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PERMEABILIDADE DOS SOLOS FATORES QUE INFLUEM NA PERMEABILIDADE • O tamanho dos grãos: quanto maior o tamanho dos grãos, maiores serão o tamanho dos seus vazios, o que irá facilitar na permeabilidade. • Temperatura e viscosidade: quanto maior a temperatura da água, menor será sua viscosidade, logo maior será a permeabilidade do solo. • O índice de vazios: quanto maior o índice de vazios, maior a permeabilidade. • Arranjo estrutural dos grãos: em solos estratificados, a permeabilidade na horizontal é maior que na vertical. • O grau de saturação: a presença de ar mesmo em pequenas quantidades dificulta a passagem de água nos poros. PORQUE ESTUDAR A PERMEABILIDADE • No cálculo das vazões (como, por exemplo, na estimativa da quantidade de água que se infiltra numa escavação) • Na análise de recalques (uma vez que os recalques estão relacionados com diminuição de índice de vazios, que ocorre pela expulsão de água destes vazios) • Nos estudos de estabilidade de taludes (já que a tensão efetiva que comanda a resistência do solo depende da pressão neutra, que por sua vez, depende das tensões provocadas pela percolação da água) MOVIMENTO D’ÁGUA NO SOLO Sempre que entre dois elementos de um solo saturado haja diferença de cargas totais, há um fluxo de carga do ponto de maior carga para o de menor carga. A carga total disponível é dada pela equação de Bernoulli, que corresponde há soma das cargas cinéticas, piezométricas e altimétricas. No solo toda carga é sempre perdida no percurso total da água e a carga cinética representa um valor desprezível em relação ao valor das outras cargas, pois a velocidade da água no interstício do solo é muito baixa. Logo nos solo a soma das cargas piezométricas e altimétricas é constante. Para compreensão da permeabilidade pode-se considerar o modelo idealizado no permeâmetro da figura abaixo. z L Areia , u (z + L) w z.w + L.sat L.sub PERMEABILIDADE Denomina-se permeabilidade, a propriedade do solo que indica a maior ou menor facilidade que os solos oferecem à passagem de água pelos seus vazios. A vazão de água Q, que percola pelo solo é dada pela lei de Darcy. • A relação h (carga) por L (comprimento do corpo de prova) é chamada de gradiente hidráulico, i. • Portanto, a Lei de Darcy assume o formato: Q = k.i.A • A vazão dividida pela área indica a velocidade com que a água sai da areia. Esta é a velocidade de percolação. v = k.i z L Areia h DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE • Permeabilidade a Carga Constante Válido para solos de alta permeabilidade (solos arenosos, solos naturais). K = 𝐐 𝐢.𝐀 ou K = 𝐐.𝐋 𝐡.𝐀 • Permeabilidade a Carga Variável Válido para solos de baixa permeabilidade (solos argilosos, solos compactados). Neste caso, verifica-se o tempo que a água leva para baixar da altura inicial hi à altura final hf num instante t qualquer. A vazão da água passando pelo solo é igual à vazão da água que passa pela bureta, que pode ser expressa como: Q = k . 𝐡 𝑳 .A Q =-a. 𝐝𝐡 𝐝𝐭 Sendo, a: área da bureta a.dh: volume de água escoando no tempo t Igualando as duas expressões de vazão, tem-se: hi hf h dh L Ex 1: Num permeâmetro de carga constante com h = 100 cm recolheu-se um volume de 10 cm3 em 3 min. O corpo de prova tinha L = 12 cm e D = 5 cm. Determinar o coeficiente de permeabilidade do solo. Ex 2: Num permeâmetro de carga variável a altura inicial de carga era hi = 111 cm e depois de decorridos 25 min chegou-se a hf = 109,5 cm. Determinar o coeficiente de permeabilidade do solo, sabendo-se que o corpo de prova tinha L = 12,49 cm e D = 5,07 cm e a área do tubo de carga a = 1,474 cm2. FORÇA DE PERCOLAÇÃO Havendo um movimento de água através do solo ocorre uma transferência de energia da água para as partículas do solo por causa do atrito viscoso que se desenvolve. Problemas decorrentes da força de percolação: • Areia movediça. • Instabilidade do fundo de escavações em areia. • Piping (erosão interna no maciço). • Instabilidade em cortes. Fazendo o equilíbrio das forças no sistema abaixo, tem-se: Exemplo de Aplicação: • Areia Movediça Pode ocorrer sempre que a areia é submetida a um fluxo ascendente de água de forma que a força de percolação venha a igualar ou superar a força efetiva. Lembrando que: • t = c + ( - u) tgf Envoltória de Resistência de Mohr-Coulomb • t = ( - u) tgf (caso de material arenoso, sem coesão) h1 L Areia hc A A tensão total no ponto A é: = w.h1 + sat .L E a pressão neutra é: u = w.(hc + h1 + L) Se a altura da carga hc for aumentada até que a pressão neutra iguale a tensão total, obviamente a tensão efetiva será zero. Assim, hc é denominada altura crítica. Logo, ( = u) e (t = 0 kPa) Ex 3: Dado o permeâmetro a seguir, determinar: a) Se o solo está sujeito ao fenômeno da areia movediça. b) A altura crítica, hc, para ocorrer o fenômeno da areia movediça. c) A força de percolação no permeâmetro. 10 60 Areia 100 (cm) f = 30 sat = 21 kN/m 3 Ex 4: Encontre a vazão em m3/s/m de comprimento pela camada de solo permeável mostrada na Figura 8. Dados H = 8 m, H1 = 3 m, h = 4 m, L = 50 m, a = 8º e k = 0,08 cm/s. H1 Direção do fluxo a Camada permeável Camada impermeável H h L PERMEABILIDADE EQUIVALENTE EM SOLOS ESTRATIFICADOS • Para solos estratificados em que a permeabilidade para o fluxo em uma dada direção muda de uma camada para outra. Fluxo horizontal em solo estratificado Fluxo vertical em solo estratificado Ex 5: As areias A e B foram ensaiadas em um permeâmetro de seção quadrada de duas maneiras diferentes. Na primeira montagem, dispôs-se uma sobre a outra, como se mostra na Figura 1. Na outra, as areias foram colocadas uma ao lado da outra, como indicado na Figura 2. O coeficiente de permeabilidade da areia A é quatro vezes maior do que o da areia B (kA = 4.10 -4 m/s e kB = 10 - 4 m/s). Em qual das duas montagens será maior a vazão? 10 A 15 (cm) 10 10 B 20 10 A 15 20 B 10 10 Ex 6: A Figura 12 mostra as camadas de solo em um tubo com seção transversal de 100 mm x 100 mm. A água é alimentada para manter uma diferença de carga constante de 300 mm ao longo da amostra. Encontre a taxa de alimentação de água em cm3/h. Os coeficientes de permeabilidade dos solos na direção de fluxo que passa por eles são: 150 (mm) A B C 150 150 300 CAPILARIDADE Ascensão da água acima do nível freático do terreno, através dos espaços intersticiais do solo, em um movimento contrário à gravidade. Nível freático é a superfície onde a pressão atuante é a atmosférica. TEORIA DO TUBO CAPILAR • P = peso da coluna d’água; • F = força de ascensão capilar; • Ts = tensão superficial da água por unidade de linha de contato entre água e o tubo (≅ 0,0764 g/cm para água pura e vidro limpo); • hc = altura de ascensão capilar • d = diâmetro do tubo; • a = peso específico da água • α = ângulo de contato (No caso de água e vidro limpo este ângulo é zero). IMPORTÂNCIA DOS FENÔMENOS CAPILARES • Na construção de pavimentos rodoviários: se o terreno de fundação de um pavimento é constituído por um solo siltoso e o nível freático está pouco profundo, para evitar a ascensão capilar da água é necessário substituir o material siltoso por outro com menor potencial de capilaridade. • A contração dos solos: quando toda a superfície de um solo está submersa em água, não há força capilar, pois α = 90º. Porém, a medida que a água vai sendo evaporada, vão se formando meniscos, surgindo forças capilares que aproximam as partículas. • Coesão aparente da areia úmida: se for seca ou saturada a areia,a coesão se desfaz. Os meniscos se desfazem quando o movimento entre os grãos aumenta e as deformações são muito grandes. • Sifonamento capilar: observado em barragens, o sifonamento capilar consiste na percolação da água sobre o núcleo impermeável da barragem. PERCOLAÇÃO DE ÁGUA NOS SOLOS TIPOS DE ESCOAMENTO • Regime Permanente: não há influência do tempo. A descarga é constante em qualquer tempo. Ex.: Operação normal de uma barragem de terra. • Regime Transiente: varia com o tempo. Ex.: Rebaixamento do NA. • Regime Laminar: a trajetória das partículas é suave. As trajetórias não se cruzam. • Regime Turbulento: as trajetórias das partículas se interceptam. FLUXO UNIDIMENSIONAL As partículas de um fluido em movimento num meio poroso possuem uma quantidade de energia resultante de três tipos de trabalho cedidos ao fluido que correspondem a três tipos de energia: • Energia Cinética: trabalho cedido à partícula de um fluido para aumentar sua velocidade de uma velocidade de referência para aquela em que se encontra no momento. • Energia de Pressão: trabalho cedido à partícula para aumentar sua pressão de um valor de referência para sua pressão no momento. • Energia de Elevação: trabalho cedido à partícula para elevá-la de uma cota de referência para sua cota no momento. CONCEITO DE CARGA É uma medida correspondente à cada parcela de energia. É a energia por unidade de peso do fluido. • Carga de Pressão ou Carga Piezométrica (hp): • Carga de Elevação ou Carga Altimétrica (he): • Carga de Velocidade ou Carga Cinética (hv): • Carga Total (h): Teoria de Bernoulli: há conservação da carga total no escoamento de fluidos ideais e incompressíveis em regime permanente. Ou seja: • Nos escoamentos em meios porosos: Δh = perda de carga entre A e B. De maneira geral, nos problemas de fluxo em meios porosos, a perda de carga devida à velocidade é desprezível. Assim, pode-se obter:
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