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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA / ES ANTONIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ________, expedida pelo ________, inscrito no CPF nº ________, residente e domiciliado à ________________________, Vila Velha / ES e MARIA, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da carteira de identidade nº ________, expedida pelo ________, inscrita no CPF nº ________, residente e domiciliada à ________________________, Vila Velha / ES, vêm por seu advogado que para efeitos do art. 39, I, CPC, indica o endereço profissional ________________________, à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO pelo Rito Ordinário, em face de JAIR, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da carteira de identidade nº ________, expedida pelo ________, inscrita no CPF nº ________, residente e domiciliada à ________________________, FLÁVIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ________, expedida pelo ________, inscrito no CPF nº ________, residente e domiciliado à ________________________, e JOAQUIM, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ________, expedida pelo ________, inscrito no CPF nº ________, residente e domiciliado à ________________________, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. DOS FATOS Mencionam os autores que os réus, que são seus pais e irmão, firmaram um negócio jurídico de compra e venda de imóvel, que na verdade trata-se de herança. Alegando o primeiro e segundo réu que o terceiro não possuía residência própria de forma que venderam o imóvel sem a anuência dos autores, que também são herdeiros. Desta forma pode-se afirmar desde já, que o negócio jurídico deve ser anulado. Devendo ainda ser mencionado que o valor fixado foi de R$ 200 mil, valor este totalmente abaixo do de mercado, pois o valor seria na faixa de R$ 450 mil. Observando que o negócio em questão foi devidamente oficializado no registro geral de imóveis não restou alternativa senão ingressar com a presente ação. DOS FUNDAMENTOS Conforme se apura do art. 496, CC, a venda entre ascendente e descendente é anulável quando os demais descendentes não expressarem o consentimento. Pede-se venia, para transcrevê-lo: “É anulável a venda de ascendente e descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido”. Pode-se ainda apresentar o conceito doutrinário: “A venda realizada com inobservância do disposto no art. 496 é anulável, estando legitimados para a ação anulatória os descendentes preteridos. Como o Código Civil de 1916 não dizia se a venda era nula ou anulável, forte corrente doutrinária e jurisprudencial sustentava que era nula, porque os incisos IV e V do art. 145 do referido diploma cominavam tal pena ao ato praticado com preterição de alguma solenidade que a lei considerava essencial para a sua validade e quando taxativamente o declarava nulo ou lhe negava efeito. Entretanto, acabou prevalecendo a tese da anulabilidade, ao fundamento de que os tribunais admitiam a ratificação ou confirmação do ato pelo descendente — e somente a nulidade relativa pode ser sanada. Além disso, não se o anulava quando se demonstrava a inexistência de artifício fraudulento e a autenticidade da venda, sendo justo o preço pago pelo descendente-adquirente (RJTJSP, 136:305) - (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Obrigações: Parte Especial Contratos. Sinopses Jurídicas. 13ª Ed. São Paulo. Editora Saraiva, 2011. Pag. 83)”. Apresenta-se também o entendimento jurisprudencial: “Processo: REsp 725032 / RS; Relator: Ministro Hélio Quaglia Barbosa; Julgamento: 21/09/2006; Órgão Julgador: Quarta Turma; Publicação: Diário da Justiça do dia 13/11/2006; Ementa: RECURSO ESPECIAL. CIVIL. VENDA A DESCENDENTE. ART. 1.132 DO CC/1916. ART. 496 DO ATUAL CC. VENDA DE AVÔ A NETO, ESTANDO A MÃE DESTE VIVA. AUSÊNCIA DE CONSENTIMENTO DOS DEMAIS DESCENDENTES. ATO ANULÁVEL. DESNECESSIDADE DE PROVA DE EXISTÊNCIA DE SIMULAÇÃO OU FRAUDE. RECURSO NÃO CONHECIDO.” Assim sendo, observando ainda o teor do art. 104, III, CC, não foi respeitada a forma prevista em lei, pelo que o presente negócio jurídico deve ser anulado. DOS PEDIDOS Diante do exposto requer a Vossa Excelência: a) A citação dos réus para responder a presente sob pena de revelia e confissão se não o fizer; b) Que seja julgado procedente o pedido de anulação do negócio jurídico celebrado entre os réus, com a devida expedição de ofício ao cartório do RGI; c) A condenação dos réus ao pagamento de honorários advocatícios e custas processuais. DAS PROVAS Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial, documental, documental superveniente, testemunhal, pericial e depoimento pessoal dos réus. DO VALOR DA CAUSA Dá-se a causa o valor de R$ 200 mil. Nestes termos, pede deferimento. (Local) e (Data) ______________________ Nome do Advogado OAB / Sigla do Estado Universidade Estácio/Macaé - Daílis Coelho de Lima Barros Lopes - Matrícula: 201102323209
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