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Material de Apoio Direito Penal Nestor Távora Aula 13

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AGENTE, ESCRIVÃO E PERITO DA PF+PRF 
Direito Penal 
Prof.: Nestor Távora 
Aula:13. 
Monitor: Filipe Oliveira. 
 
 
 MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
Índice: 
I. Anotações. 
II. Lousa. 
III. Questões. 
I. ANOTAÇÕES. 
CONCURSO DE PESSOAS/CODELINQUÊNCIA/CONCURSO DE AGENTES/CONCURSO DE 
DELIQUENTES 
 
1. Conceito. 
2. Classificação dos crimes quanto ao concurso de pessoas: 
A) Crimes Monossubjetivos/Unissubjetivos/De concurso eventual. 
B) Crimes Plurissubjetivos/Plurilaterais/De concurso necessário 
3. Requisitos para o concurso de pessoas: 
A) Pluralidade de agentes. 
B) Identidade de infração. 
C) Relevância de cada comparsa para o resultado criminoso. 
D) Vínculo subjetivo 
4. Teorias sobre a punição do concurso de pessoas: 
A) Teoria Monista/Monística/Unitária. 
B) Teoria Dualista 
5. Formas de codelinquência. 
5.1. Coautoria: é a autoria compartilhada de um crime. 
5.2 Participação: ela envolve uma conduta acessória, podendo ser: 
A) Material: O agente auxilia na prática do crime, fornecendo meios ou condições para a 
concretização do delito. Ex.: emprestar o carro para o assalto. 
B) Moral: ela é feita por induzimento ou instigação. 
 CONCLUSÃO: No induzimento, o agente faz nascer a ideia. 
 CONCLUSÃO: Na instigação, ele reforça a ideia já existente. 
6. Teorias para diferenciar coautoria de participação 
6.1. Teoria Unitária. 
6.2. Teoria Extensiva 
6.3. Teoria Restritiva. 
 a. Teoria Objetivo-formal 
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 b. Teoria Objetivo-material. 
 c. Teoria do domínio do fato (Teoria Objetivo-subjetiva): 
 c.1. Quem tem o domínio da própria vontade (autor propriamente dito); 
 c.2. Quem tem o domínio da parcela que lhe foi atribuída no conjunto de atividades 
criminosas (coautor funcional). 
 c.3. Quem usa terceira pessoa como instrumento do crime (autor indireto / mediato). 
 c.4. Quem tem à sua disposição uma estrutura hierarquizada de poder, objetivando o 
cumprimento de ordens (autor de escritório). 
 c.5. Quem tem o planejamento ou a coordenação do crime (autor intelectual). 
7. Consequências 
7.1. Redução da pena: quando a participação é de menor importância, a pena pode ser 
reduzida de 1/6 a 1/3 (art. 29, §1º, CP1). 
7.2. Pressuposto da punição: a participação só é punida se o autor da conduta principal 
incorrer, ao menos, na tentativa (art. 31, CP2). 
7.3. Participação por omissão 
a. Primeira situação. 
b. Segunda situação. 
7.4. Colaboração em crime já consumado. 
8. Questões complementares 
8.1. Autoria mediata/indireta. 
 a. Conceito: é caracterizada quando o agente utiliza pessoa sem condições de 
discernimento para realizar em seu lugar a conduta típica. 
 CONCLUSÃO: o executor atua sem dolo, culpa ou culpabilidade, sendo a conduta principal 
atribuída ao autor mediato. 
 b. Hipóteses: 
 b.1. Execução do fato por inimputável: exemplo: utilizar menor ou doente mental 
para a prática do fato; 
 b.2. Coação moral irresistível; 
 b.3. Provocação de erro de tipo escusável (art. 20, §2º do CP3); 
 b.4. Obediência hierárquica. 
 8.2. Cooperação dolosamente distinta (desvio subjetivo no concurso de pessoas): 
 a. Conceito: se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena 
deste lhe será aplicada (art. 29, §2º do CP4). 
 
1CP, art. 29, § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a 
um terço. 
2CP, art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, 
não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
3CP. Art. 20 (...) 
Erro determinado por terceiro. 
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
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 CONCLUSÃO: É uma exceção a teoria monista. 
 b. Variações: 
 b.1. 1º situação: o agente quer praticar o crime menos grave, sendo que crime mais 
grave era imprevisível. 
 CONCLUSÃO: O agente responde pela pena do crime menos grave. 
 b.2. 2º situação: o agente quer praticar o crime menos grave, sendo que o crime mais 
grave era previsível. 
 CONCLUSÃO: O agente responde pelo crime menos grave, com a pena aumentada 
até ½ (metade). 
 b.3. 3º situação: o agente quer o crime menos grave, mas previu e aceitou o crime 
mais grave. 
 CONCLUSÃO: Ele responderá pelo crime mais grave 
 8.3. Comunicabilidade (ou não) de elementares e circunstâncias (art. 30 do CP5): 
 a. Conceito: é importante detectar se as circunstâncias e elementos que integram o tipo 
penal são aplicáveis (comunicáveis) a todos que contribuíram para a infração. 
 b. Enquadramento: 
 b.1. Elementares: são os componentes básicos do tipo penal. Desaparecendo, o crime 
se desconfigura. Exemplo: “subtração” no crime de furto. 
 OBSERVAÇÃO 1: Classificação: as elementares podem ser: 
 b.1.1. Objetivas: dizem respeito ao fato criminoso; 
 b.1.2. Subjetivas: dizem respeito ao agente. 
 OBSERVAÇÃO 2: As elementares objetivas e subjetivas se comunicam aos coautores e 
partícipes, desde que eles tenham conhecimento. Exemplo: a condição de funcionário público 
é elementar do peculato, comunicando-se ao partícipe (cidadão comum), que também 
responderá por peculato. 
 b.2. Circunstâncias: são itens acessórios que interferem na pena prevista para o delito. 
Exemplos: qualificadoras, causas de aumento e de diminuição de pena. 
 CONCLUSÃO: Eliminando uma circunstância, o delito persiste, mas com pena distinta. 
 OBSERVAÇÃO 1: Classificação: 
 b.2.1. Circunstâncias Objetivas: elas dizem respeito ao fato, ou seja, aos 
modos e aos meios de execução. Exemplo: furto praticado durante o repouso noturno (art. 
155, §1º do CP6). 
 
4CP. Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na 
medida de sua culpabilidade. 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; 
essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
5CP. Circunstâncias incomunicáveis. 
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares 
do crime. 
6CP. Furto. Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno. 
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 CONCLUSÃO: Transmitem-se aos coautores e partícipes, se conhecidas por eles. 
 b.2.1. Circunstâncias Subjetivas: elas dizem respeito ao agente e não ao fato, 
como os antecedentes e a personalidade. 
 CONCLUSÃO: Elas não se transmitem aos coautores ou partícipes. 
 8.4. Autoria colateral: 
 a. Conceito: ela ocorre quando mais de um agente atua para a obtenção do resultado, 
inexistindo liame subjetivo entre eles. Exemplo: dois matadores atiram na vítima 
simultaneamente, sendo que um não sabe da existência do outro. 
 CONCLUSÂO: Um autor responde por homicídio consumado e o outro por 
tentativa de homicídio. 
 ADVERTÊNCIA: Não há concurso de pessoas. 
 8.5. Autoria incerta: 
 a. Conceito: nela ocorre na autoria colateral, quando não se sabe o causador do 
resultado. 
 CONCLUSÃO: Ambos respondem por tentativa, mesmo que a vítima esteja morta. 
 8.6. Concurso de pessoas em crime culposo: 
 a. Coautoria: é possível; 
 b. Participação: inexiste participação em crime culposo, pois o tipo penal é aberto e todo 
aquele que concorre para um crime culposo, assume a condiçãode protagonista (posição 
majoritária). 
CONCURSO DE CRIMES 
 
1. Conceito: acontece quando o agente pratica duas ou mais infrações, mediante uma ou 
mais condutas. 
CONCLUSÃO 1: Há necessariamente duas ou mais infrações. 
CONCLUSÃO 2: Nem sempre teremos duas ou mais condutas. 
2. Modalidades (espécies): 
 a. Concurso material, concurso real; 
 b. Concurso formal, concurso ideal; 
 c. Crime continuado, continuidade delitiva. 
3. Concurso material (real): 
 3.1. Conceito: ele ocorre quando o agente, mediante duas ou mais ações ou omissões, 
comete dois ou mais crimes, idênticos ou não. 
 3.2. Enquadramento: as condutas podem ser dolosas ou culposas. 
 OBSERVAÇÃO: Variações: (i) crime doloso + crime doloso; (ii) crime culposo + crime 
culposo, e (iii) crime doloso + crime culposo. 
 3.3. Classificação: 
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 a. Concurso material homogêneo: ele envolve dois crimes idênticos. Exemplo: dois 
furtos. 
 b. Concurso material heterógeno: ele envolve crimes distintos. 
 3.4. Consequência: as penas previstas para cada delito serão somadas. 
 CONCLUSÃO 1: É o que chamamos de sistema do cúmulo material. 
 CONCLUSÃO 2: Diante do somatório da pena de reclusão e detenção, a reclusão será 
cumprida primeiramente (art. 69, caput, parte final, do CP7). 
 CONCLUSÃO 3: A pena restritiva de direitos pode ser compatível com a pena privativa de 
liberdade. Exemplo: restrição da liberdade cumulada com a pena de perda de bens. 
 ADVERTÊNCIA: Parte da doutrina entende que o §1º do art. 69 do CP está 
tacitamente revogado. 
 CONCLUSÃO 4: Diante do somatório de penas restritivas de direitos, elas serão cumpridas 
simultaneamente, quando compatíveis, ou sucessivamente, se o cumprimento simultâneo 
não for possível. 
4. Concurso formal (ideal): 
 4.1. Conceito: ele ocorre quando o agente, mediante uma única ação ou omissão, 
pratica duas ou mais infrações (art. 70 do CP8). 
 4.2. Classificação: 
 a. Concurso formal homogêneo: ele ocorre com crimes idênticos. 
 CONCLUSÃO: Aplicaremos uma só pena, aumentada de 1/6 a ½. 
 b. Concurso formal heterogêneo: nele os crimes ocorridos não são idênticos. 
 CONCLUSÃO: Aplicaremos a pena do crime mais grave aumentada de 1/6 a ½. 
 ADVERTÊNCIA: A aplicação da regra do concurso formal não pode levar a uma 
pena maior do que a aplicada no concurso material. Se isso ocorrer, devemos aplicar a 
regra do concurso material (art. 70, §único do CP). 
 CONCLUSÃO: É o que chamamos de concurso material benéfico. 
 c. Concurso formal próprio ou perfeito (art. 70, primeira pata, do CP): 
 c.1. Conceito: as infrações não resultam de vontades distintas, ou seja, não há 
autonomia de desígnios em relação aos resultados. 
 CONCLUSÃO 1: Aplica-se uma só pena, aumentada de 1/6 a ½. 
 
7CP. Concurso material. 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos 
ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de 
aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. 
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as 
que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. 
8CP. Concurso formal. 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou 
não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou 
omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no 
artigo anterior. 
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. 
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 CONCLUSÃO 2: O concurso formal próprio ocorre entre um crime doloso e outro 
culposo, ou entre crimes culposos. 
 d. Concurso formal impróprio ou imperfeito (art. 70, segunda parte, do CP): 
 d.1. Conceito: ele ocorre quando o agente tem o desejo de praticar dois ou mais 
delitos com uma só conduta. Exemplo: atirar nas pessoas enfileiradas. 
 CONCLUSÃO: As penas serão somadas 
5. Crime continuado ou continuidade delitiva: 
 5.1. Conceito: o agente, mediante duas ou mais ações ou omissões, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie, mas é aplicada uma só pena, com o correspondente aumento, uma 
vez presentes os requisitos legais (art. 71 do CP9). 
 5.2. Requisitos: tema da próxima aula. 
 
II. LOUSA. 
 
 
9CP. Crime continuado. 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da 
mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os 
subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se 
idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça 
à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade 
do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, 
ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 
deste Código. 
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III. Questões. 
01. 2017 - CESPE - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto. 
Álvaro e Samuel assaltaram um banco utilizando arma de fogo. Sem ter ferido ninguém, Álvaro 
conseguiu fugir. Samuel, nervoso por ter ficado para trás, atirou para cima e acabou atingindo 
uma cliente, que faleceu. Dias depois, enquanto caminhava sozinho pela rua, Álvaro encontrou 
um dos funcionários do banco e, tendo sido por ele reconhecido como um dos assaltantes, 
matou-o e escondeu seu corpo. 
Acerca dessa situação hipotética, assinale a opção correta. 
a) Álvaro cometeu os crimes de roubo qualificado e homicídio simples. 
b) Samuel cometeu os crimes de roubo simples e homicídio culposo. 
c) Álvaro cometeu os crimes de roubo e homicídio qualificados. 
d) Álvaro cometeu o crime de homicídio qualificado e será responsabilizado pelo resultado morte 
ocorrido durante o roubo. 
e) Álvaro e Samuel cometeram o crime de roubo qualificado pelo resultado morte. 
 
02. 2016 - MPE-PR - MPE-PR - Promotor Substituto. 
Analise as assertivas abaixo e indique a alternativa: 
I - Há unanimidade em reconhecer a autoria mediata quando o agente se utiliza de interposta 
pessoa que não é imputável, como por exemplo, quando o autor se vale de um menor de 18 
anos de idade. 
II - Há autoria mediata quando o agente se utiliza de interposta pessoa que atua em erro, seja 
ele vencível ou invencível, deixando em ambos os casos a interposta pessoa de responder pelo 
fato. 
III - Não existe a possibilidade de autoria mediata nos delitos de mão própria e nos crimes 
próprios. 
IV - Não se pode falar em autoria mediata em crimes imprudentes, ante a ausência de uma 
ação direcionada para um resultado. Ou seja, não há como conduzir, deliberadamente, um 
terceiro a obtenção de um resultado que não é pretendido pelo autor mediato. 
a) Todas as assertivas estão corretas; 
b) Apenas as assertivas I e III estão corretas; 
c) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas; 
d) Apenas as assertivas II, III e IV estão corretas; 
e) Apenas as assertivas III e IV estão corretas. 
 1403. 2016 – CESPE - PC-PE - Agente de Polícia. 
Texto associado 
Texto CE1A04AAA 
Roberto, Pedro e Lucas planejaram furtar uma relojoaria. Para a consecução desse objetivo, eles 
passaram a vigiar a movimentação da loja durante algumas noites. Quando perceberam que o 
lugar era habitado pela proprietária, uma senhora de setenta anos de idade, que dormia, quase 
todos os dias, em um quarto nos fundos do estabelecimento, eles desistiram de seu plano. Certa 
noite depois dessa desistência, sem a ajuda de Roberto, quando passavam pela frente da loja, 
Pedro e Lucas perceberam que a proprietária não estava presente e decidiram, naquele 
momento, realizar o furto. Pedro ficou apenas vigiando de longe as imediações, e Lucas entrou 
na relojoaria com uma sacola, quebrou a máquina registradora, pegou o dinheiro ali depositado 
e alguns relógios, saiu em seguida, encontrou-se com Pedro e deu-lhe 10% dos valores que 
conseguiu subtrair da loja. 
Na situação hipotética descrita no texto CE1A04AAA, 
a) Pedro e Lucas serão responsabilizados pelo mesmo tipo penal e terão necessariamente a 
mesma pena. 
b) o direito penal brasileiro não distingue autor e partícipe. 
c) Pedro, partícipe, terá pena mais grave que a de Lucas, autor do crime. 
d) Roberto será considerado partícipe e, por isso, poderá ser punido em concurso de pessoas 
pelo crime praticado. 
 
04. 2015 - CESPE - DPE-RN - Defensor Público Substituto. 
Em cada uma das seguintes opções, é apresentada uma situação hipotética relativa ao concurso 
de crimes, seguida de uma assertiva a ser julgada. Assinale a opção que apresenta assertiva 
correta de acordo com a legislação penal e a jurisprudência do STJ. 
a) No interior de um ônibus coletivo, Sérgio subtraiu, com o emprego de grave ameaça, os 
aparelhos celulares de cinco passageiros, além do dinheiro que o cobrador portava. Nessa 
situação, como houve a violação de patrimônios distintos, Sérgio praticou o crime de roubo 
simples em concurso material. 
b) Plínio praticou um crime de latrocínio (previsto no art. 157, § 3.º, parte final, do CP) no qual 
houve uma única subtração patrimonial, com desígnios autônomos e com dois resultados mortes 
(vítimas). Nessa situação, Plínio praticou o crime de latrocínio em concurso formal impróprio, 
disposto no art. 70, caput, parte final, do CP, no qual se aplica a regra do concurso material, de 
forma que as penas devem ser aplicadas cumulativamente. 
c) Túlio, em um mesmo contexto fático, praticou, com uma menor impúbere de treze anos de 
idade, sexo oral (felação), além de cópula anal e conjunção carnal. Nessa situação, Túlio 
perpetrou o crime de estupro de vulnerável em concurso material. 
d) Zélio foi condenado pela prática de crimes de roubo e corrupção de menores em concurso 
formal, cometidos em continuidade delitiva. Nessa situação, na dosimetria da pena aplicar-se-ão 
cumulativamente as regras do concurso formal (art. 70 do CP) e da continuidade delitiva (art. 
71 do CP). 
e) Múcio, mediante grave ameaça exercida com o emprego de arma de fogo, subtraiu bens 
pertencentes a Bruna e, ainda, exigiu dela a entrega de cartão bancário e senha para a 
realização de saques. Nessa situação, Múcio praticou, em concurso formal, os crimes de roubo 
circunstanciado e extorsão majorada. 
 
 
 
 
 15 
Gabarito 
1. D 
2. C 
3. E 
4. B

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