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Escola Superior de Tecnologia Unidade Departamental de Engenharias Licenciatura em Engenharia Química e Bioquímica Química Física (2º Ano/ 1º Semestre - 2017) Docente: Professor Marco Cartaxo Trabalho Prático nº 1 Estudo da cinética da reação do violeta de cristal com o hidróxido de sódio por espectrofotometria Grupo I: Ana Emídio nº 20215 Mª Inês Emídio nº 19896 Tomar, Dezembro/2017 Objetivos Este trabalho prático tem como objetivo determinar a ordem da reação bem como a constante cinética para a reação de violeta de cristal com hidróxido de sódio. A região em estudo será a cerca de 588 nm e, como é uma espécie corada, a reação seguir-se-á por espectrofotometria. Introdução teórica A velocidade de uma reação do tipo A + B P pode ser descrita por υ = k [A]a[B]b, onde k é a constante de velocidade, sendo de ordem a em relação ao reagente A e de ordem b em relação ao reagente B, e com ordem global a+b. Se a concentração inicial do reagente A for pequena em relação ao reagente B, a sua variação será proporcionalmente maior e a concentração de B pode ser considerada constante e com valor aproximadamente igual ao inicial, vindo , onde é uma pseudo-constante de velocidade, dada por . Como = , e se a reação for de 1ª ordem em A, integrando vamos ter , onde [A]0 é a concentração inicial e [A]t a concentração medida ao tempo t. Se o gráfico de em função do tempo for uma reta, fica demonstrado que a reação é 1º ordem em A e o coeficiente angular é kp1. Fazendo a experiência para 2 valores de concentração em B, vamos ter kp1 = k e kp2 = k. Deste sistema de equações, sendo conhecidas as concentrações iniciais [B]1 e [B]2, determina-se a constante de velocidade k e a ordem b. Parte Experimental Material - Espetrofotómetro UV-vis - “Unicam Heλios α”; - Células espetrofotométricas – células de quartzo “Unicam UV-Vis Spectrometry”; - Balões de 50 ml; - Pipetas graduadas e volumétricas; - Erlenmeyers de 250 ml. Reagentes - Solução de violeta de cristal, C25H30ClN3, “Kristallviolet” – E. Merck, Darmstadt, 0,03 gL-1; - Solução de NaOH 0,1 M previamente preparada. Procedimento Experimental Curva de calibração 1.1. Coloque os seguintes volumes de solução-mãe de violeta de cristal em balões volumétricos de 50 ml: 1,2,3,4 e 5 ml. Perfaça até ao traço com água destilada. 1.2. Coloque a solução preparada mais concentrada numa célula espetrofotométrica e trace o espetro no espetrofotómetro (entre 400 e 800 nm). 1.3. Leia o valor de comprimento de onda onde ocorre a máxima absorvância. 1.4. Fixe este valor de comprimento de onda no espetrofotómetro e meça a absorvância para todas as soluções preparadas. Estudo cinético 2.1. Coloque 5 ml da solução-mãe de violeta de cristal num balão volumétrico de 25 ml e perfaça até ao traço (2x). 2.2. Coloque 2 ml da solução de NaOH 0,1 M num balão volumétrico de 25 ml e perfaça até ao traço. 2.3. Misture rapidamente estas soluções num erlenmeyer, iniciando a contagem do tempo com um cronómetro. 2.4. Faça 8 leituras de absorvância em intervalos de 3 minutos. Mantenha a célula fechada, para evitar a ação do CO2 do ar. Retire a célula durante o intervalo entre as leituras, para evitar o aquecimento da solução. 2.5. Repita o ensaio, mas colocando no segundo balão 4 ml de NaOH 0,1 M. Resultados experimentais e cálculos Vvc (ml) Abs 1 0,111 2 0,237 3 0,363 4 0,484 5 0,577 2 ml de NaOH t (min) Abs 67 s 0,522 3 0,493 6 0,450 9 0,412 12 0,385 15 0,354 18 0,327 4 ml de NaOH t (min) Abs 58 s 0,533 3 0,478 6 0,417 9 0,360 12 0,315 15 0,273 18 0,243 Exemplo de cálculo para a concentração de violeta de cristal Uma vez que a base é a mesma para os restantes valores de volume é apresentado apenas uma demonstração de cálculo. Assim, é apresentada a seguinte tabela com os restantes valores. cvc Abs 1,4902 × 10-6 0,111 2,9805 × 10-6 0,237 4,4707 × 10-6 0,363 5,9609 × 10-6 0,484 7,4512 × 10-6 0,577 Com os valores obtidos, obtém-se o seguinte gráfico: Gráfico 1 - Regressão linear da absorvância em função da concentração de violeta de cristal Através do gráfico obtido pode-se concluir que a solução obedece à Lei de Lambert-Beer, Abs=bc, uma vez que a absorvância é diretamente proporcional à concentração. Assim, é plausível continuar-se os cálculos em absorvância. Para a determinação de kp1 e kp2 é necessário que se calcule, com a solução de NaOH, os valores de Assim, obtém-se as seguintes tabelas. 2 ml de NaOH t (s) 67 0,1001746786 180 0,1573330925 360 0,2485946837 540 0,3368189172 720 0,4045989322 900 0,4885453534 1080 0,5678820956 4 ml de NaOH t (s) 58 0,07932084234 180 0,188231534 360 0,3247560447 540 0,4717382351 720 0,6052696277 900 0,7483704713 1080 0,8647808232 Com os dados das tabelas, construiu-se o seguinte gráfico: Gráfico 2 - vs t Pela análise do gráfico 2, é possível saber-se o declive das retas das regressões lineares. Para a solução com 2 mL de NaOH o declive é 4,585E-04. Para a de 4 mL de NaOH é de 7,714E-04. Desta forma temos que: É preciso ainda calcular as concentrações de NaOH das respetivas soluções. Temos então: Ou seja, para a solução de 2 mL temos a concentração de 0,004 M, e para a de 4 mL de 0,008 M. A partir dos valores obtidos, é exequível o cálculo da ordem de reação em relação ao NaOH e também, da constant de velocidade da reação. Como a concentração de NaOH é significativamente maior que a de violeta de cristal, considera-se que esta última terá uma variação proporcionalmente maior e, portanto, a concentração de NaOH pode ser considerada constante, e com valor aproximadamente igual à concentração inicial. Dado que, , vem que: ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ ↔ Conclui-se então que o valor da ordem de reação, b, é 1,45 e que o valor da constante de velocidade, k, é 0,79 L.mol.s-1. Conclusão A espetrofotometria pode ser definida como uma técnica analítica que usa a luz para medir as concentrações das soluções, através da interação da luz com a matéria. Estas medidas são efetuadas por equipamentos denominados espetrofotómetros. A lei de Beer-Lambert afirma que a concentração de uma substância é diretamente proporcional à quantidade de luz absorvida ou inversamente proporcional ao logaritmo da luz transmitida. A relação da lei entre concentração e absorção de luz é a base do uso de espetroscopia para determinar a concentração de substâncias, sendo, portanto utilizada para calcular as duas concentrações de NaOH, sendo a primeira concentração igual a 0,004 M e a segunda concentração igual a 0,008 M. A lei de Lambert-Beer refere-se ao gráfico 1 e pode observar-se que, de facto, a concentração é diretamente proporcional à concentração ao longo do tempo. Por fim, e com base nos cálculos efetuados, constatamos que a ordem de reação, b, é igual a 1,435 e a constante de velocidade, k, é igual a 0,79 L.mol.s-1. Webgrafia https://pt.wikipedia.org/wiki/Espectrofotometria https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Beer-Lambert http://www.ufrgs.br/leo/site_espec/ http://www.ufrgs.br/leo/site_espec/conceito.html
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