquela que contém partes que entre si são conflitantes. Pensemos no caso de uma apelação que contém uma parte dispositiva que ordena a pagar quantia certa em dinheiro e outra que determina que o mesmo réu não efetue este pagamento. Por fim, quanto aos efeitos, os embargos podem ser infringentes ou não, ou seja, analisa-se se possuem o condão de modificarde forma substancial o julgado em relação ao qual foi interposto. Todavia, os embargos não possuem efeito suspensivo, mas interrompem o prazo para interposição de outro recurso (art. 1.026 do NCPC). EMBARGOS COM EFEITOS INFRINGENTES PARA DECLARAÇÃO DE NULIDADE COM EFEITOS EX NUNC E MODULAÇÃO DE EFEITOS A jurisprudência do STF admite que a modulação de efeitos para fins de declaração de nulidade com efeitos ex nunc ou ex nunc strito sensu seja feita com a interposição de embargos declaratórios, com a condição de que o pedido específico tenha sido feito desde a petição inicial de ADI. Ocorre que o STF vem criando dentro da própria exceção “casuísmos”, ou seja, admitindo exceções dentro da exceção. Explicaremos: Na ADI 2797, que tratava do julgamento de foro especial para autoridades (D.J.: 15.09.2005), o STF tratou de relativizar a regra de pedido expresso para modulação de efeitos na própria petição inicial de ADI, reconhecendo que ela poderia ser objeto de pedido nos próprios embargos declaratórios. Íntegra da decisão: <http://www.stf.jus.br/imprensa/pdf/adi2797.pdf> (acesso em: 5 maio 2017). 1111 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ PRIMEIRA FASE! 1. Texto-base: Publicada a sentença ou acórdão de julgamento: I) O elemento prazo processual determinará duas possibilidades: transcorrido o prazo recursal sem qualquer exercício recursal pelas partes, a decisão transitará em julgado e cessarão os efeitos modificativos da decisão; exercitada faculdade recursal, a sentença poderá ser modificável e somente pela instância imediatamente superior ao juízo que proferiu a decisão atacada. II) Será possível alterar a sentença ou acórdão para corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, suas eventuais inexatidões materiais ou erros de cálculo. III) Será possível alterar a sentença ou acórdão por meio de embargos de declaração. Enunciado: Está correto o que se afirma em: a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. Letra E. Resolução comentada: O item I é incorreto, pois nos termos do art. 494 do CPC, “publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração”. Assim, esse item desconsiderou os embargos de declaração enquanto meio recursal ao definir que somente a instância imediatamente superior poderia modificar a decisão proferida. Os itens II e III são corretos, pois decorrem das premissas definidas nos incisos I e II do mesmo art. 494, do CPC. 1212 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ 2. Sobre os embargos, assinale a alternativa correta: a) As modalidades de embargos consideradas espécies recursais são os embargos declaratórios, infringentes, de terceiro e de divergência. b) Os embargos, assim como as demais espécies recursais, poderão ser interpostos no prazo de 15 (quinze) dias úteis. c) Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração. d) Os embargos de declaração possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. e) Uma vez recolhida a multa em hipótese de embargos considerados protelatórios pelo Tribunal, a parte ainda poderá valer-se por mais três vezes dessa espécie recursal. Letra C. Resolução comentada: Segundo o art. 994 do CPC, são considerados espécies recursais os embargos declaratórios e de divergência, estando excluídos de tal rol os embargos de terceiro e infringentes. O prazo para interposição e réplica aos embargos é de 5 (cinco) dias úteis, nos termos do art. 1.023 do CPC/15. O art. 1.024, § 4o prevê a sistemática a ser observada no caso de procedência dos embargos e modificação de dispositivo já objeto de recurso. O art. 1.026, caput do CPC/15 prevê que os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. O art. 1.026, § 4o prevê que não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores houverem sido considerados protelatórios. 1313 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ Vamos peticionar! Vamos pensar sobre o endereçamento de nossa petição. O primeiro passo é verifi car se ela é uma espécie recursal ou uma peça dirigida ao mesmo órgão prolator da decisão que originou a citação ao seu cliente. Vejamos que o Plenário do STF prolatou a decisão e a petição foi endereçada ao Ministro Presidente que designou Relator para a ADI. Assim, a boa técnica determina que você conecte essa mesma autoridade julgadora para conhecer dos embargos. Deixe claros os pontos que você irá destacar em sua fundamentação: o parâmetro constitucional previsto no art. 30, I da CRFB/88, que trata da competência legislativa que serviu de respaldo para o tema do projeto de lei. Como o Deputado Federal x do Estado de Goiás utilizou o art. 22, I da CRFB/88 como fundamentação, enfrente tal disposição conectando-a ao entendimento do STF sobre essa questão. Ocorre que há omissão quanto aos efeitos da declaração de inconstitucionalidade com efeitos ex tunc ou retroativos, pois esta acarretaria prejuízos das mais diversas ordens aos estabelecimentos comerciais, que já estabeleceram negociações com as entidades sindicais e se programaram para o cumprimento da Lei nº “x”. As entidades comerciais necessitam de um prazo razoável para a readequação dos horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e, assim, a declaração de inconstitucionalidade com efeitos ex nunc com modulação de efeitos é o instituto adequado para a resolução da questão. O Supremo Tribunal Federal possui entendimento quanto ao cabimento do pedido de declaração de inconstitucionalidade com efeitos ex nunc com modulação de efeitos em sede de embargos declaratórios, mesmo que tal pedido não tenha sido objeto de requerimento específi co na inicial de ADI. Por fi m, você deve datar tempestivamente e assinar sua petição, constando o respectivo número de ordem e endereço. A decisão 1414 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ do julgamento da ADI foi publicada em 25 de março de 2017. Então, atente ao prazo do recurso escolhido. Vamos à elaboração dessa peça processual? Ao trabalho! 151515 Direito Constitucional - Sua Petição - Seção 4NPJ
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