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Legislação e Propriedade Intelectual Aula 2 Professora Lorena Paes de Almeida Conversa inicial Olá! Seja bem-vindo à segunda aula da disciplina “Legislação e Propriedade Intelectual”. Nesse encontro, vamos ver os seguintes temas: Evolução histórica e legislativa; Conceito de propriedade intelectual; Espécies de propriedade intelectual e suas diferenciações quanto à proteção jurídica; Relevância jurídica e econômica da propriedade intelectual; Conclusão. Bons estudos! Antes de começar, confira no material on-line os comentários da professora Lorena. Contextualizando O conhecimento se tornou estratégico perante à globalização do comércio. Diante disso, alguns conceitos foram valorados, entre eles o de “propriedade”. Nós já vimos que a propriedade no enfoque legal é o direito real sobre a coisa própria e que o direito real, para Clóvis Beviláqua, é: o conjunto de normas que regem as relações jurídicas concernentes aos bens (tudo o que satisfaz uma necessidade humana) materiais (móveis ou imóveis) ou imateriais (propriedade literária, científica e artística — direito autoral; propriedade industrial — marcas e patentes) suscetíveis de apropriação pelo homem (BEVILÁQUA, 1942). Os chamados bens imateriais, citados por Beviláqua, despertam o nosso interesse na disciplina “Legislação e Propriedade Intelectual” porque estão vinculados ao conhecimento, que historicamente sempre trouxe impactos econômicos positivos para a sociedade, incentivando os países a investirem cada vez mais em pesquisas, que por consequência trazem a questão da propriedade intelectual. O Brasil segue o mesmo caminho e investe na busca de conhecimentos que levam ao desenvolvimento econômico. Essa ação despertou o interesse dos nossos legisladores no sentido de oferecer políticas públicas de proteção à propriedade intelectual, oferecendo segurança e legitimidade às iniciativas de inovação tecnológica. Durante essa aula, iremos analisar a evolução histórica da propriedade intelectual de forma globalizada, focando principalmente na legislação aplicada em cada momento dessa evolução. Veremos também como o Direito a classifica, o seu conceito, as espécies de propriedade intelectual e a relevância jurídica e econômica do tema. Vamos lá! Antes de começar, confira no material on-line com os comentários iniciais da professora Lorena: Tema 1: Evolução histórica e legislativa O reconhecimento e a proteção da propriedade intelectual remontam ao século V, na Idade Média, quando artesãos, ceramistas e talhadores de pedra marcavam suas obras buscando o reconhecimento da criação. Nessa mesma época, surgiam as associações de categorias, as chamadas cooperativas, onde os artesãos mesmo que de forma precária tinham respaldo na busca pela preservação dos seus direitos. Porém não podemos esquecer que, no período feudal, esse direito não representava um direito próprio, mas sim privilégio dado pelo suserano, o chamado senhor feudal, àquele que introduzisse novas técnicas. No Brasil, durante o período colonial, fomos restringidos por Portugal quanto ao desenvolvimento de indústrias ou ao cultivo de produtos iguais ou similares aos produzidos na Europa, objetivando a mera transferência das riquezas das colônias para as metrópoles. Somente em 1824, quando nasceu nossa primeira Constituição, logo após a Proclamação da Independência do Brasil em 7 de setembro de 1824, o direito à propriedade intelectual foi garantido, conforme o artigo 179, alínea 26: Os inventores terão propriedade de suas descobertas ou de suas produções. A lei lhes assegurará um privilégio exclusivo temporário ou lhes remunerará em ressarcimento da perda que hajam de sofrer pela vulgarização (BRASIL, 1824). Em consequência ao previsto na Constituição de 1824, nasce a Lei de 28 de agosto de 1830, que veio proteger os inventores, conforme seu artigo 1º, no qual consta que “A Lei assegura ao descobridor, ou inventor de uma indústria útil a propriedade e o uso exclusivo da sua descoberta, ou invenção (BRASIL, 1830). A lei garantia o uso exclusivo da descoberta por período de cinco a vinte anos. Os planos, os modelos e a descrição do invento deveriam ser apresentados e arquivados no Arquivo Público. Quem aperfeiçoasse as invenções também tinha seus direitos garantidos. No final do prazo previsto, os documentos do invento eram publicados, a menos que o governo adquirisse antes os direitos. Após essa data, as patentes não tinham custo e os interessados pagavam apenas o selo e o feitio. Acesse o link a seguir e leia na íntegra a Lei de 28 de agosto de 1830, sobre a propriedade intelectual: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LIM/LIM-28-8- 1830.htm Curiosidade: a invenção do rádio é a atribuída a Gugliermo Marconi, porém um padre brasileiro chamado Roberto Landell de Moura fez em 1894 a primeira transmissão da voz humana por meio das ondas radiofônicas. Por se tratar de um religioso e como nem sempre a religião e a ciência caminham juntas, o seu trabalho não teve visibilidade. Em 1874, com o famoso caso de falsificação de marcas conhecido como “Caso Moreira & Cia. x Meuron & Cia.”, deu- se início a discussão sobre a regulamentação das marcas no Brasil. Neste caso, a Moreira & Cia lançou no mercado o Rapé Areia Parda, muito parecido com o Rapé Areia Preta fabricado pela Meuron & Cia. Rui Barbosa atuou em favor da Meuron & Cia., mesmo com todas as condições favoráveis à Meuron, o processo foi anulado, pois não havia nenhuma legislação que permitisse qualificar o caso como delito. Após esse evento, surgiu a primeira legislação que regulou as marcas de fábrica no Brasil: o Decreto n. 2.682, de 1875. Convenção de Paris Em 1883, a Convenção de Paris organizou as normas de proteção às marcas, às patentes, aos desenhos industriais etc. O Brasil foi o único país da América do Sul signatário do documento original da convenção. O conteúdo do Decreto n. 2.682 de patentes estava alinhado à Convenção de Paris. Dessa forma, nossa legislação não precisou ser alterada. Trata-se de um documento relativo à propriedade intelectual que inicialmente foi firmado por onze países, entre eles o Brasil. Hoje há mais de 170 signatários. Esse tratado deu origem ao Sistema Internacional da Propriedade Industrial. Clique no botão a seguir e leia na íntegra a Lei n. 3.129, de 14 de outubro de 1982, que regula a concessão de patentes: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LIM/LIM3129.htm Alguns marcos importantes em relação à propriedade intelectual são: Em 1967 nasce Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), órgão autônomo dentro do sistema das Nações Unidas, o qual englobou as Uniões de Paris e de Berna. Em 1996 a Lei n. 9.279 é promulgada no Brasil para regular direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. Em 1998 a Lei n. 9.610 de Direitos Autorais é sancionada com o objetivo de proteger as relações entre o criador e a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, programas, de computador, topografia de circuito integrado e domínios na internet. Breve histórico dos marcos legais no Brasil e no mundo: 1623 – Inglaterra: Estatuto dos Monopólios. 1790 – Estados Unidos: 1ª Lei Americana. 1791 – França: Lei de Privilégio de Invenção. 1809 – Brasil: Alvará – Ato oficial da corte Portuguesa recém-chegada ao Brasil (1808), que visava estimular os investimentos industriais em determinadoressetores. 1824 – Brasil: Direito de Propriedade concedido aos inventores sobre as suas descobertas ou produções (artigo 179, alínea 26 da Constituição). 1830 – Brasil: Promulgada a 1ª Lei de Concessão dos Privilégios Industriais e Direitos Decorrentes (50 anos sem ser aplicada em virtude de não haver inventores e indústrias compatíveis). 1882 – Brasil: Nova Lei de Patentes. 1875 – Brasil: 1ª Lei de Marcas. 1883 – França: Convenção da União de Paris (CUP), que estabeleceu os princípios jurídicos comuns de proteção à criação intelectual entre os países. Está em vigor no Brasil desde 1975 e já passou por sete revisões. 1946 – Criação do General Agreement on Tariffs and Trade (GATT), em uma conferência do Conselho Econômico e Social da ONU. 1986 – Uruguai: Reunião do GATT em Punta Del Este — Rodada do Uruguai — mais de 100 países reunidos visando solucionar problemas de ordem comercial. Desde então, assuntos relativos à propriedade intelectual passaram a ser tratados no âmbito do GATT. 1994 – Criação do Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights (TRIPS), um acordo sobre aspectos dos direitos de propriedade intelectual relacionados ao comércio. Novo acordo sobre o tema em vigor em todos os países da OMC. A partir de então, a propriedade intelectual é encarada como mercadoria. 1996 – Brasil: Publicação da Lei n. 9.279/96, de 14 de maio de l996, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. 1998 – Brasil: Lei de Direitos Autorais (Lei n. 9.610/98). Para mais informações sobre a evolução história e legislativa da propriedade intelectual, confira no material on-line a videoaula da professora Lorena: Tema 2: Conceito de propriedade intelectual A propriedade intelectual é a consequência da criatividade e do intelecto humano sendo que: A criatividade consiste em encontrar métodos ou objetos para executar tarefas de uma maneira nova ou diferente do habitual, com a intenção de satisfazer um propósito; O intelecto supõe a capacidade de desenvolver representações mentais da realidade e de relacioná- las entre si. O conceito pode associar-se à inteligência, à reflexão e ao raciocínio. No entanto a partir de 1967, com a criação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), tivemos o conceito internacional de propriedade intelectual: a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico (OMPI, 1967). A propriedade intelectual fica então caracterizada como um capítulo do Direito Internacionalizado, que inclui a propriedade industrial, os direitos autorais e outros direitos sobre bens imateriais de vários gêneros, chamados de proteção sui generis, regidos pela Lei de Propriedade Intelectual n. 9.279/96, que substituiu Lei n. 5.772/71. Para que este posicionamento fique mais claro, é importante conceituar alguns termos que estamos explorando nessa aula. Acompanhe nas próximas páginas: Bens imateriais Na Constituição Federal de 1988, nos artigos 215 e 216, consta que o patrimônio cultural brasileiro é composto por bens de natureza material e imaterial. Os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito aos saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas cênicas de expressão — plásticas, musicais ou lúdicas — e nos lugares, tais como mercados, feiras e santuários. Essa definição está de acordo a Convenção da UNESCO para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, ratificada pelo Brasil em 1° de março de 2006, que define como patrimônio imaterial: as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas — junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados — que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural (UNESCO, 2006). Proteção sui generis A expressão em latim sui generis é usada no direito para designar algum objeto ou situação que seja o(a) único(a) de seu tipo. A Proteção Sui generis envolve a topografia de circuito integrado, os conhecimentos tradicionais e o acesso ao patrimônio genético, sendo cada tipo de proteção regulamentada por legislação própria. No quadro ao lado você tem mais informações sobre cada um desses itens: Fonte: Jungmann; Bonetti, 2010. Leitura complementar: Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9279.htm Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm Para mais informações sobre o conceito de propriedade intelectual, confira no material on-line a videoaula da professora Lorena. Tema 3: Espécies de propriedade intelectual e suas diferenciações quanto à proteção jurídica Como vimos na abordagem conceitual, a propriedade intelectual se divide em três áreas: a propriedade industrial, os direitos autorais e a proteção sui generis. Nesse tema, faremos uma análise da propriedade industrial e dos direitos autorais quanto às suas diferenças e quanto à proteção jurídica de ambas, por estarem diretamente ligadas ao conteúdo da disciplina “Legislação e Propriedade Intelectual”. Propriedade industrial A propriedade industrial (PI) é o ramo da propriedade intelectual que trata da proteção dos direitos dados temporariamente aos autores de criações intelectuais de natureza inovadora, utilitária, industrial ou comercial, como os inventos, os modelos de utilidade, as marcas, os desenhos industriais, as novas variedades vegetais e as repressões às falsas indicações geográficas e à concorrência desleal. A propriedade industrial também possui como foco incentivar o desenvolvimento econômico, social e tecnológico do país. Os seguintes documentos são exigidos para outorga de proteção aos direitos: Patente de invenção; Patente de modelo de utilidade; Registro de desenho industrial; Registro de marca. O artigo 5º da Lei n. 9.279 de 1996 determina que “consideram-se bens móveis, para os efeitos legais, os direitos de propriedade industrial” (BRASIL, 1996). Já que a propriedade industrial é considerada um bem móvel, sendo tratada como qualquer outro ativo móvel da empresa, conclui-se que a propriedade industrial é um bem patrimonial, que é todo e qualquer patrimônio que pode ser convertido em dinheiro. Direitos autorais Os direitos autorais é o ramo da propriedade intelectual que trata da proteção dos direitos das obras literárias, artísticas ou científicas, programas de computador, topografia de circuito integrado, domínios na internet e conexos. Considerando que todo criador tem direito sobre a sua obra intelectual e este direito lhe confere a exclusividade de utilizar, fruir e dispor de sua obra, o direito autoral constitui-se ao mesmotempo em um direito moral decorrente do objeto da criação e um direito patrimonial, pelo fato de sua obra ser considerada como um bem móvel. O direito autoral é regulado pela Lei n. 9.610/98, de 19 de fevereiro de 1998. O artigo 8º determina o que não é objeto de proteção. Clique no botão a seguir e confira: I - as ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos como tais; II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios; III - os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções; IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e demais atos oficiais; V - as informações de uso comum tais como calendários, agendas, cadastros ou legendas; VI - os nomes e títulos isolados; VII - o aproveitamento industrial ou comercial das ideias contidas nas obras. (BRASIL, 1996) Considerando ainda que a proteção aos direitos autorais faculta ao autor o registro da sua obra, tal procedimento é regulamentado pela Lei n. 5.988, de 14 de dezembro de 1973: Dos registros das obras intelectuais Art. 17º - Para segurança de seus direitos, o autor da obra intelectual poderá registrá- la, conforme sua natureza, na Biblioteca Nacional, na Escola de Música, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Instituto Nacional do Cinema, ou no Conselho Federal de Engenharia Arquitetura e Agronomia. § 1º Se a obra for de natureza que comporte registro em mais de um desses órgãos deverá ser registrada naquele com que tiver maior afinidade. § 2º O poder executivo, mediante decreto, poderá, a qualquer tempo, reorganizar os serviços de registro, conferindo a outros Órgãos as atribuições a que se refere este artigo. Veja a seguir um quadro que resume o que foi visto nesse tema: Propriedade intelectual Direitos autorais Legislação Lei n. 9.279 de 1996 Lei n. 9.610 de 1998 Lei n. 5.988 de 1973 Conceito Direitos dados temporariamente aos autores de criações intelectuais de natureza inovadora, utilitária, industrial ou comercial, como os inventos, os modelos de utilidade, as marcas, os desenhos industriais, as novas variedades vegetais e as repressões às falsas indicações geográficas e à concorrência desleal. Direitos das obras literárias, artísticas ou científicas, programas de computador, topografia de circuito integrado e domínios na internet. Leitura Complementar: Lei n. 10.973, de 2 de dezembro de 2004, que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2004/lei/l10.973.htm Lei n. 5.988, de 14 de dezembro de 1973, que regula os direitos autorais e dá outras providências. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5988.htm Para mais informações sobre as espécies de propriedade intelectual e suas diferenciações quanto à proteção jurídica, confira no material on-line a videoaula da professora Lorena: Tema 4: Relevância jurídica e econômica da propriedade intelectual Para uma nação se desenvolver de forma sustentável social e econômica, ela depende da propriedade intelectual como um diferencial para competir de forma segura em um mercado globalizado. Este mercado demanda novos serviços, produtos e processos produtivos de forma cada vez mais ágil. Quando um país está adequado a atender essa demanda, o processo de geração de riquezas e melhoria da qualidade de vida da população se torna uma consequência. Entendemos que, para uma perfeita adequação a essa demanda, o direito à propriedade intelectual se torna fundamental. Segundo Aranha (2002) “para os países em desenvolvimento, a segurança conferida pela proteção dos direitos de propriedade intelectual é fundamental para atrair novos investimentos e garantir empregos”. A publicidade da legislação pertinente e a busca constante dos legisladores em manter as leis atualizadas, acompanhando a constante evolução do tema, são fundamentais para que as empresas e os indivíduos possam ter a segurança de que as suas criações, invenções, obras artísticas ou literárias tenham retorno financeiro quando da atividade de comercialização desses ativos. Para mais informações sobre a relevância jurídica e econômica da propriedade intelectual, confira no material on-line a videoaula da professora Lorena: Tema 5 - Conclusão No início dessa aula, entendemos a relevância do estudo dos bens imateriais e vimos que os direitos da propriedade intelectual, quando adequadamente utilizados, podem contribuir para o desenvolvimento de uma nação, sobretudo econômico. Contudo, para isto, foi visto que é necessário um código ou estatuto que normatize os institutos da propriedade intelectual. Referente à legislação brasileira, notou-se que a proteção jurídica da propriedade intelectual não é recente, uma vez que, desde a Constituição de 1824 esteve previsto na parte dos direitos e das garantias fundamentais. A Constituição atual, por sua vez, também assegura a proteção à propriedade intelectual, vinculando-a ao interesse social e ao desenvolvimento tecnológico e econômico do país. No primeiro tema dessa aula, sobre a evolução histórica e legislativa, foi visto como a propriedade sempre despertou o interesse da sociedade e como a legislação acompanhou esse interesse, evoluindo até os dias de hoje com a Lei n. 9.279/96, sobre a propriedade industrial, e a Lei n. 9.610/98, sobre os direitos autorais. No segundo tema, vimos a internacionalização do conceito de propriedade intelectual a partir da criação da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) em 1967: a soma dos direitos relativos às obras literárias, artísticas e científicas, às interpretações dos artistas intérpretes e às execuções dos artistas executantes, aos fonogramas e às emissões de radiodifusão, às invenções em todos os domínios da atividade humana, às descobertas científicas, aos desenhos e modelos industriais, às marcas industriais, comerciais e de serviço, bem como às firmas comerciais e denominações comerciais, à proteção contra a concorrência desleal e todos os outros direitos inerentes à atividade intelectual nos domínios industrial, científico, literário e artístico (OMPI, 1967). Nesse mesmo tema observou-se ainda a divisão da propriedade intelectual: No tema sobre as espécies de propriedade intelectual e suas diferenciações quanto à proteção jurídica, estudamos as diferenças conceituais entre propriedade industrial e os direitos autorais e como a legislação se aplica. E, por fim, no tema sobre relevância jurídica e econômica da propriedade intelectual, analisamos a importância de termos uma legislação atualizada para que o desenvolvimento econômico do país ocorra de forma segura. Assim, estamos preparados para nossa próxima aula que tratará de direitos autorais. Trocando Ideias Ficou com alguma dúvida sobre os temas trabalhados, tem algum comentário para fazer ou algum material complementar para compartilhar, então entre no fórum! Veja também o que seus colegas têm a dizer, esse é o momento de trocar informações, não deixe de participar! Na Prática A partir de todo conhecimento adquirido nos temas dessa aula, reflita e responda a seguinte questão: Qual a relação da globalização com a propriedade intelectual? Depois, acesse o material on-line e compare sua respostaao comentário da professora Lorena. Síntese Confira no material on-line o vídeo com os comentários finais da professora Lorena. Referências ARANHA, J. G. Propriedade intelectual e o novo governo. Valor Econômico, n. 662, dez. 2002. BEVILÁQUA, Clovis. Direito da Coisas. Brasília: Senado Federal, 1942. BRASIL. Constituição Política do Império do Brazil (de 25 de março de 1824). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao24 .htm>. Acesso em: 24 jun. 2016. BRASIL. Lei de 28 de agosto de 1830. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LIM/LIM-28-8- 1830.htm>. Acesso em: 24 jun. 2016. BRASIL. Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9279.htm>. Acesso em: 24 jun. 2016. BRASIL. Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9610.htm>. Acesso em: 24 jun. 2016. BRASIL. Lei n. 5.988, de 14 de dezembro de 1973. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5988.htm>. Acesso em: 24 jun. 2016. UNESCO. Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. 2003. Disponível em: <http://www.unesco.org/culture/ich/doc/src/00009-PT-Portugal- PDF.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2016. JUNGMANN, Diana de Mello; BONETTI, Esther Aquemi. Proteção da criatividade e inovação: entendendo a propriedade intelectual: guia para jornalistas. Brasília: IEL, 2010.
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