Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
* FORTALECIMENTO MUSCULAR ATRAVÉS DA ELETROESTIMULAÇÃO Ana Helena Lopes UNIFAFIBE 2012 * CONTRAÇÃO MUSCULAR * São gerados impulsos elétricos que são conduzidos pelos neurônios aferentes; O impulso chega pelos axônios até as sinapses localizadas entre as terminações nervosas e fibras musculares, separadas por um espaço onde o estímulo elétrico libera acetilcolina; A acetilcolina produz trocas químicas na membrana da fibra muscular, fazendo com que esta conduza os íons despolarizando-se e gerando a contração muscular. * Músculo esquelético Perimísio Epimísio Fascículos Endomísio Fibra Muscular Sarcolema Miofibrilas Sarcomero * Ramos das Neurônios Motores * * RESUMINDO As células musculares estão normalmente sob o controle do sistema nervoso central; Cada músculo possui o seu nervo motor, o qual divide-se em muitos ramos para poder controlar todas as células do músculo. As divisões mais delicadas, microscópicas, destes ramos terminam, em cada célula muscular, em um mecanismo especializado conhecido como PLACA MOTORA/ NEUROMOTORA; Quando o impulso nervoso passa através do nervo, a placa motora transmite o impulso à célula muscular determinando a sua contração. * TIPOS DE CONTRAÇÕES MUSCULARES ISOMÉTRICA OU ESTÁTICA - A tensão isométrica é caracterizada por um aumento da tensão da musculatura sem alteração do comprimento do músculo, onde a resistência é igual a força aplicada. ISOTÔNICA OU DINÂMICA - A tensão isotônica é caracterizada pela alteração do comprimento muscular, onde a força excede a resistência provocando um movimento. As contrações isotônicas são divididas em : CONTRAÇÃO ISOTÔNICA POSITIVA (CONCÊNTRICA) - caracterizada pelo encurtamento do sarcômero (Fase positiva do movimento); CONTRAÇÃO ISOTÔNICA NEGATIVA ( EXCÊNTRICA ) - caracterizada pelo aumento do comprimento do sarcômero (Fase negativa do movimento). * * FORTALECIMENTO MUSCULAR O objetivo real é selecionar fibras musculares a serem recrutadas; * FIBRAS MUSCULARES Fibras vermelhas, tônicas, tipo I; Composição muscular 40%; Velocidade de contração lenta, maior capacidade de metabolismo aeróbico, grandes quantidade de mitocôndrias e mioglobina; Responsáveis pela contração estática ou postural; Fibras brancas, fásicas, tipo II; Composição muscular 60%; Velocidade de contração rápida, metabolismo anaeróbio, pouca resistência à fadiga, pobres em hemoglobina; Responsáveis pelas contrações dinâmicas com movimentos breves e pouca força; Há a possibilidade de conversão de unidade motoras de um para outro tipo. * * * MÚSCULOS E FIBRAS * MARATONISTA CORREDORA DE 100 METROS RASOS * ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR NMES – NEUROMUSCULAR ELECTRICAL STIMULATION É o termo apropriado quando se refere ao FORTALECIMENTO MUSCULAR ATRAVÉS DO ESTÍMULO ELÉTRICO O fortalecimento muscular ocorre quando há um recrutamento de fibras musculares voluntariamente ou por estímulos elétricos apropriados. * ESTÍMULOS PARA FORTALECIMENTO VOLUNTÁRIO Há 2 vias a serem estimuladas voluntariamente: aferente e outra eferente. Querer e poder realizar o movimento. ELETROESTIMULADORES Há somente uma via eferente motora. A contração muscular é realizada através de eletrodos transcutâneos nas fibras musculares quando acionado o equipamento. * EXERCÍCIO + ELETROESTIMULAÇÃO Ao associarmos a ELETROESTIMULAÇÃO com RESISTÊNCIA MECÂNICA ou MANUAL ao movimento, é possível incrementar o ganho de força e o volume muscular minimizando riscos de lesões quando comparadas somente a atividade voluntária. * CONTRAÇÃO MUSCULAR ATRAVÉS DA ELETROESTIMULAÇÃO Para ocorrer a contração muscular eletroestimulada é necessário que produza a despolarização de uma ou mais unidades motoras. * ELETRODOS TRANSCUTÂNEOS → ESTÍMULOS ELÉTRICOS → EXCITAÇÃO DO SARCOLEMA: A CONTRAÇÃO OCORRE PELA EXCITAÇÃO DO NERVO MOTOR ELETROESTIMULAÇÃO * ELETROESTIMULAÇÃO MUSCULAR As contrações podem ocorrer através de TRENS DE PULSO: produz contração muscular sustentada ou mantida por tempo prolongado. Estes devem ser formados por pulsos bem próximo, evitando contrações vibratórias e ser suficientemente separados entre si para permitir a repolarização da membrana da fibra muscular. * Contração sustentada Repolarização da membrana * OBJETIVOS DA ELETROESTIMULAÇÃO A eletroestimulação poderá ser empregada em musculatura idônea ou com comprometimento neurológico. Restabelecimento da sensação (propriocepção) de contração muscular (pós-operatória ou pós-traumática); Aumento da força muscular para melhorar a estabilidade ativa de uma articulação; Manter a condição do músculo (prevenção de atrofia); Potencializar a força muscular; Promover uma contração isométrica eficiente; Provocar de forma segmentada ou isolada a ação específica de uma determinado feixe muscular; * FISIOLOGIA DA INDICAÇÃO Quando uma lesão acomete o músculo ou nervo, ocorre a perda da sua capacidade de trabalho; Denervação, processos metabólicos graves e prolongados, contraturas mantidas, imobilizações articulares, edemas severos: o músculo deixará de contrair-se, progressivamente deixando de ser fibra muscular, degenerando-se em tecido fibroso substituindo o tecido muscular. * EFEITOS DA ELETROESTIMULAÇÃO Recupera músculos fadigados pós esforço; Incrementa forças (máxima, veloz, resistência, elástica); Aumenta a resistência aeróbica; Selecionar e intensificar o trabalho muscular, diminuindo o risco de lesão; Aumenta de 400-500% da microcirculação sanguínea da área; Estimula vários tipos de fibras musculares; Modifica o tipo de fibra e sua elasticidade. * DURAÇÃO E FORMA DOS PULSOS ELÉTRICOS Fisiologicamente os impulsos elétricos variam entre 150 e 400us; Musculatura de MMSS: 150us Maiores em tronco superior, abdômen e membros inferiores; Russa: valores definidos 400us; FES: possibilita a adequação da largura do pulso. * FES ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL É uma ativação nervosa controlada por uma corrente de baixa frequência (10 a 200Hz), alternada, com a finalidade de produzir uma resposta em determinados músculos paralisados. Functional Electrical Stimulation * FES - Objetivos Uso de impulsos elétricos destinados a produzir contrações musculares mediante trens de pulso em grupos musculares que desencadearão movimentos e AVDs no momento e na forma que o paciente desejar: ficar em pé, andar, coordenar movimentos dificultados pela espasticidade, fazer compressão de objetos, alterar a postura e outros. * * * * * FES - Características Contração muscular se dá pelo estímulo do nervo periférico; As enfermidades que acometem o neurônio motor inferior ou a placa motora não respondem bem a este estímulo; As lesões cerebrais e medulares alta podem ter a capacidade de resposta a este estímulo. * FES - INDICAÇÃO Avaliar as manifestações que acompanham ou desencadearam a lesão. HEMIPLEGIA PÓS AVC COM HISTÓRIA DE DIABETES E POLINEUROPATIA Músculos paréticos ou plégicos com objetivos funcionais e também em músculos idôneos; Atua no controle da espasticidade: ao aplicar a FES ocorre a inibição recíproca e relaxamento do músculo espástico e estimulação sensorial de vias aferentes. * FES - INDICAÇÃO Utilizado em musculaturas atrofiadas pelo desuso, devido aos longos períodos de imobilização; Retarda e trata as atrofias por desuso; Mantém ou ganha amplitudes articulares; Combate as contraturas; Facilitação neuromuscular; Fortalecimento muscular; Para uso de órteses. * FES - PARÂMETROS Amperagem Máxima - até a tolerância; Duração do Pulso - 50 a 300 microssegundos; Freqüência de pulso - 1 a 200 Hz; * FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR Objetivo: aumentar o movimento e facilitar a reaprendizagem motora; Indicações: hemiplégicos, traumatismos cranianos, trauma raqui medulares incompletos, pacientes ortopédicos com musculatura em desuso prolongado; Colocação dos eletrodos: nos músculos paréticos agonistas do movimento; Tempo ON: variável em forma de gatilho. Pode ser disparado pelo fisioterapeuta ou paciente; Tempo OFF: suficientemente grande para permitir uma nova participação ativa do paciente; Duração da sessão: em média 15 minutos, várias vezes ao dia; Intensidade: suficiente para produzir o estímulo “gatilho”, para auxiliar o início do movimento ou para completar seu arco total; * AMPLITUDE DE MOVIMENTOS E CONTRATURAS Objetivo: mobilização articular; Indicações: limitações e contraturas articulares de qualquer natureza; Frequência: maior que 20Hz; Tempo ON: aproximadamente 6 segundos; Tempo OFF: aproximadamente 12 segundos; Relação ON/OFF: ½ Colocação dos eletrodos: músculos agonistas ao movimento limitado; Intensidade: suficiente para contração ampla e uniforme do músculo, movimentando-o em todo seu arco disponível; Duração da sessão: manter ADM – 30 a 60 minutos; ganhar ADM – 1 a 2 horas, sessões curtas várias vezes ao dia; Cuidados: evitar contração excessiva. Pode provocar inflamação, edema e dor; As articulações que melhor respondem são do cotovelo e joelho. * CONTRAÇÃO MUSCULAR Objetivo: fortalecer um músculo ou grupo muscular debilitado; Indicações: atrofias por desuso causadas por problemas ortopédicos, incluindo artrites, lesões antigas do moto neurônio superior, lesões medulares incompletas; Colocação dos eletrodos: próximo aos pontos motores dos músculos; Frequência: entre 20 e 50Hz; Tempo ON: aproximadamente 4 e 6 segundos; Tempo OFF: aproximadamente 12 a 18 segundos; Relação ON/OFF: 1/3 – 4/1 Intensidade: suficiente para vencer uma carga adequada; Duração da sessão: 30 a 60 minutos duas vezes ao dia; Cuidados: evitar fadiga muscular; Os resultados, geralmente, aparecem em 2 a 10 semanas; Pode-se intercalar 30 minutos de estimulação com 30 minutos de exercitação ativa. * CONTROLE DA ESPASTICIDADE Objetivo: controlar a espasticidade, ainda que temporariamente, permitindo a realização de programas de treinamento funcional, facilitação e fortalecimento muscular; Indicações: pacientes hemiplégicos espásticos; Tempo ON: de 10 a 15 segundos, mobilizando a articulação em todo seu arco; Tempo OFF: de 40 a 60 segundos para evitar fadiga; Relação ON/OFF: 1/5 Intensidade: moderada; Duração da sessão: 30 minutos, 3 vezes ao dia durante um mês; Cuidados: interromper o tratamento se for observada resposta paradoxal (desencadear movimentos antagônicos ao grupo muscular estimulado); Os resultados, geralmente, aparecem durante o tratamento, podendo persistir por um tempo variável após sua interrupção. * FES – USO ORTÓTICO Facilita o treino de marcha precoce em pacientes hemiplégicos, nos lesados medulares e em lesões nervosas periféricas neuropráxicas (para manter o alinhamento funcional de um ombro sub-luxado; * FORTALECIMENTO MUSCULAR MÚSCULO DEBILITADO Freqüência = entre 20 a 50 Hz; Tempo On = aproximadamente entre 4 a 6 segundos; Tempo Off = aproximadamente entre 12 a 18 segundos; Relação On/Off = 1/3; Duração da sessão = 30 minutos. * PARÂMETROS 35 Hz para estimulação confortável dos extensores de punho; Estimulação do quadríceps: BaKer (1988), preconiza utilizar 50 Hz; Amplitudes altas para poder recrutar o maior número de unidades motoras; Duração do Pulso: MMSS entre 20 a 200us com um pulso mais confortável com 100us; * CONTRA INDICAÇÕES Doenças Vasculares Periféricas, especialmente quando há possibilidade de trombos; Hipertensão ou Hipotensão; Marcapasso; Áreas de excesso de tecido adiposo; Tecido Neoplásico; Áreas de Infecção ativa; Pele desvitalizada- exemplo após a terapia por radiação profundas; Seios carotídeos; Regiões Torácicas; Tronco em mulheres em gestação; Incapacidades Cardíacas; Pacientes Diabéticos; Pacientes com Denervações musculares; * FES – FATORES QUE INTERFEREM COM A ESTIMULAÇÃO OBESIDADE: a gordura isola o nervo a ser atingido; NEUROPATIAS: não há respostas aos estímulos de curta duração; DISTÚRBIOS SENSORIAIS: pode haver irritação da pele; ACEITAÇÃO DO PACIENTE: deve acostumar-se progressivamente com a sensação produzida; SEGURANÇA DO TERAPÊUTA: dominar a técnica; * APLICAÇÃO DO FES 1- Prepare o equipamento - reduza a intensidade de saída a zero; 2- Escolha corretamente o tamanho e posição dos eletrodos e diminua a resistência da pele do paciente; 3- Instrua ao paciente sobre a aplicação da corrente; 4- Ajuste as variáveis do pulso (WIDTH), e a freqüência do pulso (RATE); 5- Ajuste as variáveis de corrente - elevação (RAMP), 6- Ajuste a intensidade (INTENSITY); 7- Determine o tempo de aplicação; 8- Aumente a intensidade, até desenvolver a tensão desejada; 9- Fique atento aos sinais apresentados pelo seu paciente; * APLICAÇÃO DO FES Posicionar os eletrodos: UNIPOLAR: Aplicação sobre o ponto de superfície motora; BIPOLAR: Aplicação sobre os lados do ventre muscular; * POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS * ORIENTAÇÕES Primeiras Sessões dosar a intensidade de forma lenta e progressiva; Orientar o paciente o que deverá sentir; Não utilizar a terapia onde não há continuidade da pele; Deve-se tomar cuidados com os pacientes com incapacidades quanto a resposta a fornecer um feedback sensorial ao estimulo; Cuidado especial deve ser tomado ao elevar a largura de pulso quando o equipamento estiver liberando corrente ao paciente. Quanto maior a largura de pulso, menor a intensidade necessária para produzir efeito motor ou doloroso ! * PARÂMETROS - Estudos CONTRAÇÃO MUSCULAR: 20 a 50Hz; EXTENSORES DO PUNHO: 35Hz e 100us; QUADRÍCEPS: 50Hz; AMPLITUDES MAIORES RECRUTAM MAIOR NÚMERO DE UNIDADES MOTORAS; QUANTO MAIOR A LARGURA DO PULSO MENOR A INTENSIDADE A SER EMPREGADA; * PARÂMETROS - dicas Frequências inferiores a 20 Hz provocam contração fasciculada (contração de poucos grupos de fascículos do tecido muscular desenvolvendo pouca resposta de força), que é ineficaz para geração de movimentos funcionais e superiores a 70 Hz, provocam desconforto sensorial em pacientes com sensibilidade nociceptiva presente; Estudo realizado com hemiparéticos, com objetivo de ganho de força muscular e aumento de ADM, utilizaram os seguintes parâmetros para estimular os extensores do punho: tempo de subida e de descida igual a 1segundo, freqüência 35hz, amplitude de pulso de 300us e intensidade de acordo com a tolerância de cada indivíduo. Estes parâmetros foram efetivos e utilizados durante 5 semanas consecutivas; * NEURODYN - IBRAMED FES SYNC – FES sincronizado. Neste caso o aparelho fará estimulação utilizando as rampas on, off, rise e decay. Neste modo sincronizado os dois canais executam a estimulação ao mesmo tempo. Os valores para as rampas ON, OFF, RISE e DECAY podem ser escolhidos. FES REC – FES recíproco. Neste caso o aparelho fará estimulação utilizando as rampas on, off, rise e decay. Neste modo recíproco os dois canais executam a estimulação de modo alternado. Os valores para as rampas ON, OFF, RISE e DECAY podem ser escolhidos. FES SYNC Vif – FES sincronizado com Vif. Neste caso o aparelho fará estimulação (dois canais ao mesmo tempo) utilizando as rampas on, off, rise e decay associadas a variação automática de intensidade e freqüência, ou seja, varia ao mesmo tempo a duração do pulso (T) e da freqüência de repetição do pulso (F), proporcionando uma maior varredura das fibras musculares, evitando também a acomodação muscular causada pela passagem da corrente. Quando este modo é selecionado, a duração do pulso (T) decresce variando automaticamente de 225 useg até 50 useg, enquanto a freqüência de repetição do pulso (F) cresce variando automaticamente de 7 Hz até 65 Hz. Logo em seguida a duração do pulso (T) cresce variando automaticamente de 50 useg até 225 useg, enquanto a freqüência de repetição do pulso (F) decresce de 65 Hz até 7 Hz. Estes ciclos acontecem e se repetem indefinidamente durante a execução das rampas Rise, On e Decay até que o modo de estimulação seja alterado. FES REC Vif – FES recíproco com Vif. Neste caso o aparelho fará estimulação alternando os dois canais.
Compartilhar