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1 Teoria do Desenvolvimento de Schumpeter 1- Inovação, empresário e crédito “A Teoria do Desenvolvimento Econômico” Fluxo circular: equilíbrio, sem “lucro”, lei de Say Tendência, sem inovação Concorrência � Lucro normal = custo Dinheiro não tem papel relevante, a não ser facilitar a circulação Vale teoria neoclássica O fenômeno fundamental do desenvolvimento econômico Análise estática (não é economia estacionária: tem crescimento quantitativo) é insuficiente Não explica as revoluções produtivas: o desenvolvimento Tendência ao desequilíbrio por mudanças endógenas 2 Inovações Produtores iniciam mudanças e não consumidores, que são induzidos Produção: combinação de materiais e forças Desenvolvimento: novas combinações (não ∆S e ∆MO) 5 casos: - Novo bem ou nova qualidade - Novo método de produção - Novos mercados - Novas fontes de matérias-primas - Nova organização industrial (posições monopolistas) Em geral, novas combinações retiram meios de produção de combinações antigas, mas podem também usar meios ociosos 3 Empresários Realizam os empreendimentos, as novas combinações Iniciativa, autoridade, previsão Empresários e capitalistas (proprietários de dinheiro, de direitos e de bens) Não precisam criar (descobertas, invenções), mas liderar, aplicar essas descobertas ou invenções (inovar) Mais vontade do que intelecto Precisa convencer o banqueiro a financiá-lo Psicologia do empresário: desejo de criar um reino privado, ganho pecuniário, sucesso Desenvolvimento: função da capacidade empresarial (variável) 4 Crédito Permite deslocar meios de produção do fluxo circular para novas combinações. Habilita o empresário a fazer novas combinações Antes de ser empresário precisa tornar-se devedor Bancos: criam poder de compra (oferta) Empresários (inovações) requerem poder de compra (demanda) Empresário paga principal + juros e gera lucro empresarial Inovação � lucro empresarial � Poupança (e não parcimônia) Risco para bancos. Correr riscos não é função empresarial (a não ser que se autofinancie com lucros anteriores) 5 Crédito cria demanda antes da oferta Gera inflação creditícia e depois deflação (volta ao estado estacionário) com produção que ultrapassa valor do crédito recebido Limites ao crédito: inflação moderada e temporária Dinheiro com papel ativo, não só reflexo dos bens e serviços Desenvolvimento: função do crédito 6 Lucro empresarial Excedente sobre os custos (custos = juros + “salário” para o trabalho do empresário + taxa de risco + renda da terra + outras despesas) Lucro: surge com desenvolvimento É o valor que o empresário cria inovando Não é PMg do empresário, pois não tem relação com outros empresários Não é renda, não é custo, não é salário, não é resíduo Não é remuneração do capital (= juros) Não há tendência a igualação de lucros Não tem origem em falhas de mercado 7 Condições para existência de lucro empresarial: - preço do produto não deve cair quando a nova oferta aparecer (relativamente) - custos devem ser menores que a poupança obtida com demissão de trabalhadores - deve compensar o aumento dos preços dos bens de capital Lucros atraem novos investimentos � primeiro seguidores imediatos � depois concorrência tende a eliminar o lucro empresarial (mas não imediatamente) 8 2- Destruição criativa - Crítica à idéia de que a concorrência perfeita é mais favorável à produção e aos consumidores: Nunca existiu Burguesia sabota eficiência? Taxa de crescimento não caiu (eficiência estática X dinâmica) Padrão de vida melhorou - Capitalismo como processo evolutivo, como forma ou método de mudança econômica, não só pela mudança social ou pelo aumento da população ou do capital ou da moeda Mas: impulso fundamental por: Novos bens de consumo, novos métodos de produção ou transporte, novos mercados e de novas formas de organização industrial 9 Processo de destruição criativa: - “Processo de mutação industrial que incessantemente revoluciona a estrutura econômica a partir de dentro, incessantemente destruindo a velha, incessantemente criando uma nova.” - Surtos de inovações, separados por relativa calmaria, mas sempre ocorrendo ou revolução ou absorção dos resultados da revolução, produzindo, por isso, ciclos de negócios - Relevante não é estudar como o capitalismo administra as estruturas existentes, mas como ele as cria e destrói (Ex: carruagens e ferrovias; desemprego) - Concorrência via preços + qualidade, esforços de venda etc. (em uma dada estrutura) X concorrência via novas mercadorias, novas tecnologias, novas fontes de oferta, novos tipos de organização 10 3- Ciclos econômicos - Forma que o desenvolvimento econômico toma Causas endógenas gerando movimentos ondulares Podem existir causas externas: guerras, más colheitas, súbita abolição de tarifas protecionistas, influências de um país sobre outro, etc. (choques) - Por que o desenvolvimento não é regular, mas avança espasmodicamente? Porque as novas combinações não são distribuídas uniformemente no tempo, aparecendo descontinuamente - Por que os empresários não aparecem de modo contínuo? Porque o aparecimento de alguns (líderes) facilita o aparecimento de outros (seguidores). Dificuldades iniciais diminuem, facilitando imitadores Aumenta progressivamente o número de pessoas com qualificação empresarial à medida que diminuem as exigências 11 Boom começa em alguns ramos industriais e se espalha Difusão da prosperidade Diminui progressivamente o lucro empresarial - Aumenta poder de compra, aumentam os preços, diminui desemprego, aumentam salários, aumentam custos em geral e taxa de juros (custos) - Empresários e seus produtos aparecem em massa: tempo que decorre determina tempo de duração do boom, pois caem seus preços (receita) - Boom gera o fim do boom, produzindo crise e depressão (processo “normal” de reabsorção e liquidação) - Por que não ocorre imediatamente outro boom? Alteração dos dados do sistema pelo boom anterior, produzindo incerteza e prejudicando o planejamento de novos empreendimentos 12 Depressão é a reação da economia na busca de um novo equilíbrio (fluxo circular) como adaptação aos dados alterados pela perturbação gerada pelo boom - Deflação creditícia: empresas pagam seus empréstimos e outros não surgem para tomar novos - Diminuem os preços, o emprego, os salários, a taxa de juros (exclusive a taxa de risco). Lucros empresariais tendem a ser eliminados pela queda de preços - Aparece a superprodução ou subconsumo e problemas de desproporcionalidade como conseqüência - Impulso em direção a uma nova posição de equilíbrio só se conclui depois de atingido esse equilíbrio: antes desse equilíbrio não surge novo boom, pois há incerteza em relação aos novos dados econômicos, tornando o cálculo de combinações novas impossível 13 - Fatores que retardam a chegada ao equilíbrio: trustificação (precisaria livre concorrência), subsídios, tarifas protecionistas, acaso (boa colheita, p. ex.) - Equilíbrio: ponto de partida para a realização de novas combinações (oposto ao equilíbrio de PE neoclássico) Depressão cumpre o que o boom prometeu: - corrente de bens é enriquecida - produção é parcialmente reorganizada - custos são diminuídos - lucro empresarial permite que posteriormente se incrementem outras rendas - salários reais caem menos do que subiram no boom “Natureza econômica da depressão reside na difusão das conquistas do boom por todo o sistema econômico, por meio do mecanismo da luta pelo equilíbrio.” 14 Mercado de trabalho: - Novos empreendimentos retiram mão-de-obra dos empreendimentos antigos, em decadência ou em reestruturação, que estão gerando desemprego - Boom: diminuição da demanda de mão-de-obra por unidade de produto - Desemprego tecnológicocomo parte do desemprego cíclico Mas são dificuldades transitórias Crises: Fenômeno monetário? Propostas de soluções via políticas fiscais e monetárias (Keynes) Problema de “salvar” firmas em decadência Justificativa: crise afeta trabalhadores 15 Qual política econômica? - Governo e trustificação: atenuação do ciclo, tanto do boom quanto da depressão - Problemas: inflação, destruição do critério de “seleção” da depressão (“política de curar o mal deixando que as suas conseqüências agudas sigam seu curso”) - Crise “normal” X “anormal” (pânico, falências, colapsos do sistema creditício, etc.). Políticas podem combater o processo anormal - Problemas do planejamento, da falta de pré-requisitos técnicos dessa política (para realizar política seletiva sobre firmas, apoiando somente as que estão com problemas circunstanciais e não as que estão em decadência) Políticas econômicas schumpeterianas: investimentos diretos ou indiretos em P&D, em infra-estrutura tecnológica, crédito para inovadores, encomendas públicas, redução de incerteza 16 Ciclos de curto, médio e longo prazos: - Curto prazo: Ciclos de Kitchin (+- 40 meses) – variações de estoques - Médio prazo: Ciclos de Juglar (+- 10 anos) – modelo inicial de Schumpeter (incentivos aos investimentos por conta de variação de custos) - Longo prazo: Ondas longas ou ciclos de Kondratiev (50 a 60 anos) – inovações fundamentais, “revoluções tecnológicas”, difusão de clusters de inovações Simultâneos e superpostos 17
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