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Unidade 3
Habilitação e Classificação de Créditos
Profª Roberta C. de M. Siqueira/ Direito Empresarial IV
ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino. São necessários estudos complementares. Mera orientação e roteiro para estudos.
3.1 Verificação dos Créditos
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O processo denominado de verificação de créditos é compostos de 4 fases:
Habilitação dos créditos
Divergência
Impugnação
Retificação
Prazo para habilitação de crédito por parte do credor em caso de omissão na petição: 15 dias (art. 7, §1º).
Responsabilidade do administrador judicial (art. 7º, caput).
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Findo o prazo das habilitações de crédito, terá o administrador judicial, o prazo de 45 dias para apresentar o rol de credores (art. 7º, §2º), através da publicação de edital.
Prazo de 10 dias da publicação do edital, pode ser apresentada impugnação contra a relação de credores (arts. 13 a 15).
Conteúdo ha habilitação de crédito: art. 9º.
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3.2 Habilitação de Créditos
Ordem de classificação prevista no art. 83.
Créditos extraconcursais pagos com precedência aos do art. 83 – rol no art. 84.
Acrescenta-se aos créditos extraconcursais a situação descrita no art. 67.
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Em resumo, a ordem de classificação é:
Precedência absoluta – créditos extraconcursais (inclusive do art. 67);
Créditos trabalhistas de até 150 salários mínimos por credor e créditos oriundos de acidente de trabalho;
Créditos com garantia real (hipoteca, penhor, anticrese – art. 1.419, CC);
Créditos tributários (art. 186, CTN; incluem-se os créditos parafiscais, como os da Previdência Social, PIS e outros, com base no art. 4º da Lei n. 6.830/80);
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Créditos com privilégio especial – art. 964, CC; crédito do candidato a unidade condominial (art. 43, III, Lei n. 4.591/64); credor por nota de crédito industrial (art. 17, Decreto-lei n. 413/69);
Créditos com privilégio geral – art. 965, CC; debêntures flutuantes (art. 58, § 1º, Lei n. 6.404/76); honorários advocatícios (art. 24, Lei n. 8.906/94);
Créditos quirografários (notas promissórias, cheques, letras de câmbio e outras cédulas creditícias; títulos executivos extrajudiciais – art. 585, II do CPC).
Multas contratuais e multas por infrações legais;
Créditos subordinados (debênture subordinada – art. 58, §4º, Lei n. 6.404/76- créditos de sócios da empresa tais como o pró-labore)
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OBSERVAÇÕES:
Embora os créditos tributários não sejam abrangidos pela Recuperação Judicial, pode haver negociação administrativa e juntada aos autos (art. 68 e art. 155-A do CTN).
Créditos quirografários: aqueles cuja única garantia é a assinatura do devedor. Não têm garantias nem privilégios.
Os créditos trabalhistas podem se tornar quirografários: se excederem o limite de 150 salários mínimos ou quando os mesmos são cedidos a terceiros (art. 83,, VI, c e §4º).
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3.3 Os Credores Retardatários
Não apresentado o crédito no prazo legal (15 dias, art. 7, §1º): ainda assim pode ser apresentado, mas será considerado retardatário (art. 10).
Entretanto, deve ser observada se a habilitação foi apresentada ANTES ou DEPOIS da homologação do quadro geral de credores, pois o tratamento será diferenciado.
Credores sofrerão restrições: art. 10, § 1º a 4º.
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3.4 Divergência
Em caso de divergência quanto ao crédito, o credor deverá suscitar suas divergência no prazo do art. 7º, §1º - 15 dias da publicação do edital que defere o processamento da RJ ou da sentença que decreta a falência.
Obediência aos requisitos do art. 9º - conteúdo da habilitação.
Transcorridos os 15 dias, ainda assim deve ser dado ao credor divergente a hipótese de declaração retardatária.
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3.5 Impugnação
Da publicação do edital pelo administrador judicial (art. 7, §2º), contendo a relação de credores, cabe impugnação no prazo de 10 dias (art. 8º).
Legitimidade: Comitê, qualquer credor, o devedor, sócios ou o Ministério Público.
Credores podem contestar a impugnação no prazo de 5 dias (art. 11).
Abre-se o prazo de 5 dias para manifestação do devedor e do Comitê sobre a impugnação apresentada pelos credores.
Emissão de parecer do administrador judicial (5 dias) – art. 12, parágrafo único.
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Depois, a impugnação será conclusa ao juiz que deverá tomar os procedimentos descritos no art. 15, ou seja: decidirá sobre a inclusão ou não das créditos impugnados no QGC, inclusive designando audiência se necessário.
É cabível quando o credor não teve sua habilitação ou divergência aceita pelo administrador judicial.
Será autuada em separado e dirigida ao juízo; assinada por advogado e conter os documentos necessários, além das provas a serem produzidas (art. 13).
Cada impugnação corre em autos apartados. Várias impugnações sobre o mesmo crédito podem fluir nos mesmos autos.
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Inexistindo (art. 14) ou após decisão sobre as impugnações (art. 15), o rol de credores será remetido ao status de quadro geral de credores.
Com base na lista apresentada pelo devedor e nas habilitações e divergências: publica-se edital consolidando a relação de créditos.
A impugnação pode se referir à ausência ou à ilegitimidade, importância ou classificação de determinado crédito (art. 8º).
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O juiz poderá determinar a reserva de valores (art. 16).
Pode ser interposto agravo contra a decisão judicial sobre a impugnação (art. 17), que poderá ter efeito suspensivo.
A responsabilidade pela consolidação do quadro-geral de credores é do administrador judicial (art. 18).
O Juízo homologará o quadro, mencionando a importância e a classificação de cada crédito. Será publicado no órgão oficial, no prazo de 5 dias, contados da sentença que houver julgado as impugnações.
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Depois da publicação do quadro geral de credores, este só pode ser alterado em caso de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou juntada de novos documentos ignorados (art. 19). O procedimento será ordinário, mas perante o Juízo falimentar.
A ação revisional de crédito ( exclusão, outra classificação ou retificação de qualquer crédito), que era prevista na lei anterior, foi mantida no art. 19. 
Cabível quando o prazo impugnatório fluiu “in albis”, e são conhecidas ilicitudes que precisam barrar o pagamento do crédito viciado. Pode ser utilizada a tutela antecipada ou o julgamento antecipado da lide (arts. 273 e 330, CPC) – a lei não previu rito especial.
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Unidade 4
Do Administrador Judicial e do Comitê de Credores
Profª Roberta C. de M. Siqueira/ Direito Empresarial IV
ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino. São necessários estudos complementares. Mera orientação e roteiro para estudos.
4.1 Características Gerais
Com a revogação do Decreto 7.661/45 e vigência da Lei n. 11.101/05 aparece uma contundente modificação:
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Previsão legal: arts. 21 a 34 da Lei 11.101/2005
Quem pode ser?
Todas as pessoas com a descrição do art. 21, menos as impedidas (art. 30).
São impedidos de atuarem como administrador ou de integrar o comitê de credores:
Quem no período de 5 anos foi destituído ou deixou de prestar contas no prazo legal ou prestou contas mas foi desaprovada.
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Quem tem relação de parentesco até o 3º grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais.
Quem é amigo, inimigo ou dependente do devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais.
Intimação pessoal para assinatura do termo de compromisso, no prazo de 48 horas (art. 33).
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Deveres do administrador judicial:
São divididos em 3 grupos: na RJ e na falência (art. 22, I), na RJ (art. 22, II e na falência (art. 22, III). Os principais, no processo de falência (administração e liquidação da massa falida) são:
Realizar um dos principais efeitos da falência: inaugurar o concurso universal de credores;
Arrecadar os bens e livros do falido e tê-los em sua guarda;
Escolher os auxiliares necessários aos serviços de administração da massa;
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Fornecer todas as informações pedidas pelos interessados sobre a falência e a administração da massa;
Preparar a verificação e classificação dos créditos, com vistas a confirmar a sua validade;
Representar ao juiz sobre a necessidade da venda de bens deterioráveis ou de guarda dispendiosa;
Representar a massa em juízo, ativa ou passivamente, podendo contratar advogado etc.
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Os principais deveres, no processo de RJ (fiscalizar a gestão do devedor em RJ) são:
Elaborar rol inicial de credores;
Consolidar quadro geral de credores;
Requerer ao juiz, convocação da assembleia geral de credores;
Fiscalizar o cumprimento do plano de recuperação judicial
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4.2 Remuneração do Administrador Judicial
Subjetividade do magistrado foi contemplada pela lei – art. 24. Os critérios para fixação da remuneração são: capacidade de pagamento do devedor, grau de complexidade dos trabalhos e valores de mercado (art. 24, caput).
Valor máximo é de 5% incidente sobre os bens alienados pela massa (falência) ou sobre o montante dos créditos submetidos à recuperação judicial (na RJ).
40% desse valor (dos 5%) devem ser pagos após a prestação de contas do administrador judicial. Crédito extraconcursal (art. 84).
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Casos de troca do Administrador:
Substituição: pode se dar em caso de renúncia, não assinatura do termo de compromisso, morte, incapacidade, enveredamento em procedimento de recuperação judicial ou falência. Terá remuneração proporcional (art. 24, §3º). Não é sanção, justifica-se pela melhor administração da falência.
Destituição: sendo relapso ou comprovados interesse contrários ao da massa (art. 24, §3º, §4º c/c art. 31). Perderá direito à remuneração. É sanção, pena imposta ao administrador que não cumpriu bem seu ofício.
Pode haver a contratação de auxiliares remunerados – art. 25.
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4.3 Do Comitê de Credores (art. 26 a 29)
Novidade da lei é a possibilidade de criação de um comitê de credores, quando esses assim entenderem necessário e oportuno – art. 26. Portanto, deliberação dos credores.
Tem caráter facultativo: não dispensa o trabalho do administrador judicial.
Não é remunerado, mas despesas comprovadas são ressarcidas (art. 29).
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Não havendo Comitê: função do administrador judicial (art. 28).
Na falta do administrador: atribuições do comitê são do juiz (art. 28).
Composição do comitê: art. 26.
 Se houver falta de indicação de membros, não está impedida sua constituição, pois pode funcionar com número inferior (art. 26, § 1º). Serão constituídos na ASSEMBLEIA GERAL.
Serão nomeados pelo juiz, através de requerimento dos credores que representem a maioria dos créditos de uma classe, INDEPENDENTEMENTE da realização de AG nos casos do art. 26, §2º.
Presidente: indicado pelos membros (art. 26, §3º).
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Atribuições do comitê:
Na RJ e na falência: art. 27, I
Na RJ: art. 27, II.
Destacam-se:
Fiscalizar as atividades e examinar as contas do administrador judicial;
Zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da lei;
Comunicar ao juízo, caso detecte violação dos direitos ou prejuízo aos interesses dos credores;
Apurar e emitir parecer sobre quaisquer reclamações dos interessados;
Requerer ao juiz a convocação da assembleia geral de credores.
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4.4 Da Prestação de Contas
O administrador judicial tem obrigação de prestar contas, no prazo de 30 dias da realização do ativo e pagamento aos credores (art. 154).
As contas são prestadas em autos apartados. Podem ser impugnadas no prazo de 10 dias (art. 154, §2º). MP manifesta-se no prazo de 5 dias. Contas são julgadas por sentença. Cabe apelação.
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Exceção à regra do art. 154: art. 31, §2º. Em caso de substituição deve haver prestação de contas no prazo de 10 dias.
Se as contas forem desaprovadas, perde direito à remuneração (art. 24, §4º).
Não prestação de contas, PODE levar à prisão do administrador judicial, por crime de desobediência (art. 23). Prisão falimentar e não caracterizada como civil, penal ou administrativa. Enquadramento como funcionário público para fins penais (CP, art. 327).
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Unidade 5
Pressupostos da Falência
Profª Roberta C. de M. Siqueira
Direito Empresarial IV
ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia do curso constante no seu Plano de Ensino. São necessários estudos complementares. Mera orientação e roteiro para estudos.
5.1 Noções Gerais
Pressupostos de existência da situação falimentar:
subjetivo (ser empresário – legitimidade)
objetivo (estar insolvente - impontualidade e atos de falência)
formal (existência de sentença - declaração judicial)
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5.2 Requisito formal: Declaração Judicial
Sentença declaratória proferida pelo juízo competente.
Juízo competente: art. 3º - O que vem a ser principal estabelecimento?
Principal estabelecimento = Sede administrativa
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PROCESSUAL CIVIL -CONCORDATA PREVENTIVA -CONFLITO POSITIVO DE COMPETÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE PREVENÇÃO DO JUÍZO SUSCITANTE PARA PROCESSAMENTO DA CONCORDATA. PRETENDIDA PREVALÊNCIA DO FORO DE BRASÍLIA PARA PROCESSAMENTO DA CONCORDATA, - DOMICÍLIO ANTERIOR DA SOCIEDADE -ARGUMENTO DE SER FRAUDULENTA A TRANSFERÊNCIA DA SEDE EFETIVA DE BRASÍLIA PARA GOIÂNIA INADMITIDO. CONFLITO IMPROCEDENTE. - Foro competente para a concordata preventiva é o local em que o comerciante tem seu principal estabelecimento, isto é, onde se encontra a verdadeira sede administrativa, o comando dos negócios. - Conflito conhecido e improvido, declarando-se a competência do Juízo de Direito da Vara de Falências, Concordata e Insolvência Civil de Goiânia, o suscitado. (Conflito de Competência 21.775/DF. Encol)
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Prevenção da competência: art. 6º, §8º (distribuição do pedido de falência)
Princípios aplicáveis ao juízo falimentar:
Universalidade – todos os credores
Indivisibilidade – todos os bens, interesses e negócios do falido
Unidade – um único juízo competente
5.3 Caracterização da Insolvência Empresarial
Requisito subjetivo da falência – qualidade de empresário (art. 966, CC).
Requisito objetivo da falência – estado de insolvência
Requisito formal da falência – declaração judicial do estado de falência
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5.4 Caracterização do Empresário
Conceito: art. 966.
São requisitos ao exercício do empresariado:
Exercício profissional de atividade econômica
Organização produtiva
Circulação ou produção de bens e serviços
Exclusão da atividade empresarial: art. 966, § único, CC.
Lei de falências aplica-se ao empresário e à sociedade empresária (art. 1º).
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Requisitos jurídicos para a caracterização do empresário:
Capacidade
Mediação ou circulação de bens
Finalidade lucrativa
Habitualidade ou profissionalidade.
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5.5 Insolvência
 Insolvência Civil (arts. 748 a 786-A do CPC).
 Desproporção negativa patrimonial
 Insolvência Empresarial
 Impontualidade Atos de Falência
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Sistemas clássicos para a caracterização da insolvência:
Sistema do patrimônio deficitário: descompasso entre o ativo e passivo do devedor (Europa);
Sistema da cessão de pagamentos: deve-se provar a acessão dos pagamentos aos credores, ainda que não se chegue à definição do número de ocorrências para satisfazê-lo (Oriente médio);
Sistema da impontualidade: ocorrência de um título vencido e não pago e protestado para se presumir a insolvência (Brasil);
Sistema da enumeração legal: elenco de atos que levam ao estado de falência (países de colonização anglo-saxônica).
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Insolvência uma situação fática, pressuposto da falência.
Falência uma situação jurídica, superveniente à insolvência e dela decorrente. 
Não apenas a impontualidade indica falência. Existem outras hipóteses, elencadas no art. 94, II e III, que também indicam estado falimentar.
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Além dos casos de insolvência confessada pelo próprio
devedor, nossa legislação admite a presunção da insolvência, nos seguintes casos:
Impontualidade injustificada – art. 94, I:
Não pagar no vencimento
Sem justificativa ou relevante razão de direito – art. 96
Obrigação materializada em título executivo judicial ou extrajudicial – arts. 475-N e 585 CPC
Protesto - §3º e Lei 9.492/97, art. 23; discussão: para fins falimentares e pessoa que recebeu a notificação.
Valor SUPERIOR a 40 salários mínimos - §1º (credores podem reunir-se em litisconsórcio).
Prova: certidão de protesto
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Execução frustrada – art. 94, II e §4º:
Não paga, não deposita e não nomeia bens à penhora*** (reforma CPC)
Prova: certidão do juízo da execução.
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Atos de falência – art. 94, III e §5º:
Liquidação dos ativos ou fraude nos pagamento;
Negócio simulado;
Trespasse irregular;
Simulação de transferência do estabelecimento;
Institui ou reforça garantia por dívida anterior;
Ausenta-se sem deixar representante;
Abandona ou tenta ocultar-se do estabelecimento;
Descumprimento do PRJ.
Prova: juntar provas que existem mais as que pretende produzir.
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