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OAB 1FASE DIR CIVIL AULA01

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2 
Material para o Curso de Questões da OAB. 
Elaboração: Luciano L. Figueiredo1. 
 
Parte Geral 
Pessoas 
 
1. (FGV) Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e discernimento neces-
sários para praticar os atos da vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz a sua emancipação. Consul-
tam, para tanto, um advogado, que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido: 
 
A) José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre as condições do tutelado. 
B) José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo desnecessária a homologação judicial. 
C) José poderá ser emancipado via instrumento público ou particular, sendo necessário procedimento judicial. 
D) José poderá ser emancipado por instrumento público, com averbação no registro de pessoas naturais. 
 
Emancipação. 
 
De acordo com o artigo 5º, do Código Civil, a menoridade cessa aos dezoito anos completos. Ocorre que a 
capacidade plena poderá ser antecipada, seja em virtude da autorização dos representantes legais do me-
nor ou do Juiz, ou pela superveniência de fato a que a lei atribui força para tanto. 
 
Emancipação, portanto, é a antecipação da cessação da incapacidade. O ato de emancipação é irrevogável e 
irretratável. Pode ser (art. 5, Parágrafo Único do CC): 
 
a) Voluntária 
b) Judicial 
c) Legal 
 
a) Voluntária 
 
Consiste a emancipação no ato de concessão de ambos os responsáveis, ou de um deles na falta do outro, 
mediante instrumento público, independentemente da homologação judicial, a menor que tenha, no míni-
mo, 16 (dezesseis) anos completos. 
 
b) Judicial 
 
A emancipação judicial poderá ocorrer quando concedida pelo tutor ao pupilo, quando este possuir dezes-
seis anos completos, através de decisão judicial. 
 
c) Legal 
 
Decorre da prática de ato jurídico incompatível com a sua condição de incapaz. Tais atos estão previstos 
em lei. Hipóteses: 
 
- PELO CASAMENTO. 
- EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO EFETIVO. 
- COLAÇÃO DE GRAU DE ENSINO SUPERIOR. 
- O ESTABELECIMENTO CIVIL OU COMERCIAL, OU A EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE 
QUE, EM FUNÇÃO DELES, O MENOR COM DEZESSEIS ANOS COMPLETOS TENHA ECONOMIA PRÓPRIA. 
 
 
1 Advogado. Sócio Fundador do Luciano Figueiredo Advogados Associados. Graduado em Direito pela Universidade Salvador 
(UNIFACS). Especialista (Pós-Graduado) em Direito do Estado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Direito 
Privado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor de Direito Civil. Palestrante. Autor de Artigos Científicos e Li-
vros Jurídicos. Instagram: @lucianolimafigueiredo. Periscope: @lucianofigueiredo. Contato: lucia-
no@lucianofigueiredo.adv.br 
 
 
 
 
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02. (FGV - Exame de Ordem – Prova reaplicada Salvador-BA). Pedro, em dezembro de 2011, aos 16 anos, 
se formou no ensino médio. Em agosto de 2012, ainda com 16 anos, começou estágio voluntário em uma 
companhia local. Em janeiro de 2013, já com 17 anos, foi morar com sua namorada. Em julho de 2013, ain-
da com 17 anos, após ter sido aprovado e nomeado em um concurso público, Pedro entrou em exercício 
no respectivo emprego público. 
 
Tendo por base o disposto no Código Civil, assinale a opção que indica a data em que cessou a incapaci-
dade de Pedro. 
 
A) Dezembro de 2011. 
B) Agosto de 2012. 
C) Janeiro de 2013. 
D) Julho de 2013. 
 
3. (FGV) Tiago, com 17 anos de idade e relativamente incapaz, sob autoridade de seus pais Mário e Fabiana, 
recebeu, por doação de seu tio, um imóvel localizado na rua Sete de Setembro, com dois pavimentos, con-
tendo três lojas comerciais no primeiro piso e dois apartamentos no segundo piso. Tiago trabalha como 
cantor nos finais de semana, tendo uma renda mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais). 
 
Face aos fatos narrados e considerando as regras de Direito Civil, assinale a opção correta. 
 
A) Mário e Fabiana exercem sobre os bens imóveis de Tiago o direito de usufruto convencional, inerente à relação 
de parentesco que perdurará até a maioridade civil ou emancipação de Tiago. 
B) Mário e Fabiana poderão alienar ou onerar o bem imóvel de Tiago, desde que haja prévia autorização do Minis-
tério Público e seja demonstrado o evidente interesse da prole. 
C) Mário e Fabiana não poderão administrar os valores auferidos por Tiago no exercício de atividade de cantor, 
bem como os bens com tais recursos adquiridos. 
D) Mario e Fabiana, entrando em colisão de interesses com Tiago sobre a administração dos bens, facultam ao 
juiz, de ofício, nomear curador especial. 
 
04. (Banca: FGV Órgão: OAB Prova: Exame de Ordem Unificado - XX - Primeira Fase) Cristiano, piloto co-
mercial, está casado com Rebeca. Em um dia de forte neblina, ele não consegue controlar o avião que 
pilotava e a aeronave, com 200 pessoas a bordo, desaparece dos radares da torre de controle pouco antes 
do tempo previsto para a sua aterrissagem. Depois de vários dias de busca, apenas 10 passageiros foram 
resgatados, todos em estado crítico. Findas as buscas, como Cristiano não estava no rol de sobreviventes 
e seu corpo não fora encontrado, Rebeca decide procurar um advogado para saber como deverá proceder 
a partir de agora. 
 
Com base no relato apresentado, assinale a afirmativa correta. 
 
A) A esposa deverá ingressar com uma demanda judicial pedindo a decretação de ausência de Cristiano, a fim de 
que o juiz, em um momento posterior do processo, possa declarar a sua morte presumida. 
B) A esposa não poderá requerer a declaração de morte presumida de Cristiano, uma vez que apenas o Ministério 
Público detém legitimidade para tal pedido. 
C) A declaração da morte presumida de Cristiano poderá ser requerida independentemente de prévia decretação 
de ausência, uma vez que esgotadas as buscas e averiguações por parte das autoridades competentes. 
D) A sentença que declarar a morte presumida de Cristiano não deverá fixar a data provável de seu falecimento, 
contando-se, como data da morte, a data da publicação da sentença no meio oficial. 
 
Extinção da Pessoa Física ou Natural 
 
A existência da pessoa natural, bem como sua personalidade, é extinta com a morte. A mort e, no direito 
nacional, se dá de duas formas: 
 
a) Real 
b) Presumida 
  Com procedimento de ausência 
  Sem procedimento de ausência 
 
 
 
 
 
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Morte Real 
 
Está prevista no artigo 6º do Código Civil. Cuida-se da morte atestada, em regra, por profissional da medi-
cina, e, na ausência deste, por duas testemunhas, na forma do artigo 78 da LRP (6.015/73). 
 
O conceito de morte passou por uma reforma, não sendo mais considerada como a parada cardíaca, mas 
sim a paralisação das ondas cerebrais, por conta da necessidade de preservação do funcionamento do 
corpo para eventuais transplantes. 
 
Morte presumida (Morte presumida = morte civil (para alguns) = ficta mortis) 
 
Tem-se como regra a morte real, entretanto, excepcionalmente, a morte pode ser presumida. Tal hipótese 
ocorre quando há impossibilidade de localização do cadáver . O Direito Brasileiro admite duas situações 
para a morte presumida: 
 
a) Morte presumida sem declaração de ausência. 
 
Apenas é admitida no direito brasileiro em duas hipóteses, nas quais o legislador entende haver um moti-
vo aparente para o desaparecimento e, em virtude da grande probabilidade da morte, autoriza sua declara-
ção sem perpassar pelo procedimento de ausência. 
 
Art. 7° - Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: 
I – se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término 
da guerra. 
Parágrafo único– A declaração de morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de es-
gotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. 
 
b) Morte presumida com declaração de ausência. 
 
Considera-se Ausente aquele que desaparece de seu domicílio sem deixar notícias. Para que uma pessoa 
seja considerada ausente é necessária a verificação de um processo desdobrado em três fases. 
 
 1º FASE – CURADORIA DE BENS DO AUSENTE 
 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representan-
te ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Mi-
nistério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não 
queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes. 
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos 
antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador. 
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, 
não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. 
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
 
 2º FASE – SUCESSÃO PROVISÓRIA 
 
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, 
em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamen-
te a sucessão. 
 
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias de-
pois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se 
houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. 
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Mi-
nistério Público requerê-la ao juízo competente. 
 
 
 
 
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§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em 
julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente 
pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. 
 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários; 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e não pagas. 
 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, medi-
ante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. 
 
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será exclu-
ído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado 
pelo juiz, e que preste essa garantia. 
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, 
independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente. 
 
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o or-
dene o juiz, para lhes evitar a ruína. 
 
 3º FASE – SUCESSÃO DEFINITIVA 
 
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, po-
derão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas. 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, 
e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
 
> Transmissão dos bens em caráter definitivo 
 
E se o ausente retornar? 
 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão 
para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecurató-
rias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus des-
cendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os 
sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens 
alienados depois daquele tempo. 
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado 
promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se 
localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território 
federal. 
 
Como fica o casamento do ausente? 
 
5. (FGV ) José, brasileiro, casado no regime da separação absoluta de bens, professor universitário e ple-
namente capaz para os atos da vida civil, desapareceu de seu domicílio, estando em local incerto e não 
sabido, não havendo indícios ou notícias das razões de seu desaparecimento, não existindo, também, 
outorga de poderes a nenhum mandatário, nem feitura de testamento. Vera (esposa) e Cássia (filha de 
José e Vera, maior e capaz) pretendem a declaração de sua morte presumida, ajuizando ação pertinente, 
diante do juízo competente. 
De acordo com as regras concernentes ao instituto jurídico da morte presumida com declaração de au-
sência, assinale a opção correta. 
 
A) Na fase de curadoria dos bens do ausente, diante da ausência de representante ou mandatário, o juiz nomeará 
como sua curadora legítima Cássia, pois apenas na falta de descendentes, tal curadoria caberá ao cônjuge su-
pérstite, casado no regime da separação absoluta de bens. 
 
 
 
 
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B) Na fase de sucessão provisória, mesmo que comprovada a qualidade de herdeiras de Vera e Cássia, estas, 
para se imitirem na posse dos bens do ausente, terão que dar garantias da restituição deles, mediante penhores 
ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos. 
C) Na fase de sucessão definitiva, regressando José dentro dos dez anos seguintes à abertura da sucessão defi-
nitiva, terá ele direito aos bens ainda existentes, no estado em que se encontrarem, mas não aos bens que foram 
comprados com a venda dos bens que lhe pertenciam. 
D) Quanto ao casamento de José e Vera, o Código Civil atual reconhece efeitos pessoais e não apenas patrimo-
niais ao instituto da ausência, possibilitando que a sociedade conjugal seja dissolvida como decorrência da morte 
presumida do ausente. 
 
6. (FGV) Raul, cidadão brasileiro, no meio de uma semana comum, desaparece sem deixar qualquer notícia 
para sua ex-esposa e filhos, sem deixar cartas ou qualquer indicação sobre seu paradeiro. 
 
Raul, que sempre fora um trabalhador exemplar, acumulara em seus anos de labor um patrimônio relevan-
te. Como Raul morava sozinho, já que seus filhos tinham suas próprias famílias e ele havia se separado de 
sua esposa 4 (quatro) anos antes, somente após uma semana seus parentes e amigos deram por sua falta 
e passaram a se preocupar com o seu desaparecimento. 
 
Sobre a situação apresentada, assinale a opção correta. 
 
A) Para ser decretada a ausência, é necessário que a pessoa tenha desaparecido há mais de 10 (dez) dias. Co-
mo faz apenas uma semana que Raul desapareceu, não pode ser declarada sua ausência, com a consequente 
nomeação de curador. 
B) Em sendo declarada a ausência, o curador a ser nomeado será a ex-esposa de Raul. 
C) A abertura da sucessão provisória somente sedará ultrapassados três anos da arrecadação dos bens de Raul. 
D) Se Raul contasse com 85 (oitenta e cinco) anos e os parentes e amigos já não soubessem dele há 8 (oito) 
anos, poderia ser feita de forma direta a abertura da sucessão definitiva. 
 
7. (FGV) Paulo foi casado, por muitos anos, no regime da comunhão parcial com Luana, até que um desen-
tendimento deu início a um divórcio litigioso. Temendo que Luana exigisse judicialmente metade do seu 
vasto patrimônio, Paulo começou a comprar bens com capital próprio em nome de sociedade da qual é 
sócio e passou os demais também para o nome da sociedade, restando, em seu nome, apenas a casa em 
que morava com ela. 
 
Acerca do assunto, marque a opção correta. 
 
A) A atitude de Paulo encontra respaldo na legislação, pois a lei faculta a todo cidadão defender sua propriedade, 
em especial de terceiros de má-fé. 
B) É permitido ao juiz afastar os efeitos da personificação da sociedade nos casos de desvio de finalidade ou con-
fusão patrimonial, mas não o contrário, de modo que não há nada que Luana possa fazer para retomar os bens 
comunicáveis. 
C) Sabendo-se que a “teoria da desconsideração da personalidade jurídica” encontra aplicação em outros ramos 
do direito e da legislação, é correto afirmar que os parâmetros adotados pelo Código Civil constituem a Teoria 
Menor, que exige menos requisitos. 
D) No caso de confusão patrimonial, gerado pela compra de bens com patrimônio particular em nome da socieda-
de, é possível atingir o patrimônio da sociedade, ao que se dá o nome de “desconsideração inversa ou invertida”, 
de modo a se desconsiderar o negócio jurídico, havendo esses bens como matrimoniais e comunicáveis. 
 
Desconsideração da Personalidade Jurídica da Pessoa Jurídica. 
 
A desconsideração da Personalidade Jurídica ocorre diante da necessidade de satisfazer o direito de ter-
ceiros lesados, respondendo àqueles que compõem a pessoa jurídica, ou até mesmo seu administrador, 
através dos seus patrimônios pessoais, passando estes a terem responsabilidade pessoal pelo il ícito cau-
sado. Registra-se que este fenômeno consiste numa exceção. 
 
Assim, a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica é episódica, ou seja: levanta -se o “véu pro-
tetivo” do princípio da separação apenas na situação concreta, mantendo -se o princípio da personalização 
para demais atos. 
 
 
 
 
 
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A desconsideração da personalidade jurídica não põe fim à pessoa jurídica. O princípio em comento prote-
ge, até mesmo, a função social da empresa, pois a eventual extinção da empresa prejudicaria os empregos 
por essa gerados, bem como a circulação de capital. 
Previsão legal no Código Civil: 
 
Art. 50. Em caso de abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confu-
são patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber 
intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos 
bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
O Novo Código de Processo Civil regula o incidente de desconsideração? 
 
CAPÍTULO IV 
DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
 
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Min-
istério Público, quando lhe couber intervir no processo. 
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei. 
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica. 
 
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumpri-
mento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial. 
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas. 
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na 
petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica. 
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o. 
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração 
da personalidade jurídica. 
 
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas 
cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória. 
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno. 
 
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de ex-
ecução, será ineficaz em relação ao requerente. 
 
8. (OAB) Júlia, casada com José sob o regime da comunhão universal de bens e mãe de dois filhos, Ana e 
João, fez testamento no qual destinava metade da parte disponível de seus bens à constituição de um 
fundação de amparo a mulheres vítimas da violência obstétrica. Aberta a sucessão, verificou-se que os 
bens destinados à constituição da fundação eram insuficientes para cumprir a finalidade pretendida por 
Júlia, que, por sua vez nada estipulou em seu testamento caso se apresentasse a hipótese de insuficiência 
de bens. 
 
Diante da situação narrada, assinale a alternativa correta: 
 
A) A disposição testamentária será nula e os bens serão distribuídos integralmente entre Ana e João. 
B) O testamento será nulo e os bens serão integralmente divididos entre José, Ana e João. 
C) Os bens de Júlia serão incorporados à outra fundação que tenha propósito igual ou semelhante ao amparo de 
mulheres vítima da violência obstétrica. 
D) Os bens destinados serão incorporados à outra fundação determinada pelos herdeiros necessários de Júlia, 
após aprovação do Ministério Público. 
 
Fundações 
 
As fundações são o resultado da afetação de um patrimônio livre, desembaraçado e idôneo, por escritura pública 
(ato inter vivos), ou testamento (ato mortis causa). Resulta da personificação de um patrimônio, com o fito de re-
alizar uma finalidade ideal. 
 
 
 
 
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Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de 
bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. 
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 
2015) 
I – assistência social; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
III – educação; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
IV – saúde; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
V – segurança alimentar e nutricional; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; (Incluído 
pela Lei nº 13.151, de 2015) 
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, 
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 
2015) 
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; (Incluído pela Lei nº 13.151, de 
2015) 
IX – atividades religiosas; e (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
X – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
A afetação dos Bens Livres por meio do Ato de Dotação Patrimonial, seja mediante Escritura Pública (para atos 
inter vivos) ou Testamento (para atos causa mortis – público, particular ou cerrado). 
 
O ato de instituição, acaso realizado por mecanismo inter vivos, é irretratável. Art. 64, CC: 
 
Art. 64. Constituída a fundaçãopor negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a 
propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome 
dela, por mandado judicial. 
 
Caso o patrimônio afetado seja insuficiente. art. 63: 
 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo 
não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. 
 
A Alteração do Estatuto - Art. 67: 
 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: 
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; 
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual 
ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. (Redação 
dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
 
A minoria de gestores vencida (aqueles 1/3 que opinaram em desfavor da alteração), terão o prazo de 10 dias 
para impugnar a modificação estatutária. Art. 68: 
 
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da funda-
ção, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria ven-
cida para impugná-la, se quiser, em dez dias. 
 
A Fiscalização (§2°, art. 66) das fundações deve ser feita pelo MP Estadual: 
 
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. 
§ 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Feder-
al e Territórios. (Redação dada pela Lei nº 13.151, de 2015) 
§ 2o Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Min-
istério Público. 
 
Bens Jurídicos. 
 
 
 
 
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09. (FGV - Exame de Ordem) Ricardo realizou diversas obras no imóvel que Cláudia lhe emprestou: repa-
rou um vazamento existente na cozinha; levantou uma divisória na área de serviço para formar um novo 
cômodo, destinado a servir de despensa; ampliou o número de tomadas disponíveis; e trocou o portão 
manual da garagem por um eletrônico. 
 
Quando Cláudia pediu o imóvel de volta, Ricardo exigiu o ressarcimento por todas as benfeitorias realiza-
das, embora sequer a tenha consultado previamente sobre as obras. 
 
Somente pode-se considerar benfeitoria necessária, a justificar o direito ao ressarcimento, 
 
A) o reparo do vazamento na cozinha. 
B) a formação de novo cômodo, destinado a servir de despensa, pelo levantamento de divisória na área de servi-
ço. 
C) a ampliação do número de tomadas. 
D) a troca do portão manual da garagem por um eletrônico. 
 
Benfeitorias. 
 
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias. 
§ 1o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o 
tornem mais agradável ou sejam de elevado valor. 
§ 2o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
§ 3o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
 
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção 
do proprietário, possuidor ou detentor. 
 
Ato, Fato e Negócio Jurídico 
 
10. (FGV) Em ação judicial na qual Paulo é réu, levantou-se controvérsia acerca de seu domicílio, relevante 
para a determinação do juízo competente. Paulo alega que seu domicílio é a capital do Estado do Rio de 
Janeiro, mas o autor sustenta que não há provas de manifestação de vontade de Paulo no sentido de fixar 
seu domicílio naquela cidade. 
 
Sobre o papel da vontade nesse caso, assinale a alternativa correta: 
 
A) Por se tratar de um fato jurídico em sentido estrito, a vontade de Paulo na fixação do domicílio é irrelevante, 
uma vez que não é necessário levar em consideração a conduta humana para a determinação dos efeitos jurídi-
cos desse fato. 
B) Por se tratar de ato-fato jurídico, a vontade de Paulo na fixação do domicílio é irrelevante, uma vez que, embo-
ra se leve em consideração a conduta humana para a determinação de efeitos jurídicos, não é exigível manifesta-
ção de vontade. 
C) Por se tratar de ato jurídico em sentido estrito, embora os seus efeitos sejam predeterminados pela lei, a von-
tade de Paulo na fixação de domicílio é relevante, no sentido de verificar a existência de um ânimo de permanecer 
naquele local. 
D) Por se tratar de negócio jurídico, a vontade de Paulo na fixação do domicílio é relevante, já que a manifestação 
de vontade que determina quais efeitos jurídicos o negócio irá produzir. 
 
11. (FGV) Em um bazar beneficente promovido por Julia, Marta adquiriu um antigo faqueiro, praticamente 
sem uso. Acreditando que o faqueiro era feito de prata, Marta ofereceu um preço elevado sem nada per-
guntar sobre o produto. Júlia, acreditando no espírito benevolente de sua vizinha, prontamente aceitou o 
preço oferecido. 
 
Após dois anos de uso constante, Marta percebeu que os talhares começaram a ficar manchados e a se 
dobrarem com facilidade. Consultando um especialista, ela descobre que o faqueiro era feito de uma liga 
metálica barata, de vida útil curta, e que, com o uso reiterado, ele se deterioraria. 
 
De acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa correta: 
 
 
 
 
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A) A compra e venda firmada entre Marta e Júlia é nula, por conter vício no seu objeto, um dos elementos essen-
ciais do negócio jurídico. 
B) O negócio foi plenamente válido, considerando ter restado comprovado que Júlia não tinha qualquer motivo 
para suspeitar do engano de Marta. 
C) O prazo decadencial a ser observado para que Marta pretenda judicialmente o desfazimento do negócio deve 
ser contado da data da descoberta do vício. 
D) De acordo com a disciplina do Código Civil, Júlia poderá evitar que o negócio seja desfeito se oferecer um aba-
timento no preço de venda proporcional à baixa qualidade do faqueiro. 
 
12. (FGV) Lúcia, pessoa doente, idosa, com baixo grau de escolaridade, foi obrigada a celebrar contrato 
particular de assunção de dívida com o Banco FDC S.A., reconhecendo e confessando dívidas firmadas 
pelo seu marido, esse já falecido, e que não deixara bens ou patrimônio a inventariar. O gerente do banco 
ameaçou Lúcia de não efetuar o pagamento da pensão deixada pelo seu falecido marido, caso não fosse 
assinado o contrato de assunção de dívida. 
 
Considerando a hipótese acima e as regras de Direito Civil, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O contrato particular de assunção de dívida assinado por Lúcia é anulável por erro substancial, pois Lúcia ma-
nifestou sua vontade de forma distorcida da realidade, por entendimento equivocado do negócio praticado. 
B) O ato negocial celebrado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. é anulável por vício de consentimento, em razão de 
conduta dolosa praticada pelo banco, que ardilosamente falseou a realidade e forjou uma situação inexistente, 
induzindo Lúcia à prática do ato. 
C) O instrumento particular firmado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. pode ser anulado sob fundamento de lesão, 
uma vez que Lúcia assumiu obrigação excessiva sobre premente necessidade. 
D) O negócio jurídico celebrado entre Lúcia e o Banco FDC S.A. é anulável pelo vício da coação, uma vez que a 
ameaça praticada pelo banco foi iminente e atual, grave, séria e determinante para a celebração da avença. 
 
Coação Moral. 
 
Trata-se de coação psicológica. Na coação relativa o negócio pode ser anulável, desde que verificados os 
seguintes requisitos: 
 
i. A coação deve ser a causa do ato; 
ii. Gravidade: A coação deve imputar ao coagido um verdadeiro temor de dano sério; 
iii. Injusta (ilícita, contráriaao direito, abusiva); ameaça do exercício normal do direito não é coação, idem temor 
reverencial. 
iv. Iminência ou Atualidade: A coação deve ser atual ou iminente (é para afastar a coação impossível); 
v. A coação deve constituir ameaça de prejuízo à pessoa ou bens da vítima, ou à pessoas da sua família. 
 
Na análise dos requisitos acima se leva em consideração as circunstâncias subjetivas da vítima. Art. 152 do CC: 
 
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do pa-
ciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na gravidade dela. 
 
Se a coação for dirigida a pessoa que não é da família, caberá ao magistrado analisar. Art. 151 do CC: 
 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de 
dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens. 
 
Parágrafo único. Se disser respeito a pessoa não pertencente à família do paciente, o juiz, com base nas circuns-
tâncias, decidirá se houve coação. 
 
Art. 153 do CC: 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples temor reverencial. 
 
Coação exercida por terceiros: 
 
 
 
 
 
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Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a 
parte a que aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos. 
Art. 155, CC – Subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite 
dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que 
houver causado ao coacto. 
 
13. (FGV - Exame de Ordem – Prova reaplicada Salvador-BA) Bernardo, nascido e criado no interior da 
Bahia, decide mudar- se para o Rio de Janeiro. Ao chegar ao Rio, procurou um local para morar. José, 
percebendo o desconhecimento de Bernardo sobre o valor dos aluguéis no Rio de Janeiro, lhe oferece um 
quarto por R$ 500,00 (quinhentos reais). Pagando com dificuldade o aluguel do quarto, ao conversar com 
vizinhos, Bernardo descobre que ninguém paga mais do que R$ 200,00 (duzentos reais) por um quarto 
naquela região. Sentindo-se injustiçado, procura um advogado. 
 
Sobre o caso narrado, com base no Código Civil, assinale a afirmativa correta. 
 
A) O negócio jurídico poderá ser anulado por lesão, se José não concordar com a redução do proveito ou com a 
oferta de suplemento suficiente. 
B) O negócio jurídico será nulo em virtude da ilicitude do objeto. 
C) O negócio jurídico poderá ser anulado por coação em razão da indução de Bernardo a erro. 
D) O negócio jurídico poderá ser anulado por erro, eis que este foi causa determinante do negócio. 
 
Lesão. 
 
Está relacionada a uma concepção de justiça contratual e equidade nas relações negociais. Possui o fito 
de coibir o abuso de poder econômico ou uma posição privilegiada. 
 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a pres-
tação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. 
 
§ 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o 
negócio jurídico. 
§ 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito. 
 
14. (FGV) Maria Clara, então com dezoito anos, animada com a conquista da carteira de habilitação, decide 
retirar suas economias da poupança para adquirir um automóvel. Por saber que estava no início da sua 
carreira de motorista, resolveu comprar um carro usado e pesquisou nos jornais até encontrar um modelo 
adequado. 
 
Durante a visita de Maria Clara para verificar o estado de conservação do carro, o proprietário, ao perceber 
que Maria Clara não era conhecedora de automóveis, informou que o preço que constava no jornal não era 
o que ele estava pedindo, pois o carro havia sofrido manutenção recentemente, além de melhorias que 
faziam com que o preço fosse aumentado em setenta por cento. Com esse aumento, o valor do carro pas-
sou a ser maior do que um modelo novo, zero quilômetro. Contudo, após as explicações do proprietário, 
Maria Clara fechou o negócio. 
 
Sobre a situação apresentada no enunciado, assinale a opção correta. 
 
A) Maria Clara sofreu coação para fechar o negócio, diante da insistência do antigo proprietário e, por isso, pode 
ser proposta a anulação do negócio jurídico no prazo máximo de três anos. 
B) O negócio efetuado por Maria Clara não poderá ser anulado porque decorreu de manifestação de vontade por 
parte da adquirente. Dessa forma, como não se trata de relação de consumo, Maria Clara não possui essa garan-
tia. 
C) O pai de Maria Clara, inconformado com a situação, pretende anular o negócio efetuado pela filha, porém, 
como já se passaram três anos, isso não será mais possível, pois já decaiu seu direito. 
D) O negócio jurídico efetuado por Maria Clara pode ser anulado; porém, se o antigo proprietário concordar com a 
diminuição no preço, o vício no contrato estará sanado. 
 
 
 
 
 
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15. (OAB) Juliana foi avisada que seu filho Marcos sofreu um terrível acidente de carro em uma cidade 
com poucos recursos no interior do Ceará e que ele está correndo risco de morte devido a um grave trau-
matismo craniano. Diante desta notícia, Juliana celebra um contrato de prestação de serviços médicos em 
valores exorbitantes, muito superiores aos praticados habitualmente, para que a única equipe de médicos 
especializados da cidade assuma o tratamento de seu filho. 
 
Tento em vista a hipótese apresentada, assinale a alternativa correta: 
 
A) O negócio jurídico pode ser anulado por vício de consentimento denominado estado de perigo, no prazo pres-
cricional de quatro anos, a contar da data da celebração do contrato. 
B) O negócio jurídico celebrado por Juliana é nulo, por vício resultante de dolo tendo em vista o fato de que a 
equipe médica tinha ciência da situação de Marcos e se valeu de tal condição para fixar honorários em valores 
excessivos. 
C) O contrato de prestação de serviços médicos é anulável, por vício resultando de estado de perigo, no prazo 
decadencial de quatro anos, contados na data da celebração do contrato. 
D) O contrato celebrado por Juliana é nulo, por vício resultando de lesão, e por tal razão não será suscetível de 
confirmação e nem convalescerá pelo decurso do tempo. 
 
Estado de Perigo. 
 
Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar -se, a pessoa de sua 
família, ou até mesmo terceiro, de grave dano, conhecido pela outra parte, assume obrigação excessiva-
mente onerosa. Ex: uma embarcação está naufragando quando, então, outra embarcação se aproxima, 
oportunidade na qual se afirma que apenas será prestado socorro se houver pagamento de valores. O 
cheque caução (vedado pela ANS desde a resolução 44/2003) ou os honorários médicos excessivos para 
atendimento de emergência também configuram estado de perigo. 
 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de 
sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as cir-
cunstâncias. 
 
E. 148, CJF – Art. 156: Ao “estado de perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o disposto no § 2º do art. 157. 
 
16. (FGV - Exame de Ordem) Eduardo comprometeu-se a transferir para Daniela um imóvel que possui no 
litoral, mas uma cláusula especial no contrato previa que a transferência somente ocorreria caso a cidade 
em que o imóvel se localiza viesse a sediar, nos próximos dez anos, um campeonato mundial de surfe. 
Depoisde realizado o negócio, todavia, o advento de nova legislação ambiental impôs regras impeditivas 
para a realização do campeonato naquele local. 
 
Sobre a incidência de tais regras, assinale a afirmativa correta. 
 
A) Daniela tem direito adquirido à aquisição do imóvel, pois a cláusula especial configura um termo. 
B) Prevista uma condição na cláusula especial, Daniela tem direito adquirido à aquisição do imóvel. 
C) Há mera expectativa de direito à aquisição do imóvel por parte de Daniela, pois a cláusula especial tem nature-
za jurídica de termo. 
D) Daniela tem somente expectativa de direito à aquisição do imóvel, uma vez que há uma condição na cláusula 
especial. 
 
Eficácia 
 
Tem como elementos acidentais ou acessórios, opostos pela vontade humana a negócios com fundo patrimonial: 
 
a) Condição 
 
Art. 121. Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o 
efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. 
 
 
 
 
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Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; 
entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro 
arbítrio de uma das partes. 
 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: 
I - as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; 
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou contraditórias. 
 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossí-
vel. 
 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, 
não se terá adquirido o direito, a que ele visa. 
 
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, é permitido praticar os 
atos destinados a conservá-lo. 
 
b) Termo 
 
I) Inicial (dies a quo) x Final (Dies ad quem) 
 
Art. 131. O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito. 
 
II) Forma de Contagem: 
 
Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, 
e incluído o do vencimento. 
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil. 
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia. 
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata cor-
respondência. 
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto. 
 
c) Modo ou Encargo 
 
Art. 136. O encargo não suspende a aquisição nem o exercício do direito, salvo quando expressamente imposto 
no negócio jurídico, pelo disponente, como condição suspensiva. 
 
Art. 137. Considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante da 
liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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