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1 AGENTE, ESCRIVÃO E PERITO DA PF+PRF Direito Penal Prof.: Nestor Távora Aula: 01 Monitor: Simone Brandão MATERIAL DE APOIO – MONITORIA Índice. I. Anotações. II. Lousa. III. Questões. I. ANOTAÇÕES. DIREITO PENAL 1. Conceito: É o ramo do Direito Público que define as infrações penais, estabelecendo as correspondentes sanções, sejam elas penas ou medidas de segurança. Advertência: O direito penal se presta a tutela de bens jurídicos extremamente relevantes 2. LEGISLAÇÃO PENAL BRASILEIRA. 2.1. Temos o Código Penal (Decreto-Lei nº. 2.848/40) como principal referência. 2.2. No Brasil, também dispomos de leis penais especiais, que complementam o Código Penal (CP). Exemplos: Lei de Tóxicos (Lei nº. 11.343/2006) e Lei de Crimes Hediondos (Lei nº. 8.072/1990). 3. APLICAÇÃO DA LEI PENAL Art. 1º ao 12º do CP 3.1 Princípio da legalidade (Art. 1º do CP e art. 5º, XXIX, da CF) a. Conceito: não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem previa cominação legal b. Enquadramento: Princípio da legalidade b.1 Principio da reserva legal b.2 Princípio da anterioridade c) Principio da reserva legal c.1 Conceito: apenas a lei federal em sentido formal poderá descrever condutas criminosas Observação: a lei incriminadora é necessariamente federal, de competência da União (art. 2, I da CF) Advertência: Lei complementar pode autorizar de forma excepcional, que os Estados legislem sobre temas específicos. (Art. 22, parágrafo único da CF). Observação: o legislador não poderá utilizar outros diplomas normativos para regulamentar o direito penal, como resoluções ou medidas provisórias (art. 62 §1º, I “b” da CF). Conclusão: Vale lembrar que o CP foi recepcionado pela CF/88 com o status de lei ordinária. 2 Conclusão: é importante destacar que a norma incriminadora é aquela que institui novas infrações penais d) Princípio da anterioridade d.1 Conceito: Uma pessoa só será punida se a época do fato já existia lei tipificando a conduta como delito. Conclusão: consagra-se a irretroatividade da lei penal incriminadora e) Princípio da taxatividade e.1 Conceito: a norma penal deve descrever de maneira clara e específica o seu conteúdo Conclusão: O princípio da taxatividade acaba servido de orientação para o princípio da reserva legal 3.2 REROATIVIDADE DA O LEI PENAL BENEFÍCA (Art 2º, CP e art 5 º XL da CF) a) Conceito: a nova lei penal pode eliminar integralmente o delito ou estabelecer uma situação mais favorável b) ABOLITIO CRIMINIS – (lei abolicionista) b.1 Conceito: é aquela que elimina integralmente a infração penal (art. 2º Caput, CP), exemplo revogação do art. 240 do CP, que tratava do crime de Adultério b.2 Consequências i) A nova lei retroage para atingir todos os fatos passados, beneficiando até mesmo aqueles que já estavam condenados ii) a nova lei elimina os efeitos da condenação Exemplo a condenação não é levada em consideração para efeito de reincidência Advertência: quando a nova lei benéfica ocorre durante a execução da pena, compete ao juiz da execução aplica-la (Súmula 611 do STF). c) nova lei penal mais branda c.1 Conceito é aquela que não elimina o delito, mais de algum modo favorece o situação do réu. (Art. 2º, parágrafo único do CP) Exemplo: Redução da pena Conclusão: a nova lei mais branda é o que chamamos de “Novatio legis in mellius” Nova lei para melhor. c.2 Consequência: i. retroatividade Conclusão: a nova lei benéfica retroage para abranger os fatos já ocorridos mesmo que o réu já esteja condenado. Conclusão: a nova lei penal maléfica (ou incriminadora), não pode retroagir ii. situações especiais I- Combinação de leis I.a) Conceito: o magistrado adequa a parte mais benéfica da lei vigente, com a parte mais benéfica da lei revogada para favorecer o réu I.b) para o STF e o STJ a combinação de leis não é possível, pois o magistrado estaria se comportando como se fosse o próprio legislador II Crime continuado e crime permanente 3 Segundo a súmula 711 do STF a lei mais grave é aplicada ao crime permanente e ao crime continuado, desde que no dia da vigência da nova lei, não tenha ocorrido a cessação da continuidade ou da permanência. III Lei intermediária III a. Conceito é a lei que revoga a lei vigente na data do crime, e que por sua vez é revogada por uma nova lei. IV “ABOLITIO CRIMIS” X Principio da continuidade normativa. Conclusão: Na abolitio crimis o fato deixa de ser crime, pois a nova lei o revoga Conclusão: Na continuidade o fato permanece como crime, mais migra para outro dispositivo legal Exemplo: reunião no art.213 do CP, da conduta que anteriormente era disciplinada no art. 214 do CP, que tratava do atentado violento ao puder. 3.3 LEI EXCEPCIONAL E LEI TEMPORÁRIA (art. 3º CP) a) Conceito: a.1) é aquele elaborada par avigora em épocas especiais exemplo rebeliões nos estabelecimentos prisionais a.2 Lei temporária é aquela formulada para vigorar pelo período estabelecido em seu próprio texto. b) Consequências: Ela são aplicadas aos fato ocorridos durante a sua vigência, mesmo que encerrada a excepcionalidade ou esgotado o prazo da lei temporária. A lei excepcional e a lei temporária gozam de ultratividade, pois serão aplicadas na decisão que apreciar o crime praticado enquanto elas estavam em vigor c) Enquadramento temporal Retroatividade só da lei benéfica Conclusão A lei excepcional e a lei temporária são aplicáveis aos crimes ocorridos na sua vigência (atividade), mesmo que o julgamento só ocorra quando elas não mais estão em, vigor 3.4 TEMPO DO CRIME (ART. 4º CP) a) Conceito: é o critério em que momento a infração ocorreu b) Teorias b.1 teoria da atividade o crime é praticado no momento da implementação da conduta criminosa. Conclusão: E a teoria adotada no Brasil (art4º do CP) b.2 Teoria do resultado O crime é praticado no momento da consumação b.3 Teoria da Ubiquidade/mistas/hibrida por ela o crime é praticado no momento da ação ou do resultado, tanto faz. Advertência: Como adotados a teoria da atividade se o indivíduo na véspera de complementar 18 anos atira na vítima e morre duas semanas depois, ele será tratado pelo estatuto da criança e do adolescente. Já que no momento do crime era menor de idade. 3.5 LUGAR DO CRIME (ART. 6º, CP) a) Conceito de acordo com o art. 6º, considera-se praticado o crime no local em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, assim como no local foi produzido ou deveria produzir-se o resultado. 4 b) Teoria adotada O CP adotou a teoria da Ubiquidade (hibrida) para a definição se o crime ocorreu no território brasileiro 3.6 TERRITORIALIDADE DA LEI PENAL BRASILEIRA (ART.5º CP) a) Conceito: como regra a lei penal brasileira é aplicada ao crime ocorrido em nossos território, independente da nacionalidade do criminoso b) Exceção Excepcionalmente uma lei penal estrangeira é aplicável a um crime ocorrido no Brasil em razão das normas previstas em tratados e convenções internacionais Conclusão: o fenômeno da aplicação de uma lei estrangeira a um crime ocorrido no brasilcaracteriza o que chamarmos de Ultra territorialidade. Conclusão: Adotamos o princípio da territorialidade mitigada afinal a lei estrangeira pode eventualmente ser aplicada a crimes acorridos em nossos território. c) Conceito de território brasileiro c.1 Fronteiras c.2 Espaço aéreo Advertência o espaço aero abrange a camada atmosférica c.3 Mar territorial Advertência ele abrange a faixa de 0 - 12 milhas náuticas Observação: território nacional por equiparação (navios e aeronaves) I - Navios e aeronaves públicos de bandeiras brasileira eles são brasil em qualquer lugar do mundo II - Navios e aeronaves privadas II. a) Eles são brasil quando estiverem transitando em nossos território ou em alto mar II. b) Navios e aeronaves de natureza privada e de bandeira estrangeira eles são considerados brasil quando estiverem em nosso território 3.7 EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL (art. 7º CP) a) Conceito excepcionalmente a lei penal brasileira pode ser aplicada a crimes consumados no estrangeiro, revelando a sua extraterritorialidade Conclusão: o agente será julgado no Brasil b) Princípios II. LOUSA. 5 6 7 III. Questões. 1.0. VUNESP/TJM-SP/Juiz de Direito Substituto. A respeito da omissão própria e da omissão imprópria (também denominada crime comissivo por omissão), é correto afirmar que a) um dos critérios apontados pela doutrina para diferenciar a omissão própria da omissão imprópria é o tipológico, segundo o qual, havendo norma expressa criminalizando a omissão, estar-se-ia diante de uma omissão imprópria. b) nos termos do Código Penal, possui posição de garantidor e, portanto, o dever de impedir o resultado, apenas quem, por lei, tem a obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. c) a ingerência, denominação dada à posição de garantidor decorrente de um comportamento anterior que gera risco de resultado, não está positivada no ordenamento brasileiro, tratando-se de uma construção dogmática. 8 d) o crime praticado por omissão, segundo o Código Penal, é apenado de forma atenuada ao crime praticado por ação. e) segundo o Código Penal, a omissão imprópria somente terá relevância penal se, além do dever de impedir o resultado, o omitente tiver possibilidade de evitá-lo. 2.0. UFMT/DPE-MT/Defensor Público. Existe algum ponto de semelhança entre as condutas praticadas com culpa consciente e com dolo eventual? a) Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual, há aceitação do resultado. b) Não, pois não há ponto de semelhança nas condutas em questão. c) Sim, pois em ambas o elemento subjetivo da conduta é o dolo. d) Não, pois a aceitação do resultado na culpa consciente é elemento normativo da conduta. e) Sim, pois, tanto na culpa consciente quanto no dolo eventual, o agente prevê o resultado. 3.0. FUNCAB/PC-PA/Escrivão de Polícia Civil. Sobre o crime culposo, é correto afirmar que: a) sua caracterização independe da previsibilidade objetiva do resultado b) é dispensável a verificação do nexo de causalidade entre conduta e resultado. c) encontra seu fundamento legal no artigo 18 . I, de Código Penal. d) se alguém ateia fogo a um navio para receber o valor de contrato de seguro, embora saiba que com isso provocará a morte dos tripulantes, essas mortes serão reputadas culposas. e) há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de cuidado, provocando resultado criminoso por ele não desejado. Gabarito 1.0. E 2.0. E 3.0. E
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