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Projeto para estabilização de talude
No estado de Santa Catarina, sob domínios de clima subtropical podem ocorrer escorregamentos de massas de manto de intemperismo, vinculados à ocorrência de chuvas intensas. Frentes frias que se originam na região polar antártica cruzam o oceano Atlântico e se deparam com massas de ar quente tropical, gerando fenômenos de instabilidade atmosférica intensos, constituindo fortes chuvas na região, bem como no oeste do estado.
 As precipitações pluviométricas intensas acarretam erosão intensa e escorregamentos de massas de solos podendo muitas vezes apresentar caráter catastrófico.
 As chuvas intensas representam assim como inúmeros outros fatores às condições que conduzem ao aparecimento de escorregamentos, quase todos os escorregamentos registrados em nosso meio fisiográfico estão associados a episódios de elevadas precipitações pluviométricas de duração de algumas horas até alguns dias. 
Na área urbana do município de Seara-SC, mais especificamente na Rua Tranquilo Borga, foi constatado um escorregamento de regolito localizado em uma encosta. Devido a precipitação pluviométrica muito intensa, dentre outros fatores antrópicos pode-se constatar o escorregamento de massa de solo, sendo necessárias ações de estabilização de encostas. 
A engenharia natural – bioengenharia de solos – consiste num conjunto de técnicas e métodos de engenharia, baseados não apenas na consideração dos aspectos técnicos, mas também na observância das regras ecológicas e na utilização das características biológicas da vegetação. 
As diferentes intervenções buscam desde o estabelecimento da vegetação de cobertura a fim de se evitar a erosão superficial, até mesmo a utilização de elementos vegetais combinados com materiais inertes como: madeira, arame, pedras, etc., onde os materiais inertes atuam como estabilizadores do talude até que as plantas, através de suas raízes, sejam capazes de realizar esta função.
 Técnicas de engenharia natural valorizam o emprego de soluções que possam contar o máximo possível, com a utilização de materiais construtivos locais especialmente quanto ao material vegetal. As técnicas de engenharia natural preconizam uma clara preferência por espécies nativas do local, que além de solução técnica representem uma adequação ambiental e estética condizente. 
Atualmente, uma visão biotécnica das intervenções pode ser aliada às técnicas tradicionais de engenharia. No caso específico deste projeto, intervenções com base em técnicas de restauração de áreas degradadas e engenharia natural, apresentam-se como alternativas viáveis de implantação de medidas corretivas e preventivas. Intervenções baseadas em técnicas de engenharia natural apresentam redução de custos, principalmente quanto à manutenção, quando comparadas às técnicas tradicionais, além de produzirem ganhos ecológicos e estéticos não encontrados nas correspondentes intervenções tradicionais.
Objetivo
O presente projeto tem por objetivo apresentar propostas conceituais que sirvam de diretriz geral na execução da proteção e revestimento vegetal das encostas localizadas junto a Rua Tranquilo Borga, município de Seara-SC. 
O estudo se propõe a melhorar as características ambientais da área e, concomitantemente, contribuir com o controle dos processos erosivos das encostas, por meio de intervenções baseadas em técnicas de recuperação de áreas degradadas e engenharia natural. 
Por fim, o presente projeto propõe-se a identificar, conceituar e descrever os processos e os fenômenos erosivos e de instabilidade geotécnica das encostas verificadas e desse modo propor técnicas baseadas em conceitos de engenharia natural para mitigar, corrigir e prevenir tais processos.
Metodologia
Inicialmente para a realização do presente estudo, recorreu-se aos métodos de investigação geológica.
 Primeiramente foram realizados levantamentos geológicos, consistindo na descrição dos solos e rochas encontrados na superfície do terreno. Neste estudo foi incluído a descrição geomorfológica da área em questão, permitindo a interpretação do relevo, assim como dos tipos de formações e estruturas geológicas ocorrentes.
 Nesse estudo foi possível analisar geotecnicamente a área em questão caracterizando a instabilidade do solo encontrada no local. Pelos cortes ocorrentes no terreno foi possível descrever os perfis de solos expostos e a litologia. 
As formas acidentadas de relevo que caracterizam a geomorfologia regional, no local não se apresentam diferentes. O local fragilizado, que sofreu escorregamento está no meio da encosta limitada por um patamar relativamente plano, onde situam- se três residências na Rua Tranquilo Borga, acima também localiza- se o talude íngreme até a rua 40 metros a montante. 
Desse modo após a visita no local recorremos a métodos de investigação geológica diretos para determinar as causas do escorregamento. ”Geologicamente trata-se de uma camada de manto de intemperismo 'solo' relativamente espesso. Sondagens podem revelar a profundidade do contato com a rocha. O declive pode favorecer o colapso, a instabilidade pode ocorrer naturalmente ou como consequência de cortes no terreno e retirada da vegetação natural. Precipitações pluviométricas atípicas podem desencadear fenômenos de solifluxao.” 
O local investigado encontra-se em área urbana no município de Seara-SC. Trata-se de um talude muito inclinado com inclinação na faixa dos 60° desestabilizado caracterizando solifluxão. Pode-se verificar no local que a vegetação foi removida desestabilizando o talude estando propícios a escorregamentos. 
A vegetação natural desempenha um importante papel na proteção do solo, e o desmatamento pode propiciar não somente o aparecimento da erosão, mas também de movimentos coletivos de solos. De um modo geral a atuação da mata nativa se dá no sentido de reduzir a intensidade da ação dos agentes do clima no maciço natural assim favorecendo a estabilidade das encostas. 
Execução
A proteção de taludes e encostas com utilização da biomanta visa a ação imediata contra o efeito de agentes erosivos e processos de deslocamento de partículas finas do solo, que danificam ou reduzem a capacidade do sistema de drenagem superficial de proteção do corpo estradal, ou ainda favorecem a instabilidade geomecânica destes locais (LINHARES, 2011).
 A aplicação destas mantas sobre o solo de fraca estrutura e grande fragilidade ao processo erosivo tem sido bastante útil, pois, insere na superfície do mesmo uma nova estrutura que permitirá o desenvolvimento das espécies vegetais selecionadas, como também, o restabelecimento do sistema de drenagem natural (LINHARES, 2011). 
As biomantas antierosivas, fazem parte de um grupo de materiais denominado pelos especialistas de controle de erosão como Produtos em Rolo para Controle de Erosão, ou ainda Geocinéticos (COUTO, 2010). As primeiras biomantas foram desenvolvidas nos Estados Unidos, utilizando-se fibras de juta (PEREIRA; COELHO, 1998. apud. COUTO, 2010).
 As biomantas te m por objetivo proteger o solo nos períodos iniciais dos projetos de contenção da erosão em taludes, atuando assim antes da vegetação se estabelecer. Estas são parte essencial da engenharia ambiental na recomposição de vegetação em áreas degradadas, porque estas: Protegem o solo imediatamente contra erosão superficial; Atuam como Mulch (cobertura seca de solo) na germinação de sementes; Reduzem a evaporação da água no solo e a insolação direta sobre o mesmo; Favorecem a infiltração da água no solo. 
Anterior a aplicação da biomanta é necessário que o talude esteja o mais regular possível, sendo feito manual ou mecanicamente, eliminando as concavidades ou partes negativas do talude, objetivando com isto que as biomantas fiquem totalmente aderidas a superfície. Após, deve ser feito o preparo do solo para receber as sementes ou as mudas.
A partir, aplica-se a manta, desenrolando as bobinas, iniciando sempre do topo do talude, as bobinas devem ser sobrepostas 5 cm no seu encontro com a bobina ao lado. Fixando estas com gramposde aço, bambu ou madeira, distanciados aproximadamente 40 cm entre si no início do talude. Também é necessário ao longo da superfície do talude e das sobreposições executar fixações utilizando grampos, a quantidade de grampos e distancia entre eles deve se levar em conta a inclinação do talude. Apesar de diferentes desempenhos e características, as biomantas são fixadas da mesma maneira. A partir daí resta esperar a natureza fazer seu trabalho e as sementes e germinarem e começar a crescer (DNIT, 2006). 
É importante salientar que a segurança do projeto está diretamente ligada a fixação da biomanta no solo, sua fixação inadequada gerará dificuldade para que a vegetação a ultrapasse, além disso poderá causar focos erosivos no local de má aderência, devido ao escoamento livre da água (GALAS, 2006). 
Conclusão
Tendo em vista que se faz necessária a reestruturação desta área para que possa representar realmente um local de proteção ambiental, com espécies vegetais nativas, atraindo assim a fauna que vai usufruir do local, bem como ajudar na regeneração natural da área com a dispersão de sementes.
 Em se tratando do passivo ambiental, deve-se considerar que são necessárias medidas de recuperação e conservação ambiental, para que os efeitos não sejam potencializados, pelo extenso impacto provocado por medidas de tratamento tradicionais, de modo que se recomenda como medida básica de intervenção proceder à proteção dos taludes por meio de uma proteção vegetal reforçada em suas faces. 
A principal função de tal intervenção é auxiliar à estabilização do talude, que atualmente apresenta-se exposto (sem cobertura vegetal) e sujeito à ação contínua de água proveniente das chuvas, potencializando e mesmo desencadeando processos erosivos e de desestabilização.
 O projeto proposto irá interferir diretamente no talude, revegetando-o, porém tomando cuidado para utilizar espécies que supram a necessidade e não sejam invasoras, possibilitando assim que com o tempo a vegetação nativa possa se recompor naturalmente. 
Recomenda-se que o projeto passe por avaliação dos órgãos ambientais competentes de forma a trabalhar conciliando o social com ambiental, levando em consideração a legislação ambiental vigente.

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