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Classificação de solos
A classificação de um solo é obtida a partir da avaliação dos dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil que o representam. Aspectos ambientais do local do perfil, tais como clima, vegetação, relevo, material originário, condições hídricas, características externas ao solo e relações solo-paisagem, são também utilizadas.
A classificação de um solo se inicia com a descrição morfológica do perfil e coleta de material de campo, que devem ser conduzidas conforme critérios estabelecidos em manuais (IBGE, 2005; LEMOS; SANTOS, 1996; SANTOS et al., 2005), observando-se o máximo de zelo, paciência e critério na descrição do perfil e da paisagem que ele ocupa no ecossistema.
As características morfológicas observadas em campo necessitam ser descritas de forma completa, conforme os referidos manuais, recomendando-se os cuidados necessários para registrar com exatidão a designação dos horizontes do perfil (EMBRAPA, 1988b; SANTOS et al., 2005) e todas as características morfológicas usuais e extraordinárias. São muito relevantes as anotações quanto ao fendilhamento do solo, microrrelevo (gilgai), cores indicativas de oxidação e redução, altura e flutuação do lençol freático, horizontes ou camadas coesas ou compactadas, profundidade das raízes no perfil, atividade biológica ao longo do perfil e quaisquer ocorrências pouco usuais ou extraordinárias.
É importante que as características morfológicas estejam relacionadas à profundidade de ocorrência para fins de definição da seção de controle estabelecida para diferentes classes nos diversos níveis categóricos.
Todas as características morfológicas são relevantes para a caracterização e classificação do solo, mas algumas são particularmente indispensáveis, como as cores úmida e seca dos horizontes superficiais (H ou O, A e AB) e as cores úmidas dos subsuperficiais, conforme a caderneta de cores Munsell (MUNSELL..., 1994), a textura, a estrutura, a cerosidade, a consistência, a transição e características como nódulos, concreções, slikensides, superfícies de compressão e outras. Estas características são indispensáveis para definir os horizontes diagnósticos no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS). A classificação definitiva de um solo é concluída somente após o recebimento e a interpretação de todas as análises laboratoriais referentes ao perfil. A partir destas, é muito importante um ajuste (se necessário) nas designações dos horizontes e sufixos atribuídas no campo.
A chave de classificação é organizada em 6 níveis categóricos. Os quatro primeiros níveis são denominados de ordens, subordens, grandes grupos e subgrupos, sendo que o 5 º e 6 º nível categórico ainda se encontram em discussão. Atualmente um solo pode ser corretamente classificado utilizando-se a chave de classificação, até o 4º nível categórico do sistema.
Brasil
Os conceitos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos da EMBRAPA foram baseados não só no sistema de classificação de solos de BALDWING, KELLOG & THORP de 1938, modificado por THORP em 1949, como também no sistema de classificação da FAO.
Em 1999, a EMBRAPA publicou a primeira edição, depois revisada e ampliada em 2006.
A classificação dos solos do sistema brasileiro, até o presente, contempla os níveis de ordem, subordem, grande grupo e sub grupo.
A figura 6 apresenta a hierarquia da classificação de solos.
Figura 6. Hierarquia do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
Diferenças entre os sistemas de classificação de solos do Brasil e dos Estados Unidos
As principais diferenças entre os sistemas brasileiro e americano de classificação de solos são os seguintes:
A origem dos dados pedológicos no sistema brasileiro resultou de levantamentos de solos generalizados, principalmente nos níveis exploratórios e de reconhecimento. Ao contrário, o sistema americano teve origem a partir de levantamentos pedológicos detalhados. Como consequência, a estrutura do sistema brasileiro foi arquitetada iniciando-se no nível superior (ordem), para os níveis hierárquicos mais inferiores (atualmente o sistema brasileiro contempla o nível de sub grupo). Por outro lado, no sistema americano a hierarquia foi arquitetada do nível mais inferior (série) para os níveis superiores;
No nível hierárquico de subordem, o Sistema Brasileiro considera a cor para alguns solos (Latossolo, Nitossolo, Argissolo e Luvissolo). Ao contrário, o sistema americano, dá muito pouca importância a coloração, priorizando o regime de umidade no perfil de solo. Na prática, esse aspecto tem enorme importância no manejo porque a água no solo é muito mais importante do que sua coloração;
Enquanto que o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos da Embrapa considera o horizonte A como superficial, o Sistema Americano considera o epipedon como o horizonte superficial (A), podendo incluir parte ou todo horizonte B;
Nem todos Latossolos do Sistema Brasileiro correlacionam-se com os Oxisols do Sistema Americano.
3. Internacional da FAO
A Sociedade Internacional de Ciência do Solo, em 1960, recomendou a publicação da legenda do mapa de solos do Mundo na escala 1:5.000.000, para representar os solos do globo terrestre como referencial.
Em 1969 foi publicado o primeiro mapa de solos do Mundo com aproximações ao longo do tempo, em 1994 foi publicada com a legenda revisada, e 1998 como World Reference Base (WRB).
A figura 7 apresenta a hierarquia da legenda de solos da FAO considerando o primeiro e segundo níveis.
Figura 7. Hierarquia da legenda de solos da FAO (1994).
Diferenças entre os sistemas de classificação de solos do Brasil e dos Estados Unidos, e da FAO
Não existe um sistema de classificação melhor do que o outro, cada um tem suas características próprias, o quadro abaixo mostra as diferenças dos sistemas brasileiro, americano e internacional.
Muitos afirmam que o Sistema Americano é melhor do que o Brasileiro, mas na prática como enquadrar os solos brasileiros no nível de sub ordem que exige dados precisos dos regimes hídricos?
Somente os Estados Unidos e não o Brasil dispõe desses dados de regime de umidade no solo.
Existem grandes diferenças nos enfoques dos sistemas de classificação dos solos do Brasil (SiBCS, 2006), dos Estados Unidos (SOIL TAXONOMY, 1999) e Internacional (WRB, 1998), quadro 20. A comparação da classificação dos solos no primeiro e segundo níveis consta nos quadros 1 e 2, respectivamente.
Quadro 1. Principais diferenças entre os sistemas de classificação de solos.
	Critérios
	Sistema Brasileiro (SiBCS, 2013)
	Sistema Americano (Soil Taxonomy, 2006)
	Sistema Internacional(WRB/FAO,1998)
	Hierarquia
	Descendente (da ordem em direção a série)
	Ascendente (da série em direção a ordem)
	Descendente (do primeiro para o segundo nível)
	Primeiro nível (ordem)
	Presença ou ausência dos horizontes diagnósticos de superfície e de sub superfície
	Presença ou ausência dos horizontes diagnósticos de superfície e de sub superfície, ocorrência ou não do regime hídrico arídico.
	Diferenciados com base nos processos pedogenéticos
	Número de classes de solos no primeiro nível
	13
	12
	12
	Segundo nível (subordem)
	Atuação dos processos pedogenéticos
	Tipos de regime hídrico, e de horizontes diagnósticos
	Prefixos e sufixos relacionados com o manejo
	Terceiro nível (ordem)
	Condições químicas pedológicas; tipo e arranjo dos horizontes sub superficiais
	Condições químicas pedológicas, ocorrência ou não dos horizontes diagnósticos
	Não contempla
	Quarto nível (sub grupo)
	Solos típicos ou intermediários
	Solos típicos ou intermediários
	Não contempla
	Quinto nível (família)
	Atualmente não contempla
	Textura, mineralogia e regime de temperatura
	Não contempla
	Sexto nível (série)
	Atualmente não contempla
	Solos pedogeneticamente idênticos
	Não contempla
Quadro 2. Comparação da classificação dos solos no primeiro nível da hierarquia.
	SiBCS (SiBCS, 2006)
	SOIL TAXONOMY (EUA, 1999)
	WRB (1998)
	Neossolo
	EntisolLeptosol, Arenosol, Fluvisol
	Vertissolo
	Vertisol
	Vertisol
	Cambissolo
	Inceptisol
	Cambisol
	Planossolo
	Alfisol ou Ultisol
	Planosol
	Chernossolo
	Mollisols
	Chernozem
	Chernossolo
	Mollisols
	Kastanozem
	Chernossolo
	Mollisols
	Phaeozem
	Espodossolo
	Spodosol
	Podzol
	Argissolo
	Ultisol ou Alfisol
	Acrisol ou Alisol ou Lixisol
	Luvissolo
	Alfisol
	Luvisol
	Nitossolo
	Oxisol
	Nitisol
	Latossolo
	Oxisol
	Ferralsol
	Plintossolo
	Oxisol
	Plinthosol
	Organossolo
	Histosol
	Histosol
	-
	Andisol
	Andosol
	Neossolo Quartzarênico
	Psamment
	Ferralic Arenosol
	Neossolo Flúvico
	Fluvent
	Eutric ou Dystric ou Mollic ou Umbric Fluvisol
	Neossolo Litólico A moderado
	Udorthent ou Ustorthent
	Lithic Leptosol
	Vertissolo Háplico
	Udert ou Uster
	Eutric Vertisol
	Cambissolo Háplico
	Ochrept ou Umbrept
	Dystric ou Eutric ou Cromic Cambisol
	Planossolo Nátrico
	Udalf ou Ustalf
	Haplic Solonetz
	Chernossolo Argilúvico
	Udoll ou Ustoll
	Luvic Phaeozém
	Espodossolo Humilúvico
	Humod
	Carbic Podzol
	Espodossolo Ferrilúvico
	Ferrod
	Ferric Podzol
	Argissolo eutrófico Tb
	Udalf ou Ustalf
	Haplic Lixisol
	Luvissolo Crômico ou Háplico
	Udalf ou Ustalf
	Haplic Luvisol
	Argissolo distrófico ou álico Tb
	Udult ou Ustult
	Haplic Acrisol
	Argissolo distrófico ou álico Ta
	Udult ou Ustult
	Haplic Alisol
	Nitossolo Vermelho
	Udox ou Ustox
	Rhodic Nitisol
	Latossolo Vermelho
	Udox ou Ustox
	Ferralsol
	Latossolo Amarelo
	Udox ou Ustox
	Ferralsol
	Latossolo Vermelho-Amarelo
	Udox ou Ustox
	Ferralsol
	Plintossolo Háplico eutrófico
	Udox ou Ustox
	Eutric Plinthosol
	Plintossolo Háplico distrófico ou álico
	Udox ou Ustox
	Dystric Plinthosol
	Gleissolo Melânico
	Aquoll
	Mollic ou Umbric Gleysol
	Gleissolo Háplico
	Aqualf ou Aquult ou Aquox
	Dystric ou Eutric Gleysol
	Organossolo Háplico
	Fibrist ou Hemist
	Fibric Histosol
Exemplo de enquadramento do solo pelos sistemas de classificação do Brasil, dos Estados Unidos e Internacional (WRB): Latossolo Vermelho ácrico do Sistema Brasileiro de Classificação do Solo de um local com regime hídrico údico como Assis.
Pelo sistema americano, classifica-se unindo os prefixos Acric de ácrico, ud de údico e Ox de oxisol, resultando em Acrudox, se o regime hídrico fosse ústico (ust) seria Acrustox. No sistema internacional enquadra-se como Geric Ferralsol.

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