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Conhecimentos Gerais Prof. Cássio Albernaz Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística www.acasadoconcurseiro.com.br Conhecimentos Gerais Professor: Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br Clipping de Notícias: Os textos aqui apresentados são referências de temas atuais que podem ser abordados para a prova de Conhecimentos Gerais. A parte referente à História do Brasil é um resumo de referência. www.acasadoconcurseiro.com.br 7 Conhecimentos Gerais 1. Elementos de política brasileira. STF CONDENA SENADOR, MAS NÃO TIRA MANDATO Supremo Condena Senador por Fraude Correio Braziliense – 09/08/2013 Pela primeira vez na história, o Supremo julgou e condenou um senador. Ivo Cassol (PP-RO) foi considerado culpado no crime de fraude a licitação e punido com 4,8 anos de prisão em regime semiaberto. Mas, em vez de determinar a perda automática do cargo eletivo, como fez no caso do mensalão, o tribunal reviu o entendimento e deixou para o Senado a decisão de cassá-lo ou não. A mudança de posição do STF se deve à entrada em cena dos dois últimos ministros nomeados por Dilma: Teori Zavascki e Roberto Barroso. Foi o voto dos dois que fez o placar anterior, de 5 a 4, mudar para 6 a 4 (Luiz Fux não participou dessa decisão). A expectativa é de que o novo entendimento interfira também no julgamento dos recursos dos réus do mensalão. O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou ontem, por 10 votos a zero, o senador Ivo Cassol (PP-RO) a 4 anos, 8 meses e 26 dias de prisão em regime semiaberto e multa de R$ 201,8 mil pelo crime de fraude em licitações. O delito foi cometido entre 1998 e 2002, quando o parlamentar exercia o cargo de prefeito da cidade de Rolim de Moura, em Rondônia. O congressista ficará em liberdade até o julgamento de eventuais recursos que poderá protocolar na própria Suprema Corte. Os ministros definiram que caberá ao Senado deliberar sobre a perda do mandato de Cassol, decisão que deve interferir no caso dos réus detentores de cargo eletivo condenados no julgamento do mensalão. Na Ação Penal 470, o STF havia determinado por cinco votos a quatro a perda do mandato dos parlamentares condenados, cabendo ao Congresso apenas cumprir a ordem. No entanto, diante da chegada de dois novos ministros à Corte, o entendimento acabou modificado ontem. Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso consideram que cabe ao Legislativo definir se cassará ou não o mandato do congressista. Ambos foram decisivos para a formação do placar de seis a quatro — Luiz Fux, que é contrário a essa corrente, não participou do julgamento de Ivo Cassol, pois já havia atuado no processo quando ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O presidente do STF, Joaquim Barbosa, alertou para a possibilidade de ocorrer a "incoerência" de um parlamentar que perdeu os direitos políticos e condenado ao semiaberto — regime no qual é permitido trabalhar durante o dia — exercer o mandato no Congresso até as 18h e depois ter que se recolher no estabelecimento próprio para o cumprimento da pena. "Pune- se mais gravemente quem exerce responsabilidade maior, essa deve ser a regra. Quanto mais elevada a responsabilidade, maior deve ser a punição, e não o contrário", afirmou Barbosa. www.acasadoconcurseiro.com.br8 Luís Roberto Barroso ponderou, no entanto, que a Constituição é clara quanto à prerrogativa exclusiva do Legislativo para decretar a perda do mandato de parlamentares. "Eu lamento que tenha essa disposição, mas ela está aqui. Comungo da perplexidade de Vossa Excelência, mas a Constituição não é o que eu quero, é o que eu posso fazer dela", disse. No julgamento, iniciado na quarta-feira e concluído ontem à noite, Ivo Cassol e os outros oito réus do processo acabaram absolvidos da acusação de formação de quadrilha. Já por fraude, além do senador foram condenados a 4 anos e 9 meses de prisão Salomão da Silveira e Erodi Antonio Matt, que eram respectivamente presidente e vice-presidente da Comissão de Licitações de Rolim de Moura. A sessão de ontem acabou presidida pelo vice-presidente Ricardo Lewandowski até a chegada, já no fim da tarde, de Barbosa ao plenário. Ele acompanhou a maior parte do julgamento de seu gabinete por ter sentido dores na coluna. O julgamento foi concluído menos de 10 dias antes do prazo em que os crimes prescreveriam: 17 de agosto. "Conluio" De acordo com a denúncia do Ministério Público, o esquema criminoso consistia no fracionamento ilegal de licitação de obras e serviços de modo que somente empresas envolvidas no "conluio" disputavam o procedimento. Relatora do processo, a ministra Cármen Lúcia destacou que houve a intenção de fraudar 12 licitações durante o período em que Cassol comandou a Prefeitura de Rolim de Moura. O STF definiu que não houve formação de quadrilha, uma vez que não se comprovou a reunião de mais de três acusados para a prática dos crimes. "O fato é que houve direcionamento das empresas pelo município de Rolim de Moura", frisou o revisor da ação, Dias Toffoli. Ricardo Lewandowski acrescentou. "Ocorreu, a meu ver, um conluio entre a administração do município e as empresas que participavam das licitações", afirmou. Em nota, Ivo Cassol diz que continuará exercendo o mandato, que termina em 31 de janeiro de 2019. "Sou inocente e vou recorrer em liberdade da sentença que fui condenado! Não houve direcionamento às empresas beneficiadas e muito menos fracionamento dos processos licitatórios conforme denúncia contra mim apresentada", destacou o parlamentar, primeiro senador condenado na história do STF. APÓS LIVRAR DONADON, CÂMARA QUER VOTO ABERTO EM CASSAÇÕES Após Livrar Donadon, Câmara Agora Quer Abrir Votos Em Caso De Cassação O Estado de S. Paulo – 30/08/2013 Objetivo é evitar que episódio se repita no julgamento de condenados no mensalão Ao não cassar o mandato do deputado federal Natan Donadon (sem partido-RO), que está preso por ter sido condenado no STF, a Câmara colocará em votação proposta que acaba como voto secreto para esse tipo de decisão. O objetivo é evitar que o episódio se repita no caso dos condenados no mensalão. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), espera concluir o trâmite da proposta em outubro. No Senado, a articulação é para uma regra que IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 9 torne automática a perda de mandato em caso de condenação criminal. O fim do segredo em processos de cassação foi aprovado pelo Senado e tramita na Câmara. O PT foi o partido que mais teve deputados que faltaram à votação de Donadon. Entre os ausentes estão os quatro condenados no mensalão: João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Henry (PP-MT) e José Genoino (PT-SP), de licença médica. Na tentativa de minimizar os danos de imagem após manter o mandato do deputado preso por peculato e formação de quadrilha Natan Donadon (sem partido-RO) líderes da Câmara prometem colocar em votação a proposta que acaba com o voto secreto nesse tipo de decisão. A ideia é que a nova regra esteja valendo quando os condenados no julgamento do mensalão tiverem seus casos analisados em plenário. Anteontem, os deputados livraram Donadon da cassação em votação secreta. Ele acabou afastado pelo fato de estar cumprindo pena num presídio em Brasília. Almir Lando (PMDB-RO), seu suplente, assumiu ontem já defendendo o fim da votação secreta em caso de cassações. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que espera concluir o trâmite da proposta do voto aberto em outubro. No Senado, a articulação é para uma regra que tome automática a perda de mandato em caso de condenação criminal em sentença definitiva. O fim do segredo em processos de cassação foi aprovado pelo Senado em uma proposta de Alvaro Dias (PSDB-PR) e tramita em comissão especial na Câmara.Alves diz que há acordo entre os líderes para a matéria, apesar de a matéria andar ainda a passos lentos. aSe aprovar a do Alvaro Dias sem alteração, mantendo na íntegra, e a ideia é essa, daria para fazer a promulgação e os próximos processos na Casa já seriam assim (comvotação aberta). Daria para fazer em outubro", disse Alves, segundo quem nenhum novo caso de cassação será levado de novo a plenário até que o projeto de abertura da votação seja concretizado. Quatro deputados foram condenados no julgamento do mensalão. O Supremo determinou a perda de mandato imediata, mas a Câmara aguardava o final da ; análise dos recursos afim de colo-! car os casos em plenário. Agora, além do fim dos recursos,os condenados terão de esperar a aprovação do projeto. DEM, PPS e PSB anunciaram obstrução em plenário até que a proposta seja votada como forma de pressão para acelerar a tramitação. O prazo na comissão especial é de 10 a 40 sessões e só uma foi realizada até agora. Precedente Nos bastidores, petistas admitiam ontem que, ao livrar Donadon, a Câmara poderia criar um precedente para livrar, também, os condenados no mensalão. Após receber aliados em seu gabinete, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR) disse a colegas antes davota-ção que seria alto o número de faltantes e de abstenções, o que se confirmou depois. Vargas diz ter votado a favor da cassação. No Senado, o presidente Re-nan Calheiros (PMDB-AL), que já teve o mandato salvo duas vezes em votações secretas, preferiu apontar como solução a proposta que determina a perda automática do mandato em casos de condenação criminal definitiva. Marcou para 10 de setembro a votação em plenário da chama-: da aPEC dos Mensaleiros", proposta do senador Jarbas Vascon-cellos (PMDB-PE). Calheiros avaliou, porém, que a absolvição em si não desgasta www.acasadoconcurseiro.com.br10 o Congresso. "Acho que não desgasta porque precisamos ter respostas prontas, rápidas, céleres e eficazes. E a resposta neste caso é a PEC porque a sociedade não tolera mais essa situação. Não dá mais" afirmou Calheiros. Parlamentares Buscam Brechas para Anular Sessão Na tentativa de anular a sessão que absolveu Natan Donadon (sem partido-RO), dois deputados questionaram à Mesa Diretora 0 fato de o colega ter votado na sessão que decidiu seu futuro. Simplício Araújo (PP8-MA) e Amauri Teixeira (PT-BA) argumentam que a participação do colega em seu próprio julgamento viola o regimento da Câmara. A Secretaria-Geral da Mesa su tenta que não houve irregularidades. Pelo regimento, ÍÈé vedado 0 acolhimento do voto do deputado representado". Durante a sessão, 0 presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou que não computaria o voto. Também na tentativa de reverter a decisão, 0 líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), protocolou mandado de segurança no Supremo pedindo que a sessão seja anulada por erros regimentais. 0 PPS disse que irá ao STF. As chances.de as ações prosperarem, porém, são baixas. A GUERRA DE MARINA PELA REDE A Segunda Batalha De Marina No TSE Autor(es): DIEGO ABREU » DANIELA GARCIA Correio Braziliense – 13/08/2013 Além de validar 500 mil assinaturas – até agora tem 189 mil – a ex-senadora precisa enfrentar os prazos apertados do TSE para a criação do partido Mesmo se validar as assinaturas nos cartórios eleitorais, Marina enfrentará um longo processo no tribunal para a criação da Rede. Entre a apresentação do pedido e a votação em plenário, tramitação leva pelo menos um mês A 53 dias do prazo final para que o partido de Marina Silva seja criado em tempo hábil de participar das eleições de 2014, a ex-senadora corre contra o relógio para conseguir validar pelo menos 500 mil das 800 mil assinaturas que a Rede coletou. A certificação dos apoios pelos cartórios e pelos tribunais regionais eleitorais (TREs), porém, é apenas a primeira de duas batalhas que a pré-candidata ao Palácio do Planalto terá de enfrentar: a segunda será travada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que costuma levar mais de um mês desde a apresentação do pedido de registro até a análise do processo de criação da sigla em plenário. O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Marco Aurélio Mello alerta que a checagem das assinaturas é “algo de vulto”, que precisa seguir uma série de requisitos. “Há listagens para conferir. É preciso checar se os apoiamentos existem. Não se pode pretender criar um partido da noite para o dia. Há formalidades legais inafastáveis”, afirmou o ministro, que acumula funções no TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF). IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 11 Porta-voz no Distrito Federal da Rede, André Lima descarta a possibilidade de o partido sofrer com o pouco tempo de tramitação no TSE. Segundo ele, a Rede Sustentabilidade está livre de impugnações, já que contou, principalmente, com o apoio da militância. “Nós contamos com uma gente que quer se reencantar com a política e que acredita na democracia”, destacou. Segundo ele, as pesquisas eleitorais que apontaram o aumento da popularidade de Marina Silva motivam ainda mais a Rede seguir à risca a legislação para que o partido seja registrado a tempo. “É de conhecimento de todos que a população quer a opção da Rede nas eleições de 2014.” Na legalização do PSD, em 2011, o TSE levou um mês e quatro dias para analisar o registro. O partido havia entrado com o pedido em 23 de agosto e sua criação acabou aprovada em 27 de setembro, 10 dias antes do prazo final, que, naquela ocasião, vencia em 7 de outubro. O partido, fundado pelo ex-prefeito paulista Gilberto Kassab, sofreu quatro pedidos de impugnação no TSE, que acusavam irregularidades na coleta das assinaturas e ausência de documentos exigidos pelo órgão. Os pedidos foram apresentados pelo Democratas (DEM), Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada do Brasil (PSPB) e por Lúcio Quadros Vieira Lima, que se qualificou como cidadão interessado. Audiência Em 2013, o prazo encerra mais cedo, em 5 de outubro, exatamente um ano antes do primeiro turno das eleições de 2014. Se o processo do partido de Marina caminhar no TSE com a mesma velocidade que o do PSD, ela teria somente mais duas semanas para entrar com o pedido de registro. Esse procedimento, no entanto, só poderá ser feito quando pelo menos nove TREs tiverem certificado as assinaturas, totalizando 500 mil apoios. Até ontem, somente 189 mil haviam sido validadas. Afim de cobrar agilidade dos cartórios eleitorais para validarem as assinaturas e remeterem as listagens aos TREs, Marina Silva pediu uma audiência com a corregedora-geral Eleitoral, Laurita Vaz, que deve marcar o encontro para esta semana. Um integrante do TSE ouvido pela reportagem observa que o procedimento dos cartórios é trabalhoso. Na avaliação dele, não há como afirmar se haverá tempo hábil para que a Rede seja criada antes de 5 de outubro. O ministro alerta que se houver impugnações contra a criação da legenda, o TSE precisará de um tempo ainda maior, uma vez que há abertura de prazos e a necessidade de o tribunal consultar o Ministério Público antes da votação no plenário. Além do PSD, o PPL conseguiu registro em 2011. A legenda obteve o aval do TSE apenas três dias antes do prazo final, em 4 de outubro daquele ano, um mês e 10 dias depois de entrar com o pedido. O PEN não teve a mesma sorte. Depois de entrar com a papelada no TSE em 21 de setembro de 2011, a sigla viu o plenário rejeitar a sua criação imediata, o que levou a agremiação a receber o registro somente nove meses depois. Outro problema da Rede seria a rejeição de 23% das assinaturas nos cartórios. Segundo André Lima, a Justiça estaria tendo dificuldades para conhecer assinaturas de jovens com menos de 18 anos e idosos que deixaramde votar nas últimas eleições. “Eles avaliam o canhoto das últimas eleições e não o título de eleitor”, explicou. www.acasadoconcurseiro.com.br12 • Confira o passo a passo necessário para a criação de um partido: • A legenda precisa apresentar cerca de 500 mil assinaturas de apoio válidas, o equivalente a 0,5% do total dos votos dados para a Câmara dos Deputados nas últimas eleições • As assinaturas são verificadas pelos cartórios eleitorais e encaminhadas para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) • » Antes de entrar com o pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a sigla precisa da certificação das assinaturas de pelo menos nove TREs. A resolução que disciplina a criação de partidos estabelece que as assinaturas sejam coletadas em pelo menos um terço dos estados brasileiros e atinjam ao menos 0,1% dos eleitores de cada uma dessas nove unidades da Federação • Em posse das certificações de pelo menos nove TREs e com a quantidade mínima nacional de assinaturas, a legenda entra com o pedido de registro junto ao TSE • No prazo de até 48 horas após a apresentação do pedido, o processo deve ser distribuído a um relator • Caberá a qualquer interessado impugnar, no prazo de três dias, contados da publicação do edital, o pedido de registro. Havendo impugnação do Ministério Público ou de outro partido, será aberta vista ao requerente para contestar no mesmo prazo» A Procuradoria-Geral Eleitoral deverá se manifestar em três dias antes de o processo ser liberado para o relator, que não tem prazo para apresentar em mesa para julgamento o pedido de registro. Quando não há impugnação, o processo segue imediatamente para a análise do relator • Para que o partido esteja apto a participar das eleições de 2014, é necessário que o registro seja aprovado pelo plenário do TSE antes de 5 de outubro de 2013 (um ano antes do pleito). Esta também é a data-limite para um político se filiar a uma sigla, caso queira disputar as eleições do ano que vem • Outros casos: Veja quanto tempo os últimos partidos criados no país precisaram desde o pedido de registro até a decisão do TSE: • PSD: Pedido protocolado em 23 de agosto de 2011 e deferido em 27 de setembro do mesmo ano • PPL: Pedido protocolado em 24 de agosto de 2011 e deferido em 4 de outubro daquele ano • PEN*: Pedido protocolado em 21 de setembro de 2011 e deferido em 19 de junho de 2012 * O pedido do PEN chegou a ser levado a julgamento em 6 de outubro de 2011, mas havia falhas no processo de coleta das assinaturas. Os ministros então converteram o processo em diligências para que fossem sanadas, o que ocorreu somente em 2012. IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 13 MAIS MÉDICOS COMEÇA HOJE EM 13% DAS CIDADES Brasileiros em 454 cidades dão início ao Mais Médicos Autor(es): Lígia Formenti O Estado de S. Paulo – 02/09/2013 O desembarque de brasileiros em 454 cidades marca hoje a estreia de fato do programa Mais Médicos. A chegada atenderá à demanda de apenas 13% dos municípios que se inscreveram na primeira etapa da iniciativa. Profissionais desembarcam hoje nos municípios contemplados na primeira fase do programa; Ceará receberá maior contingente O desembarque de brasileiros em 454 cidades hoje marca a estreia de fato do Mais Médicos, programa lançado em julho pelo governo federal para ampliar a oferta de profissionais em áreas consideradas prioritárias. Achegada atenderá à demanda de apenas 13% dos municípios que se inscreveram na primeira etapa da iniciativa. A timidez da estreia é ainda mais marcante nos Estados do Norte, Amapá, por exemplo, deterá receber três médicos brasileiros. Acre e Roraima, por sua vez, ficam, cada um, com nove profissionais. Ceará é o Estado que vai receber maior contingente: 106 médicos, seguido da Bahia, com 103. Na primeira fase do programa, 3.511 cidades requisitaram 15.460 profissionais para trabalhar no atendimento de saúde local. A resposta ao convite foi pequena: 1.096 médicos brasileiros e outros 282 estrangeiros. Há ainda 4 mil cubanos, recrutados por meio de um acordo firmado entre o governo brasileiro e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Desse convênio, 400 já desembarcaram no País. Os demais são esperados até dezembro. Na sexta-feira, uma nova etapa de inscrições, tanto de médicos quanto de cidades interessadas em participar do programa, foi concluída. O novo balanço, com números de novas cidades e candidatos às vagas, deverá ser divulgado hoje. A ideia é fazer chamamentos mensais até que a demanda seja totalmente atendida. Pelas regras do Mais Médicos, a prefeitura é obrigada a manter a quantidade de profissionais existente anteriormente. Bolsistas do programa só podem ser incluídos para expandir a capacidade de atendimento. O controle é feito por meio do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde. No sistema, constam os dados dos médicos que atuam nos municípios. São as prefeituras que devem arcar com a alimentação e a moradia dos bolsistas. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse estar convicto de que a acolhida dos profissionais nas cidades hoje será bem diferente da chegada dos cubanos ao País, na semana passada. “Estou certo de que eles serão muito bem recebidos pela população, Há um anseio pela chegada deles”, disse. A primeira onda é formada por médicos brasileiros. Para tentar aplacar as críticas de entidades de classe, o Mais Médicos deu prioridade para profissionais do País. Em uma segunda etapa, inscreveram-se brasileiros e estrangeiros com diplomas obtidos no exterior. A terceira fase – e a responsável pela maior parte do efetivo de profissionais – é fruto do convênio feito com a Opas. www.acasadoconcurseiro.com.br14 Embora o acordo entre a Opas e o governo brasileiro tenha sido anunciado há duas semanas, médicos cubanos há pelo menos seis meses se preparam para trabalhar no Brasil. Desde o início do ano, profissionais em várias regiões de Cuba recebem aulas de português e sobre o Sistema Único de Saúde (SUS), com professores destacados pelo governo brasileiro. O material didático usado é o mesmo adotado no curso de três semanas dado para estrangeiros. Reação truculenta: O risco de o ritmo de adesão de médicos de outras nacionalidades cair ainda mais por causa dos protestos da semana passada foi descanado por Padilha. “Foi uma reação truculenta, uma postura isolada que não representa o sentimento de milhões de brasileiros”, disse. NA MIRA DOS ESTADOS UNIDOS – DILMA FOI ALVO DIRETO DA ESPIONAGEM AMERICANA EUA ESPIONAM DILMA Autor(es): CRISTINA TARDÁGUILA JÚNIA GAMA O Globo – 02/09/2013 NSA monitorou telefone e e-mails da presidente A Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) monitorou o conteúdo de telefonemas, e-mails e mensagens de celular da presidente Dilma Rousseff e de um número ainda indefinido de “assessores-chave” do governo brasileiro. Além de Duma, também foram espionados pelos americanos nos últimos meses o presidente do México, Enrique Peña Nieto, — quando ele era apenas candidato ao cargo — e nove membros de sua equipe. As informações foram reveladas ontem pelo “Fantástico’ que teve acesso a uma apresentação feita dentro da própria NSA, em junho de 2012, em caráter confidencial. O documento é mais um dos que foram repassados ao jornalista britânico Glenn Greenwald por Edward Snowden, técnico que trabalhou na agência e que hoje está asilado na Rússia. Ontem à noite, ao tomar conhecimento da reportagem, o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, classificou a espionagem como um fato “gravíssimo” e afirmou que, se confirmado o monitoramento das comunicações da presidente Dilma e de seus assessores, o episódio terá sido uma “clara violação à soberania” brasileira. Cardozo antecipou ainda que fará um pedido formal de explicações aos Estados Unidose que o tema será levado à Organização das Nações Unidas (ONU). — Se forem confirmados os fatos da reportagem, eles devem ser considerados gravíssimos, caracterizarão uma clara violação à soberania brasileira — disse o ministro. — Isso foge completamente ao padrão de confiança esperado de uma parceria estratégica, como é a dos Estados Unidos com o Brasil. Diante desses fatos, vamos exigir explicações formais ao governo americano, o Itamaraty convocará o embaixador dos Estados Unidos para dar explicações e vamos levar o assunto a todos os fóruns competentes da ONU. A apresentação em que a presidente Dilma Rousseff e o presidente Enrique Peña Nieto são citados e aparecem até em fotos tem um total de 24 slides e não traz nenhum exemplo de e-mail ou ligação da governante brasileira. O título é “Intelligency filtering your data: Brazil and Mexico case studies” (inteligência filtrando informação: os estudos de caso do Brasil e do México’ numa tradução livre), e sua classificação indica que o documento só pode ser lido pelos países que integram o grupo batizado pela NSA como “five eyes’ São eles: Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália, Cana- dá e Nova Zelândia. Nesse mesmo documento, que data de junho de 2012, a NSA explica com grande precisão de detalhes e desenhos como espiona os telefonemas, e-mails e mensagens de celular dos dois líderes latino-americanos. Ao final, congratula-se de ter tido “sucesso” na empreitada. Segundo o jornalista Glenn Greenwald, que recebeu os documentos de Snowden e colaborou com a IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 15 reportagem do “Fantástico’ a apresentação de slides deixa claro que o primeiro passo da NSA é identificar seus alvos, seus números de telefone e seus endereços de e-mail. Depois, usando pelo menos três programas de computador — o Cimbri, Mainway e Dishfire ( este capaz de procurar uma palavra-chave numa imensidão de dados) —, a agência filtra as comunicações que devem merecer mais atenção. Para ilustrar esse processamento de dados, a apresentação traz a imagem de duas mensagens de celular. A primeira delas, capturada numa comunicação travada entre dois colaboradores do então candidato Enrique Pefla Nieto, ele aparece citado pela sigla EPN ( as primeiras letras de seu nome). A segunda, extraída do celular do próprio Pefia Nieto, traz uma revelação: o nome daquele que viria a ser anunciado, dias mais tarde, como coordena- dor de comunicação social do governo. Nessa parte do documento, lê-se, no alto do slide, o número 85.489. Para Greenwald, o número poderia significar o total de mensagens interceptadas pela NSA no entorno de Peña Nieto. O dado não foi comprovado. Ao trazer à tona o estudo de caso do Brasil, a apresentação da NSA é clara. Seu objetivo é “aumentar o entendimento dos métodos de comunicação” de Dilma Rousseff e de seus “assessores-chave’ No slide que vem logo em seguida, a agência mostra, sem revelar nomes, a teia de relacionamentos da presidente e como esses indivíduos se relacionam entre si, Segundo a interpretação de Greenwald, essa é uma forma de os Estados Unidos identifica-rem os principais interlocutores do governo brasi1eiro E, segundo revela o documento obtido pelo “Fantástico’ o esforço tem dado resultado. Na conclusão da apresentação sobre o caso Brasil, a NSA destaca que “foi possível aplicar essas técnicas com sucesso contra alvos importantes’ inclusive contra os brasileiros e mexicanos que costumam proteger tecnicamente suas comunicações (os chamados “OPSEC-savvy’ em inglês). o ministro José Eduardo Cardozo preferiu não adiantar que providências seriam tomadas caso as denúncias reveladas ontem sejam confirmadas, mas avançou na crítica: — Isso (a espionagem) atinge não só o Brasil, mas a soberania de vários países que pode ter sido violada de forma absolutamente contrária ao que estabelece o direito internacional — destacou ele. — Não pode haver uma coleta indiscriminada de dados no Brasil sem a determinação do Poder Judiciário. Representei o Brasil em Washington em reuniões sobre o assunto, e propusemos um protocolo de entendimento que visasse a assegurar a soberania internacional, apenas permitindo a interceptação de dados com ordem judicial, mas os Estados Unidos não aceitaram o acordo, dizendo que não iam faze-lo nem com o Brasil nem com outro país. ‘AMIGO, INIMIGO OU PROBLEMA? Mas o interesse da NSA pelos brasileiros não se esgota aí. Um segundo documento revelado ontem à noite indica que os Estados Unidos ainda têm dúvidas quanto à sua avaliação do Brasil. Em um dos slides do powerpoint intitulado “Identifying challenges for the future” (“Identificando desafios para o futuro”), que também foi repassado a Greenwald por Snowden, a Agência de Segurança Nacional se faz uma pergunta: “Amigos, inimigos ou problemas?’ Logo abaixo faz uma lista de países que merecem observação. O Brasil encabeça o ranking composto ainda por Egito, Índia, Irã, México, Arábia Saudita, Somália, Sudão, Turquia e lêmen, Classificada pela sigla “FOUO” (“for official use only” ou “exclusivo para uso oficial), a apresentação tem 18 slides e pretende levar a agência a fazer uma reflexão sobre o período que vai de 2014 a 2019. O documento também classificado como confidencial e disponibilizado apenas para os “five eyes’ países com quem a NSA diz “trocar informações de forma frequente’ No terceiro e último documento repassado por Greenwald ao “Fantástico a maior agência de segurança do mundo revela que mantém uma equipe responsável por monitorar questões comerciais em treze países da Europa e em “parceiros estratégicos” mundo a fora. Na lista da 151 estão Brasil, México, Japão, Bélgica, França, Alemanha, Itália e Espanha. Segundo o documento, são nações que têm em comum o fato de serem importantes para a economia americana e para as “questões de defesa’ Essa divisão especializada da NSA também daria ao órgão “informações sobre as atividades militares e de inteligência” desses países. www.acasadoconcurseiro.com.br16 ACREDITE SE QUISER: CÂMARA DERRUBA VOTO SECRETO POR UNANIMIDADE Agora só falta o Senado Autor(es): Paulo Celso Pereira, Isabel Braga e Cristiane Jungblut O Globo – 04/09/2013 Depois de sete anos, Câmara aprova, em segundo turno, fim do voto secreto Brasília – Seis dias após salvar o mandato do deputado-presidiário Natan Donadon (sem partido-RO) em uma votação secreta, a Câmara dos Deputados tentou dar ontem uma satisfação à sociedade e aprovou, em segundo turno, por unanimidade, com 452 votos favoráveis, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 349, que põe fim ao voto secreto para todas as decisões tomadas em sessões plenárias do Parlamento. A votação em primeiro turno aconteceu há sete anos, e o texto segue agora para o Senado, onde a tramitação deve demorar, no mínimo, um mês. Se aprovado pelos senadores, todos os futuros processos de cassação de mandato parlamentar terão o voto aberto dos seus colegas. A decisão de pôr a medida em votação partiu do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Ainda pela manhã, ele chegou à Casa informando que pautaria a proposta na sessão da noite e que informaria aos líderes sua decisão. Henrique estava emparedado pela decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, que na segunda-feira suspendeu a decisão da Câmara que não cassou o mandato de Donadon. — Esta Casa marcou um passo ao reencontro da democracia — afirmou o presidente, à noite, ao proclamar o resultado da sessão em que apenas ele não votou. Apesar da aprovação da medida, existe na oposição o temor de que o Senado demore na discussão da proposta, e ela acabe não sendo votada. O receio aumentou diante da afirmação do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), na tribuna, informando que, após a aprovação da PEC 349, seu partido não aceitaria votar a PEC 196, que prevê o voto aberto apenasna cassação de mandato de parlamentares. — Não vamos fazer o papel de votar duas PECs, sendo a segunda mais restrita. Não vou enganar a opinião pública — afirmou Cunha. Apesar de ser mais restrita, a PEC 196 já passou pelo Senado, já foi aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, e agora aguarda discussão e votação em comissão especial, e depois no plenário, em dois turnos. Pelas contas de Henrique Alves, em duas semanas, a PEC 196 poderá ser pautada para o plenário e, caso aprovada, entrará em vigor imediatamente. Desconfiado, o líder da minoria na Câmara, Nilson Leitão (PSDB-MT), disse, durante a sessão, que os partidos de oposição exigirão a votação da PEC já aprovada pelo Senado, que servirá como garantia caso os senadores demorem a analisar a proposta aprovada ontem pela Câmara: — Isso é o jogo do Planalto. Vamos exigir a votação da PEC 196. Porque votar apenas a PEC 349 é "me engana que eu gosto". Porque sabe-se lá quando vai votar lá (no Senado). Antes da votação final pelos deputados, à noite, o presidente do Senado, Renan Calheiros (DEM-AL), gerando mais desconfianças, disse que a Câmara deveria ter priorizado a medida mais restrita (já aprovada pelo Senado) para só depois partir para a mais ampla, que deverá suscitar debates: — Nós já aprovamos a proposta há mais de um ano. O fundamental seria votar essa matéria primeiro. Ela seria promulgada em oito dias. E, depois, nós a ampliaríamos. A proposta votada ontem sofre restrições mesmo entre os parlamentares que defendem o fim do voto secreto para cassações de mandato. Isso porque a PEC abre o voto dos parlamentares em situações delicadas, como apreciação de vetos presidenciais e indicações de ministros do Supremo e do procurador- geral da República, o que pode gerar, na visão deles, o risco de sofrerem retaliações por parte do governo e de autoridades do Judiciário. Ainda durante a reunião de líderes na Câmara, a avaliação final foi que o Senado terá a oportunidade de fazer alterações na PEC. Em plenário, muitos deputados diziam que não era possível votar ontem contra a PEC do Voto Aberto, mesmo convencidos de que ficarão expostos em algumas situações, como na apreciação dos IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 17 vetos presidenciais. — Curiosamente, alguns colegas passavam entre as bancadas fazendo comício contra, dizendo que estávamos dando um tiro no pé — contou o deputado Otávio Leite (PSDB-RJ). Muitos usaram a tribuna para justificar por que estiveram ausentes na votação da semana passada. Ontem, dos quatro deputados condenados no caso do mensalão, apenas Pedro Henry (PP-MT) sentou-se no fundo do plenário e votou. Já Valdemar Costa Neto (PR- SP) apenas registrou sua presença ainda cedo. O petista João Paulo Cunha (SP) não registrou presença, e José Genoino (PT-SP) está de licença médica. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), defensor do voto aberto em qualquer situação, ponderou: — O parlamentar vai pensar duas vezes se fica bem com o governo, contra sua consciência e contra a sociedade, ou se fica bem com seu eleitor. É um teste à nossa independência. Ontem, integrantes da Frente Parlamentar em Defesa do Voto Aberto, criada em 2011, fizeram um ato em favor da PEC pelos corredores da Câmara e terminaram com a abertura, no plenário, de uma enorme faixa amarela e preta com o slogan "Voto aberto Já". O próprio Henrique Alves posou para fotos ao lado deles afirmando que seria uma "sessão histórica". Durante a sessão, Alves foi criticado por alguns deputados, como Sílvio Costa (PTB-PE), sugerindo que ele "estava jogando para a plateia". Mas, ao iniciar a sessão de ontem, o presidente foi taxativo: — Esta Casa não pode vacilar. O Brasil espera uma resposta que não pode demorar deste Parlamento. Vi esta Casa se agachar, se levantar, mas não vi um desgaste maior a essa Casa, à sua credibilidade do que o ocorrido na noite fatídica da quarta-feira. O mea culpa é de todos nós. A comissão especial que analisa a PEC 196 se reuniu ontem, mas ainda precisa cumprir prazos para que ela seja levada ao plenário, o que deve ocorrer no dia 24 de setembro. Integrante da comissão, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) reclamou da decisão de privilegiar a PEC 349: — O mais rápido é votar a PEC 196. É a resposta que a sociedade quer. Na semana passada, no caso Donadon, quebraram o vaso. O vaso quebrou, agora não adianta querer colar. A JUSTIÇA TARDA: STF MANTÉM IMPUNIDADE DE MENSALEIROS ATÉ 2014 PUNIÇÃO ADIADA O Globo – 19/09/2013 Celso de Mello reabre julgamento, e Fux é o novo relator. Decano diz que sentimento das ruas não pode se sobrepor à lei e que recurso assegura direito de defesa. STF reconhece direito a novo julgamento para 12 réus; Dirceu pode sair do regime fechado -BRASÍLIA- Doze dos 25 réus condenados no processo do mensalão ganharam ontem o direito a um novo julgamento — entre eles o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Por seis votos a cinco, o Supremo Tribunal Federal (STF) admitiu a possibilidade de analisar os embargos infringentes, um recurso que permite o reexame de provas e a absolvição em crimes cuja condenação contou com ao menos quatro votos a favor do réu. O voto de Minerva foi dado pelo ministro Celso de Mello, o mais antigo na Corte, que disse rejeitar a pressão das ruas sobre o Supremo. Como há prazos para os advogados entrarem com os recursos e o Ministério Público Federal se pronunciar, qualquer punição aos mensaleiros pode ficar apenas para 2014. O ministro Luiz Fux substituirá o presidente Joaquim Barbosa na relatoria dos recursos. O tribunal deu prazo de 30 dias para os réus entrarem com os infringentes, a contar da publicação no Diário da Justiça do acórdão referente aos embargos declaratórios, recursos cujo julgamento foi encerrado no último dia 5. A expectativa é que o tribunal leve cerca de 15 dias para publicar o acórdão, mas, pelo regimento, a publicação poderá ocorrer até o início de novembro. Acórdão publicado, e esgotado o prazo dos réus, a Procuradoria Geral da República ganha outros 15 dias para se manifestar. Na hipótese célere, os prazos encerrariam em meados de novembro, e Fux elaboraria seu voto www.acasadoconcurseiro.com.br18 imediatamente depois. Em outro cenário, os prazos terminariam em 19 de dezembro, último dia do ano antes das férias do tribunal, inviabilizando o desfecho do caso este ano. EXECUÇÃO DE PENAS FSCA SUSPENSA Em razão do adiamento da conclusão do processo, a execução das penas dos 12 condenados que têm direito ao embargo infringente ficará suspensa. O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, contudo, não mencionou na sessão de ontem como ficará a situação dos outros 13 réus que não têm direito aos recursos. A prisão deles deve ser discutida em plenário quando o tribunal publicar o acórdão. Se ficar decidido que o grupo não pode mais entrar com nenhum tipo de recurso, as penas deverão ser executadas imediatamente. Apontado como chefe da quadrilha do mensalão, Dirceu pode ter sua pena, atualmente em dez anos e dez meses, diminuída para sete anos e 11 meses, deixando de cumprir a pena em regime inicialmente fechado e passando ao regime semiaberto. No ano passado, Dirceu foi condenado por formação de quadrilha por seis votos a quatro. Por outro lacjd, não há como revisar a pena de corrupção ativa, crime pelo qual Dirceu foi con denado por oito votos a dois. Além de Dirceu, sete réus condenados por formação de quadrilha tiveram pelo menos quatro votos pela absolvição: o ex-presidente do PT José Genoino; o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares; o operador do esquema, Marcos Valério, e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Crisüano Paz; e os ex-executivos do Banco Rural Ká-tia Rabello e José Roberto Salgado. Simone Vasconcelos, ex-funcionária de Valério, foi condenada pelo crime, mas não cumprirá pena porque houve prescrição. Esses réus têmchance de serem absolvidos do crime de formação de quadrilha. Isso porque a formação da Corte mudou em relação ao ano passado, com a substituição de dois integrantes. Recentemente, o STF absolveu o senador Ivo Cassol (PP-RO) da acusação de formação de quadrilha, mudando a jurisprudência do tribunal. Se o mesmo ocorrer na ação penal 470, Delúbio Soares também vai para o semiaberto. Outros três condenados poderão questionar a pena por lavagem de dinheiro: o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT- SP); o ex-assessor parlamentar do PP João Cláudio Genu; e o doleiro Breno Fischberg. No caso dos dois últimos réus, eles foram condenados apenas por lavagem. Ou seja, em tese, podem ser totalmente absolvidos depois do julgamento dos embargos infringentes. No caso de Cunha, se ele for absolvido será preso em regime semiaberto, não no fechado, como decidiu o tribunal no ano passado. Na semana passada, a votação sobre a legitimidade ou não do recurso foi interrompida com cinco votos a cinco. O voto de desempate foi dado ontem pelo mais antigo integrante da Corte, Celso de Mello. Ele defendeu os infringentes como garantia de um processo justo aos réus. E esclareceu que a Corte deve agir com correção jurídica, e não para atender os desejos das ruas. — Tenho para mim que ainda subsistem, no âmbito do STF, nas ações penais originárias, os embargos infringentes — arrematou o decano. Por duas horas, o ministro sustentou que os infringentes estão previstos no Regimento Interno, de 1980, que tem força de lei. E lembrou que a Lei 8.038, de 1990, que disciplinou recursos judiciais no STF e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), não tratou dos infringentes, mas também não os baniu do regimento. Celso de Mello afirmou que, ao silenciar sobre esse tipo de recurso, a lei de 1990 criou uma ""típica lacuna intencional" para manter a validade do regimento do Supremo. O ministro acrescentou que apenas o Congresso pode extinguir a possibilidade de embargos infringentes para ação penal no STF. E argumentou que não há outro tribunal ao qual se possa recorrer de condenação do STF. Daí a importância dos embargos infringentes. — No STF, não há uma instância de superposição, e isso é grave. Por isso mesmo que o STF, no Regimento Interno, sabiamente construiu um modelo recursal que permite a possibilidade de controle jurisdicional de suas próprias decisões, porque não há outro órgão do Poder Judiciário ao qual a parte supostamente lesada possa se dirigir — explicou. IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 19 25 ANOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: PROMULGAÇÃO MARCOU TRANSIÇÃO ENTRE DITADURA E DEMOCRACIA Em 5 de outubro de 1988, o Congresso Nacional brasileiro estava em polvorosa. Do lado de fora, tropas militares saudavam parlamentares com tiros de canhão e fogos de artifício. Lá dentro, os políticos sabiam que estavam vivendo um momento histórico. Após subir a rampa do Planalto com o presidente José Sarney e Raphael Meyer, ministro do STF, o deputado Ulysses Guimarães, então presidente da Assembleia Nacional Constituinte, assinou os documentos no plenário da Câmara dos Deputados e disse a frase que todos esperavam: “Declaro promulgado o documento da liberdade, da dignidade, da democracia e da justiça social do Brasil”. Em 2013, o texto final da Constituição do Brasil promulgada em 1988 completa 25 anos. Em vigor até hoje, os 347 artigos do documento aprovado representaram um avanço nos direitos sociais dos brasileiros, marcando também a transição do regime militar para uma democracia. A Constituição ou Carta Magna é um documento de leis fundamentais que refletem a estruturação do Estado, formação dos poderes, formas de governo e direitos e deveres do cidadão de um país. Ao longo da história, o Brasil teve sete constituições, sendo que primeira data de 1824 e foi outorgada por D. Pedro 1º durante o Império. Em 1891, após a Proclamação da República (1889), foi promulgada a primeira Constituição Republicana brasileira, que adotou o sistema de governo presidencialista, a eleição do chefe de Estado por voto direto e a divisão entre o Poder Legislativo (Câmara dos Deputados e Senado Federal), o Poder Executivo e o Poder Judiciário. Constituição democrática Foram 18 meses até que a Constituição de 1988 fosse aprovada. O documento foi elaborado partir de propostas tanto dos congressistas quanto da população, através de audiências públicas com representantes de movimentos sociais. Foi a primeira vez na história do Brasil que a população participou diretamente da elaboração da Constituição. Naquela época, a promulgação foi decisiva para fazer a ruptura com a Constituição de 1967, criada durante o período do regime militar no Brasil (1964-1985) e que criou Atos Institucionais, decretos que restringiam direitos e garantias do cidadão. A ideia de uma nova Constituição surgiu após o processo de abertura política, contando com o apoio dos que tinham participado do movimento Diretas Já, em 1984, e como promessa de campanha de Tancredo Neves, eleito presidente em 1985. Com sua morte, José Sarney foi o primeiro civil a ocupar o cargo de presidente após 21 anos de ditadura militar. Constituição cidadã José Sarney convocou em 1987 uma Assembleia Constituinte, responsável por formular ou reformar uma constituição. Para participar das discussões, foram convidados deputados (487) e senadores (72) eleitos democraticamente nas eleições de 1986. www.acasadoconcurseiro.com.br20 As discussões sobre os artigos aconteciam em diversas comissões, e o processo de aprovação de leis também contou com audiências públicas que preparavam as emendas com a participação de diferentes setores da sociedade e movimentos sociais. Considerado um projeto avançado na época, a Constituição Federal foi considerada um marco em relação à cidadania e aos direitos humanos, pois aprovou conquistas significativas em áreas como saúde, previdência, assistência social, direitos do consumidor, direitos femininos, direitos da criança e do adolescente, direitos indígenas, jornada de trabalho e o novo Código Civil. Entre as novidades da chamada "constituição cidadã", o documento trazia leis que previam a licença-paternidade, a liberdade de imprensa, o conceito amplo de família, o direito à titularidade da terra para as mulheres trabalhadoras rurais, o benefício de aposentadoria para o trabalhador rural, a multa de 40% no ato da demissão de um trabalhador, o direito à greve para os funcionários públicos e a demarcação de terras indígenas pelo Estado. Mudanças na Constituição A Constituição Federal pode ser atualizada e alterada através de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que deve ser avaliada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) da Câmara e do Senado e votada por deputados e senadores. Em 25 anos, a Carta Magna recebeu mais de 70 emendas, sendo que a primeira aconteceu em 1992. Um estudo feito pelos cientistas políticos Cláudio Couto, da FGV, e Rogério Arantes, da USP, mostra que foram acrescidos 718 dispositivos e retirados 80 do texto original da Constituição de 1988. A conclusão é que a Constituição Federal está 39% maior desde quando foi promulgada. 2. Cultura e sociedade brasileira: música, literatura, artes, arquitetura, rádio, cinema, teatro, jornais, revistas e televisão. A BATALHA DAS BIOGRAFIAS Autor(es): BRUNO GÓES O Globo – 15/10/2013 Debate sobre necessidade de autorização prévia para a publicação de obras do gênero ganha mais vozes divergentes; em artigo para O GLOBO, Gilberto Gil defende a posição do Procure Saber, enquanto Joaquim Barbosa e artistas como Ivan Lins e Frejat se dizem contra proibição O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou ser contra qualquer tipo de proibição ou censura a biografias no Brasil. Barbosa tratou da polêmica ontem,defendendo a liberdade de publicação e chamando atenção para o fato de, segundo ele, não haver censura prévia no país. Também ontem, o Grupo de Ação Parlamentar Pró-Música (GAP) — que reúne nomes como Ivan Lins, Sérgio Ricardo, Fernanda Abreu, Frejat, Leoni, Tim Rescala, Leo Jaime, Dudu Falcão e Mu Carvalho — divulgou nota ontem declarando-se “contrário à necessidade de autorização para biografias’. IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 21 Barbosa falou sobre o tema durante a Conferência Global de Jornalismo Investigativo, no Rio. Ele sugeriu, como solução para o debate, a liberação das biografias sem restrição alguma, mas também a determinação de uma multa “pesada” para casos em que a honra ou a privacidade de um biografado seja violada. — o ideal seria a liberdade total de publicação, com cada um (autor e editora) assumindo os riscos. Quem causar dano deve responder financeiramente — disse o presidente do STF. As declarações de Barbosa e do GAP são uma resposta à polêmica que vem sendo discutida no país há quase duas semanas: de um lado, a Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel) moveu no STF Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra os artigos do Código Civil que exigem necessidade da autorização dos biografados para que um livro seja publicado; do outro, o grupo Procure Saber, que representa Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Roberto Carlos, Djavan, Erasmo Carlos e Paula Lavigne, entre outros, veio a público defendendo o direito à privacidade. O caso no STF está sob responsabilidade da ministra Cármen Lúcia e ainda não há data para que o tribunal dê seu parecer. Hoje, de acordo com o artigo 20 do Código Civil, qualquer cidadão pode impedir que biografias sobre si sejam publicadas “se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais’ — Sinto um certo desconforto na situação em que um grande artista, músico ou compositor se depara subitamente com uma biografia devastadora sobre a sua vida e a sua intimidade. É sobre isso que se deve cuidar, ninguém está interessado em proibir simplesmente a forma de produzir. Eu defendo, nestes casos, indenização pesada — disse Barbosa. Associações Discordam Pela Primeira Vez Já o ponto de vista do GAP foi divulgado numa nota nas redes sociais. O grupo, fundado há dez anos, foi aliado do Procure Saber, criado neste ano, na luta por mudanças no direito autoral no Brasil, que culminou com uma nova lei de gestão coletiva, sancionada em agosto. Agora, é a primeira vez em que as duas associações discordam publicamente. O texto do GAP, porém, pede mais atenção para discussões sobre defesa da privacidade na legislação brasileira e ainda sugere que sejam debatidas as formas de se aplicarem as indenizações por dano moral em casos de calúnia e difamação. Diz a nota: “O GAP esclarece que é a favor da liberdade de expressão e contrário à necessidade de autorização para biografias e à obrigatoriedade de pagamento aos biografados. Ao mesmo tempo, o GAP manifesta sua solidariedade aos integrantes do Procure Saber que receberam ataques, muitas vezes de cunho pessoal, desnecessários para a discussão pública do assunto. [...] “o impulso que o tema ganhou nos últimos dias é muito oportuno. Este é um bom momento para discutirmos se as salvaguardas que a lei brasileira dispõe para a defesa da privacidade são adequadas. “Também é fundamental debater se as indenizações por dano moral vêm cumprindo seu papel, e ainda como obter maior homogeneidade no exame dos fatores que devem ser considerados para uma eventual condenação e para sua quantificação. São necessárias, ainda, novas regras para o direito de resposta [...]‘. www.acasadoconcurseiro.com.br22 PAPA FRANCISCO NO BRASIL: VISITA TERÁ CARÁTER ESTRATÉGICO PARA IGREJA Em sua primeira visita ao Brasil, o papa Francisco cumprirá uma das etapas mais importantes de sua missão de revigorar a imagem da Igreja Católica na América Latina, sobretudo diante da expansão do movimento evangélico na região. O Brasil é o maior país católico do mundo, com 123,2 milhões de fieis (64,6% da população). Nas últimas décadas, porém, vem perdendo devotos para as igrejas evangélicas. De acordo com o censo do IBGE de 2010, o número de evangélicos aumentou 61% em 10 anos, enquanto a população católica retraiu, em duas décadas, 22%. Contribuíram para isso o uso eficiente dos meios de comunicação eletrônicos pelas igrejas evangélicas e o trabalho de pastores nas periferias das cidades. A Igreja Católica, por seu turno, encontrou dificuldades para tratar questões contemporâneas como o aborto, o divórcio e o homossexualismo. Além disso, o Vaticano envolveu-se em escândalos sexuais – com clérigos acusados de pedofilia – e de corrupção. A pressão da opinião pública foi um dos motivos que levaram o papa emérito Bento XVI a renunciar em 11 de fevereiro, surpreendendo o mundo cristão. Foi o primeiro papa a abdicar do cargo desde 1415 Em 13 de março, o Conclave escolheu o jesuíta argentino Jorge Mario Bergoglio (que adotou o nome de Francisco) como substituto de Bento XVI. A escolha do primeiro papa latino-americano da história não foi por acaso: a América Latina, que concentra 45% dos católicos no mundo, é vista por Roma como uma base estratégica para a superação da crise do catolicismo na Europa. Juventude Bento XVI esteve no Brasil em 2007. Já em sua primeira viagem, o papa Francisco participa da Jornada Mundial da Juventude, evento religioso que reúne cerca de 2,5 milhões de católicos no Rio de Janeiro, entre 23 e 28 de julho. O encontro acontece a cada três anos, mas foi antecipado para não coincidir com a Copa do Mundo de 2014. O último foi realizado em 2011, em Madri, na Espanha. Durante o evento no Brasil são realizadas missas, palestras, shows e outras atividades religiosas. O maior encontro internacional de jovens católicos foi criado pelo papa João Paulo II em 1984. A primeira edição aconteceu em Roma, dois anos depois. Contudo, a preocupação da Igreja Católica com os jovens é mais antiga. Ela data do Concílio do Vaticano II, de 1965, período de agitações culturais, políticas e comportamentais. Na década de 80, o Vaticano percebeu que essa revolução nos costumes afastava os jovens da vida católica e da vocação eclesiástica. Como efeito, caía o número de sacerdotes ao passo que crescia a quantidade de adolescentes que se desligavam da tradição religiosa. Por isso, os encontros com o papa serviriam como uma “vitrine” do Catolicismo, de forma a revigorar a fé católica entre os mais jovens. IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 23 Corrupção Até agora, o papa Francisco exerceu um pontificado discreto, sem muitas mudanças ou polêmicas. Seus primeiros atos foram administrativos e tiveram repercussão interna na igreja. Ele nomeou comissões especiais para investigar desvios de dinheiro do Banco do Vaticano e para trocar o comando da Cúria Romana, órgão administrativo da Santa Sé que é alvo de denúncias de corrupção, nepotismo e abusos de poder. As supostas irregularidades tornaram-se públicas com a divulgação de documentos secretos do Vaticano, no ano passado, no escândalo que ficou conhecido como Vatileaks (em referência ao Wikileaks). No começo de julho, o diretor-geral do Banco do Vaticano renunciou ao cargo devido às investigações da Justiça, três dias após a prisão de um clérigo que era contador na Cúria. Na esfera religiosa, o papa assinou, no começo de julho, o decreto de canonização de dois papas considerados importantes na história moderna do Catolicismo: João Paulo II e João XXIII, que serão santos por conta de milagres atribuídos a eles. Uma das características do papa Francisco é o despojamento e a popularidade. Ele abriu mão de privilégios,vive em um apartamento comum, pagou as contas do hotel onde se hospedou durante o Conclave em Roma e, em comunicado oficial, admitiu os próprios pecados. Ele também demonstra maior contato físico com os fieis durante suas aparições públicas. No Brasil, o papa encontrará um país ainda agitado por uma recente onda de protestos políticos, mas não uma igreja dividida por conflitos, como os que marcaram a oposição do Vaticano às doutrinas social-cristãs na época da ditadura. Mesmo tendo a tarefa de divulgar o Catolicismo em uma nação que gradualmente perde adeptos, o tom será conciliador. 3. História do Brasil HISTÓRIA DO BRASIL: A COLÔNIA De 1500 a 1640 www.acasadoconcurseiro.com.br24 I – O “Descobrimento” de Vera Cruz Aos 22 de abril de 1500 aportou na Bahia a esquadra de Pedro Álvares Cabral. Sua passagem, a caminho de Calicut (Índia), marcou o pioneirismo português nas Grandes Navegações dos séculos XV /XVI. Na época, a ascensão econômica da burguesia mercantil permitiu um sonho: o domínio do comércio das especiarias orientais. Aliados aos burgueses, os jovens Estados Nacionais promoveram a Expansão Marítima Européia. Conseqüentemente, o Atlântico tornou-se a principal rota comercial do planeta e os descobrimentos de novas terras abriram a era das colonizações. Estava nascendo a prática do Mercantilismo, conduzida pelos reis absolutistas. Esta política econômica instaurou os monopólios comerciais, sobretudo nas relações entre as metrópoles e suas colônias. Através dos Pactos Coloniais, buscava-se sempre o saldo positivo na balança comercial, o que possibilitou uma formidável acumulação de capitais nos países colonizadores. Estes fatos sugerem uma questão: Cabral teria vindo até a América sem querer? Os pesquisadores lembram que a Carta de Pero Vaz de Caminha se refere à “Ilha de Vera Cruz”. Mas dizem também que havia uma Política de Sigilo (ordem de esconder as descobertas importantes). Em 1494, o Tratado de Tordesilhas havia dividido o mundo entre Portugal e Espanha. Mas quem confiava em tratados? O importante mesmo era ocupar as novas terras. II – A Colonização Mercantilista Nos primeiros trinta anos do século XVI, Portugal enviou apenas expedições guarda-costas e de extração do pau-brasil. A montagem do Sistema Colonial foi iniciada com a chegada de Martim Afonso de Sousa, fundador da Vila de São Vicente, em 1532. O açúcar foi escolhido como atividade principal, pois ampliava-se o mercado consumidor europeu, os lusos já o produziam nas ilhas atlânticas e o Brasil tinha o clima e o solo adequados. Além disso, os burgueses flamengos (futuros holandeses) financiaram os primeiros grandes engenhos. O sistema agrário implantado era de grandes propriedades monocultoras e exportadoras. Movido pelo trabalho escravo, foi depois chamado de Plantation. O tráfico de africanos, aliás, rendeu altos lucros aos mercantilistas portugueses. Por tudo isso, o investimento inicial foi bastante alto. A sociedade nos engenhos era rigidamente estratificada. A aristocracia rural, proprietária de terras e de escravos, dava-lhe um caráter patriarcal e concentrava altas rendas. Na base: os escravos negros, os mestiços e brancos pobres. E a política era dominada pelo Governador Geral, a quem se submetiam os Donatários e Governadores das Capitanias. As Câmaras Municipais governavam as vilas e seus membros eram eleitos pelo voto censitário, ou seja, pelo limite de renda que somente os chamados “Homens Bons” possuíam. III – Invasões Estrangeiras e Novas Fronteiras Entre 1580 e 1640, o Brasil esteve sob domínio da União Ibérica. Morto D. Sebastião, em Alcácer Quibir (África), seu primo espanhol, D. Felipe II de Habsburgo, assumiu o trono. A Espanha IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 25 lutava com ingleses, franceses e holandeses pelo domínio da Europa. Por isso, o Brasil tornou- se alvo daquelas nações. As Invasões Holandesas foram as mais importantes. Os navios da Companhia das Índias Ocidentais (WIC) atacaram a Bahia (1624), e Pernambuco (1630). Seu objetivo: restaurar o comércio do açúcar com a Holanda, proibido pelos espanhóis. Ao Nordeste Holandês foi enviado o Príncipe Maurício de Nassau, com sua política de reconstrução dos engenhos danificados pelas lutas. A Restauração Portuguesa de 1640 quebrou o domínio espanhol e a Guerra de Independência da Holanda prosseguiu. Nassau foi substituído. A política holandesa de arrocho provocou a Insurreição Pernambucana de 1645. E os holandeses foram expulsos em 1654, após as Batalhas de Guararapes. A principal consequência da Guerra do Açúcar foi o declínio da economia canavieira. Os holandeses foram produzir nas Antilhas. Mas a pecuária havia ocupado os sertões nordestinos e os fortes construídos na costa norte haviam gerado povoamento. Esta Expansão Oficial (militar) levou à criação, em 1621, do Estado do Maranhão, a Amazônia separada do Brasil. De 1640 a 1798 IV – Bandeiras e Jesuítas A expansão territorial do Brasil deveu-se em especial às bandeiras montadas pelos paulistas, nos séculos XVII e XVIII. A Capitania de São Vicente vivia isolada do pólo açucareiro nordestino e sua economia de subsistência não assegurava o enraizamento da população pobre. As bandeiras de apresamento predominaram na 1ª metade do século XVII. Os holandeses conquistaram a África ocidental portuguesa e embargaram o tráfico negreiro para a Bahia. Por isso, grandes bandeiras se dirigiram ao Sul e atacaram as missões jesuíticas, capturando os índios, para depois vendê-los. Nas missões, os jesuítas se utilizavam dos índios catequisados como mão-de-obra nas atividades pecuárias, extrativistas, etc. A Companhia de Jesus policiava a sociedade e combatia a expansão do Protestantismo. Os ataques paulistas os expulsaram do sul. As bandeiras de prospecção foram montadas sobretudo na metade final do século XVII e visavam à descoberta de metais preciosos. Com efeito, na última década foi descoberto ouro nas Serras Gerais. A interiorização do povoamento deu origem, então, às capitanias de Minas, Mato Grosso e Goiás. E as bandeiras de contrato visavam à destruição de Quilombos. Nesse campo, destacou-se Domingos Jorge Velho na luta contra Zumbi dos Palmares. www.acasadoconcurseiro.com.br26 V – O Século do Ouro A mineração viabilizou o início do povoamento do interior da Colônia. Com baixos investimentos iniciais foi possível montar as primeiras faiscações (pequenas propriedades) de ouro. Depois viriam as grandes lavras de ouro e as Casas de Fundição, subordinadas às Intendências das Minas. A estas cabia a arrecadação de impostos, como, principalmente, o quinto e a capitação. O Brasil passou por sensíveis transformações em função da mineração. Um novo pólo econômico cresceu no Sudeste, relações comerciais inter-regionais se desenvolveram, criando um mercado interno e fazendo surgir uma vida social essencialmente urbana. A camada média, composta por padres, burocratas, artesãos, militares, mascates e faisqueiros, ocupou espaço na sociedade. Contraposta à sociedade açucareira, a mineradora apresentou maior mobilidade social com o crescimento do trabalho livre. No plano político, o início da mineração acompanhou o sentimento nativista expresso na Revolta de Vila Rica, em 1720, liderada por Felipe dos Santos. No apogeu do ouro, Portugal viveu a Era Pombalina (1750-77). O Marquês de Pombal, ministro do déspota esclarecido D. José, expulsou os jesuítas do Reino, eliminou as Capitanias Hereditárias e mudou a capital para o Rio de Janeiro (1763). O declínio do ouro acompanhou a explosão da arte barroca mineira e as conspirações pela Independência. VI – Conjurações Pela Liberdade No dia 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado e esquartejado no Rio de Janeiro, condenado por traição à Rainha Maria I . Era o alferes JoaquimJosé da Silva Xavier, um dos conjurados da Inconfidência Mineira de 1789. Na 2ª metade do século XVIII, a produção de ouro caiu rapidamente. Os impostos tornaram-se pesados e Portugal ameaçava cobrar os atrasados com a violência da derrama. Na mesma época, a Europa vivia as turbulências da Revolução Industrial. O Iluminismo e o Liberalismo combatiam o Absolutismo e o Mercantilismo do “Antigo Regime”. O domínio luso tinha os dias contados. Mariana, séc. XVIII A Conjura Mineira de 1789 foi o primeiro movimento, no Brasil, a defender a Independência. Embora republicana, a liderança aristocrática não admitia abolir a escravidão. Antes, as Rebeliões Nativistas (Amador Bueno-SP, Beckman-MA, dos Em-boabas-MG e dos Mascates-PE) não propuseram a idéia de nação em luta contra a exploração da metrópole. Já a Conjuração Baiana de 1798, ou Revolta dos Alfaiates, apresentou um caráter mais progressista, ao incluir o ideário abolicionista e republicano nos objetivos da Independência. Violentamente reprimida, a conspiração teve quatro líderes executados em Salvador. Mas a Independência se aproximava. IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 27 HISTÓRIA DO BRASIL: O IMPÉRIO VII – A Independência do Brasil Bandeira do Reino unido Em 1799, Napoleão Bonaparte assumiu o poder na França. Seus projetos industrialistas e expansionistas levaram ao con-fronto direto com a Inglaterra. Por isso, em 1806, determinou o Bloqueio Continental: o continente foi proibido de manter re-lações com os britânicos. Isto afetou diretamente Portugal. Ameaçada de invasão, a Corte do Regente D. João retirou-se para o Brasil. Pressões inglesas e brasileiras o levaram a assinar a abertura dos portos, em 1808, pondo um fim no Pacto Colonial. Era o domínio inglês. Os Tratados de 1810 selaram de vez tal domínio. E o Brasil foi elevado a Reino Unido de Portugal, em 1815. Esta submissão de D. João a Londres irritou profundamente a burguesia lusitana, pois a Independência parecia inevitável. Mesmo a repressão joanina aos republicanos da Revolução Pernambucana de 1817 não bastou para aplacar a ira de Lisboa. Assim, em 1820, a Revolução do Porto implantou a monarquia constitucional e D. João VI voltou a Portugal. Aqui deixou o Príncipe D. Pedro como Regente. Formaram-se duas agremiações rivais: o Partido Português, desejando a recolonização do Brasil, e o Partido Brasileiro, da aristocracia. Em 1822, por duas vezes, D. Pedro foi intimado a retornar: em 9 de Janeiro deu a decisão do “Fico” e a 7 de Setembro, o “Grito do Ipiranga”. Nascia o Império. VIII – O Primeiro Reinado A monarquia brasileira consolidou-se de forma crítica. A marca do 1º Reinado foi a disputa pelo poder entre o Imperador Pedro I e a elite aristocrática nacional. O primeiro confronto deu- se na outorga da Constituição de 1824. Durante o ano anterior as relações entre o governo e a Assembléia Constituinte foram tensas. Enquanto a maioria “brasileira” pretendia reduzir o poder do Trono, os “portugueses” defendiam a monarquia centralista. O desfecho foi o golpe da “noite da agonia”: a Constituinte foi dissolvida. D. Pedro, então, outorgou a Constituição que seus conselheiros elaboraram e fortaleceu-se com o Poder Moderador. www.acasadoconcurseiro.com.br28 Quinta da Boa Vista A reação veio na revolta da Confederação do Equador, em 1824. A repressão custou a vida de expoentes liberais, como Frei Caneca. Neste mesmo ano os E.U.A. reconheceram o Brasil livre. Mas os reconhecimentos português e inglês só vieram após intrincadas negociações que geraram a dívida externa. Em seguida, Pedro I envolveu-se na questão sucessória portuguesa e na Guerra Cisplatina, perdendo o Uruguai. Em 1830, as agitações resultaram no assassinato do jorna-lista de oposição Líbero Badaró e na “noite das garrafadas”, entre lusos e brasileiros. Foi a crise final: no dia 7 de Abril de 1831, a abdicação de D. Pedro encerrou o 1º Reinado. IX – As Regências do Império O Período Regencial (1831-40) foi o mais conturbado do Império. Durante as Regências Trinas, Provisória e Permanente, a disputa pelo poder caraterizou um “Avanço Liberal”. O Partido Português tornou-se o grupo restaurador “Caramuru” defen-dendo a volta de Pedro I; o Partido Brasileiro dividiu-se nos grupos Exaltado (“Farroupilha”) e Moderado (“Chimango”), respectivamente a favor e contra uma maior descentralização política. A Regência Trina Permanente criou, em 1831, a Guarda Nacional, através do Ministro da Justiça Padre Diogo Feijó. A nova arma servia à repressão interna e deu origem aos “coronéis” das elites agrárias. A Constituição foi reformada através do Ato Adicional de 1834. Foram criadas as Assembléias Legislativas Provinciais, abolido o Conselho de Estado e substituída a Regência Trina pela Una. Estas parcas vitórias liberais produziram, então, o Regresso Conservador. Os regentes Feijó, do Partido Progressista, e Araújo Lima, do Regressista, enfrentaram a radicalização das Re- beliões Regenciais: Cabanagem (PA), Sabinada (BA), Balaiada (MA) e a Guerra dos Farrapos (RS/SC) foram as principais. Todas de caráter federativo, embora tão distintas. E a principal conseqüência foi o Golpe da Maioridade, em 1840. De 1840 a 1889 IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 29 X – O Império do Café O café foi introduzido no Brasil em princípios do século XVIII. Sua rápida ascensão o pôs na ponta da economia entre as décadas de trinta dos séculos XIX e XX. A independência e a re- volta dos escravos no Haiti, principal produtor, abriu espaço para o Brasil no mercado mundial. O café pôde aproveitar a infra-estrutura econômica já instalada no Sudeste, os solos adequados da região (sobretudo a terra roxa) e não precisou de mão-de-obra qualificada na instalação das primeiras lavouras. Assim, o investimento inicial de capital foi relativamente baixo. As consequências imediatas mostraram-se na moderniza-ção das relações de produção. O café foi gradativamente substituindo os escravos pelos assalariados, sobretudo imigrantes europeus. Para tanto, contribuíram as pressões inglesas pelo fim do tráfico negreiro. Em 1844, foi aprovada a Lei Alves Branco, que extinguiu taxas alfandegárias favoráveis aos ingleses, vigentes desde 1810. Invocando os mesmos tratados daquele ano, foi promulgado o Bill Aberdeen, em 1845. Esta lei, juntamente com a Lei Eusébio de Queirós de 1850, extinguiram o tráfico e levantaram a questão abolicionista. Eram os primeiros passos capitalistas de um país, ainda in-capaz de aceitar a industrialização sonhada pelo Barão de Mauá. XI – A Glória de Pedro II D. Pedro II Em 1847, o jovem imperador prematuramente entronado em 1840, completou vinte anos. Foi instaurado o sistema parla-mentarista de governo e o café ganhou os mercados do mundo. A última guerra civil do Império sangrou Pernambuco na Revolução Praieira de 1848. A monarquia mostrava-se mais uma vez surda às reivindicações “radicais” dos liberais. A estabilidade política revelou a contradição entre as apa-rências democráticas e a essência autoritária do regime. As elei-ções eram censitárias e fraudulentas, apelidadas de “Eleições do Cacete”. Os Partidos Liberal e Conservador eram elitistas, sem diferenças ideológicas significativas. E o parlamentarismo às avessas permitia ao Poder Moderador do rei manipular tanto o 1º Ministro como o Parlamento. Entre 1851 e 1870, o Império enfrentou as Guerras Externas no Prata. Foram conflitos sangrentos causados pelo caudilhismo expansionista, pelo controle da navegação nos rios da Bacia Platina e influenciados pelos interesses ingleses na região. www.acasadoconcurseiro.com.br30 Principalmente a Guerra contra Solano Lopes (Paraguai) trouxe drásticos aumentos na dívida externa e influências políticas sobre os militares,atuantes de ora em diante no movimento republicano. XII – O Movimento Republicano e o 13 de Maio Os partidos e grupos agrários revezavam-se no poder numa gangorra viciada e alheia aos reclamos da sociedade em mutação. O trabalho assalariado imigrante e a semi-servidão sufocavam a escravidão. E Pedro II observava estrelas. Em 1870, através do jornal A República, o Manifesto Republicano de Quintino Bocaiúva lançou a proposta do Partido Republicano à sociedade. Mas só três anos depois, com a fundação do Partido Republicano Paulista na Convenção de Itu, surgiu o grupo dos “Republicanos Históricos”. Os “Republicanos Idealistas” organizaram-se em torno do Exército, que fundou o Clube Militar. Dessa forma, os cafeicultores e as emergentes classes médias urbanas encontravam seus interlocutores. A Campanha Abolicionista tomou espaço com a Lei do Ventre-Livre de 1871, mesmo ano da Questão Religiosa, entre o governo e a cúpula católica. A Lei Saraiva-Cotegipe libertou os sexagenários em meio à Questão Militar. A 13 de Maio de 1888 a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, extinguindo a escravidão no Brasil. Foi a gota d’água. A monarquia desabou no dia 15 de novembro de 1889. O Marechal Deodoro da Fonseca expulsou a família Bragança do Brasil e instaurou a República. HISTÓRIA DO BRASIL: A REPÚBLICA De 1889 a 1930 XIII – A República dos Marechais O Governo Provisório de Deodoro da Fonseca revelou as divergências entre o Exército e o P.R.P.; o Ministro da Fazenda Rui Barbosa adotou uma política emissionista baseada em créditos livres aos investimentos industriais, garantidos pelas emissões monetárias. Os latifundiários defendiam prioridade para a agroexportação. A especulação financeira desencadeada, a inflação e os boicotes através de empresas-fantasmas e ações sem lastro desencadearam, em 1890, a Crise do Encilhamento. IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 31 A Constituição de 1891 foi promulgada pela Constituinte que elegeu o Marechal Deodoro Presidente. Seu governo, no entanto, não durou os quatro anos previstos. Pressionado pela crise, por adversários e aliados, Deodoro decretou estado de sítio e dissolveu o Congresso em 3 de novembro do mesmo ano. Vinte dias depois, num contra-golpe, foi deposto pelos militares. Assumiu o vice-presidente Floriano Peixoto; seu governo enfrentou, em 1893, a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul e a Revolta da Armada. A primeira contrapôs “Pica-Paus” e “Maragatos” pelo governo gaúcho; a segunda foi a última tenta-tiva sangrenta de restauração da monarquia no Brasil. A repressão a ambas valeu a alcunha de “Marechal de Ferro” ao presidente Floriano. XIV – A República dos Coronéis Prudente de Morais, eleito pelo voto direto, foi o primeiro presidente civil. Teve seu governo marcado pela guerra de Canudos, em 1896/97. Mas coube aos sucessores Campos Sales e Rodrigues Alves a montagem do regime das oligarquias. O primeiro renegociou a dívida externa através do Funding Loan, em 1898, e o segundo estabeleceu a política de valorização do café pelo Convênio de Taubaté (1906). Fixavam-se os tempos da hegemonia dos cafeicultores. Com o “voto de cabresto” os coronéis dominavam as clientelas rurais e manipulavam as eleições; a política dos governadores consagrava a troca de apoio entre o governo federal e as oligarquias estaduais e tudo isso viabilizava a política do café com leite, ou seja, o domínio federal pelos cafeicultores de São Paulo e de Minas Gerais. As difíceis condições de vida e a marginalização política impostas à maioria dos brasileiros explicam genericamente as principais revoltas que abalaram a I República. Assim, os movimentos messiânicos de Canudos (1896-97) e do Contestado (1911-15), as revoltas da Vacina (1904) e da Chibata (1910), na Capital, e a Greve Geral de 1917 eram sintomas dos problemas sociais da época. XV – A Revolta dos Tenentes Forte de Copacabana Somente nos anos vinte amadureceram as contestações organizadas contra o café com leite e sua política de socialização das perdas do café. Em 1922, a Semana de Arte Moderna pôs a contestação na ordem do dia: a Reação Republicana lançou Nilo Peçanha contra Artur Bernardes, candidato do regime; no dia 25 de março foi fundado o Partido Comunista do Brasil (PCB). Após a I Guerra Mundial, o Clube Militar voltou a ser o articulador político. O Tenentismo se expôs, então, como principal ameaça à hegemonia coronelista. Era um movimento essencialmente militar, elitista e reformista, além de ideologicamente heterogêneo. Manifestou-se primeiro no episódio da Revolta dos 18 do Forte Copacabana, em 1922. Depois fez de São Paulo um campo de batalha na Revolução de 1924 e viveu seu apogeu na marcha da Coluna Prestes pelo país, entre 1924 e 1927. www.acasadoconcurseiro.com.br32 Forte de Cobacana Eram intelectuais, artistas, operários e até latifundiários e militares se organizando. A vanguarda tenentista sabia bem o que não queria, sonhava com reformas sociais, políticas e econômicas, mas não tinha clareza de como executá-las. Foi, assim, útil braço armado na Revolução de 1930. De 1930 a 1945 XVI – A Revolução de 1930 “Problema de salário é caso de polícia”: esta frase do Presidente Washington Luiz ilustra bem a visão das oligarquias agrárias sobre as questões sociais. “Façamos a revolução antes que o povo a faça”, clamor do governador mineiro Antônio Carlos prenunciando o fim da 1ª República. Era 1930. As oligarquias dissidentes do regime uniram-se na Aliança Liberal e lançaram Getúlio Vargas à presidência contra o candidato do PRP, Júlio Prestes. A derrota de Getúlio aproximou-as dos tenentistas e o assassinato de João Pessoa, vice na chapa da Aliança Liberal, desencadeou a prepara-ção do golpe final. Em 3 de outubro, começou a revolta e no dia 24, Washington Luís foi deposto. Iniciava-se a Era Vargas. XVII – A República de Vargas A ditadura de Vargas criou o Ministério do Trabalho, os sindicatos urbanos e sua imagem de “pai dos pobres”. A política econômica da nova era caminhou sobre duas pernas: a queima do café e a industrialização. Assim, nasceu o populismo de Getúlio: um regime baseado no Estado paternalista, nos sindicatos atrelados, numa políticia trabalhista e em projetos nacionalistas. Mas em São Paulo, o Movimento Constitucionalista de 1932 exigiu a Assembléia Constituinte. A 23 de maio, a morte de quatro jovens (Martins, Miragaia, Dráusio, Camargo), numa manifestação, gerou o M.M.D.C. e a mobilização para a guerra. Entre 9 de julho e 1º de outubro, travou-se o confronto militar. E a vitória federal gerou a Constituinte de 1933. Na promulgação da Constituição de 1934, Vargas foi eleito indiretamente presidente da República Nova. A época era de radicalização. Surgiram a Ação Integralista Brasileira e a Aliança Nacional Libertadora, representando respectivamente a vertente nacional do fascismo e uma IBGE – Conhecimentos Gerais – Prof. Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br 33 frente anti-fascista. A cassação da A.N.L. gerou a Intentona Comunista de 1935 e a repressão. Em 1937, uma falsa conspiração comunista, o Plano Cohen, gerou o pretexto para o golpe de 10 de novembro: as eleições foram canceladas e o Congresso fechado. XVIII – O Estado Novo O Brasil declara guerra à Alemanha e Itália AGORA NÓS! Juca Pato – Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que eu vou! A Constituição “Polaca” de 1937 foi outorgada e instituiu um regime nacionalista autoritário, baseado no corporativismo “pelego”. Os sindicatos atrelados, a burguesia industrial e as forças armadas sustentavam a ditadura. O Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e a Polícia Especial garantiam o controle social. A industrialização priorizou o setor de base, através de em-presas estatais montadas com financiamentos
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