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Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da ___ª Vara Cível do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba – Paraná. VIBE BAR LTDA ME, sociedade inscrita no CNPJ/MF sob o n. 04.784.376/0001-95, com sede na Rua desembargador Motta, n. 2311, Centro, Cep: 80.420-190, Curitiba - PR, por seu sócio CARLOS FRANCISCO CIVITATE JUNIOR, brasileiro, solteiro, empresário, portador da CI/RG n. 1.372.301-0/PR, inscrito no CPF/MF sob n. 850.215.719-15, residente e domiciliado na Rua Paulo Jacomel, n. 79, Uberaba, CEP 81.570-240, Curitiba/PR , vêm, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS em face de GLOBAL VILLAGE TELECOM LTDA., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n. 03.420.926/0001-24, situada na Av. Joao Paulino Vieira Filho, n.752, 2º andar, Zona 07, CEP 87.020- 015, Maringá, Paraná, pelas razões de fato e de direito que passa a expor. I – DOS FATOS D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 A requerente firmou contrato de telefonia fixa com a requerida, adquirindo três linhas telefônicas para seu estabelecimento comercial. Nestas linhas, funcionam as maquinas de cartão de crédito do estabelecimento. No dia 15/07/2012 (domingo), aproximadamente por volta de 02:00 hrs, quando os primeiros clientes do estabelecimento começaram a deixar o local e se direcionaram ao caixa, foram surpreendidos com a impossibilidade de realizar o pagamento por meio de cartão de crédito, tendo em vista a falha na prestação do serviço de telefonia da requerida, nas linhas em que as máquinas de cartão estavam ligadas. O sócio da requerente, ao ser informado do problema, imediatamente ligou para o serviço de teleatendimento da requerida, que sequer forneceu numero de protocolo de atendimento, tampouco esclareceu se a ligação estava ou não sendo gravada. O atendente informou que em 24 hrs um técnico iria ao local para verificar o ocorrido. O requerente explicou que tratava-se de estabelecimento comercial em pleno funcionamento, razão pela qual a espera de até 24 hrs para solucionar a questão era inviável. O Atendente mencionou que poderia ser problema de vandalismo na caixa telefônica localizada a menos de 400m do estabelecimento do requerente. No entanto, a requerida não tomou providências para verificar essa alegação. Na segunda-feira, dia 16/07/2012, às 16:00 hrs, um funcionário da requerida ligou para marcar uma avaliação no local, com o intuito de verificar as providências necessárias. Contudo, no momento em que o técnico ligou, as linhas já haviam voltado a funcionar, e os clientes da requerida já haviam deixado o estabelecimento sem providenciar o pagamento, em virtude do não funcionamento da máquina de cartão de crédito, deixando tão somente recibos com assinatura e telefone. D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 Em que pese o esforço da Requerente em cobrar os tais recibos, os valores não foram recebidos, gerando grande prejuízo ao requerente (planilha e comandas em anexo). Conforme se demonstra nos fechamentos de caixa em anexo, as máquinas de cartão de crédito são essenciais ao bom funcionamento do estabelecimento e, portanto, a ausência delas implica em perda considerável. Não bastasse todo o prejuízo acarretado, o requerente, ao tomar conhecimento do problema nas linhas telefônicas em que funcionavam as máquinas de cartão de crédito, imediatamente avisou o ocorrido aos clientes que ainda não haviam adentrado no estabelecimento, momento em que muitos deles desistiram de frequentar o local, diminuindo drasticamente o número de clientes e o lucro do requerente (fechamento de caixa em anexo). Não há dúvidas de que a requerida falhou na prestação dos serviços contratados, não prestando o atendimento adequado quando solicitado, gerando alto prejuízo ao requerente, que dependia de sua linha para receber os valores consumidos por seus clientes, razão pela qual tem o dever de indenizar o requerente por todo prejuízo sofrido. Confiante, porém, de que ao Judiciário compete promover a justiça entre os particulares, a requerente vem a juízo pleitear a condenação da demandada em danos materiais e morais. II – DO DIREITO II.a) DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR A presente demanda deve ser analisada sob a ótica da legislação consumerista, em razão de ser a requerente consumidora final dos serviços prestados pela requerida, nos moldes do artigo 2° da Lei n° 8.078/90. Outrossim, a requerida se adéqua à figura de fornecedora, tal como delineado pelo D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lidaç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 artigo 3° da Lei 8078/90 e sua atividade econômica se amolda ao conceito legal de serviço, previsto no parágrafo 2°, do artigo 3° do Código de Defesa do Consumidor. Assim sendo, além de ter garantida a facilitação de sua defesa, a requerente deve ter a seu favor a aplicação do Código de Defesa do Consumidor para o fim de comprovar a falha na prestação de serviços e existência de danos materiais e morais decorrentes da conduta da requerida. Impõe-se, portanto, seja a requerida condenada a ressarcir os prejuízos sofridos pela requerente em decorrência da falha na prestação do serviço e posterior omissão no atendimento. II.b) DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA Em lides dessa natureza é patente a desproporção entre as posições do fornecedor e do consumidor, estando este em situação precária em relação àquele. Deste modo, considerando a hipossuficiência técnica da requerente, faz-se cogente a inversão do ônus probatório, devendo a requerida provar que não há verossimilhança nos fatos ora articulados. Nesse sentido é a redação do art. 6º, inc. VIII, da Lei 8078/90 que fixa, como direito básico do consumidor, “a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências”. Sobre esse tema, corroborando o entendimento acima alinhado, profere a doutrina: (...) Entender, então, a produção das provas em casos que envolvam as relações de consumo é compreender toda a principiologia da Lei 8.078, que pressupõe, entre outros princípios e normas, a vulnerabilidade do consumidor, sua hipossuficiência (especialmente em técnica de informação, D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 mas também econômica, como se verá), o plano geral da responsabilização do fornecedor, que é de natureza objetiva etc. Ao lado disso, tem-se, na lei consumerista, as determinações próprias que tratam da questão da prova. Na realidade é a vulnerabilidade reconhecida no inciso I do art. 4º que principalmente justifica a proteção do consumidor nessa questão da prova.” (Rizzatto Nunes, Luiz Antônio. Comentários ao código de defesa do consumidor. 4. ed. rev. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 149- 150) Analisando a expressão “critério do juiz” constante da redação do dispositivo legal em comento, prossegue RIZZATTO NUNES: (...) Diga-se inicialmente que agir com critério não tem nada de subjetivo. ‘Critério’ é aquilo que serve de base de comparação, julgamento ou apreciação; é o princípio que permite distinguir o erro da verdade ou, em última instância, aquilo que permite medir o discernimento ou a prudência de quem age sob esse parâmetro. No processo civil, como é sabido, o juiz não age com discricionariedade (que é medida pela conveniência e oportunidade). Age sempre dentro da legalidade, fundando sua decisão em bases objetivas. (...) Vale dizer, deverá o magistrado determinar a inversão. E esta se dará pela decisão entre duas alternativas: verossimilhança das alegações ou hipossuficiência. Presente uma das duas, está o magistrado obrigado a inverter o ônus da prova. (idem. p. 150-151) - grifos nossos Não destoa disso a jurisprudência do egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná: AGRAVO INTERNO. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NEGA SEGUIMENTO A AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATOS BANCÁRIOS. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DA CONSUMIDORA. RELAÇÃO DE CONSUMO EQUIPARADA. TEORIA FINALISTA. MITIGAÇÃO. VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. NECESSIDADE. HIPOSSUFICIÊNCIA TÉCNICA E ECONÔMICA DA D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 AGRAVADA. ENTEDIMENTO JURISPRUDENCIAL DOMINANTE. NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE PROVA. LIVRE CONVENCIMENTO E PRUDENTE ARBÍTRIO DO JUIZ, DESTINATÁRIO DA PROVA. NÃO HÁ FALAR EM PREQUESTIONAMENTO DE DISPOSITIVOS LEGAIS, POIS NÃO É NECESSÁRIO QUE O ACÓRDÃO FAÇA MENÇÃO EXPRESSA AOS ARTIGOS DE LEI, BASTANDO QUE EXPONHA A MATÉRIA DISCUTIDA E A APRECIE DE MANEIRA ABRANGENTE. DECISÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. (TJPR - 16ª C.Cível - A 928491-7/01 - Londrina - Rel.: Magnus Venicius Rox - Unânime - J. 08.08.2012). Grifo nosso. Logo, requer-se a aplicação do Código de Defesa do Consumidor, inclusive no tocante à inversão do ônus probatório, prevista no inciso VIII do artigo 6°, em razão de estarem presentes a verossimilhança das alegações e a hipossuficiência técnica da requerente. II.c) DA FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOConforme se observa dos fatos narrados, a requerida prestou serviço falho à requerente, acarretando prejuízo grandioso que deve ser ressarcido. Aliás, não faltam previsões, na Lei 8.078/90, acerca desse direito básico do consumidor. Vejamos: Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Ensina Fábio Henrique Podestá que “A exigência legal do art.14 é justificada para que o consumidor receba ou usufrua de um serviço D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 principalmente com qualidade e segurança” (Código de Defesa do Consumidor. São Paulo, Editora Revista dos Tribunais. 2010. p. 146). No caso dos autos, houve evidente lesão ao dever de fornecimento de serviço com qualidade, ocasionando prejuízos ao requerente. A interrupção do serviço por determinado período de tempo foi extremamente gravosa ao requerente, adequando-se ao conceito de serviço defeituoso previsto pelo artigo 14, §1, incisos I e II do CDC. Art. 14. (...) § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido. No caso em tela, o fornecimento da linha telefônica contratada ocorreu de forma defeituosa, interrompendo-se o serviço sem causa aparente ou explicação plausível. Ademais, o resultado razoalvelmente esperado da contratação da linha, tendo em vista que o requerente sempre cumpriu suas obrigações oriundas do contrato formulado, era o pleno funcionamento da mesma. A contratação de serviços é norteada pelo binômio confiança-segurança/qualidade. O requerente contratou os serviços da requerida por acreditar que seriam prestados com excelência. Contudo, o serviço não foi prestado de modo satisfatório. Não bastasse a falha na prestação do serviço de telefonia que acarretou o desligamento das máquinas de cartão de crédito, ao tentar D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 solucionar o problema via Call Center, não obteve resultado, configurando-se novamente falha na prestação de serviço. Sobre o atendimento deficitário do Call Center, posiciona- se o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - SEGURO DE VEÍCULO - TENTATIVAS FRUSTRADAS DE SOLICITAR A PRESTAÇÃO DO SERVIÇO POR MEIO DO ATENDIMENTO TELEFÔNICO - DESCASO E DESRESPEITO COM O CONSUMIDOR - DANO MORAL CONFIGURADO - APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 1.8 DA TRU/PR - FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO - SENTENÇA MANTIDA Recurso conhecido e improvido. DECISÃO: Diante do exposto, resolve esta Turma Recursal, por unanimidade de votos, conhecer do recurso e, no mérito, negar provimento, nos exatos termos do voto. (TJPR - 2ª Turma Recursal - 20120002814-0 - Curitiba - Rel.: Sigurd Roberto Bengtsson - J. 23.08.2012). Grifos nossos Esta falha grave no atendimento da requerida, a título de analogia, inclusive foi objeto do enunciado 1.6 da TRU/PR que expõe “Configura dano moral a obstacularização, pela precariedade e/ou ineficiência do serviço de call center, por parte da empresa de telefonia, como estratégia para não dar o devido atendimento aos reclamos do consumidor”. Grifo nosso. Ante ao exposto, a condenação da requerida em danos materiais e morais é medida que se impõe, diante das sucessivas falhas na prestação do serviço contratado. III.g) DOS DANOS MATERIAIS D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 Conforme se extrai dos fatos narrados e dos documentos anexados à exordial, grandes foram os prejuízos suportados pela requerente em decorrência da falha na prestação dos serviços telefônicos oferecidos pela requerida. No caso em tela, não obstante a requerente venha adimplindo sempre com suas obrigações, a requerida, por motivo não sabido, deixou de fornecer os serviços pactuados, essenciais para o funcionamento da requerente. A requerente sofreu prejuízos de ordem material pela ausência de pagamento das coisas consumidas no estabelecimento, perda estano importe de R$ 3.607,00. Além disso, outro prejuízo de ordem material, este calculado com o montante que razoavelmente se deixou de ganhar com a diminuição de clientes no estabelecimento, chega a alcançar inacreditáveis R$ 9.000,00 (média de faturamentos anteriores em anexo). Isto porque, é cediço que nos dias de hoje a maioria dos frequentadores de casas noturnas dificilmente quitam em dinheiro suas dívidas, em virtude, inclusive, do valor alto gasto pelos clientes. Sendo assim, ao serem noticiados sobre a impossibilidade de pagar os produtos consumidos utilizando-se de cartão de crédito, parte da fila em frente à empresa se desfez rapidamente. O Código Civil brasileiro estabelece, em diversas passagens (arts. 186, 187 e 927), a obrigação de reparação do dano para aqueles que o cometeram ou o ensejaram. No mesmo sentido, o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90), determina a proteção do consumidor, impondo, como um direito básico, a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais. D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 Vale frisar, aliás, nos termos do art. 2° e art. 3°, caput e § 2° da Lei 8.078/90, a inafastável aplicação do Código de Defesa do Consumidor à presente demanda, inclusive com a inversão do ônus da prova. O pleito de indenização pelos danos materiais deve ser analisado sob a ótica da boa-fé contratual e à luz da legislação consumerista, sob pena de negar a existência do direito como instrumento para realização de justiça. -DANO EMERGENTE Sobre o Dano Emergente, Maria Helena Diniz expõe que: “ consiste num deficit real e efetivo no patrimônio do lesado, isto é, numa concreta diminuição em sua fortuna, seja porque se depreciou o ativo, seja porque aumentou o passivo, sendo, pois, imprescindível que a vítima tenha, efetivamente, experimentado um real prejuízo”. A tabela de cobrança em anexo, não deixa dúvidas do prejuízo efetivamente experimentado pela requerente, que até o momento, após quase dois meses de constantes cobranças, não recuperou os valores perdidos no dia da lamentável falha na prestação de serviços. Evidente pois a necessidade de ressarcimento pelo déficit efetivo no patrimônio da lesada, no importe de R$ 3.607,00. -LUCROS CESSANTES Demonstrada, até então, a efetiva ocorrência de danos emergentes, cumpre destacar a necessária condenação da ré ao pagamento de lucros cessantes à autora. Sobre o assunto, veja-se, inicialmente, trecho de relatório e voto do Ministro Sidnei Beneti, do Superior Tribunal de Justiça: A indenização deve, como se disse, abranger lucros cessantes, que, como se assinalou, são valores que a D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 segurada razoavelmente deixou de ganhar com a não retomada de negócios a partir da data em que devia ter recebido a indenização securitária. Já firmou, aliás, este Tribunal: "Já decidiu esta Corte que, descumprindo a seguradora o contrato, causando danos adicionais ao segurado, que por isso fica impossibilitado de retomar suas atividades normais, são devidos lucros cessantes" (REsp 593196/RS, Rel. Min. HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, DJ 17.12.2007). REsp 839.123-RJ (2006/0056683-1). Voto do Relator Ministro Sidnei Beneti. Grifos nossos Os lucros cessantes podem ser definidos como valores que normalmente se deixou de lucrar, além daqueles valores que realmente não foram auferidos, ambos abrangidos pelas perdas e danos, conforme bem demonstra o art. 402 do Código Civil. ”Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.” Durante o lapso temporal compreendido entre o momento em que as linhas deixaram de funcionar e o momento em que retornaram ao seu funcionamento ideal, o requerente deixou de receber uma grande quantidade de clientes, fato que incontestavelmente reduziu seu lucro, conforme demonstram os fechamentos de caixa em anexo. Justa e necessária é, portanto, a condenação da requerida ao pagamento daquilo que a requerente deixou de ganhar. Afinal, as hipóteses caracterizadoras do lucro cessante, no presente caso, só ocorreram em virtude do descaso da requerida em resolver uma falha nos serviços contratados. III. h) DOS DANOS MORAIS Deve a requerida indenizar os danos morais suportados pela requerente em decorrência da abusividade de sua conduta. D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. CarvalhoSérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 O dano moral pode ser conceituado como uma "lesão que atinge valores físicos e espirituais, a honra, nossas ideologias, a paz íntima, a vida nos seus múltiplos aspectos, a personalidade da pessoa, enfim, aquela que afeta de forma profunda não os bens patrimoniais, mas que causa fissuras no âmago do ser, perturbando-lhe a paz de que todos nós necessitamos para nos conduzir de forma equilibrada nos tortuosos caminhos da existência.", como bem define CLAYTON REIS (Avaliação do Dano Moral, 1998, Editora Forense). No campo da responsabilidade civil, diz-se que a indenização pelo dano moral tem um duplo efeito: confortar o lesado e desestimular o ofensor. A requerente sempre honrou rigorosamente seus compromissos financeiros com a requerida, o que torna ainda mais injustificada a falha na prestação de serviços em momento crucial de desenvolvimento da atividade da requerente. Aliás, acerca do dano moral da pessoa jurídica, o Superior Tribunal de Justiça já afirmou ser perfeitamente possível, pacificando seu entendimento por intermédio da Súmula 227: “A pessoa jurídica pode sofrer dano moral”. O nosso Tribunal de Justiça também assim tem entendido: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS JULGADA PROCEDENTE PROTESTO DE DUPLICATA SEM CAUSA DANO MORAL VERIFICADO - HONRA OBJETIVA DA PESSOA JURÍDICA VIOLADA INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº 227 DO STJ - PROVA DO PREJUÍZO - DESNECESSIDADE - INDENIZAÇÃO DEVIDA QUANTUM INDENIZATÓRIO MANUTENÇÃO LIDE SECUNDÁRIA ACERTADAMENTE JULGADA IMPROCEDENTE SENTENÇA CONFIRMADA RECURSO APELAÇÃO NEGA PROVIMENTO.1.- "A pessoa jurídica pode sofrer dano moral" (Súmula 227 do Superior Tribunal de Justiça). Assim, o protesto indevido (de duplicata sem causa) acarreta prejuízo à reputação da pessoa jurídica, donde se presume o dano extrapatrimonial D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 que ela sofre em virtude desse ato malquisto; 2.- A condenação em danos morais no importe fixado pela sentença (R$ 9.447,15 equivalente a 15 vezes o valor do titulo) mostra-se adequada ao caso em tela porque permite ao lesado uma compensação comedida sem acarretar ônus excessivo à parte que deve indenizar;(...) TJ-PR. Acórdão 19303. 9ª C.C. Apelação Cível 0453766-8. Relator. Sérgio Luiz Patitucci. Julg. 12/11/2009. Grifos nossos Sobre a fixação do valor devido a título de danos morais à pessoa jurídica, o Tribunal de Justiça do Paraná também assim se pronunciou: RECURSO DE APELAÇÃO RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS MORAIS. (...) 2. O valor da indenização por danos morais, o qual fica a cargo do juiz, deve ser fixado de maneira comedida, atentando-se as peculiaridades das partes e do caso concreto, (...) sem olvidar, contudo, seu caráter pedagógico de reprimenda pecuniária. Sopesadas essas diretrizes, faz-se necessária a majoração da indenização por danos morais para o patamar R$ 15.000,00 (quinze mil reais), pois melhor se enquadra com os objetivos deste feito e a jurisprudência desta Câmara em casos análogos. RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. RECURSO ADESIVO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. TJPR - 8ª C.Cível - AC 0371792-4 - Bela Vista do Paraíso - Rel.: Juiz Subst. 2º G. José Sebastiao Fagundes Cunha - Unânime - J. 30.07.2009. Grifos nossos Como visto, o valor da indenização, a ser arbitrado pelo juízo deve possuir caráter pedagógico, de modo a coibir práticas semelhantes. Nesse sentido, não se pode deixar de lembrar que pequenas condenações em face de pessoas jurídicas que agregam grandes patrimônios estimulam as práticas combatidas judicialmente. Empresas que empreendem valores vultosos no mercado não se intimidam com condenações irrisórias e acabam por repetir as ilegalidades. A esse respeito, leciona Carlos Alberto Bittar: A indenização por danos morais deve traduzir-se em montante que represente advertência ao lesante e à sociedade de que não se aceita o comportamento assumido, ou o evento lesivo advindo. Consubstancia-se, portanto, em importância compatível com o vulto dos D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 interesses em conflito, refletindo-se, de modo expresso, no patrimônio do lesante, a fim de que sinta, efetivamente, a resposta da ordem jurídica aos efeitos do resultado lesivo produzido. Deve, pois, ser quantia economicamente significativa, em razão das potencialidades do patrimônio do lesante (in Reparação Civil por Danos Morais, Editora Revista dos Tribunais, 1993, p. 220) - grifos nossos No mesmo sentido, Regina Beatriz Tavares da Silva afirma que: Os dois critérios que devem ser utilizados para a fixação do dano moral são a compensação ao lesado e o desestímulo ao lesante. Inserem-se nesse contexto fatores subjetivos e objetivos, relacionados às pessoas envolvidas, como análise do grau da culpa do lesante, de eventual participação do lesado no evento danoso, da situação econômica das partes e da proporcionalidade ao proveito obtido como ilícito. [...] Em suma, a reparação do dano moral deve ter em vista possibilitar ao lesado uma satisfação compensatória e, de outro lado, exercer função de desestímulo a novas práticas lesivas, de modo a "inibir comportamentos anti-sociais do lesante, ou de qualquer outro membro da sociedade", traduzindo-se em "montante que represente advertência ao lesante e à sociedadede que não se aceita o comportamento assumido, ou o evento lesivo" (Novo Código Civil Comentado, São Paulo, Saraiva, 2002, p. 841 e 842) - grifos nossos E que não se alegue eventual ausência de provas do dano moral suportado pela requerente, pois os fatos relatados e documentalmente provados nos autos evidenciam sua ocorrência. Ademais, o nosso Tribunal de Justiça tem entendimento já pacificado no sentido de que: A doutrina e a jurisprudência majoritárias consideram que a ofensa moral prescinde de comprovação probatória da sua ocorrência, bastando comprovar o ato ilícito, já que o dano moral se presume. Nesse sentido "não há que se D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 falar em prova de dano moral, mas, sim, na prova do fato que gerou a dor, o sofrimento, sentimentos íntimos que o ensejam" (Precedentes: Resp. 261.028/RJ, Rel. Min. Menezes Direito; REsp. 294.561/RJ, Rel. Aldir Passarinho Júnior; REsp. 661.960/PB, Rel. Min. Nancy Andrighi). TJPR - 9ª C.Cível - AC 0567000-6 - Foro Central da Região Metropolitana de Curitiba - Rel.: Des. Renato Braga Bettega - Unânime - J. 24.09.2009) – grifos nossos O dano moral sofrido pela requerente é de uma grandeza extraordinária. Afinal, todo o ocorrido gerou muito estresse, muita perturbação de sossego, muito tempo perdido com as inúmeras ligações. Além disso, abalou a credibilidade da requerente perante seu clientes, gerando desconforto acerca da forma de pagamento. Não bastasse isso, a requerida, diante da grave falha em sua prestação de serviço, deixou de prestar o devido atendimento, assumindo, portanto, os efeitos de sua decisão. Os reflexos negativos do descaso da requerida são imensuráveis. Sendo assim, imperioso se faz condenar a requerida a pagar, a título de danos morais, quantia de caráter pedagógico, afim de coibir a reiterada prática de atos semelhantes. III.i) DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO Por tudo o que foi exposto, considerando que a requerente está na condição de consumidor e havendo imperfeição nos serviços prestados pela empresa de telefonia, inescusável é o seu dever de reparar os danos causados, a teor do art. 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor, além do art. 931 do Código Civil. Ainda, o Código de Defesa do Consumidor assegura a reparação do dano patrimonial e moral, sofrido pelo consumidor de bens ou serviços (art. 6º), resguardando a teoria objetiva da responsabilidade da fornecedora de bens ou serviços (art. 14), “independentemente da existência de culpa”. D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 Observe-se, ainda, que o bem jurídico imaterial, composto de sentimento, de caráter, de dignidade e de honradez, foi injustamente agravado e ofendido pela requerida, que foi negligente ao ferir a imagem e a credibilidade da requerente. Nesse sentido, a conhecida redação do inciso X do artigo 5º da Constituição Federal: “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. IV – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS Ante o exposto, a requerente pede e requer: a) a total procedência da demanda, com a inversão do ônus da prova em favor da requerente; b) a condenação da requerida ao pagamento de indenização por danos materiais e morais, bem como ao pagamento de indenização referente aos lucros cessantes, em valor a ser arbitrado pelo digníssimo juízo; c) a citação da requerida por carta com aviso de recebimento (AR), para comparecer à audiência conciliatória oportunamente designada, sob pena de revelia; d) a condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios; e) Requer, ainda, a produção de todas as provas em direito admitidas; f) Por fim, requer-se que todas as futuras intimações sejam realizadas obrigatoriamente em nome da advogada Márjorie Azevedo R. Forti, OAB/PR 32.079, sob pena de nulidade. D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial Fabio Forti Patrícia Valdivieso Hessel Márjorie Ruela de Azevedo Forti Thierry Phillipe Souto Costa Cristina Malaski Almendanha Antonio Gomes Moreira Filho Janaína Elias Chiaradia Lucas José Novaes V. dos Santos Lígia Coutinho de Espíndola Daniela Avila Luiz Eduardo V. Carvalho Sérgio Luiz Piloto Wyatt www.fortiadvogados.com.br | contato@fortiadvogados.com.br | +55 41 3029-0081 | R. Santa Clara - 483, Curitiba/PR - 82200380 Dá-se à causa o valor de R$ 43.194,13 (quarenta e três mil, cento e noventa e quatro reais e treze centavos). Termo em que aguarda deferimento. Curitiba, 21 de janeiro de 2013. Márjorie R. de Azevedo Forti Lígia Coutinho de Espíndola OAB/PR 32.079OAB/PR 61.712 D oc um en to a ss in ad o di gi ta lm en te , c on fo rm e M P nº 2 .2 00 -2 /2 00 1, L ei n º 1 1. 41 9/ 20 06 , r es ol uç ão d o Pr oju di, do TJ PR /O E Va lid aç ão d es te e m h ttp :// po rta l.t jpr .ju s.b r/p roj ud i - Ide nti fic ad or: P JX DV A PA MT 9R A4 8 J XA 8K PROJUDI - Processo: 0002315-26.2013.8.16.0001 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Marjorie Ruela de Azevedo Forti, 21/01/2013: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
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