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DIREITO PENAL Denis Pigozzi DOS CRIMES CONTRA DIGNIDADE SEXUAL indicação: DP esquematizado Victor Eduardo Rios Gonçalves 1. DISPOSIÇÃO GERAIS APLICADAS A TODOS OS CRIMES DESSE TÍTULO CORRERÃO EM SEGREDO DE JUSTIÇA - Portanto, se alguém quiser assistir a uma audiência de uma crime de estupro não será possível. Art. 234-B. Os processos em que se apuram crimes definidos neste Título correrão em segredo de justiça. AS PENAS DESTES CRIMES SÃO AUMENTADAS Art. 234-A. Nos crimes previstos neste Título a pena é aumentada: III - de metade, (1/2) se do crime resultar gravidez; e IV - de um sexto até a metade, (1/6 ate 1/2) se o agente transmite à vitima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. Ex. sífilis, gonorreia, cônclu mole. CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO. OBS. AIDS , como essa doença e incurável, sua transmissão constitui para alguns doutrinadores a prática do crime de tentativa de homicídio e para outros, lesão gravíssima do art. 129 §2º, II, em concurso formal impróprio, assim, o agente deve ser penalizado por crime de estupro simples em concurso com lesão gravíssima ou tentativa de homicídio , até porque agiu com dolo eventual em relação à transmissão da doença. Agora, caso se demonstre efetiva intenção de transmiti-la, a hipótese será de concurso formal impróprio em decorrência da autonomia de desígnios, e as penas serão somadas, conforme art. 70 caput segunda parte. Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. CAPÍTULO I DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL ESTUPRO Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 1 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. DIREITO PENAL Denis Pigozzi § 2 o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos O estupro é crime hediondo em todas as suas figuras, seja simples ou qualificado, sendo assim impossível de fiança, graça e indulto. temporária 30 dias prorrogável por mais 30. Pode ter liberdade provisória sem fiança. Casos De Aumento Pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente do sexo: homem, mulher. O marido pode estuprar a esposa há inclusive aumento de pena conforme art. 226. Art. 226. A pena é aumentada: I – de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; II – de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; Estupro por Omissivo Impróprio Quando a mãe presencia o estupro da filha pelo pai ou padrasto e não toma atitude responde pelo crime de estupro pela dever legal de agir, art. § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. Estupro por Omissão De Socorro Por outro lado, se a pessoa não tem o dever de cuidado, como um amigo que vê o outro estuprando a esposa e nada faz, responde pela omissão do socorro. Inexigência De Honestidade Da Vítima Mulheres sem reputação ou que trabalhe com atividade sexual também pode ser vítima de estupro a lei não exige honestidade. Objeto Jurídico é a faculdade de livre escolha do parceiro sexual. Sujeito Ativo DIREITO PENAL Denis Pigozzi Trata-se de crime comum porque pode ser praticado por qualquer pessoa independentemente do sexo. Sujeito Passivo Qualquer pessoa independentemente do sexo. Materialidade Delitiva É uma Ação Pública condicionada à Representação, então o delegado pode instaurar o IP unicamente com base no depoimento da vítima, mesmo que os indícios já houverem desaparecido, então se a vítima aparecer na delegacia 2 meses depois do estupro, ainda assim o DELPOL instaurará o IP. Objeto Material É a pessoa que sofre o constrangimento. Na verdade a maioria dos crimes do CP possui objeto material com exceção do ato obsceno e do falso testemunho. Tipo Objetivo Com a entrada em vigor da lei 12.015/09, houve revogação do crime de atentado violento ao pudor, no entanto, não ocorreu abolitio criminis (lei posterior que descriminaliza condutas e extingue a punibilidade do agente) da conduta de atentado violento ao puder, esse é o , pois a conduta continua sendo punível porém migrou para o crime de estupro. O tipo penal foi revogado, mas a conduta continua sendo crime. Sendo assim o estupro é conjunção carnal, e outros atos libidinosos. Pergunta é necessário o contato físico ou pode haver estupro sem contato físico? Sim, pode haver, por exemplo se o agente obriga a vítima, mediante ostentação de arma de fogo, a se automasturbar ou introduzir vibrador na vagina, restou caracterizado o crime de estupro pois, obrigou a vítima a praticar ato libidinoso. Os meios de execução dos estupro são a violência (toda forma de agressão ou emprego de força física para dominar a vítima e viabilizar a conjunção carnal ou outro ato de libidinagem) e a grave ameaça (promessa de um mal injusto e grave a ser causado na própria vítima do ato sexual ou em terceiro) atentado violento estupro ESTUPRO DIREITO PENAL Denis Pigozzi a) penetração do pênis na vagina que independe de ejaculação b) a prática ou permissão que com a vítima se pratique outro ato libidinoso. Ex. sexo oral, anal, etc. É necessário dissenso sério, não é necessária à configuração do crime a resistência heroica por parte da vítima.Sendo também desnecessário contato físico entre autor e vítima, como visto anteriormente. É preciso o envolvimento físico da vítima. OBS. se o agente exigir que a vítima fique nua, sem que a obrigue a praticar qualquer ato libidinoso (contemplação), gera constrangimento ilegal e não estupro. O tipo exige um ato de natureza sexual, assim não se configura tal crime quando o sujeito se utiliza de palavras, para fazer propostas indecorosas à vítima, caracterizando a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor, art. 61 DA MESMA FORMA, QUANDO O AGENTE SE ENCOSTA NA VÍTIMA APROVEITANDO-SE DA LOTAÇÃO E DO MOVIMENTO DO METRÔ OU ÔNIBUS, INCORRE TAMBÉM NESSA CONTRAVENÇÃO POIS NÃO HOUVE EMPREGO DE VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA. Coautoria O colega que ameaça a vítima para que seu colega estupre a vítima é coautor e não partícipe, pois é autor quem participa os atos executórios e no caso do estupro a execução começa com a ameaça. Consumação Quando se fala em consumação em um crime temos que entender que é a fase derradeira do iter criminis (cogitação, preparação, execução e consumação). O prazo prescricional começa a contar do dia da consumaçãodo crime, art. 111, I do CP, exceto no caso de estupro de vulneráveis que começa a contar da data que a vitima completar 18 anos, salvo se já houver sido proposta a ação penal. Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - do dia em que o crime se consumou O Código Penal para efeito de prescrição adotou a teoria do resultado apensar de prescrição ser uma norma mista (direito material e processual). com a penetração, mesmo que parcial, do pênis com a vagina, porém se antes o agente já praticou outro ato sexual independente já cometeu crime de estupro. Tentativa É possível a tentativa quando o agente emprega a violência ou grave ameaça, mas por circunstâncias alheias a sua vontade, não consegue a conjunção carnal ou outro ato libidinoso. DIREITO PENAL Denis Pigozzi NÃO ADMITEM TENTATIVA Culposos, salvo culpa imprópria Habituais Unissubisistentes Preterdolosos Atentado/empreendimento Omissivos próprios ou puros Qualificadora § 1 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos: (inclusive no dia do aniversário de 14 anos) Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. § 2 o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos Se a vítima for menor de 14 anos o crime é de estupro de vulnerável, art. 217-A As qualificadoras de lesão corporal e morte são necessariamente~preterdolosas. Concurso de Crimes Conjunção carnal e outros atos libidinosos contra a mesma vitimam no mesmo contexto fático. Crime misto e alternativo. O crime de estupro passou a ter tipo misto alternativo, de modo que, se contra a mesma vítima forem Página 2 de 6 + contravenção penal instigação, induzimento ao suicídio, art. 122 Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia, art. 164 DIREITO PENAL Denis Pigozzi realizados vários atos libidinosos no mesmo contexto fático, até mesmo com conjunção carnal dentre eles, o sujeito responde por crime único. Conjunção carnal forçada contra a mesma vítima em momentos diversos, neste caso configura-se continuidade delitiva, na ausência da continuidade delitiva, se caracterizado como concurso material. Como por exemplo; “pai que estupra a própria filha por diversas ocasiões, durante vários meses e anos, no interior da mesma residência”. Conjunção carnal contra duas vitimas no mesmo contexto fático (artigo 71, parágrafo único do Código Penal). Cuida-se de crime qualificado deste artigo exposto, onde a pena pode ser aumentada até o triplo! Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Multas no concurso de crimes Várias pessoas que estupram a mesma vítima, responderão por dois crimes em continuidade delitiva, como autor de conduta e co-autor da outra. 3.DISPOSIÇÕES GERAIS AÇÃO PENAL – (artigo 225 do Código Penal). Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) DIREITO PENAL Denis Pigozzi Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009). Aumento de pena Os crimes definidos nos capítulos 1º e 2º do título 6, em regra geral, são apurados por meio da Ação Penal Pública Condicionada à Representação, aliás condição de procedibilidade e pode ser oferecida no prazo máximo de 6 meses contados à partir do conhecimento da autoria. Trata-se de prazo decadencial e, portanto para o Direito Penal, sendo fatal e improrrogável (observação; não se prorroga mesmo e se cair em um sábado ou domingo como exemplo, este prazo será fatal). Exceções: 1ª Vítima menor de 18 anos 2ª Vítima vulnerável Em tais exceções, os crimes são apurados por meio de Ação Penal Pública Incondicionada, onde o Delegado tem a obrigação de instaurar o Inquérito Policial (é a característica da oficiosidade). Cuidado: O estupro de vulnerável (artigo 217-A do Código Penal) será sempre crime de Ação Penal Pública Incondicionada, por causa do parágrafo único do artigo 225 do Código Penal? A expressão “pessoa vulnerável” empregada pelo parágrafo único é o mesmo conceito de “vulnerável” do artigo 217-A do Código Penal? R – NÃO, para a 6ª Turma do STJ, a pessoa vulnerável que trata o parágrafo único é somente aquela que possui uma incapacidade permanente de oferecer resistência à prática de atos libidinosos. Se a pessoa é incapaz de oferecer resistência apenas na ocasião da ocorrência de atos libidinosos, ela não pode ser considerada vulnerável para fins do parágrafo único do artigo 225 do Código Penal. De forma que, a Ação Penal, permanece sendo condicionada a representação da vítima. HC 276.510 RJ AUMENTO DE PENA – Artigo 226 do Código Penal. CP - Decreto Lei nº 2.848 de 07 de Dezembro de 1940 Art. 226. A pena é aumentada: (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) I - de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 (duas) ou mais pessoas; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) II - de metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela; (Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005) Página 4 de 6 DIREITO PENAL Denis Pigozzi Caberá nestas situações, Ação Penal Pública Condicional a Representação. Estupro com morte, Ação Civil Pública a Representação, pois, existe uma ADIN sobre este caso no Supremo Tribunal Federal, mas não foi julgado ainda. 4.VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Não é crime hediondo, por não estar no rol taxativo do artigo 1º da Lei 8072/90. Trata-se de um crime que pode ser praticado por qualquer pessoa contra qualquer pessoa. Tipo objetivo: ter conjunção carnal ou outro ato libidinoso, as formas de execução são a fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima. Fraude é qualquer artimanha utilizada pelo agente para viabilizar a conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Por exemplo; médico que mente para a vítima sobre a necessidade de se fazer um exame ginecológico.Cuidado! Não confundir outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima com o uso de narcóticos, soníferos, pois nesses casos, ocorrerá o crime de estupro de vulnerável do artigo 217-A do CP. O presente crime se consuma no momento em que é realizado o ato sexual, a tentativa é possível por se tratar de crime plurissubsistente, se o crime é cometido com a fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. ASSÉDIO SEXUAL Art. 216-A”. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.” (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 10.224, de 15 de 2001) Trata-se de um crime bipróprio, porque a lei exige requisitos especiais tanto do sujeito ativo como do sujeito passivo, neste sentido, para ser autor do crime, o agente tem que ser superior hierárquico ou gozar de ascendência ao passo em que a vitima tem que ser subordinada ou sofrer a ascendência. Pode ser cometido tanto em relações públicas ou privadas, até porque a lei fala em emprego, cargo ou função. Tipo objetivo: constranger alguém, embaraçar, oportuna, molestar, visando obter vantagem ou favorecimento sexual. A ameaça, NÃO é elementar do crime, de modo que, a sua existência não é requisito necessário. DIREITO PENAL Denis Pigozzi Consumação: trata-se de crime formal, que se consuma no momento do assédio, independentemente da ofensiva pretensão da vantagem ou favorecimento sexual visado. A tentativa é possível, por exemplo, na forma escrita, cuida-se de crime de ação livre, porque pode ser cometida por qualquer meio de execução, como palavras, gestos, a paixão não exclui a imputabilidade penal, não se trata de crime habitual, diferentemente do exercício legal da medicina, arte dentária ou farmacêutica do artigo 282 do Código Penal. Atenção! A pena é aumentada em até 1/3 se a vítima é menor de 18 anos. ESTUPRO DE VULNERÁVEL Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. O sujeito passivo é o vulnerável: - menor de 14 anos, foi abandonado o sistema de presunção de violência, o que pode ser alegado em favor do agente é o chamado erro de tipo. - pessoa que não pode oferecer resistência - drogada, em coma, embreagada. A vulnerabilidade do 225 do Código Penal para efeito de ação penal é diferente da vulnerabilidade o estupro de vulnerável. Mostra-se dispensável o emprego da violência ou da grave ameaça. Elemento subjetivo - dolo exigindo também o conhecimento de que a vítima é vulnerável. Prescrição - começa a contar quando a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido iniciada a ação penal. Consumação - ela marca o início de contagem para a prescrição tendo sido adotada a teoria do resultado e também marca para efeito de competência territorial o foro competente, também teoria do resultado, exceto para homicídio e JECRIM. Ocorre portanto no momento em que é realizada a conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso. Tentativa - é perfeitamente possível. Qualificadoras Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave; Se da conduta resulta morte § 3 o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 4 o Se da conduta resulta morte: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) DIREITO PENAL Denis Pigozzi As qualificadoras em análises são exclusivamente preterdolosas, ou seja, dolo no antecedente e culpa no consequente. CORRUPÇÃO DE MENORES No site do Planalto consta essa nomenclatura apenas de não existir no Código Penal. Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009) Se a pessoa induz um menor de 14 anos a ter conjunção carnal com outrem pratica qual crime, participação em estupro de vulnerável ou corrupção de menores? Resposta: participação no estupro de vulnerável, não pode haver conjunção carnal para configurar o crime de corrupção, este ocorrerá se houver induzimento a ficar nua, se expor, etc. Não se trata de crime hediondo, pode ser cometido por qualquer pessoa. Já o sujeito passivo é o menor de 14 anos, observando-se a regra da prescrição acima mencionada. Tipo objetivo - induzir, convencer, dar a ideia. Para a ocorrência desse crime a vítima tem que se induzida a satisfazer a lascívia de terceiro (pessoa determinada) sem no entanto realizar o ato sexual efetivo com este, sob pena da prática de estupro de vulnerável. Ex. sexo ao telefone, strep teese Consumação - Ocorre no momento em que o ato é realizado independentemente de se verificar se o terceiro ficou sexualmente satisfeito. SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.” (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) O menor é convencido a presenciar o ato, se ele fizer parte do ato será estupro de vulnerável. Se o ato for executado por duas pessoas na presença do menor, a fim de satisfazer a lascívia de ambos, os dois devem ser enquadrados no crime, é o tipo de crime plurissubjetivo (concurso necessário) Sujeito Passivo - pode ser qualquer criança ou adolescente de qualquer sexo. Tipo Objetivo - fazer com que pessoa menor de 14 anos assista a ato sexual (pode ser conjunção carnal ou ato libidinoso). Dolo Específico - com o fim de satisfazer a própria lascívia ou de terceiro. Além disso o menor não pode se envolver no ato sexual. consumação - no momento em que é realizado ato sexual na presença do menor. DIREITO PENAL Denis Pigozzi Tentativa ou conatus - É cabível. Ex.: menor é convencido a presenciar cena de sexo, porém quando o agente começa a tirar a roupa ele foge. FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE OU VULNERÁVEL Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) § 1o Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) É crime hediondo. Pode ser praticado por qualquer pessoa, de qualquer sexo. Sujeito passivo é o menor de 18 anos ou quem em razão de enfermidade para compreender a prostituição ou a exploração sexual. Se a pessoa for maior de 18 anos o crime é do art. 228 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual, cuja conduta típica consiste em convencer alguém com palavras ou promessas de boa vida a se prostituir ou se submeter a outras formas de exploração sexual, colaborar para quealguém exerça a prostituição ou de algum modo, impedir ou dificultar que a vítima abandone as referidas atividades, em caráter sexual objetivando a satisfação de qualquer pessoa que se disponha a pagar para tanto. A lei também pune quem submete o menor ou enfermo mental a qualquer forma de exploração sexual, ex. sexo ao telefone, strep tess tem caráter habitual, tal como a prostituição. Consumação - ocorre quando a vítima assume uma vida de prostituição, colocando-se à disposição para o comercio carnal, ou quando passa a ser explorada sexualmente. Na modalidade impedimento (crime permanente) consuma-se enquanto a vítima não abandonar as atividades. Na conduta dificultar, consuma-se quando o agente cria o óbice. Tentativa - é possível. Intenção de lucro - essa vantagem econômica é do autor. Se ele tem efetivamente participação nos lucros da prostituição ele responderá por rufianismo, que tem pena agravada se a vítima for menos de 18 e maior de 14 anos. FIGURAS EQUIPARADAS - 218-B, § 2º, I § 2o Incorre nas mesmas penas: (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) DIREITO PENAL Denis Pigozzi I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) II - o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Quem faz o programa com a prostituta menor de idade e não seja enganado. Não é necessária habitualidade, basta uma única conduta. O inciso II trata-se do artigo de casa de prostituição. O dono do motel pode ser punido, porém tem que saber da existência de prostitutas menores de idade trabalhando no local. EFEITO OBRIGATÓRIA DA PENA § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.(Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) Destaca-se que, se no local houver apenas prostitutas maiores de idade o agente comete o crime do art. 229 do CP (casa de prostituição).
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