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CLIMATOLOGIA

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA 
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FENÔMENO CLIMÁTICO LA NIÑA 
O QUE É, PORQUE OCORRE E QUAIS OS EFEITOS NO CLIMA DOS BIOMAS 
BRASILEIROS? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Altamira 
Pará 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 04 
 
1. Fenômeno Climático La Niña ................................................................................ 05 
2. Efeitos no Clima dos Biomas Brasileiros ............................................................... 06 
3. A produção agrícola brasileira ............................................................................... 08 
 
Considerações Finais ................................................................................................ 10 
Referências Bibliográficas ......................................................................................... 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
O fenômeno La Niña, ou episódio frio do Oceano Pacífico, é o resfriamento 
anômalo das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental. De 
modo geral, pode-se dizer que La Niña é o oposto do El Niño, pois as temperaturas 
habituais da água do mar à superfície nesta região situam-se em torno de 25º C, ao 
passo que, durante o episódio La Niña, tais temperaturas diminuem para cerca de 22º 
a 23º C. 
As águas mais frias estendem-se por uma estreita faixa, com largura de cerca 
de 10 graus de latitude ao longo do equador, desde a costa Peruana, até 
aproximadamente 180 graus de longitude no Pacífico Central. 
Assim como o El Niño, La Niña também pode variar em intensidade. Um 
exemplo dessa variação é o intenso episódio La Niña ocorrido em 1988/89, 
comparado ao episódio mais fraco de 1995/96. Outros nomes como “El Viejo” ou “anti-
El Niño” também foram usados para se referir a este resfriamento, mas o termo La 
Niña ganhou mais popularidade. 
Segundo o Centro Meteorológico Nacional dos Estados Unidos (NCEP), 
ocorreram outros eventos de La Niña em 1904/05, 1908/09, 1910/11, 1916/17, 
1924/25, 1928/29, 1938/39, 1950/51, 1955/56, 1964/65, 1970/71, 1973/74, 1975/76, 
1988/89 e 1995/96. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. Fenômeno Climático La Niña 
 
O Fenômeno Climático La Niña consiste em uma alteração cíclica das 
temperaturas médias do Oceano Pacífico, sendo observado principalmente nas águas 
localizadas na porção central e leste desse oceano. 
Tal transformação é capaz de modificar uma série de outros fenômenos, como 
a distribuição de calor, concentração de chuvas, formação de secas e a pesca. 
Quando a alteração da temperatura das águas do Oceano Pacífico aponta para uma 
redução das médias térmicas, o fenômeno é nomeado de La Niña. 
O efeito La Niña está ligado ao resfriamento das temperaturas médias das 
águas do Oceano Pacífico, representando exatamente o oposto do fenômeno El Niño, 
que produz um aquecimento anormal de suas temperaturas (Figura 1). 
 
 
FIGURA 1: Célula de Walker influenciada pelo fenômeno La Niña, 
onde a célula fica mais alongada. 
Fonte: CPTEC/INPE 
 
 
Da mesma maneira que o El Niño, as origens do La Niña ainda são bastante 
controversas no meio científico, mas sua alternância com o El Niño aponta para as 
mudanças de intensidade de calor solar, ou seja, ciclos solares que ora determinam 
maior radiação solar e consequente aquecimento das águas do Pacífico, ora 
determinam enfraquecimento da radiação solar que alcança o planeta, promovendo o 
resfriamento da temperatura das águas do Pacífico. Em se tratando de um oceano 
que cobre praticamente 1/3 da superfície terrestre, as implicações dessas alternâncias 
5 
 
são muito amplas e repercutem na distribuição de calor e umidade em diversas partes 
do globo. 
O fenômeno La Niña ocorre nos intervalos entre o El Niño e a situação de 
normalidade das temperaturas do Oceano Pacífico. Sua ocorrência decorre do 
fortalecimento das zonas de alta pressão subtropicais, localizadas aproximadamente 
em uma latitude de 30º. 
Por esse motivo, os ventos alísios, que nascem exatamente nessa localização, 
ganham maior intensidade, visto que, os ventos são originados pela formação de 
zonas de alta pressão. O ar mais frio, e ao mesmo tempo mais denso, potencializa a 
força da pressão atmosférica e, consequentemente, dos ventos. 
O La Niña diminui a quantidade de chuvas do litoral do Chile, Peru e Equador, 
pois com o aumento da velocidade dos ventos alísios, a formação de nuvens acaba 
dispersa em direção à Oceania e Indonésia. 
Segundo dados do INPE, países como a Austrália possui um aumento 
considerável de suas chuvas durante a ocorrência do La Niña. 
A pesca, em contrapartida, é favorecida no litoral leste do Oceano Pacífico, 
junto à América do Sul, o que pode ser explicado pelo fortalecimento das altas 
pressões, que fazem os ventos soprarem com maior intensidade, deslocando as 
águas superficiais e fazendo com que os nutrientes e fitoplâncton localizados em 
águas mais profundas aproximem-se da superfície, o que é chamado de ressurgência. 
Através da ressurgência, os cardumes são atraídos para as águas superficiais, 
oferecendo benefícios para nações pesqueiras como o Chile e o Peru. 
 
 
2. Efeitos no Clima dos Biomas Brasileiros 
 
No Brasil, o La Niña provoca estiagem nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e 
principalmente Sul. No Nordeste e na Região Amazônica são verificados aumentos 
na intensidade das estações chuvosas, podendo até mesmo justificar cheias mais 
expressivas de alguns rios amazônicos e de enchentes mais vigorosas no litoral 
nordestino. 
Tomando como referência o último evento La Niña, ocorrido entre os anos de 
2010 e 2012, é possível verificar algumas de suas consequências para o clima e a 
6 
 
economia, em especial para as atividades agrícolas. No caso da produção de cana-
de-açúcar, a redução das chuvas no Centro-Sul ajudou a diminuir a safra desse 
cultivo, o que também pôde ser sentido no aumento dos preços do etanol, combustível 
fabricado a partir da cana. Cabe destacar que o aumento dos preços do etanol não 
está relacionado apenas ao fenômeno La Niña, mas sim a uma combinação de 
fatores, como a expansão da demanda pelo combustível, incremento da fabricação 
de veículos “flex” e das exportações de etanol realizadas pelo Brasil. 
A produção de soja brasileira, apesar de manter seu processo de expansão, 
também foi limitada pelas estiagens provocadas pelo fenômeno La Niña no período 
destacado. Até os Estados Unidos, país que conta com uma agricultura moderna e de 
precisão, tiveram prejuízos em sua produção de trigo praticada nas planícies do Sul 
graças às secas relacionadas ao La Niña. 
O Fenômeno La Niña, começa somente a partir da primavera, que tem início 
em setembro, que os efeitos do La Niña começarão a influenciar o clima. Isso 
acontece porque o clima estava sob o efeito do El Niño e não existe a possibilidade 
de uma mudança brusca de um fenômeno para o outro. 
Segundo Santos, os fenômenos climáticos não seguem padrões, por isso não 
é possível definir de quanto em quanto tempo o La Niña se repete ou qual é a sua 
duração. 
“Por meio do monitoramento das temperaturas das águas do oceano 
pacífico é possível prever qual fenômeno estará influenciando o climanos próximos seis meses. (…) conseguimos antever o fenômeno com 
quatro meses de antecedência, por isso sabemos que no segundo 
semestre e o primeiro vai ser de La Niña.” (Santos, 
 
Faz-se necessário entender que La Niña são fenômenos globais, por isso 
causam efeitos diferentes para cada região do planeta. Santos (2015), afirma que todo 
o continente americano é bastante influenciado pelo fenômeno climático, assim como 
a Ásia e a Oceania. 
Em relação à produção agrícola, o La Niña resulta em poucas chuvas nas 
regiões produtoras dos Estados Unidos e Canadá e, também, um inverno com mais 
chances de nevascas. Já a América Central recebe mais chuva durante a influência 
do fenômeno. 
No caso da América do Sul, as regiões mais afetadas pelas variações 
climáticas são Argentina, Uruguai e o Brasil, nos estados Santa Catarina e Rio Grande 
do Sul. 
7 
 
Segundo Santos, o fenômeno faz com que o verão seja mais seco. 
“Quando você tem La Niña, as chuvas ficam mais concentradas na 
faixa Centro-Norte da América Latina. O fenômeno pode impactar a 
produção agrícola da Argentina, que em anos de La Niña tem um 
inverno mais rigoroso, com baixas temperaturas e aumento na 
possibilidade de geadas.” 
 
No Brasil, as estações com o impacto do Fenômeno El Ninã apresentam 
variações. No período do inverno, o La Niña ganha força só a partir de setembro. 
Porém, o período de neutralidade climática que antecede o início do fenômeno 
favorece a entrada de frentes frias no Brasil. Por esse motivo, a região Sul do Brasil 
proporciona um inverno mais chuvoso e com baixas temperaturas. 
No Sudeste, o inverno apresenta níveis de precipitação e temperatura dentro 
da média, mas com a possibilidade de frentes frias e tempo mais seco durante a 
estação. 
No Centro-Oeste, o inverno apresenta tempo seco e quente, principalmente no 
Mato Grosso e Goiás. No Norte e Nordeste, o inverno é marcado por tempo seco e 
temperaturas acima da média. 
Na primavera, por sua vez, apresenta no Sul do País precipitações e 
temperaturas abaixo da média. No Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, as 
chuvas vão chegar mais tarde e as temperaturas devem ficar abaixo da média para o 
período. 
No Verão, especificamente no Sul, as chuvas ficarão abaixo da média e a 
temperatura dentro da média para a estação. No Sudeste e no Centro-Oeste, as 
chuvas ficam dentro da média e as temperaturas abaixo da média. Já no Norte e 
Nordeste, as chuvas devem ficar acima da média e a temperatura dentro do esperado 
para essa época do ano. 
 
 
3. A produção agrícola brasileira 
 
Em geral, o fenômeno La Niña ocorre em intervalos de 2 a 7 anos, com duração 
de 9 a 12 meses, com alguns poucos episódios persistindo por mais que 2 anos. Em 
geral, episódios de La Niña ocorreram em menor frequência que o El Niño durante as 
últimas décadas. 
8 
 
Assim como o El Niño, o La Niña também interfere na circulação geral 
da atmosfera, provocando mudanças nas condições climáticas de várias regiões. 
No Brasil, os efeitos em anos de La Niña ocorrem chuvas mais abundantes no 
norte e leste da Amazônia, com consequente aumento na vazão dos rios da região, 
causando enchentes. No Nordeste também ocorre um aumento de chuvas, o que é 
benéfico para a região semiárida. Na região Sul observa-se a ocorrência de secas 
severas e aumento das temperaturas, prejudicando as atividades agrícolas da região. 
No Sudeste e Centro-Oeste os efeitos são imprevisíveis, podendo ocorrer secas, 
inundações e tempestades (Figura 2). 
 
 
FIGURA 2: Características das mudanças climáticas no Brasil 
causadas pela La Niña. 
Fonte: CPTEC/INPE 
 
 
Como é mostrado na Figura 2, as características da La Niña no território 
brasileiro são oscilantes, uma vez que acontece o oposto ao fenômeno do El Niño, 
pois na La Nina, na Região Nordeste as chuvas predominam e no Sul, predominam 
as secas. 
A formação do fenômeno La Niña pode criar problemas para as lavouras de 
inverno, que sofrem com o aumento da possibilidade de geadas no sul do Brasil. Já 
para as outras culturas, em outras regiões do País, o agrometeorologista não prevê 
grandes problemas. 
9 
 
Para a agricultura do sul do Brasil, destaca-se que a La Niña não causa 
exclusivamente prejuízos, o exemplo típico é a cultura de trigo que é favorecida por 
primavera seca. 
O trigo e a cevada não apresentam registros de maiores problemas com falta 
de chuva. Mesmo que o volume de chuva esperado fique pouco abaixo do normal, 
não são apresentadas perdas produtivas, já que os volumes normais de chuva 
extrapolam a necessidade hídrica dessas culturas. 
Menores volumes de chuva e temperaturas baixas durante os meses de inverno 
na Região Sul beneficiam essas lavouras, promovendo uma menor incidência de 
pragas e principalmente doenças fúngicas, o que reduz a necessidade de aplicação 
de agroquímicos, amenizando os custos de produção. 
 
 
Considerações Finais 
 
Diante dos dados pesquisados, entendemos que quando o clima estiver sob 
influência do fenômeno La Niña é preferível que se invista mais na produção de trigo 
e cereais, que necessitam de menos água e resistem melhor às épocas de estiagem. 
Por fim, percebemos que o agricultor deve sempre se manter informado sobre 
o clima, pois ele influencia muito na produção agrícola. 
Quando não se tem acesso a meios de informação, como jornais e internet, 
deve-se pedir ajuda a engenheiros florestais, engenheiros agronômicos ou técnicos 
agrícolas existentes em sua região. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Referências Bibliográficas 
 
BERLATO, M. A.; FARENZENA, H., FONTANA, D. D. Associação entre El Nino 
Oscilação Sul e a produtividade do milho no Estado do Rio Grande do Sul. Pesquisa 
Agropecuária Brasileira, Brasília, v.40, n.5, p.423-432, maio 2005. 
CENTRO DE PREVISÃO DO TEMPO E ESTUDOS CLIMÁTICOS – 
CPTEC/INSTITUO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS – INPE. El Niño e La 
Niña. Disponível em: http://enos.cptec.inpe.br/ aceso em: 16 de nov de 2017. 
NOVO. E. M. L. de Moraes. Sensoriamento remoto: princípios e aplicações. São 
Paulo: Editora Blucher, 2008. 
OLIVEIRA, G. S. de. O El Niño e você: o fenômeno climático. São José dos Campos: 
Transtec, 1999. 116 p. 
SANTOS, F. B. N. Padrões de distribuições espaciais e temporais de temperatura 
de superfície no bioma Cerrado: Uma análise integrada a partir de dados orbitais de 
resolução moderada. Tese (Doutorado em Ciências Ambientais). 2010. Programa de 
Doutorado em Ciências Ambientais, Universidade Federal de Goiás. 2010. 
SILVA, F.W.J.; SANTOS, L.R. Estimativa da temperatura da superfície do solo de uma 
região semi-árida a partir do IR-MSS (banda 4) do CBERS-2. In: SIMPÓSIO 
BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 13, Florianópolis, SC. Anais... São 
José dos Campos: INPE, p. 1159-1166, 2007.

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