Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Revisão Técnica Dietética: Definição: É o estudo das operações as quais são submetidos os alimentos e das modificações que os mesmos sofrem durante os diferentes processos culinários. Objetivos Nutricionais:Uso de técnicas para conservar ao máximo o valor nutritivo dos alimentos EX: Cozinhar os legumes no vapor; Higiênicos: Prevenir a ação de fatores externos que possam prejudicar a qualidade dos alimentos EX: Higienizar as verduras da salada que serão consumidos crus; Digestivos: Modificar os alimentos por meio de processos culinários, a fim de facilitar a digestão EX: Alimento cozido x Alimento cru; Dietético: Adequar a forma de preparo dos alimentos da dieta às necessidades fisiopatológicas do indivíduo e da população EX: Dieta pastosa para bebês; Sensoriais: Apresentar o alimento de forma que desperte todos os sentidos, não apenas o paladar Ressaltar, preservar ou modificaras características sensoriais; Operacional: Preparar e organizar espaços físicos, materiais, equipamentos e utensílio, Planejar os cardápios, Capacitar o pessoal selecionado para o trabalho; Econômico: Escolher as técnicas a serem empregadas no preparo de alimentos, considerando os custos e os recursos humanos materiais e financeiros disponíveis. Conceitos Per Capita Líquido: Quantidade do alimento cru e limpo para uma pessoa (Peso Líquido para uma pessoa após remoção de partes não comestíveis). Per Capita Bruto: Quantidade do alimento cru inteiro para uma pessoa (Peso Bruto para uma pessoa antes da remoção de partes não comestíveis). Peso Bruto Total: Quantidade do alimento inteiro, ou seja, em sua totalidade para todas as pessoas. PER CAPITA LÍQUIDO X FATOR DE CORREÇÃO= PER CAPITA BRUTO PER CAPITA BRUTO X Nº DE PORÇÕES= PESO BRUTO TOTAL *Quando não possuir fator de correção o per capita líquido e per capita bruto serão iguais. *Peso Bruto Total é a multiplicação pelo número de porções em g e/ou kg (PCB X Nº DE PORÇÕES= PESO BRUTO TOTAL) Fator de Cocção ou Térmico: É obtido pela divisão do peso do alimento cozido pelo peso do alimento cru do mesmo alimento. PESO COZIDO/PESO CRU= FATOR DE COCÇÃO e/ ou TÉRMICO Fator de Rendimento: O cálculo é obtido com o resultado dado pelo Fator de Cocção e/ou Térmico multiplicado por 100. Subtraía o resultado do rendimento por 100 para obter o percentual de perdas. RENDIMENTO: FC X 100= X% RENDIMENTO PERDA: X DO REND – 100= X% PERDA Fator de Correção: Índice de parte comestível, que quantifica perdas durante a operação de pré-preparo dos alimentos quando da remoção de partes não comestíveis. PESO BRUTO/PESO LÍQUIDO= FATOR DE CORREÇÃO Rendimento Total da preparação: É a subtração do peso da preparação (alimento no recipiente) pelo peso do recipiente. PESO PREPARADO – PESO DO RECIPIENTE Carne Rigor mortis: Após o abate, em consequência à hipovolemia, esgotamento de nutrientes e de oxigênio, o metabolismo anaeróbio é ativado para obtenção de energia e as reservas de glicogênio muscular, que é a principal fonte para a síntese de ATP (adenosina trifosfato), são utilizadas por um certo período de tempo até serem esgotadas, sendo este convertido em glicose que a partir da glicólise é consumida e gera ácido lático que consequentemente promove a queda do pH de aproximadamente 7 a 7,3 para cerca de 5,4 a 5,5. O ATP se mantém através da quebra da creatina fosfato, catalisada pela enzima creatina quinase. Bovinos e ovinos apresentam cerca de 75 a 120 mmol/Kg de glicogênio no músculo, sendo que valores abaixo de 45 a 55 mmol/Kg no ante-mortem, impedem que o pH final da carne atinja um valor adequado. Devido à isto, o manejo pré-abate é extremamente importante, pois influencia diretamente a qualidade da carne, principalmente em ruminantes, já que para alcançar um pH post-mortem ótimo, a reposição de reservas de glicogênio, que nestas condições é muito lenta, é essencial. O intervalo de tempo desde o abate até o estabelecimento do processo de rigor mortis ocorre entre 30 minutos a 12 horas de acordo com a espécie animal. Após este período, ocorre a etapa de maturação inicial ou de resolução do rigor mortis, que compreende alterações musculares que estabelecem o relaxamento muscular durante a estocagem sob refrigeração das carcaças através da degradação enzimática e desnaturação proteica . O ATP (trifosfato de adenosina) presente nas fibras musculares mantêm o metabolismo e, além disto, favorece a dissociação do complexo actomiosina, promovendo o relaxamento muscular. Porém, a queda na concentração de ATP durante as modificações post-mortem, devido à ação de ATPases musculares que provocam sua degradação, faz com que ocorra a formação de pontes cruzadas através do aumento da sobreposição de filamentos delgados, representados pela actina e grossos, pela miosina, que se associam e originam o complexo actomiosina. Com isto, a musculatura atinge o rigor mortis ou rigidez cadavérica, e o músculo se contrai irreversivelmente com o encurtamento do sarcômero, tornando-se rígido e inextensível. A transformação do músculo em carne, característica que ocorre após o processo de rigor mortis, depende de uma série de reações físico-químicas responsáveis pela qualidade do produto final que ocorre através de degradação gradual da estrutura muscular, que podem ser influenciadas diretamente pelo manejo ante-mortem, incluindo técnicas de abate e condições de armazenamento. Para uma maior eficiência desta etapa de transformação do músculo em carne, é de grande importância a fase de descanso dos animais para reposição do glicogênio muscular que foi consumido durante o transporte, devido ao desencadeamento de respostas fisiológicas ao estresse e aumento do metabolismo. Durante o processo de maturação da carne, que é feito em baixas temperaturas, ocorrem modificações químicas na estrutura das proteínas miofibrilares, sendo estas degradadas, promovendo a ruptura das fibras musculares e consequentemente o amaciamento da carne. O pH final é um importante fator que vai determinar a qualidade da carne, influenciando desde a cor até mesmo na textura. Carnes que apresentam uma queda muito rápida do valor de pH devido ao estresse durante o abate vai acarretar em acúmulo de ácido lático, que juntamente com a alta temperatura muscular, vai resultar em carne PSE, ou seja, uma carne pálida, pouco consistente e exsudativa, devido à baixa capacidade de retenção de água, sendo que ocorre uma inibição da atividade da calpaína e aumento no teor de calpastatina. Já as carnes que apresentam um pH muito alto, devido ao rápido esgotamento do glicogênio muscular, em conseqüência ao estresse pré-abate, vai ocasionar no desenvolvimento de carnes DFD, ou seja, escura, firme e seca, pela maior capacidade de retenção de água, menor refração da luz e alta atividade enzimática com maior consumo de oxigênio. Carnes para CALOR ÚMIDO: coxão duro, lagarto, músculo Carnes para CALOR SECO: coxão mole, alcatra, picanha (churrasco) Leite: Dispersão coloidal de proteínas em emulsão com gorduras Valor nutricional: Proteína: caseína Carbo: lactose Lipídios: gorduras saturadas Vitaminas: A e complexo B Minerais: cálcio e fósforo Lactose: Menor solubilidade que a sacarose Forma cristais no calor Confere textura às preparações Tipos de leite: Pasteurizado: passa pelo processo de pasteurização – combinação de temperatura e tempo com o objetivo de destruir os microorganismos patogênicos e reduzir o número total de bactérias Conservado por 24h Ferver e conservar na geladeira Leite em pó: Conservar por 12 meses Leite longa vida: Conservar por 3 meses Processamento: In natura Pasteurizado (72-76 C por 15 a 20 s) Ultra-pasteurização (130-150 C por 2 a 4 s): aquecimento e resfriamento imediato. Objetivo: destruir completamente os MO Tipo A: pasteurizado integral, elevada qualidade microbiológica e alto teor de gordura Tipo B: pasteurizado integral, extraído por ordenha mecânica, média qualidade microbiológicae alto teor de gordura Tipo C: baixa qualidade microbiológica e com no mínimo 3% de gordura – uso em manteigas, queijos e requeijões Teor de gordura: Integral: > 3,5% Semi-desnatado: > 1,6% Desnatado: > 0,3% Subprodutos: Leite evaporado: leite integral tratado termicamente – retirada parcial da água – SEM ADIÇÃO DE AÇÚCAR Leite condensado: leite integral tratado termicamente – retirada parcial da água – COM ADIÇÃO DE AÇÚCAR Modificações: Calor: Formação da nata – 60-65 C Evaporação da água e concentração das ptns – uso de tampa evita o processo Desnaturação da albumina Modificação do saor – recuperado com agitação mecânica Ácidos: Formação de coágulos: precipitação e sabor amargo COALHO Por bactérias (ácido lático), vinagre, frutas cítricas e hortaliças (tomate) Cocção + ácidos = leite coalha, adição de gomos Lactose + ptnas = melanoidinas Taninos (aspargos, ervilha, repolho) + leite = precipitação do leite Sais + leite: precipitação das proteínas Propriedades: sabor, cor, maciez, umidade e cremosidade Ovo: Propriedades do ovo: Coagulação - ESPESSANTE: Clara e gema coagulam pelo calor – 60-70 C por 10 mins Açúcar, leite e farinhas aumentam a temperatura de coagulação do ovo Sal e ácidos (limão e vinagre) reduzem a temperatura de coagulação – coagulos mais espessos Viscosidade: Característica da albumina – ptna do ovo! RETÉM AR. Clara batida dá leveza e esponjosidade à preparação Tipos de batido de clara: Ligeiro: clara se mantém transparente, espumosa, fluida e com grandes bolhas de ar Médio: menos fluida, esbranquiçada e com bolhas de tamanho mediano Em neve: corpo esponjoso, firme, branco e com aparência de espuma – CORPO POROSO COM ESTRUTURA DE REDE – quando a clara em neve é submetida ao calor, o ar incorporado se expande e as prepacações aumentam de volume e apresentam aspecto leve Como fator de crescimento o ovo equivale a ½ colher de chá de fermento Limão, sal, fermento em pó e cremor tártaro dão mais firmeza e elasticidade a clara em neve Óleos e gorduras retardam e impedem a formação Facilitadores: clara em temperatura ambiente e idade do ovo (novo) Emulsão: Atribuída a gema – PERMITE A MISTURA DE 2 LÍQUIDOS QUE NÃO DE MISTURAM FACILMENTE (IMISCÍVEIS) Uma gema pode reter até uma xícara de óleo Meio ácido facilita a emulsão – deve ser o primeiro ingrediente adicionado à gema O conteúdo proteico da gema permite a incorporação de um conglomerado maior de corpúsculos de gordura (maionese e molho holandês) COCÇÃO: Fogo brando para evitar grumos; Cocção excessiva leva ao esverdiamento da gema e perdas de minerais Parar a cocção um pouco antes – processamento continua após a retirada do fogo Um ovo espessa a mesma quantidade que uma colher de farinha de trigo Outras características culiárias do ovo: Gema contém pigmentos (xantofila, caroteno e criptoxantina) Orientações: Utilizar ovos na temperatura ambiente: evita rachaduras na cocção e aumenta o rendimento Esfriar rapidamente após a cocção: evita formação do sulfeto de ferro – CAMADA ESVERDIADA Utilizar a clara somente em preparações a milanesa: cobertura mais crocante e óleo espirra menos na fritura PESCADOS Peixes Finos: Peixes de água fria, clara e profunda (Namorado, Salmão, Badejo, Robalo, Mero). Peixes Populares: Peixes de água morna e rasa (Sardinha, Corvina, Cavalinha, Galo, Pescadinha). Pescados Frescos: Carne firme, branca, rosada, elástica, resistente à pressão dos olhos, cauda firme etc. Alterações no Pescado Escama Opaca Devem ser brilhosa e firmes; Olhos turvos Devem ser límpidos e para fora; Guelras pálidas, acinzentas, azuladas Devem ser avermelhadas; Carne sem brilho, de cor leitosa, sem elasticidade Deve ser elástica (teste do dedo) e brilhosa; Ventre abaulado, flácido, volumoso Deve estar firme e. Os peixes possuem alto valor nutricional. A PTN encontrada nos peixes é de melhor digestibilidade devido à ausência parcial ou total de tecido conjuntivo, e os peixes de água salgada são ricos em iodo. Os peixes de águas profundas e frias são ricos em ômega 3. Outros Mariscos: Lula, Polvo Crustáceos: Camarão, Lagosta e Caranguejo. Remolho leguminosas: Funções: Permite hidratação prévia do grão, acelerando o processo de cocção Remove/ reduz os antinutrientes – TANINOS (diminuem a absorção de minerais) Inibe enzimas responsáveis pelas proteases – menor digestibilidade Inibe lectinas (glocoproteínas) – aglutinadoras Oligossacarídeos: rafinose, estaquinose (30-80% dos açúcares solúves) – cocção + remolho = redução de até 65% - FLATULÊNCIA Métodos: Água em temperatura ambiente por 10-14h Remolho por 2 minutos, fervura por 2 min a 100 C, permanencia na água quente por 1h Pigmentos: Clorofila: Cor verde Insolúvel em água Sensível ao pH ácido Sensível ao calor Manchas amareladas = deterioração da estrutura da clorofila Cocção: Meio ácido: COR AMARRONZADA. PANELA FECHADA – liberação de ácidos orgânicos no meio de cocção – reduz pH. Mg na presença de ácidos fracos (oxálico e acético) = (clorofila + H+) = FEOFITINA Meio básico: COR VERDE BRILHANTE. PANELA ABERTA – escapamento ácidos voláteis. Formação de CLOROFILINA (hidrossolúvel), metanol e fitol. Antocianina Cor vermelho-arroxeado Meio ácido: COR AVERMELHADA – se ficar ESVERDEADA, tem ANTOXANTINA (amarelo), como o repolho roxo Meio básico: COR AZULADA Processos amido: Gelatinização: H2O + calor : grânulo de amido aumenta de volume Amido hidrofóbico - película que envolve o amido se torna permeável com aquecimento PORQUE REFOGAR? Capa de gordura protege o grão e retarda rompimento da película externa – IMPEDE EXCESSO DE GELATINIZAÇÃO Dextrinização: hidrólise do amido a partir de aquecimento prolongado – rompimento gradativo das membranas que envolvem o grão, liberando dextrina Ácidos: promove hidrólise do amido – preparações com suco de limão, por exemplo, deve levar mais amido/ farinha Dextrinixação AUMENTA A DIGESTIBILIDADE, muito usada em fórmulas infantis Retrogradação: processo inverso ao ocorrido com o amido na presença de água quente Durante o repouso e redução da temperatura, o amido volta a se contrair, expelindo a água e tornando-se insolúvel novamente
Compartilhar