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SUPREMACIA CONSTITUCIONAL AULA 01

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Supremacia Constitucional 
Muito há o que se discutir no Direito, assunto é o que não falta, todos os dias 
uma nova lei, não raras também são as emendas constitucionais. O legislador 
não para. De maneira equivocada, acredita que o país será transformado por 
obra e graça de suas atividades, já é comum, ignorando a realidade social, as 
diferenças regionais, culturais e econômicas, indicar, votar e aprovar 
regramentos genéricos e abstratos, comuns a todos, mas distantes das 
necessidades gerais. A produção legiferante é vasta, o furor de seus artífices 
parece não ter limites, são leis penais, civis, tributárias, processuais et 
coetera.
Acontece que todas essas leis quando são editadas, devem estar adequadas ao 
ordenamento constitucional vigente. As leis devem ter sua fundamentação no 
texto constitucional, sob pena de serem possuidoras de um vício, o da 
inconstitucionalidade. Portanto podemos garantir, que a constitucionalidade das 
leis é a própria afirmação da supremacia constitucional sobre outras normas de 
grau inferior. Supremacia constitucional é sinônimo de hierarquia entre o texto 
Magno e as demais leis.
Muito simples e fácil o raciocínio, entretanto, a técnica não pode ser 
desprezada para a aferição do vício indicado. Por vezes confunde-se 
inconstitucionalidade com ilegalidade ou inconstitucionalidade indireta, fato 
que pode causar uma má interpretação das decisões judiciais e mesmo 
perturbar o próprio Processo Legislativo. Assim, nesse primeiro texto, o 
objetivo é o de explicar de maneira simples e objetiva, em que consiste a 
Supremacia Constitucional, identificando os fenômenos Jurídicos da 
Inconstitucionalidade e da Ilegalidade. É um primeiro momento, que deve 
trazer algumas luzes ao estudo do Direito Constitucional.
Nas palavras do Prof. Nagib Slaibi Filho, “a supremacia da Constituição é 
especial característica que lhe confere predominância sobre as demais normas 
jurídicas, subordinando-as aos seus comandos”. Citando Humberto Quiroga 
Lavié prossegue o mestre, “que es la supremacia constitucional? Es la 
particular relacion de supra y subordinatión en que se encuentran las normas 
dentro de un ordenamiento jurídico determinado: porque, por virtud de la 
Constitución del Estado, un ordenamiento deja ser un sistema coordinado de 
normas (como los es el derecho interacional o como lo fue el derecho 
consuetudinario o primitivo)”
Assim, conceitualmente pode-se afirmar que a Supremacia da Constituição 
sobre as demais espécies normativas repousa sobre a própria estrutura 
hierarquizada da estrutura jurídica do Estado.
A Constituição como vértice do sistema jurídico, como a Lex legen (a lei das 
leis), encontra origem e fundamento no Poder Constituinte, definindo-se este, 
de maneira sumária, como o poder de criar e reformar as Constituições. É o 
Poder que institui todos os demais poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), 
mas não é instituído por qualquer deles. O tema a propósito merecerá 
destaque e estudo em oportunidade futura, bastando por enquanto o 
entendimento que, o Poder Constituinte cria e transforma a Constituição, 
sendo a mesma a maior das Leis, ocupante do ponto mais elevado do 
ordenamento jurídico de um Estado.
Deve-se a Hans Kelsen a teorização da Supremacia Constitucional, que através 
de uma visão piramidal, indicou a estrutura escalonada da ordem jurídica do 
Estado.
 
Basicamente em duas afirmações sustentam o raciocínio de Kelsen:
1ª afirmação: A ordem jurídica não é um sistema de normas estabelecidas em um mesmo plano. As 
normas estão estabelecidas em planos diversos.
 
Obs.1 : Prevê a Constituição no art. 59, sete espécies normativas – normas de 1º grau.
Art. 59 - O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Obs. 2: São chamadas de Normas de 1º grau, porque inovam o ordenamento jurídico, acima delas só 
a própria Constituição que é a própria fundamentação de suas existências.
2ª afirmação: A norma superior será sempre o fundamento de validade da norma imediatamente 
inferior.
Observando a pirâmide e as duas afirmações:
O fundamento de validade da Lei é a Constituição e por conseqüência, o fundamento de validade do 
Decreto regulamentador é a Lei.
Portanto, o Decreto vai ser uma norma de 2º grau em relação à Constituição e de 1º grau em relação 
à Lei.
No mesmo raciocínio, o fundamento de validade do Regulamento é o Decreto. Ele, o Regulamento, 
vai ser norma de 3º grau em relação à Constituição, de 2º grau em relação à Lei e de 1º grau em 
relação ao Decreto.
Novamente, o fundamento de validade da Portaria é o Regulamento. Portanto, a Portaria é norma de 
4º grau em relação à Constituição, norma de 3º grau em relação à Lei, norma de 2º grau em relação 
ao Decreto e de 1º grau em relação ao Regulamento.
Concluindo o raciocínio, o fundamento de validade da Ordem de Serviço é a Portaria. A Portaria é 
norma de 5º grau em relação à Constituição, de 4º grau em relação à Lei, de 3º grau em relação ao 
Decreto, de 2º grau em relação ao Regulamento e de 1º grau em relação a Portaria.
Se todas as normas do 1º grau para baixo têm seu fundamento na norma imediatamente superior, 
onde estaria o fundamento da Constituição? No Poder Constituinte,
A conseqüência da Supremacia Constitucional, portanto, será o controle de 
constitucionalidade das normas, ou seja, será a verificação formal (maneira de ser feita) e 
material (conteúdo) exigida pela Constituição, quando do surgimento de uma nova Lei.
Prevê a Constituição “como” (Processo Legislativo) deverá ser elaborada uma Lei e, “qual o 
conteúdo” material permitido ou determinado que poderá ter esta Lei.
Inconstitucionalidade X Ilegalidade
Se o fundamento de validade de uma norma encontra-se na norma imediatamente superior, pode-se 
afirmar então que o fenômeno da inconstitucionalidade só ocorre na relação direta e imediata entre 
a norma de 1º grau com a Constituição, ou seja, entre a Lei (art. 59) e a Constituição.
Assim, do 2º grau para baixo, inclusive, o controle será de legalidade.
Portanto, um Decreto que aparentemente contrarie a Constituição, na verdade, contraria seu 
fundamento de validade, a Lei. Também, em outro exemplo, um Regulamento não pode ser 
considerado inconstitucional, mas sim, ilegal, vez que seu fundamento de validade não reside na 
Constituição, mas sim no Decreto, que busca seu fundamento na Lei.
Para alguns autores existe ainda a idéia de uma “inconstitucionalidade indireta”, ou seja, por 
exemplo, supondo que um Decreto venha a ferir a vontade expressa no texto constitucional, ou seja, 
uma norma de 3º grau que contrarie a Lei maior. Discordando dessa terceira modalidade, o melhor 
entendimento, é que a “inconstitucionalidade indireta” detectada, não é nada mais, nada menos que 
o fenômeno da ilegalidade. Citando Marcelo Neves através das linhas Clèmerson Merlin Clève: “o 
problema da inconstitucionalidade das leis resulta de uma relação imediata de incompatibilidade 
com a Constituição. A denominada inconstitucionalidade indireta, é antes um problema de 
ilegalidade, ou incompatibilidade internormativa infralegal”.
	Supremacia Constitucional

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