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Uberlândia 2017 LIDIANA LUZIA SILVA ARAÚJO SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO PEDAGOGIA PROTAGONISMO INFANTIL: Como o professor pode promover o protagonismo infantil Uberlândia 2017 PROTAGONISMO INFANTIL: Como o professor pode promover o protagonismo infantil Trabalho de Pedagogia apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Organização e Didática na Educação Infantil; Arte Educação e Música; Ludicidade e Educação; Prática Pedagogia Interdisciplinar: Infância e suas Linguagens; Seminário Interdisciplinar IV. Orientador: Prof. Tatiane Jardim, Bruna Donato, Patrícia Proscencio, Fabiana Lopes, Lucy Mara Conceição. LIDIANA LUZIA SILVA ARAÚJO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3 2 DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 4 3 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 8 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 9 3 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho acadêmico tem por finalidade abordar o tema protagonismo infantil e participação infantil. Utilizou-se os conhecimentos adquiridos nas disciplinas ministradas no semestre, nas leituras realizadas e também na leitura proposta nas orientações. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica teórico-conceitual embasando aspectos da prática com crianças de 3 a 5 anos. Associou-se os conhecimentos adquiridos nas leituras propostas com a importância da participação infantil nas atividades escolares. Respondeu-se à questão levantada na orientação de quais ações o professor deve realizar para promover o protagonismo infantil. Uma das características necessária para que a criança faça diferença no meio em que vivem é o protagonismo transformador, pois com ele podemos promover mudanças, identificar oportunidades e tomar iniciativas. A vivência da criança no decorrer dos anos traz consigo diversas experiências e através delas cria-se várias competências como por exemplo o protagonismo. Os talentos das crianças se manifestam em vários lugares, mas há um lugar que eles se potencializam que é na escola. A escola é um espaço de aprendizado e troca de experiências, porém o professor passou de transmissor para mediador, norteando a criança nas atividades, e é na escola que o aluno passa a ser o protagonista do processo ensino-aprendizagem. 4 2 DESENVOLVIMENTO Originária do latim, a palavra protagonista “protos” – principal, primeiro, e de “agonistes” – lutador, competidor, é o processo de protagonizar, de ser o protagonista, o ator principal. De acordo com o volume 2 do RCNEI (Referencial Curricular Nacional para A Educação Infantil), conceber uma educação em direção à autonomia significa considerar as crianças como seres com vontade própria, capazes e competentes para construir conhecimentos, e, dentro de suas possibilidades, interferir no meio em que vivem. (MEC, 1998, p. 14). No protagonismo infantil de acordo com o contexto escolar, a criança está no centro do processo educativo, e suas vontades, limites e necessidades devem ser levadas em respeitadas. Ao pensar na expressão “protagonismo infantil” construímos vários conceitos, mas na educação o que de fato este termo representa, e suas fontes e perspectivas são a origem do pensamento do professor italiano Loris Malaguzzi nascido em 23 de fevereiro de 1920. Malaguzzi vivia em Reggio Emília cidade situada do nordeste da Itália. Logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, o educador idealizou a teoria pedagógica que fez com que sua cidade fosse reconhecida mundialmente pela sua pedagogia diferenciada, o objetivo era mostrar uma pedagogia voltada para a criança, a compreendendo como ser capaz de fazer suas próprias escolhas e, assim, sendo protagonista na construção do seu conhecimento. A forma que os professores da cidade Reggio Emília trabalham com as crianças, seus colegas docentes e pais de alunos, fez com que alguns escritores ingleses adotassem diversas expressões para denomina-la. Rinaldi prefere manter a originalidade da palavra progettazione, para denominar a forma de trabalho realizadas nestas escolas. Ela também acrescenta que este conceito representa uma abordagem elaborada acerca das hipóteses iniciais e do trabalho de sala de aula, estando sujeita a modificações no decorrer do processo, dado que este não ocorre de forma linear, pois pode ir e voltar dependendo da maneira como seus protagonistas interajam. Esta forma de planejamento opõe-se ao termo programmazione que, por sua vez, traz a ideia de currículos, programas ou estágios. (RINALDI, 2012) 5 Ao analisar e estudar a respeito do lugar que a criança ocupa na Educação Infantil conclui-se que elas se desenvolvem perante circunstâncias adversas no início da vida e que as práticas culturais podem interferir de diversas formas, pois estão presentes no momento que sua personalidade é formada. Para compreendermos as relações interpessoais e situações que acontecem no espaço escolar, é preciso analisar as mediações do grupo social da instituição, pois estão incontestavelmente vinculadas a seu funcionamento nos domínios intelectuais, do afeto e da linguagem. Ao comentar Vygotsky (1986), Cotta (2005) assinalou que uma das funções básicas do brincar é permitir que a criança aprenda a resolver situações conflitantes que vivencia no seu dia a dia, ainda que, nesse caso, com a intervenção do adulto. No brincar concebido como prática cultural, as crianças interpretam e modificam as regras de seu cotidiano e revivem as suas histórias e as histórias alheias (COTTA, 2005, p. 42) Quando a criança passa a participar do ambiente de uma creche, ela inicia o processo de viver principalmente a fase do sensório motor, explorando e descobrindo o mundo ao seu redor, estabelecendo suas primeiras experiências comunicativas e de intercâmbio interpessoal. Nessa fase de desenvolvimento, o professor precisa estar atento e oferecer atividades que sejam ricas e significativas, para que a criança possa desenvolver o autogoverno. Acredita-se que os educadores de creches possuem um material humano extremamente rico e aberto à experiência, mas precisam de formação adequada e consciência do seu papel na formação dessas crianças. Entretanto, há lacunas nas deliberações e formulações de políticas, situando ações voltadas à educação infantil na contramão de políticas e orientações oficiais e teóricas sobre o desenvolvimento da criança (ARIOSI, 2014). A ação do professor de educação infantil, como mediador das relações entre as crianças e os diversos universos sociais nos quais elas interagem, possibilita a criação de condições para que elas possam, gradativamente, desenvolver capacidades ligadas à tomada de decisões, à construção de regras, à cooperação, à solidariedade, ao diálogo, ao respeito a si mesmas e ao outro, assim como desenvolver sentimentos de justiça e ações de cuidado para consigo e para com os outros (BRASIL, 1998, p.43). Para que isso aconteça, o professo deve ouvir e compreender as necessidadesdos alunos, utilizando o princípio de escuta, o que 6 fará com que o professor identifique os caminhos formados durante o processo de ensino e aprendizagem, e crie um laço de afeto com a criança. Segundo Malaguzzi (1999), as crianças são potentes, ricas e com cem linguagens, cabendo ao professor fazer um trabalho mediador, relacionando-se tanto com as crianças quanto com suas famílias. Assim sendo, ressalta-se que, de acordo com Malaguzzi (1999), o professor precisa seguir mais as crianças, tentando encontrar formas de intercambiar os seus interesses, buscando apoio nas famílias para tornar mais significativo o planejamento, não só para si mesmo, mas também para os demais envolvidos no processo de aprendizagem das crianças. Fazer com que o aluno participe ativamente das aulas, e que tire proveito dos ensinamentos ministrados de forma apropriada será sempre um desafio para o educador, pois, é de conhecimento de todos que prender a atenção das pessoas – principalmente quando não se tem domínio e ciência do que está sendo ministrado – é um tanto quanto complicado, devido ao fato delas terem certo medo de falar ou participar em público. De outro ponto de vista, ouvir e tomar nota de uma boa aula, é nitidamente mais cômodo e confortável para o estudante, mas essa atitude passiva não fará com que tenha uma aprendizagem eficaz e significativa, pois ao levar um questionamento para o professor, fará com que o aluo a fixe melhor o conteúdo, e assim também exercer o papel de protagonista em sala de aula. Sabe-se que, o professor na maioria das vezes transmite uma imagem de “sabe tudo”, o que leva o estudante a sentir medo de participar da aula, afinal, como falar com tranquilidade diante de alguém que “sabe tudo”, e ás vezes também se comporta como se soubesse? Por esse motivo, devemos sempre buscar maneiras de promover a participação do aluno no processo ensino-aprendizado, isso pode significar um melhor aproveitamento das aulas. A participação dos alunos indica que eles são o centro do processo, seus atores principais. Para que o protagonismo da criança aconteça de fato na educação infantil, de forma prática e concisa, é necessário que o professor instigue o aluno a fazer parte das aulas, através da linguagem oral. Uma forma de provocar essa linguagem oral é através da roda de conversa. A roda de conversa é muito utilizada na Educação Infantil, influenciando participação das crianças, pois o professor permite que os alunos falem sobre o dia ou sobre algum tema que já foi estudado, fixando ainda mais o 7 conhecimento, ou até mesmo fale sobre algum assunto que ainda será trabalhado nas aulas. Segundo Freinet (1991) a roda da conversa permite que a criança desenvolva sua independência e autonomia, além de estimular a sua socialização. Mas como fazer com que as crianças mais tímidas também participem das aulas? Existem outra formas e atividades que elas podem participar, como teatros com fantoches, reconto de um livro, entre outras, assim estimula a fala destas crianças e também a participação. É direito da criança participar da tomada de decisões de assuntos que correspondem a ela, não apenas em relação a questões da escola onde ela frequenta, mas também em diferentes contextos sociais, família e comunidade, como por exemplo, o que terá para o jantar, ou que filme irão assistir, entre outras. Considerar a criança como protagonista ativa de seu próprio processo de crescimento é abrir espaço à sua participação e à participação das suas famílias no processo de ensino e de aprendizagem. Para isso acontecer, o olhar e a compreensão do professor são fundamentais. Deste modo, o professor procura relacionar as necessidades e interesses das crianças, das famílias e da instituição em que estão inseridos, aproximando-os de suas concepções pedagógicas. Assim, esta abordagem de planejamento retroalimenta-se de seu próprio contexto, em que os atores (crianças, professores e pais) vão escrevendo a sua própria história. 8 3 CONCLUSÃO Por ser protagonista, a criança necessita que o seu espaço de participação seja garantindo, para que ela possa vivenciar experiências na escola, e nos meios sociais em que elas estão inseridas, podendo assim, expor seu talento, e seu progresso, promovendo a capacidade de toca de saberes através das relações construídas com as outras crianças da classe, os professores e demais adultos presentes no meio em que elas convivem. Ter ciência de suas características e potencialidades e reconhecer seus limites são questões indispensáveis para que a sua identidade seja desenvolvida, e para que a criança conquiste sua autonomia, exercendo desta forma o protagonismo. Com a construção da própria identidade da criança, estabelece-se a abertura para o olhar curioso e fascinado que ela possui do mundo. Precisa se esforçar para que o preconceito que existe seja vencido, e que a nova concepção de uma sociedade mais correta, justa e igualitária seja posta em prática, pois como já se sabe, a educação não se resume apenas a discursos, mas também com atitudes concretas. Quando falamos de educação infantil, não podemos ter a retrógada ideia de que apenas o educador ensina e a criança aprende, mas devemos compreender que a criança antes mesmo de ser inserida na instituição de ensino, já possui seus próprios entendimentos de mundo, e sendo assim, ela também possui uma bagagem de informações para serem trocadas com colegas de sala e educadores. É imprescindível que os espaços para a fala dos alunos sejam abertos, pois, eles têm a necessidade de expressarem suas opiniões que são de grande valia para agregar conhecimentos para todos os envolvidos no ato de educar. Cada criança possui habilidades que devemos explorar permitindo que elas se desenvolvam por meio de trabalhos e da sua própria criatividade, respeitando o tempo de cada uma, assim, formando cidadãos de bem para uma sociedade melhor. 9 REFERÊNCIAS ARIOSI, Cinthia Magda Fernandes. O ensino de artes para crianças de creches: experiências sensíveis, sensoriais e criativas. 2014. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.7867/1809-0354.2014v9n1p127-154>. Acesso em: 04 out. 2017. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf>. Acesso em: 30 de out. de 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010. COTTA, Maria Amélia de C. O brincar de meninas órfãs institucionalizadas. Dissertação de Mestrado da Universidade Metodista de Piracicaba, 2005. EDWARDS, C. P. Boa escolarização para as crianças de amanhã. Pátio Educação Infantil, ano VI, n. 18, p. 6-9, nov. 2008/fev. 2009. FREINET, C. Pedagogia do Bom Senso. 3. Edição. São Paulo: Martins Fontes, 1991. MALAGUZZI, Loris. Histórias, Ideias e Filosofia Básica. In.: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella; FORMAN, George. As cem linguagens da criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre, RS: Artmed, 1999. RINALDI, Carla. Diálogos com Reggio Emília: Escutar, investigar e aprender. Tradução: Vânia Cury. – 1.ed. – São Paulo: Paz e Terra, 2012.
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