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DOS CRIMES CONTRA DIGNIDADE SEXUAL

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DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
DOS CRIMES CONTRA DIGNIDADE SEXUAL 
indicação: DP esquematizado Victor Eduardo Rios Gonçalves 
 
1. DISPOSIÇÃO GERAIS APLICADAS A TODOS OS CRIMES DESSE TÍTULO 
 CORRERÃO EM SEGREDO DE JUSTIÇA - Portanto, se alguém quiser assistir a 
uma audiência de uma crime de estupro não será possível. 
Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste 
Título correrão em segredo de justiça. 
 AS PENAS DESTES CRIMES SÃO AUMENTADAS 
Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: 
III - de metade, (1/2) se do crime resultar gravidez; e 
IV - de um sexto até a metade, (1/6 ate 1/2) se o agente transmite à 
vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber 
ser portador. 
Ex. sífilis, gonorreia, cônclu mole. 
 CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO. 
OBS. AIDS , como essa doença e incurável, sua transmissão constitui para alguns 
doutrinadores a prática do crime de tentativa de homicídio e para outros, lesão 
gravíssima do art. 129 §2º, II, em concurso formal impróprio, assim, o agente deve ser 
penalizado por crime de estupro simples em concurso com lesão gravíssima ou tentativa 
de homicídio , até porque agiu com dolo eventual em relação à transmissão da doença. 
Agora, caso se demonstre efetiva intenção de transmiti-la, a hipótese será de 
concurso formal impróprio em decorrência da autonomia de desígnios, e as penas serão 
somadas, conforme art. 70 caput segunda parte. 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, 
somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As 
penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os 
crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no 
artigo anterior. 
 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
 ESTUPRO 
Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção 
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 § 1
o
 Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor 
de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: 
 Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
 § 2
o
 Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
O estupro é crime hediondo em todas as suas figuras, seja simples ou qualificado, 
sendo assim impossível de fiança, graça e indulto. temporária 30 dias prorrogável por 
mais 30. Pode ter liberdade provisória sem fiança. 
 
 Casos De Aumento 
Pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente do sexo: homem, 
mulher. O marido pode estuprar a esposa há inclusive aumento de pena conforme art. 
226. 
Art. 226. A pena é aumentada: 
 I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais 
pessoas; 
 II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, 
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por 
qualquer outro título tem autoridade sobre ela; 
 
 Estupro por Omissivo Impróprio 
Quando a mãe presencia o estupro da filha pelo pai ou padrasto e não toma atitude 
responde pelo crime de estupro pela dever legal de agir, art. 
 § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para 
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; 
 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
 
 Estupro por Omissão De Socorro 
Por outro lado, se a pessoa não tem o dever de cuidado, como um amigo que vê o 
outro estuprando a esposa e nada faz, responde pela omissão do socorro. 
 
 Inexigência De Honestidade Da Vítima 
Mulheres sem reputação ou que trabalhe com atividade sexual também pode ser 
vítima de estupro a lei não exige honestidade. 
 
 Objeto Jurídico 
é a faculdade de livre escolha do parceiro sexual. 
 
 Sujeito Ativo 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
Trata-se de crime comum porque pode ser praticado por qualquer pessoa 
independentemente do sexo. 
 
 Sujeito Passivo 
Qualquer pessoa independentemente do sexo. 
 
 Materialidade Delitiva 
É uma Ação Pública condicionada à Representação, então o delegado pode instaurar 
o IP unicamente com base no depoimento da vítima, mesmo que os indícios já houverem 
desaparecido, então se a vítima aparecer na delegacia 2 meses depois do estupro, ainda 
assim o DELPOL instaurará o IP. 
 
 Objeto Material 
É a pessoa que sofre o constrangimento. Na verdade a maioria dos crimes do CP 
possui objeto material com exceção do ato obsceno e do falso testemunho. 
 
 Tipo Objetivo 
Com a entrada em vigor da lei 12.015/09, houve revogação do crime de atentado 
violento ao pudor, no entanto, não ocorreu abolitio criminis (lei posterior que 
descriminaliza condutas e extingue a punibilidade do agente) da conduta de atentado 
violento ao puder, esse é o , pois a conduta 
continua sendo punível porém migrou para o crime de estupro. O tipo penal foi revogado, 
mas a conduta continua sendo crime. Sendo assim o estupro é conjunção carnal, e 
outros atos libidinosos. 
 
Pergunta é necessário o contato físico ou pode haver estupro sem contato físico? 
Sim, pode haver, por exemplo se o agente obriga a vítima, mediante ostentação de arma 
de fogo, a se automasturbar ou introduzir vibrador na vagina, restou caracterizado o 
crime de estupro pois, obrigou a vítima a praticar ato libidinoso. 
Os meios de execução dos estupro são a violência (toda forma de agressão ou 
emprego de força física para dominar a vítima e viabilizar a conjunção carnal ou outro ato 
de libidinagem) e a grave ameaça (promessa de um mal injusto e grave a ser causado 
na própria vítima do ato sexual ou em terceiro) 
atentado 
violento 
estupro 
ESTUPRO 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
a) penetração do pênis na vagina que independe de ejaculação 
b) a prática ou permissão que com a vítima se pratique outro ato libidinoso. Ex. sexo 
oral, anal, etc. É necessário dissenso sério, não é necessária à configuração do crime a 
resistência heroica por parte da vítima.Sendo também desnecessário contato físico entre 
autor e vítima, como visto anteriormente. É preciso o envolvimento físico da vítima. 
 
OBS. se o agente exigir que a vítima fique nua, sem que a obrigue a praticar 
qualquer ato libidinoso (contemplação), gera constrangimento ilegal e não 
estupro. O tipo exige um ato de natureza sexual, assim não se configura tal 
crime quando o sujeito se utiliza de palavras, para fazer propostas indecorosas à 
vítima, caracterizando a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, 
art. 61 
DA MESMA FORMA, QUANDO O AGENTE SE ENCOSTA NA VÍTIMA 
APROVEITANDO-SE DA LOTAÇÃO E DO MOVIMENTO DO METRÔ OU ÔNIBUS, 
INCORRE TAMBÉM NESSA CONTRAVENÇÃO POIS NÃO HOUVE EMPREGO DE 
VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. 
 
 Coautoria 
O colega que ameaça a vítima para que seu colega estupre a vítima é coautor e não 
partícipe, pois é autor quem participa os atos executórios e no caso do estupro a execução 
começa com a ameaça. 
 
 Consumação 
Quando se fala em consumação em um crime temos que entender que é a fase 
derradeira do iter criminis (cogitação, preparação, execução e consumação). O prazo 
prescricional começa a contar do dia da consumaçãodo crime, art. 111, I do CP, exceto 
no caso de estupro de vulneráveis que começa a contar da data que a vitima completar 18 
anos, salvo se já houver sido proposta a ação penal. 
 Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a 
correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 I - do dia em que o crime se consumou 
O Código Penal para efeito de prescrição adotou a teoria do resultado apensar de 
prescrição ser uma norma mista (direito material e processual). 
com a penetração, mesmo que parcial, do pênis com a vagina, porém se antes o 
agente já praticou outro ato sexual independente já cometeu crime de estupro. 
 
 Tentativa 
 É possível a tentativa quando o agente emprega a violência ou grave ameaça, mas 
por circunstâncias alheias a sua vontade, não consegue a conjunção carnal ou outro 
ato libidinoso. 
 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
 
 
NÃO ADMITEM TENTATIVA 
Culposos, salvo culpa imprópria 
Habituais 
Unissubisistentes 
Preterdolosos 
Atentado/empreendimento 
Omissivos próprios ou puros 
 
 
 Qualificadora 
§ 1
o
 Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor 
de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (inclusive no dia do aniversário de 14 
anos) 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
§ 2
o
 Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos 
Se a vítima for menor de 14 anos o crime é de estupro de vulnerável, art. 217-A 
As qualificadoras de lesão corporal e morte são necessariamente~preterdolosas. 
 
 Concurso de Crimes 
Conjunção carnal e outros atos libidinosos contra a mesma vitimam no mesmo 
contexto fático. Crime misto e alternativo. O crime de estupro passou a ter tipo misto 
alternativo, de modo que, se contra a mesma vítima forem Página 2 de 6 
 
+ 
contravenção penal 
instigação, 
induzimento ao 
suicídio, art. 122 
Introdução ou 
abandono de animais 
em propriedade alheia, 
art. 164 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
realizados vários atos libidinosos no mesmo contexto fático, até mesmo com 
conjunção carnal dentre eles, o sujeito responde por crime único. 
Conjunção carnal forçada contra a mesma vítima em momentos diversos, neste caso 
configura-se continuidade delitiva, na ausência da continuidade delitiva, se caracterizado 
como concurso material. 
Como por exemplo; “pai que estupra a própria filha por diversas ocasiões, durante 
vários meses e anos, no interior da mesma residência”. 
Conjunção carnal contra duas vitimas no mesmo contexto fático (artigo 71, 
parágrafo único do Código Penal). Cuida-se de crime qualificado deste artigo exposto, 
onde a pena pode ser aumentada até o triplo! 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, 
pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de 
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se lhe 
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, 
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, 
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, 
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, 
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, 
se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do 
art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) Multas no concurso de crimes 
Várias pessoas que estupram a mesma vítima, responderão por dois crimes em 
continuidade delitiva, como autor de conduta e co-autor da outra. 
3.DISPOSIÇÕES GERAIS 
AÇÃO PENAL – (artigo 225 do Código Penal). 
Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, 
procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. 
(Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública 
incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. 
(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009). Aumento de pena 
Os crimes definidos nos capítulos 1º e 2º do título 6, em regra geral, são 
apurados por meio da Ação Penal Pública Condicionada à Representação, aliás condição de 
procedibilidade e pode ser oferecida no prazo máximo de 6 meses contados à partir do 
conhecimento da autoria. Trata-se de prazo decadencial e, portanto para o Direito Penal, 
sendo fatal e improrrogável (observação; não se prorroga mesmo e se cair em um 
sábado ou domingo como exemplo, este prazo será fatal). 
Exceções: 
1ª Vítima menor de 18 anos 
2ª Vítima vulnerável 
Em tais exceções, os crimes são apurados por meio de Ação Penal Pública 
Incondicionada, onde o Delegado tem a obrigação de instaurar o Inquérito Policial (é a 
característica da oficiosidade). 
Cuidado: 
O estupro de vulnerável (artigo 217-A do Código Penal) será sempre crime de Ação 
Penal Pública Incondicionada, por causa do parágrafo único do artigo 225 do Código 
Penal? A expressão “pessoa vulnerável” empregada pelo parágrafo único é o mesmo 
conceito de “vulnerável” do artigo 217-A do Código Penal? 
R – NÃO, para a 6ª Turma do STJ, a pessoa vulnerável que trata o parágrafo único é 
somente aquela que possui uma incapacidade permanente de oferecer resistência à 
prática de atos libidinosos. 
Se a pessoa é incapaz de oferecer resistência apenas na ocasião da ocorrência de 
atos libidinosos, ela não pode ser considerada vulnerável para fins do parágrafo único do 
artigo 225 do Código Penal. De forma que, a Ação Penal, permanece sendo condicionada a 
representação da vítima. 
HC 276.510 RJ 
AUMENTO DE PENA – Artigo 226 do Código Penal. 
CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 226. A pena é 
aumentada: (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou 
mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) 
II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, 
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por 
qualquer outro título tem autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 
11.106, de 2005) Página 4 de 6 
 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
Caberá nestas situações, Ação Penal Pública Condicional a Representação. 
Estupro com morte, Ação Civil Pública a Representação, pois, existe uma ADIN 
sobre este caso no Supremo Tribunal Federal, mas não foi julgado ainda. 
4.VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE 
Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, 
mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de 
vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
Não é crime hediondo, por não estar no rol taxativo do artigo 1º da Lei 8072/90. 
Trata-se de um crime que pode ser praticado por qualquer pessoa contra qualquer 
pessoa. 
Tipo objetivo: ter conjunção carnal ou outro ato libidinoso, as formas de execução 
são a fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da 
vítima. 
Fraude é qualquer artimanha utilizada pelo agente para viabilizar a conjunção carnal 
ou outro ato libidinoso. Por exemplo; médico que mente para a vítima sobre a 
necessidade de se fazer um exame ginecológico.Cuidado! 
Não confundir outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da 
vítima com o uso de narcóticos, soníferos, pois nesses casos, ocorrerá o crime de estupro 
de vulnerável do artigo 217-A do CP. 
O presente crime se consuma no momento em que é realizado o ato sexual, a 
tentativa é possível por se tratar de crime plurissubsistente, se o crime é cometido com a 
fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. 
  ASSÉDIO SEXUAL 
Art. 216-A”. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou 
favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de 
superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, 
cargo ou função.” (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) 
Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 
10.224, de 15 de 2001) 
Trata-se de um crime bipróprio, porque a lei exige requisitos especiais tanto do 
sujeito ativo como do sujeito passivo, neste sentido, para ser autor do crime, o agente 
tem que ser superior hierárquico ou gozar de ascendência ao passo em que a vitima tem 
que ser subordinada ou sofrer a ascendência. Pode ser cometido tanto em relações 
públicas ou privadas, até porque a lei fala em emprego, cargo ou função. 
Tipo objetivo: constranger alguém, embaraçar, oportuna, molestar, visando obter 
vantagem ou favorecimento sexual. 
A ameaça, NÃO é elementar do crime, de modo que, a sua existência não é requisito 
necessário. 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
Consumação: trata-se de crime formal, que se consuma no momento do assédio, 
independentemente da ofensiva pretensão da vantagem ou favorecimento sexual visado. 
A tentativa é possível, por exemplo, na forma escrita, cuida-se de crime de ação livre, 
porque pode ser cometida por qualquer meio de execução, como palavras, gestos, a 
paixão não exclui a imputabilidade penal, não se trata de crime habitual, diferentemente 
do exercício legal da medicina, arte dentária ou farmacêutica do artigo 282 do Código 
Penal. 
Atenção! 
A pena é aumentada em até 1/3 se a vítima é menor de 18 anos. 
 
 ESTUPRO DE VULNERÁVEL 
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com 
menor de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. 
O sujeito passivo é o vulnerável: 
 - menor de 14 anos, foi abandonado o sistema de presunção de violência, o que 
pode ser alegado em favor do agente é o chamado erro de tipo. 
- pessoa que não pode oferecer resistência - drogada, em coma, embreagada. 
A vulnerabilidade do 225 do Código Penal para efeito de ação penal é diferente da 
vulnerabilidade o estupro de vulnerável. 
Mostra-se dispensável o emprego da violência ou da grave ameaça. 
 Elemento subjetivo - dolo exigindo também o conhecimento de que a vítima é 
vulnerável. 
 Prescrição - começa a contar quando a vítima completar 18 anos, salvo se a 
esse tempo já houver sido iniciada a ação penal. 
 Consumação - ela marca o início de contagem para a prescrição tendo sido 
adotada a teoria do resultado e também marca para efeito de competência territorial o 
foro competente, também teoria do resultado, exceto para homicídio e JECRIM. Ocorre 
portanto no momento em que é realizada a conjunção carnal ou qualquer outro ato 
libidinoso. 
 Tentativa - é perfeitamente possível. 
 Qualificadoras 
Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave; 
Se da conduta resulta morte 
§ 3
o
 Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
§ 4
o
 Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
As qualificadoras em análises são exclusivamente preterdolosas, ou seja, dolo no 
antecedente e culpa no consequente. 
 
 CORRUPÇÃO DE MENORES 
No site do Planalto consta essa nomenclatura apenas de não existir no Código Penal. 
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de 
outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
Se a pessoa induz um menor de 14 anos a ter conjunção carnal com outrem pratica 
qual crime, participação em estupro de vulnerável ou corrupção de menores? Resposta: 
participação no estupro de vulnerável, não pode haver conjunção carnal para configurar o 
crime de corrupção, este ocorrerá se houver induzimento a ficar nua, se expor, etc. 
Não se trata de crime hediondo, pode ser cometido por qualquer pessoa. Já o sujeito 
passivo é o menor de 14 anos, observando-se a regra da prescrição acima mencionada. 
 Tipo objetivo - induzir, convencer, dar a ideia. Para a ocorrência desse crime a 
vítima tem que se induzida a satisfazer a lascívia de terceiro (pessoa determinada) sem 
no entanto realizar o ato sexual efetivo com este, sob pena da prática de estupro de 
vulnerável. Ex. sexo ao telefone, strep teese 
 Consumação - Ocorre no momento em que o ato é realizado independentemente 
de se verificar se o terceiro ficou sexualmente satisfeito. 
 SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU 
ADOLESCENTE 
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) 
anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído 
pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
O menor é convencido a presenciar o ato, se ele fizer parte do ato será estupro de 
vulnerável. Se o ato for executado por duas pessoas na presença do menor, a fim de 
satisfazer a lascívia de ambos, os dois devem ser enquadrados no crime, é o tipo de crime 
plurissubjetivo (concurso necessário) 
 Sujeito Passivo - pode ser qualquer criança ou adolescente de qualquer sexo. 
 Tipo Objetivo - fazer com que pessoa menor de 14 anos assista a ato sexual 
(pode ser conjunção carnal ou ato libidinoso). 
 Dolo Específico - com o fim de satisfazer a própria lascívia ou de terceiro. Além 
disso o menor não pode se envolver no ato sexual. 
 consumação - no momento em que é realizado ato sexual na presença do menor. 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
 Tentativa ou conatus - É cabível. Ex.: menor é convencido a presenciar cena de 
sexo, porém quando o agente começa a tirar a roupa ele foge. 
 
 FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU 
VULNERÁVEL 
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra 
forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou 
que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que 
a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
§ 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem 
econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
É crime hediondo. Pode ser praticado por qualquer pessoa, de qualquer sexo. Sujeito 
passivo é o menor de 18 anos ou quem em razão de enfermidade para compreender a 
prostituição ou a exploração sexual. 
Se a pessoa for maior de 18 anos o crime é do art. 228 Favorecimento da 
prostituição ou outra forma de exploração sexual, cuja conduta típica consiste em 
convencer alguém com palavras ou promessas de boa vida a se prostituir ou se submeter 
a outras formas de exploração sexual, colaborar para quealguém exerça a prostituição ou 
de algum modo, impedir ou dificultar que a vítima abandone as referidas atividades, em 
caráter sexual objetivando a satisfação de qualquer pessoa que se disponha a pagar para 
tanto. 
A lei também pune quem submete o menor ou enfermo mental a qualquer forma de 
exploração sexual, ex. sexo ao telefone, strep tess tem caráter habitual, tal como a 
prostituição. 
 Consumação - ocorre quando a vítima assume uma vida de prostituição, 
colocando-se à disposição para o comercio carnal, ou quando passa a ser explorada 
sexualmente. Na modalidade impedimento (crime permanente) consuma-se enquanto a 
vítima não abandonar as atividades. Na conduta dificultar, consuma-se quando o agente 
cria o óbice. 
 Tentativa - é possível. 
 Intenção de lucro - essa vantagem econômica é do autor. Se ele tem 
efetivamente participação nos lucros da prostituição ele responderá por rufianismo, que 
tem pena agravada se a vítima for menos de 18 e maior de 14 anos. 
 
FIGURAS EQUIPARADAS - 218-B, § 2º, I 
§ 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
DIREITO PENAL 
Denis Pigozzi 
 
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém 
menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita 
no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se 
verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 
12.015, de 2009) 
Quem faz o programa com a prostituta menor de idade e não seja enganado. Não é 
necessária habitualidade, basta uma única conduta. 
O inciso II trata-se do artigo de casa de prostituição. O dono do motel pode ser 
punido, porém tem que saber da existência de prostitutas menores de idade trabalhando 
no local. 
 
EFEITO OBRIGATÓRIA DA PENA 
§ 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da 
condenação a cassação da licença de localização e de 
funcionamento do estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
Destaca-se que, se no local houver apenas prostitutas maiores de idade o agente 
comete o crime do art. 229 do CP (casa de prostituição).

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