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GREVE (2)

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FACULDADES INTEGRADAS DE PATOS – FIP
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO DO TRABALHO II
GREVE
ORIGEM: A greve é relacionada às formas de solução dos conflitos coletivos de trabalho, indicada como exemplo de autotutela.
Na história mundial a greve foi considerada um delito, principalmente no sistema corporativista, posteriormente considerada uma liberdade e depois passando à condição de direito.
Greve
A CF de 1988 assegura o direito de greve, devendo os trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devem ser defendidos (art. 9º).
Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis nos termos e nos limites definidos em lei específica (art. 37, inciso VII, com redação dada pela EC 19/1998).
Greve
FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: LEI 7.783/1989 e a CF/88.
O direito de greve é de titularidade dos trabalhadores, mas o seu exercício é feito de forma coletiva (art. 9º da CF/1988).
A greve é uma forma de solução de conflito coletivo de trabalho, ou seja, por meio da autodefesa, por ser uma reação contra a resistência do empregador diante da reivindicação de melhores condições de trabalho.
Greve – Conceito e classificação
CONCEITO DE GREVE: Suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador (Lei 7.783/1989, art. 2º).
CLASSIFICAÇÃO:
 Quanto à licitude: Greve lícita e greve ilícita.
Quanto aos limites de exercício de direito: greve não abusiva e greve abusiva.
Quanto à extensão: greve global, greve parcial e greve de empresa.
Greve – Limites 
LIMITES: A greve não é um direito absoluto, podendo assim receber limitações.
A CF/88 assegura no art. 5º: o direito à vida, liberdade, segurança, propriedade (caput); o direito à livre manifestação de pensamento, vedado o anonimato (inciso IV), indenização pelo responsável dos danos morais à imagem das pessoas e os danos materiais (inciso V); respeito às convicções políticas, filosóficas e de crenças religiosas (inciso VIII), direito à vida privada(inciso X) e o direito à livre locomoção (inciso XV). Todos esses direito devem ser observados ao se exercer o direito de greve.
Aos militares é vedado o direito de greve (Art. 142, § 3º, IV, da CF/1988.
Servidores públicos: Há exigência de lei específica regulando o direito de greve (Art. 37, VII, da CF/1988).
Greve – legitimidade e interesse 
A titularidade do direito de greve é dos trabalhadores (Art. 9º da CF/1988).
A legitimidade para instauração da greve é da organização sindical dos trabalhadores (sindicato e, na falta deste, da federação correspondente e, na ausência desta, da confederação). Na falta da entidade sindical, admite-se a comissão de negociação – Art. 4º, § 2º e art. 5º da Lei n. 7.783/89).
 Quanto à oportunidade do exercício, a decisão deve ser tomada pelos trabalhadores (Art. 1º da Lei 7.783/1989 e art. 9º, caput, da CF/1988).
A greve não pode ser instaurada quando existente acordo coletivo, convenção ou sentença normativa em vigor (Art. 14 da Lei n. 7.783/1989).
Greve – procedimento 
Interesses: Os trabalhadores definem quais interesses pretendem defender por meio da greve.
PROCEDIMENTO: 
Tentativa de solução do conflito (negociação coletiva). Possibilidade também de mediação pelo MTE (Art. 616, § 1º, da CLT).
OJ n. 11 da SDC do TST: “É abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente, solucionar o conflito que lhe constitui o objeto”.
Não sendo obtido sucesso na fase inicial de negociação coletiva, pode ser instituída a arbitragem (facultativa, conforme o art. 3º da Lei n. 7.783/89).
Greve – procedimento 
Ultrapassadas as fases anteriores, convoca-se a Assembleia Geral pela entidade sindical, para definir as reivindicações da categoria, deliberando sobre a greve (Art. 4º, da Lei 7.783/89).
Aviso prévio de greve - art. 3º, parágrafo único, da Lei 7.783/89: 48 horas para notificação do sindicato patronal ou dos empregadores diretamente interessados. Nos serviços ou atividades essenciais, o aviso deve ser de 72 horas.
Greve – Serviços ou atividades essenciais
 (Art. 10, da Lei 7.783/89)
Tratamento e abastecimento de água, produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
Assistência médica e hospitalar;
Distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
Funerários;
Transporte coletivo;
Captação e tratamento de esgoto e lixo;
Telecomunicações;;
Guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
Processamento de dados ligados a serviços essenciais;
Controle de tráfico aéreo;
Compensação bancária.
Greve – Serviços ou atividades essenciais
 (Art. 10, da Lei 7.783/89)
OJ N. 38 da SDC do TST: “Greve. Serviços essenciais. Garantia das necessidades inadiáveis da população usuária. Fator determinante da qualificação jurídica do movimento. É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos usuários do serviço, na forma prevista na Lei 7.783/89”.
Greve - Direitos e deveres 
Direitos:
Emprego de meios pacíficos, tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve;
A arrecadação de fundos para sustentar o movimento de greve, durante os dias de paralisação;
A livre divulgação do movimento.
Greve – direitos e deveres
Deveres:
Observância dos direitos e garantias fundamentais de outrem;
É vedado à empresa adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho e capazes de frustrar a divulgação do movimento;
As manifestações e atos de persuasão não podem impedir o acesso ao trabalho, nem causar ameaça ou dano à propriedade.
Greve – Abuso de direito de greve
O art. 9º, § 2º, da CF/1988, concretizando o princípio universal de que a ninguém se deve lesar, prevê que os abusos cometidos durante a greve sujeitam os responsáveis às penas da lei.
O art. 188, inciso I, do Código Civil de 2002 prevê que o exercício regular de um direito reconhecido não constitui ato ilícito (limites) e o art. 187 do mesmo diploma legal considera ato ilícito o exercício de um direito excedendo manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Greve – Efeitos sobre o contrato de trabalho
A greve é considerada hipótese de suspensão do contrato de trabalho (Art. 7º, da Lei 7.783/1989).
Vedação, durante o período de greve, a rescisão contratual e a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na hipótese do art. 9º, parágrafo único e art. 14, caput da Lei 7783/1989 (contratação de serviços necessários para manutenção de máquinas e equipamentos durante a greve e continuidade da paralisação após a celebração de norma coletiva ou sentença normativa).
Súmula 316 do STF: a simples adesão à greve não constitui falta grave.

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