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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 1 Trataremos inicialmente de Gestão de Pessoas e os objetivos, desafios e características da Gestão de Pessoas (itens 1.1 e 1.2) e depois trataremos do Equilíbrio Organizacional, (item 1.1) 1 Gestão de pessoas. 1.2 Objetivos, desafios e características da gestão de pessoas. CONCEITOS DE GESTÃO DE PESSOAS Quando se fala em gestão de pessoas (ou administração de pessoas), não se pode pensar que esta é uma realidade que sempre existiu, nem sempre se pensava nas pessoas como sendo o principal ativo de uma organização. Vemos Taylor que (2009, p. 52), Taylor dizia que deveria haver planejamento e se aplicar métodos científicos no desenvolvimento dos trabalhos, fazendo com que os operários se tornassem cada vez mais experientes naquilo que faziam, realizando assim de modo mais rápido e eficiente a produção. No entanto ele não pensava se os desejos e objetivos do trabalhador estavam sendo realizados, os considerava como máquinas, o que gerava certos problemas, pois estes não se sentiam motivados a realizar seu trabalho. Segundo Gil (2007, p. 18) a administração cientifica se fundamentava na racionalização do trabalho, objetivando reduzir tempos gastos desnecessariamente. Além de Taylor, Fayol e Henry Ford também contribuíram para fundamentar a Administração Científica, fazendo com que esta se tornasse uma base principal para as organizações industriais. Na busca de uma de melhores resultados, começou a se constatar a necessidade da valorização das relações humanas. Gil (2007, p. 19) mostra que Elton Mayo através de suas experiências ressaltaram a importância de fatores psicológicos e sociais na produção. Em consequência disso, é que passou a valorizar as rela Relações Humanas constituem um processo de integração de indivíduos numa situação de trabalho, de modo a fazer com que os trabalhadores colaboram com a empresa e encontrem satisfação de suas necessidades sociais e psicológicas 2007, p. 19). Com o passar do tempo os sindicatos começaram a surgir. Sendo assim, de acordo com CHIAVENATO (2008, p. 18), com isso, não se tratava mais de intermediar os problemas e reduzir conflitos, mas também administrar as pessoas de acordo com a legislação. Deste modo, pode-se perceber que começou a haver maior preocupação com as pessoas, notando que estas eram os recursos vivos e inteligentes que toda organização possuía. Chiavenato (2008, p. 18), afirma que a partir da década de 70, é que então surgiu o conceito de Administração de Recursos Humanos, embora ainda havendo problemas por não conseguirem mudar completamente a ideia da importância das pessoas dentro da organização e ainda continuar vendo os trabalhadores como apenas recursos produtivos. O aparecimento da Administração de Recursos Humanos teve grande influência com a introdução da Teoria dos Sistemas, de Ludwig Von Bertalanffy, afirma Gil (2007, p. 20), já que Bertalanffy mostrou que toda e qualquer organização é constituída por elementos que interagem de certa forma e assim formam uma estrutura organizada, sendo assim as pessoas são parte da organização, tem sua importância essencial e devem receber seu respectivo valor. Gil, ainda nos mostra que a partir do momento que uma organização passa a adotar o enfoque sistêmico, ela passa a ter algumas características, como a interdependência das partes; ênfase nos processos, já que uma organização possui sempre uma continuidade, não há como ela permanecer estática; probabilismo, uma vez, que nunca se tem a absoluta certeza das coisas que devem acontecer, e do que é melhor; multidisciplinaridade, já que em uma organização sistêmica, se deve buscar contribuir com outros campos do conhecimento, ou seja, se uma equipe de RH é bem estruturada, e com diferenciais no conhecimento, sem dúvida, esta obterá maior êxito; concepção multicausal, diante dos vários casos que podem acontecer, estes são analisados; caráter descritivo, deixando com que os indivíduos que compõem a organização compreendam os fatos e busquem as melhores soluções; caráter multimotivacional, onde se percebe a necessidade de motivação para o alcance dos objetivos, sendo estes não somente financeiros, mas também de realização profissional e de bem-estar; participação, onde quem atua nas áreas menores, nos subsistemas, também participa das decisões, também são ouvidos; abertura para o ambiente, tanto o interno, quanto o externo; e ênfase nos papéis, onde se mostra o que se espera de cada um dentro da organização. Diante disso, pode-se afirmar que de um modo sistêmico, a Administração de Recursos Humanos, passou por dificuldades até chegar onde está hoje, enfrentou diversos desafios, para mostrar realmente sua necessidade e importância dentro das organizações, até que se chegou ao ponto de notar o funcionário como um parceiro, já que o processo produtivo depende de uma ação conjunta, onde todos buscam sua maior satisfação e alcance de seus objetivos. Definição e conceitos. Para Chiavenato (1999, p. 8) "Gestão de Pessoas ou ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações". Ao referenciar Chiavenato é notória a preocupação com seres humanos dentro da organização, contudo eles tem uma capacidade habilidade que por vezes não é desenvolvida nem incentivada a transparecer, ficando este um ser a mercê que por vezes não é incentivado a mostrar o seu talento. Conforme Gil (2001, p. 17) "Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais". Administração de Recursos Humanos (ARH) é o conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as "pessoas" ou recursos humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho. ARH é a função administrativa devotada à aquisição, 1 Gestão de pessoas. 1.1 Equilíbrio organizacional. 1.2 Objetivos, desafios e características da gestão de pessoas. 1.3 Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 2 treinamento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os gerentes são, em um certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos eles estão envolvidos em atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento. ARH é o conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações. ARH é a função na organização que está relaciona da com a provisão, treinamento, desenvolvimento, motivação e manutenção dos empregados Destaca-se, com relação à nomenclatura adotada, que com o passar dos anos, a Administração de Recursos Humanos vem mudando sua nomenclatura do tipo "Gestão de talentos humanos", "Gestão de Parceiros ou de Colaboradores", "Gestão do Capital Humano", "Administração do Capital Intelectual" e enfim "Gestão de Pessoas". Dessa forma, para Chiavenato (2010), a Administração de Recursos Humanos trata especificamente de um conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir, os aspectos da humanos, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho. Área é a função administrativa devotada à aquisição, treinamento, avaliação, e remuneração dos empregos. Todos os gerentes são, em um certo sentido, gerentes de pessoas, porque todos, eles estão envolvidos com atividades como recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento. Entre estas práticas e políticasestão: Conduzir análise de cargo (determinar a natureza do trabalho de cada funcionário), prever a necessidade de trabalho e recrutar candidatos, selecionar candidatos, orientar e treinar novos funcionários, gerenciar recompensas e salários (como remunerar funcionários), oferecer incentivos e benefícios, avaliar o desempenho, comunicar-se (entrevistando, aconselhando, disciplinando), treinar e desenvolver, construir o comprometimento do funcionário. E o que o gerente precisa saber sobre: oportunidades iguais e ações afirmativas, saúde e segurança do funcionário, queixas e relações trabalhistas (DESSLER, 2003, p. 2). Segundo Chiavenato (2006), as políticas de recursos humanos devem ter as seguintes características: estabilidade, consistência, flexibilidade, generalidade, clareza e simplicidade. ASPECTOS FUNDAMENTAIS DA MODERNA GESTÃO DE PESSOAS Assim, a Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos fundamentais, segundo Chiavenato: 1. As pessoas como seres humanos: Dotados de personalidade própria e profundamente diferentes entre si, com uma história pessoal particular e diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades e competências indispensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não meros recursos da organização. 2. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais: Como elementos impulsionadores da organização e capazes de dotá-Ia de inteligência, talento e aprendizagem indispensáveis à sua constante renovação e competitividade em um mundo cheio de mudanças e desafios. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não como agentes passivos, inertes e estáticos. 3.As pessoas como parceiros da organização: Capazes de conduzi-la à excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização - como esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos etc. - na expectativa de colherem retornos desses investimentos - como salários, incentivos financeiros, crescimento profissional, carreira etc. Qualquer investimento somente se justifica quando traz um retorno razoável. Na medida em que o retorno é bom e sustentável, a tendência certamente será a manutenção ou aumento do investimento. Daí, o caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e organizações. Pessoas como parceiros ativos da organização e não como meros sujeitos passivos dela. Os objetivos da GP são variados. Ela deve contribuir para a eficácia organizacional através dos seguintes meios: 1. Ajudar a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão: 2. Proporcionar competitividade à organização: 3. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas: 4. Aumentar a auto atualização e a satisfação das pessoas no trabalho: 5. Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho: 6. Administrar e impulsionar a mudança: 7. Manter políticas éticas de comportamento socialmente responsável: 8. Construir a melhor empresa e a melhor equipe: Os processos de Gestão de Pessoas A Gestão de Pessoas é um conjunto integrado de 6 processos dinâmicos e interativos: 1. PROCESSOS DE AGREGAR PESSOAS: São os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Podem ser denominados processos de provisão ou de suprimento de pessoas. Incluem recrutamento e seleção de pessoas. 2. PROCESSOS DE APLICAR PESSOAS: São os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. Incluem desenho organizacional e desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação do desempenho. 3. PROCESSOS DE RECOMPENSAR PESSOAS: São os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Incluem recompensas, remuneração e benefícios e serviços sociais. 4. PROCESSOS DE DESENVOLVER PESSOAS: São os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas. Incluem seu treinamento e desenvolvimento, gestão do conhecimento e gestão de competências, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicações e consonância. 5. PROCESSOS DE MANTER PESSOAS: São os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da cultura organizacional, clima, disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida e manutenção de relações sindicais. 6. PROCESSOS DE MONITORAR PESSOAS: São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais. Todos esses processos estão bastante relacionados entre si, de tal maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. A ESTRUTURA DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE PESSOAS Antigamente, os órgãos de ARH eram tradicionalmente estruturados dentro do esquema de departamentalização funcional que predominava nas empresas. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 3 A estrutura funcional privilegia a especialização de cada órgão e a cooperação intradepartamental, mas produz duas consequências indesejáveis: 1. A subobjetivação (os objetivos departamentais tornam- se mais importantes que os objetivos globais e organizacionais) que funciona como uma força centrífuga de esforços. 2. A enorme dificuldade de cooperação interdepartamental (os departamentos mais se separam e brigam do que cooperam entre si) que impede a visão sistêmica e a obtenção de sinergia entre os órgãos. ARH COMO RESPONSABILIDADE DE LINHA E FUNÇÃO DE STAFF Há um princípio básico em ARH: gerir pessoas é uma responsabilidade de linha e uma função de staff. O que significa isso? Simples. Quem deve gerir as pessoas é o próprio gerente - ou supervisor ou líder de equipe - ao qual elas estão subordinadas. Ele tem a responsabilidade linear e direta pela condução de seus subordinados. Por essa razão, existe o princípio da unidade de comando: cada pessoa deve ter um e apenas um gerente. A contrapartida desse princípio é que cada gerente é o único e exclusivo chefe dos seus subordinados. Para que o gerente possa assumir plena autonomia essa responsabilidade de gerir seu pessoal, ele precisa receber assessoria e consultoria do órgão de ARH, que lhe proporciona os meios e serviços de apoio. Assim, gerir pessoas é uma responsabilidade de cada gerente que deve receber orientação do staff a respeito das políticas e procedimentos adotados pela organização. CENTRALIZAÇÃO/DESCENTRALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DE RH O conceito básico de que administrar pessoas é responsabilidade de linha e uma função de staff é fundamental. Acontece que as empresas sempre se defrontaram com o problema do relativo grau de centralização/descentralização de suas áreas de atividades. E na área de ARH sempre predominou uma forte tendência para a centralização e concentração na prestação de serviços para as demais áreas empresariais. A tal ponto que, em muitas empresas, o recrutamento e seleção, a admissão, integração, treinamento e desenvolvimento, administração de salários e remuneração, administração de benefícios, higiene e segurança do trabalho, avaliação do desempenho, eram estreitamente concentrados na área de ARH, com pouca participação gerencial das demais áreas. E nisso a área de ARH era essencialmente exclusivista e, até certo ponto, hermética mantendo a sete chaves os segredos das suas decisões e atividades. A atividade prestadora de serviços do staff prevalecia fortemente sobre a responsabilidade de linha dos gerentes da empresa. A tal ponto que o staff é quem tomava as decisõespeculiares da linha. A centralização preponderava sobre a descentralização. A INTERAÇÃO ENTRE ESPECIALISTAS DE RH E GERENTES DE LINHA Na realidade, as tarefas de ARH mudaram com o tempo. Hoje, elas são desempenhadas nas organizações por dois grupos de executivos: de um lado, os especialistas em RH que atuam como consultores internos, e de outro, os gerentes de linha (gerentes, supervisores etc.) que estão envolvidos diretamente nas atividades de RH por serem responsáveis pela utilização eficaz de seus subordinados. Os gerentes de linha utilizam um tempo considerável na gestão de pessoas, em reuniões, conversas individuais ou grupais, telefonemas, e-mails, solução de problemas e definição de planos futuros. Todo gerente de linha é responsável se a produção cai ou se a máquina falha e prejudica a produção. Da mesma maneira, ele também deve cuidar pessoalmente do treinamento, desempenho e satisfação dos subordinados. Fatores condicionantes de gestão de pessoas. Os fatores condicionantes de gestão tratam de como as pessoas irão ter seu desempenho dentro de uma organização, e o modelo de gestão adotado pela mesma poder ser determinado tanto por fatores internos como externos. * Fatores internos: Tecnologia adotada O desempenho do funcionário dependerá neste fator essencialmente do ritmo de máquinas e da tecnologia adotada. Estratégia de Organização do Trabalho Este fator tem por objetivo buscar o comportamento exigido pelo trabalho, como exemplo, pode-se tomar as máquinas, um operário de máquinas deverá trabalhar de acordo com tal serviço, e pra que este trabalhe dessa determinada maneira temos a estratégia de organização do trabalho. Cultura Organizacional Torna-se evidente que toda organização tem sua cultura organizacional, e esta é bem visível em nosso dia a dia, como exemplo temos os engenheiros que são mais valorizados que motorista de ônibus, fazendo assim com que se caracterizem cada vez mais a diversas culturas organizacionais. Estrutura Organizacional Considerado um fator interno muito importante dentro da organização que traz detalhes de fundamental importância para um bom rendimento e aproveitamento dos recursos. A estrutura pode ter assim dois tipos distintos, a departamental que implica em um modelo igualmente segmentado e restrito, e a matricial, por negócios ou redes. Fatores externos: Os fatores externos podem ser considerados outro ponto de grande importância para a organização, pois ali são definidas as competências e os perfis organizacionais exigidos para os determinados negócios. É através da análise dos fatores externos que se consegue obter informações do andamento da organização, além de receber do meio externo o feedback, necessário para saber se realmente o que está sendo feito, está atendendo de maneira eficiente a demanda existente. Além disso, as mudanças influenciam diretamente a organização, devendo esta, estar preparada para sofrer mudanças, que venham a melhorar a organização em que se está inserido. Questões 01. De acordo com os objetivos da gestão de pessoas nas organizações, são funções da moderna gestão de pessoas, EXCETO: (A) Desenvolver e manter a qualidade de vida no trabalho. (B) Identificar, desenvolver e alocar pessoas por seus talentos. (C) Manter políticas que estabeleçam padrões éticos de comportamento. (D) Motivar as pessoas por meio de políticas estritamente remuneratórias. (E) Estimular a criatividade e a flexibilidade das pessoas para enfrentar novos desafios. 02. Com relação aos objetivos da Gestão de Pessoas, assinale a alternativa incorreta. (A) Ajudar a organização a alcançar seus objetivos. (B) Proporcionar competitividade à organização. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 4 (C) Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas. (D) Aumentar a autor referência e a qualidade de informação das pessoas no trabalho. (E) Administrar e impulsionar a mudança. 03. Constitui(em) parte do sistema de administração de recursos humanos: 1. manutenção de máquinas e equipamentos, que envolve plano de benefícios sociais, higiene e segurança do trabalho; 2. aplicação, que está relacionada com análise e descrição de cargos, planejamento e alocação, plano de carreiras e avaliação de desempenho; 3. monitoração, que engloba banco de dados, sistemas de informação e auditoria de recursos humanos. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. (A) É correta apenas a afirmativa 1. (B) É correta apenas a afirmativa 2. (C) É correta apenas a afirmativa 3. (D) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. (E) São corretas as afirmativas 1, 2 e 3. Respostas 01. D / 02. D / 03. D 1.1 Equilíbrio organizacional.1 Para Chiavenato, ao estudar os motivos pelos quais as pessoas cooperam, os behavioristas visualizam a organização como um sistema que recebe contribuições dos participantes sob a forma de dedicação ou trabalho e em troca oferece aliciantes e incentivos. Partindo do princípio de que toda organização é um sistema vivo, gerido por pessoas que se agem e se inter- relacionam para satisfazer necessidades, cada participante de cada grupo tem suas recompensas em troca dos quais faz contribuições à organização. Sendo assim, todo participante manterá sua ação participativa na organização na medida em que os estímulos (motivação e incentivo) que lhe são oferecidos forem iguais ou maiores do que as contribuições que lhe são exigidos. As contribuições trazidas pelos vários grupos de participantes constituem a fonte da qual a organização se supre e se alimenta dos incentivos que oferece aos participantes. Portanto, a organização continuará existindo somente e enquanto as contribuições forem suficientes para proporcionar estímulos para conduzir os participantes à prestação de contribuições. Os conceitos básicos do Equilíbrio Organizacional são os seguintes: a) Incentivos ou aliciantes: organização aos seus participantes (como salários, benefícios, prêmios de produção, gratificações, elogios, oportunidades de crescimento e promoção, reconhecimento, etc.). b) Utilidade dos incentivos: cada incentivo possui um valor de utilidade que varia de indivíduo para indivíduo: é a função utilidade, subjetiva para cada indivíduo em função de suas necessidades pessoais. c) Contribuições: participante efetua à sua organização (como trabalho, dedicação, esforço e desempenho, assiduidade, pontualidade, lealdade, reconhecimento, etc.). 1 Idalberto Chiavenato, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 8ª edição, Editora Elsevier. Rio de Janeiro, 2011. d) Utilidade das contribuições: é o valor que o esforço de um indivíduo tem para a organização, a fim de que este alcance seus objetivos. Segundo Chiavenato, os postulados básicos da teoria do equilíbrio organizacional são: a) A organização é um sistema de comportamentos sociais inter-relacionados de várias pessoas, que são os participantes da organização; b) Cada participante e cada grupo de participantes recebe incentivo (recompensas) em troca dos quais faz contribuições à organização; c) O participante somente manterá sua participação na organização enquanto os incentivos (recompensas) que lhe são oferecidos forem iguais ou maiores (em termos dos valores que representam para o participante) do que as contribuições que lhe são exigidas; d) As contribuições trazidas pelos vários participantes constituem a fonte na qual a organização se alimenta dos incentivos que oferece aos participantes; e) Donde: a organização será solvente e continuará existindo somente enquantoas contribuições forem suficientes para proporcionar incentivos em quantidade suficiente para induzir os participantes à prestação de contribuições. A decisão de participar é essencial na teoria do equilíbrio organizacional. O equilíbrio reflete o êxito da organização em remunerar seus participantes (com dinheiro ou satisfações não materiais) e motivá-los a continuarem fazendo parte da organização. A base do equilíbrio organizacional está na capacidade de garantir que tantos os incentivos oferecidos como pagamentos a seus participantes salários, benefícios sociais, prêmios etc., quanto às contribuições de seus funcionários à organização como trabalho, esforço, assiduidade, lealdade dedicação, pontualidade etc. sejam coerentes e satisfatórios a ambos, organização e funcionário. Para tanto, cabe ao Administrador de RH identificar um conjunto de estímulos capazes de incentivar e motivar os funcionários e as contribuições de interesse das organizações. Portanto, podemos afirmar que o equilíbrio organizacional depende do intercâmbio entre os incentivos oferecidos e as contribuições como retorno à organização. Idalberto Chiavenato. Administração Geral e Pública. p. 250 APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 5 1.3 Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho. Relações Humanas no Ambiente de Trabalho: Relações Humanas está vinculada ao Respeito Pessoal que compreende promover o relacionamento profissional baseado na ética, no respeito e no reconhecimento das diferenças de cada pessoa. Assim, resulta-se se na melhoria no desempenho das pessoas; aumento do orgulho pessoal em pertencer à empresa; crescimento da satisfação dos colaboradores; maior retenção de talentos; aumento na participação no mercado; progresso na qualidade dos serviços e atendimento; melhoria da imagem institucional; expansão dos negócios da empresa; aumento da eficácia organizacional; equipes mais inspiradas para superação de metas e a motivação das pessoas em busca de objetivos. O relacionamento sadio dentro da organização é fator principal nos dias atuais. O funcionário objetiva ambiente de respeito mútuo, com oportunidades de aprendizado e crescimento. Para este ambiente mais saudável com boas relações humanas no trabalho, existem aspectos que podem ser trabalhados nos treinamentos comportamentais da empresa, mas que, ainda que não haja tais treinamentos, existem regras de uma boa convivência funcional que devem ser trabalhadas (exercidas) com superiores, subordinados e colegas de trabalho. Veja: - Respeitar o chefe imediato, colegas, subordinados e clientes; - Não cortar a palavra de quem fala; -Ser claro na comunicação; - Cuidar para não ferir o outro com reações agressivas; - Procurar a causa das antipatias para vencê-las; - -Aprender a enaltecer as qualidades positivas das pessoas, através do elogio; -Usar normas de etiqueta social; -Ter sempre um semblante alegre e sorridente; -Mostrar interesse pelos outros; -Dar importância ao outro, por mais humilde que seja; -Lembrar sempre que ninguém nasce sabendo; -Gostar do que faz é gostar de si; - Entenda que cada pessoa é portadora de uma personalidade específica; - Nosso direto acaba quando começa o do próximo, logo, respeito o próximo se quiser ser respeitado; - Não interrompa quem estiver falando, espere a sua vez. Interromper pode soar indelicadeza; 2 Lacombe, B. B. A Relação Indivíduo-Organização: é Possível não se Identificar com a Organização? In: ENCONTRO DE ESTUDOS ORGANIZACIONAIS, Recife. - Sorria sempre, o sorriso quebra barreiras de relacionamentos; - Lembre-se que no ambiente profissional a hierarquia deve ser respeitada; - Esteja sempre pronto a colaborar; - Nunca expresse opiniões quando estiverem julgando alguém poderá ser visto como fofoqueiro; - Cumpra as normas da empresa; - Seja ético; - Jamais critique alguém em público; - Somente prometa o que realmente pode cumprir, caso contrário, não prometa; - Seja convicto ao afirmar algo; - Não minta, não omita; - Não se abale com críticas abusivas, solucione o problema; - Atente sempre para a solução dos problemas, nunca para problemas somente; - Avalie periodicamente sua conduta; - Pense, avalie e somente após esse processo fale alguma coisa. Relações indivíduo/organização2 Antes de apresentarmos as relações entre organização e indivíduo, vamos conceituar cada um separadamente: Organização Uma organização é uma coletividade com uma fronteira relativamente identificável, uma ordem normativa (regras), níveis de autoridade (hierarquia), sistemas de comunicação e sistemas de coordenação dos membros (procedimentos); essa coletividade existe em uma base relativamente contínua, está inserida em um ambiente e toma parte de atividades que normalmente se encontram relacionadas a um conjunto de metas; as atividades acarretam consequências para os membros da organização, para a própria organização e para a sociedade3. Simplificando, uma organização é um sistema composto por uma coletividade de recursos como pessoas, informações, conhecimento, instalações, dinheiro, tempo, espaço, entre outros. As pessoas são os recursos mais importantes, pois são os recursos humanos que processam os demais recursos buscando realizar objetivos. A administração é o processo de tomar decisões que faz com que as organizações sejam capazes de utilizar corretamente seus recursos para atingir seus objetivos. Indivíduo Os indivíduos são as pessoas. O modelo de gestão por competências apresenta que as pessoas são indivíduos dotados de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. No entanto, sabemos que nem sempre a administração enxergou as pessoas desse modo... Na Administração Científica, por exemplo, o homem era tratado como uma extensão da máquina, o conceito de cuja ideia principal é a de que a motivação fundamental da pessoa no trabalho é a remuneração. Foi só na Escola das Relações Humanas, com o Estudo de Hawthorne que o indivíduo começou a ser visto como pessoa que age como membro de um grupo, trata-se de uma organização social. Quando a administração trata bem os funcionários, o desempenho do grupo tende a ser positivo. A administração deve observar o comportamento dos grupos, e tratar os funcionários de forma coletiva, ao incentivar o trabalho em equipe. Anais... Recife: Observatório da Realidade Organizacional: PROPAD/UFPE: ANPAD, 2002. 1 CD. 3 HALL, R. H. Organizações: estruturas, processos e resultados. Pearson, 2004. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 6 Dessa forma, as pessoas são dotadas de conhecimentos, habilidades e atitudes, que variam de pessoa para pessoa, de acordo com sua formação, experiências e oportunidades. Nas organizações, os indivíduos se relacionam. Elton Mayo identificou dois tipos de organização, a formal e informal. Organização formal: é a organização formalizada por meio de normas e regulamentos escritos e detalhados, com desenho de cargos, ou seja, a especificação dos requisitos e atribuições relativos ao cargo, os cargos seguem uma estrutura hierárquica ou linha de comando, que atua organizando as pessoas e os recursos a fim de alcançar determinados objetivos. Na organização formal, as rotina de trabalho e os procedimentos são formalizados, de forma que os funcionários saibam como exercer suas tarefas. Organização informal: diferente da organização formal, que é criada para atingir os objetivos da empresa, a organização informal não possui normas e regulamentos formais. A organização informal nasce dos relacionamentosdas pessoas que possuem interesses em comum ou que compartilham valores semelhantes. A convivência dos funcionários distribuídos nos diversos níveis hierárquicos revelam amizades e diferenças entre as pessoas. A organização informal serve para atender às necessidades de sociais, de relacionamento das pessoas. Por exemplo: a turma do cafezinho, o pessoal do futebol de sábado, o pessoal do barzinho, etc. Questões 01 O Servidor, de acordo com as Relações Humanas no trabalho, deve (A) aproveitar as oportunidades do trabalho para solucionar problemas pessoais. (B) exercer com dedicação e zelo todas as atribuições previstas para o cargo. (C) comentar problemas particulares, criando assim, um clima de maior intimidade. (D) fazer comentários com os colegas da repartição sobre tudo o que acontece ao seu redor e estar sempre atento à movimentação de todos os demais Servidores. 02. São princípios importantes em relações humanas, SALVO: (A) Não se abale com críticas abusivas, solucione o problema. (B) Pense, avalie e somente após esse processo fale alguma coisa. Esse processo trará melhores resultados e evitará mensagens distorcidas. (C) Critique seus colegas de trabalho em público para eles saberem que estão fazendo o trabalho de forma inadequado. (D) Somente prometa o que realmente pode cumprir, caso contrário, não prometa. 03. Assinale a alternativa que apresenta uma característica da escola das relações humanas. (A) A organização é considerada um sistema social. (B) O comportamento na organização é estabelecido por regras e regulamentos. (C) Tem foco no trabalho e nas necessidades econômicas do trabalhador. (D) Enfatizou que as pessoas tentam maximizar as recompensas. 4 BATEMAM,T.S & SNELL,S.A., Administração: construindo vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998, 539p. BYHAM, W. C. Zapp. O poder da energização: como melhorar a qualidade, a produtividade e a satisfação dos funcionários. Rio de Janeiro, 1992. CHIAVENATO, I., Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas? Quarta edição, São Paulo: Atlas, 2003, 344p. (E) Teve como resultados a alienação no trabalho e a insatisfação. Respostas 01. B / 02. C / 03. A Motivação De modo geral, motivação é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento específico, podendo este impulso à ação ser provocado por um estímulo externo (provindo do ambiente) ou também ser gerado internamente nos processos mentais do indivíduo (CHIAVENATO, 1999). A motivação4 pode ser conceituada como o esforço e tenacidade exercidos pela pessoa para fazer algo ou alcançar algo. A motivação é um dos inúmeros fatores que contribuem para o bom desempenho no trabalho. A razão pela qual se focaliza tão insistentemente a motivação é que ela é mais facilmente influenciável do que as demais características das pessoas como traços de personalidade, aptidões, habilidades etc. Segundo Chiavenato (2004), quando há baixa motivação entre os membros, seja por frustração ou por barreiras à satisfação das necessidades individuais, o clima organizacional tende a baixar. Algumas causas do clima organizacional baixo são: -Apatia; -Insatisfação; -Depressão; -Inconformidade; - Agressividade. Existem pelo menos três fatores que as pessoas desejam na organização que contribuem para um clima altamente positivo: 1. Equidade: consiste na adaptação da regra existente à situação concreta, observando-se os critérios de justiça e igualdade. 2. Realização: Estar bem na organização, ser considerado, respeitado no trabalho que executa e estar numa organização com responsabilidade social que respeite as leis, principalmente aquelas que atingem a população mais diretamente, como, por exemplo, as questões ambientais. 3. Companheirismo: Independentemente dos conflitos naturais existentes na organização, as pessoas, no geral, buscam uma relação amistosa, porque assim têm maiores possibilidades de manutenção da sua posição interna na estrutura organizacional. MOTIVAÇÃO E COMPORTAMENTO Com a Teoria das Relações Humanas passou-se a estudar a influência da motivação no comportamento das pessoas. Embora este seja apenas um dos fatores internos que influenciam o comportamento humano, a ele é dado tanta importância porque a motivação atua, em geral, sobre as necessidades dos indivíduos, a fim de supri-las para atingir os objetivos, tanto pessoais como organizacionais (CHIAVENATO, 1999). Baseando-se nos pressupostos de Chiavenato (1998, p. 76- 77) podem ser definidas três suposições para explicar o comportamento humano, das quais a análise nos é válida, pois elas estão intimamente relacionadas com o processo de motivação: CHIAVENATO, I. Administração: teoria, processo e prática. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 1994. TADIN, A. P.; et al. O CONCEITO DE MOTIVAÇÃO NA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS. Maringa Management:Revista de Ciências Empresariais, v. 2, n.1, p. 40-47, jan./jun. 2005. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 7 a)O comportamento humano é causado, ou seja, existe uma causalidade do comportamento. Tanto a hereditariedade como o meio ambiente influem decisivamente sobre o comportamento das pessoas. O comportamento é causado por estímulos internos ou externos. b) O comportamento é motivado, ou seja, há uma finalidade em todo comportamento humano. O comportamento não é causal, nem aleatório, mas sempre orientado e dirigido para algum objetivo. c) O comportamento humano é orientado para objetivos pessoais. Subjacente a todo comportamento existe sempre um impulso, um desejo, uma necessidade, uma tendência, expressões que servem para designar os motivos do comportamento. MOTIVAÇÃO E DESEMPENHO O desempenho é uma manifestação do comportamento humano nas organizações, podendo assim também ser motivado pelo próprio indivíduo (motivos internos) ou pela situação ou ambiente em que ele se encontra (motivos externos) (MAXIMIANO, 1995, p. 318). Motivos internos - São as necessidades, aptidões, interesses e habilidades do indivíduo, que o fazem capaz de realizar certas tarefas e não outras; que o fazem sentir-se atraído por certas coisas e evitar outras; o que o fazem valorizar certos comportamentos e menosprezar outros. Podem ser definidos ainda como os impulsos interiores, de natureza fisiológica e psicológica, afetados por fatores sociológicos: necessidades, frustração, aptidão, habilidades, atitudes e interesses. Motivos externos - São os estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos que a pessoa persegue porque satisfazem a uma necessidade, despertam um sentimento de interesse porque representam a recompensa a ser alcançada. Os motivos externos podem ser divididos em duas categorias principais o trabalho e as condições de trabalho segundo uma classificação feita numa teoria proposta por Frederick Herzberg, que exerceu grande influência nos estudos sobre a motivação (MAXIMIANO, 1995, p. 318 e 326). AS NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS A compreensão da motivação do comportamento exige o conhecimento das necessidades humanas, por se tratar de um dos motivos internos mais importantes que orientam o comportamento e o desempenho do indivíduo. Em pesquisas realizadas por diversos autores, estudiosos da motivação humana, constatou-se que existem certas necessidades humanas fundamentais e também algumas cujas causas escapam ao próprio entendimento do homem. As diferenças individuais influem quanto à duração, intensidade e fixação em cada um desses estágios; assim como na predominânciade uma necessidade sobre as demais. Apesar dessas variâncias entre indivíduos ou grupos, temos uma forma de generalização das necessidades humanas, estabelecidas através de categorias ou hierarquia e propostas por estudiosos do assunto, como Maslow, por exemplo. (CHIAVENATO, 1999, p.157-158). Necessidades fisiológicas Constituem-se as necessidades primárias, essenciais à sobrevivência do indivíduo. São inatas e instintivas, estão relacionadas no nível mais baixo na classificação hierárquica e exigem satisfação periódica e cíclica. As principais são: alimentação, sono, atividade física, satisfação sexual, abrigo e proteção contra os elementos e de segurança física contra os perigos. Quando satisfeitas facilmente, deixam de ser uma motivação importante e, se forem bem controladas pelo cotidiano, podem nem influenciar no comportamento. Por outro lado, se por alguma eventualidade, elas não forem satisfeitas, passam a atuar com intensidade extremamente forte. Necessidades psicológicas Segundo Chiavenato (1999) podem ser definidas como as necessidades secundárias e exclusivas do homem. São aprendidas e adquiridas no decorrer da vida e representam um padrão mais elevado e complexo. Raramente são satisfeitas em sua plenitude, por completo, por que o homem, por natureza está sempre buscando maiores satisfações dessas necessidades, que vão se desenvolvendo e se sofisticando gradativamente. Segundo o mesmo autor (CHIAVENATO, 1999), constituem-se as principais necessidades psicológicas: a) Necessidade de segurança íntima É aquela que leva o indivíduo a buscar sua autodefesa, a proteção contra o perigo, à ameaça ou à privação potenciais. Conduz a uma busca sem fim à tranquilidade pessoal e à uma situação segura para o indivíduo. b) Necessidade de participação Como o homem é um ser social, vive em grupo, ele tem a necessidade de estar participando de alguma coisa ou empreendimento, interagindo a todo momento com o meio e com outras pessoas. Estão relacionadas a essa necessidade, a necessidade de reconhecimento do grupo a que pertence, de aprovação social, de calor humano, de dar e receber amizade etc. c) Necessidade de auto confiança Está intimamente ligado ao conceito que o indivíduo tem de si mesmo, sendo decorrente da autoavaliação de cada indivíduo. d) Necessidade de afeição Relacionada à condição da vida em grupo e da necessidade de socialização, é a necessidade de dar e receber carinho. e) Necessidades de auto realização É a síntese de todas as outras necessidades, podendo ser definida como o impulso que cada um tem de realizar o seu próprio potencial, de estar em contínuo autodesenvolvimento. Tratam-se de necessidades mais elevadas, produtos da educação e da cultura, podendo, portanto variar muito. Devido à busca constante do homem por novas metas, cada vez mais complexas, raramente são satisfeitas em sua plenitude (CHIAVENATO, 1999). TEORIAS MOTIVACIONAIS Teoria de campo de Lewin A teoria de campo de Kurt Lewin (CHIAVENATO, 1998) que, desde de 1935, já se referia em suas pesquisas sobre o comportamento social ao importante papel da motivação baseia-se em duas suposições fundamentais: a) O comportamento humano é derivado da totalidade de fatos coexistentes. b) Esses fatos coexistentes têm o caráter de um campo dinâmico, no qual cada parte do campo depende de uma inter- relação com as demais outras partes. Assim, afirma que o comportamento humano não depende só do passado, ou do futuro, mas do campo dinâmico atual e Foi Lewin que instituiu o termo ambiente psicológico (ou ambiente comportamental) como sendo o ambiente tal como é percebido e interpretado pela pessoa e relacionado com as atuais necessidades do indivíduo (CHIAVENATO, 1998). APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 8 Teoria dos dois fatores Frederick Herzberg Elaborada com base em pesquisas feitas para estudar a relação entre a produtividade e a moral, chegaram à conclusão de que os aspectos satisfatórios estavam mais relacionados ao conteúdo do trabalho (denominados fatores intrínsecos ou de motivação), enquanto os aspectos insatisfatórios diziam respeito às condições dentro das quais o trabalho era executado (fatores extrínsecos ou higiênicos). Em linhas gerais com base nessas conclusões Herzberg e seus colaboradores afirmam que as pessoas são motivadas apenas pelos fatores intrínsecos, ou seja, apenas o trabalho em si e os fatores que lhe são diretamente relacionados podem motivar as pessoas (CHIAVENATO, 1998). Hierarquia das necessidades Maslow Está incluída nas chamadas teorias das necessidades, que, conforme falamos anteriormente, partem do princípio de que os motivos do comportamento humano residem no próprio indivíduo: sua motivação para agir e se comportar derivam de forças que existem dentro dele. A teoria de Maslow tem uma importância relevante no estudo da motivação humana. Porém, não nos ateremos muito a ela, porque a maioria dos aspectos que a envolve já foram apresentados ao tratar das necessidades humanas. Em síntese, segundo Maslow, as necessidades humanas estão arranjadas em uma pirâmide de importância e de influenciação do comportamento humano. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas e recorrentes, chamadas necessidades primárias necessidades fisiológicas e de segurança ; enquanto no topo estão as mais sofisticadas e intelectualizadas necessidades secundárias: sociais, de estima e de auto realização (CHIAVENATO,1999). O modelo contingencial de motivação de Vroom Victor H. Vroom desenvolveu uma teoria da motivação que reconhece a evidência de que diferentes pessoas reagem de diferentes maneiras, conforme a situação em que estejam colocadas, enfatizando assim as diferenças individuais. Segundo ele, existem três fatores que determinam em cada indivíduo a motivação para produzir (CHIAVENATO, 1998, P. 76): a) Os objetivos individuais, ou seja, a força do desejo de atingir objetivos. b) A relação que o indivíduo percebe entre a produtividade e o alcance dos seus objetivos individuais. c) A capacidade de o indivíduo influenciar seu próprio nível de produtividade, à medida que acredita poder influenciá-lo. Teoria da expectação - Lawler Em seus trabalhos sobre motivação, Lawler encontrou fortes evidências de que o dinheiro pode motivar o desempenho e outros tipos de comportamento, como o companheirismo e dedicação à organização. Porém, verificou- se que o dinheiro tem apresentado pouca potência motivacional em virtude da sua incorreta aplicação pela maior parte das organizações (CHIAVENATO, 1999). Em síntese, ele concluiu que o dinheiro pode ser poderoso motivador se as pessoas acreditarem haver ligação direta ou indireta entre desempenho e consequente aumento de remuneração. Segundo Lalwer, se essa percepção for alcançada e confirmada, as pessoas certamente terão melhor desempenho tendo em vista o resultado financeiro desejado. Teoria de McGregor Descreveu os fatores motivacionais, agrupando em: Fatores Extrínsecos: salário, benefícios e promoção. Fatores Intrínsecos: auto-respeito, capacidade de solucionar problemas, autonomia, aquisição de novos conhecimentos. Motivação intrínseca ao indivíduo: os elementos motivadores, que apenas potencializam as suas ações, funcionam se, e somente se, o indivíduo já estiver motivado por algum fator pessoal (intrínseco). A teoria de McGregor é, na verdade, um conjunto de dois extremos opostos de suposições. Estes conjuntos foram denominados X e Y. Por esse motivo, também é conhecida pelo nome de Teoria X e Teoria Y. Para McGregor, se aceitarmos a teoria X, e nos comportarmos de acordo com ela,as pessoas se mostrarão preguiçosas e desmotivadas. Já, se aceitarmos a teoria Y, as pessoas com quem interagimos se mostrarão motivadas. Teoria X Concepção negativa da natureza humana. do trabalho e o evita. Teoria Y Concepção positiva da natureza humana. natural. de se obter trabalho. necessidades próprias forem satisfeitas. ua engenhosidade, quando lhe permitirem autodireção e autocontrole. Teoria de McClelland Segundo McClelland, as pessoas são divididas em: uma minoria desafiada pelas oportunidades e uma maioria que não são capazes, nem dispostas a enfrentar desafios para alcançar objetivos. Esse teórico identificou três necessidades caracterizadas como pontos-chave para se obter motivação. Teoria da Motivação pelo Êxito e/ou Medo: motivos que orientam o comportamento humano: -Realização (competir como forma de auto realização); -Afiliação (relacionar-se cordial e afetuosamente); APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 9 -Poder (exercer influência). Essas necessidades são adquiridas no decorrer da vida, conhecidas como secundárias, e trazem sensações que o ser humano gosta de experimentar, como prestígio e status. Porém, para o autor, as pessoas não são motivadas pelas mesmas necessidades igualmente, variando de pessoa para pessoa. Questões 01. existir, dentre eles, o cargo em si, ou seja, a tarefa que o indivíduo executa, as características individuais e, por último, os resultados que este trabalho pode oferecer; é uma força que se encontra no interior de cada pessoa, estando geralmente ligada a um desejo e, dessa forma, suas fontes de energia estão dentr -se de (A) liderança. (B) delegação. (C) motivação. (D) descentralização. 02. O ser humano é avesso ao trabalho e o evitará sempre que puder e, por conseguinte, a administração precisa incrementar a produtividade, os esquemas de incentivo e denunciar a restrição voluntária. Essa afirmativa considera a Teoria: (A) X; (B) de Maslow; (C) de Simon; (D) de Weber; (E) de Fayol. 03. Analise o texto abaixo: De acordo com a teoria motivacional de ....................., um trabalhador X, ou um trabalhador visto por um gerente de visão X, não gosta de trabalhar e o faz somente quando é compelido. Não gosta de assumir responsabilidade, é pouco ou nada ambicioso e busca acima de tudo segurança. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto. (A) Maslow (B) McGregor (C) Vromm e Rotter (D) Herzberg (E) Skinner Respostas 01. C / 02. A / 03. B Liderança Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos. A capacidade de gerir e conduzir pessoas rumo a grandes resultados é uma tarefa que exige uma habilidade de liderança bem desenvolvida. A liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É um tipo de liderança informal. Quando um líder é eleito por uma organização e passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal. A liderança é o elemento promotor da gestão, responsável pela orientação, estímulo e comprometimento para o alcance 5 Morais (2011) FARIA, José Henrique de. Economia Política do Poder. 6ª. Reimpressão. Curitiba: Juruá, 2010. # volumes. Volume 1 e melhoria dos resultados organizacionais e deve atuar de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura da excelência, à promoção de relações de qualidade e à proteção do interesse público. É exercida pela alta administração, entendida como o mais alto nível gerencial e assessoria da organização. Por isso, é fundamental que toda empresa possua um líder de excelência. Um bom líder consegue administrar sua equipe de forma efetiva, delegar tarefas, estipular prazos e inspirar profissionais a darem o seu melhor em qualquer atividade. Tudo isso por meio do bom exemplo de suas ações e comportamentos. Para que as pessoas possam trabalhar satisfatoriamente em equipe elas precisam de liderança. A liderança constitui uma necessidade típica do trabalho em equipe. Para fazer a equipe funcionar e produzir resultados, o gerente precisa desempenhar muitas funções ativadoras. Dentre estas funções, sobressai a liderança. O gerente deve saber como conduzir as pessoas, isto é, como liderar as pessoas e administrar as diferenças entre elas. A liderança é necessária em todas as atividades e em todos os tipos de organização humana, principalmente nas empresas. Ao traduzir os objetivos fixados e convertê-los em programas de ação, a gerência assume o papel de direcionar e conjugar esforços, comunicar, liderar, motivar, avaliar e recompensar as pessoas dentro da organização. O gerente não lida apenas com capital ou dinheiro, com máquinas ou equipamentos, mas trabalha, sobretudo com pessoas. É através das pessoas que o gerente consegue a execução das tarefas, a alocação dos recursos materiais e financeiros, a produção de bens ou serviços, bem como o alcance dos objetivos organizacionais. Daí a sobrevivência e o sucesso da empresa. Ao lidar com pessoas, a principal habilidade e ferramenta gerencial que emerge é a liderança.5. Liderança e Chefia Segundo o dicionário Aurélio, podemos classificar: - Líder: "Um chefe, um guia, aquele que representa um grupo". - Chefe: "Pessoa que comanda que dirige; o cabeça; o alto escudo; tratamento irônico que geralmente é dado a um desconhecido". O chefe administra, o líder inova; O chefe é uma cópia, o líder um original; O chefe mantém, o líder desenvolve; O chefe prioriza sistemas e estruturas, o líder prioriza pessoas; O chefe depende de controle, o líder inspira confiança; O chefe tem uma visão de curto prazo, o líder perspectiva de futuro; O chefe pergunta como e quando, o líder o que e por quê; O chefe vive com os olhos voltados para o possível, o líder com os olhos no horizonte; O chefe imita, o líder inventa; O chefe aceita o status O chefe é o bom soldado clássico, o líder é seu próprio comandante; O chefe faz as coisas direito, o líder faz a coisa certa Estilos e técnicas de Chefia6 Na função de chefia algumas atitudes específicas, tais como: organizar, comandar e controlar determinarão uma boa administração. Perceba que a diferença entre Líder e Chefe é destacada até mesmo na forma de tratamento dos funcionários, mais especificamente em denomina-los, na 6 Com base no site Benito Pepe O líder e estilos de Liderança e Chefia. Disponível em: http://www.benitopepe.com.br/2010/11/14/o-lider-e-estilos- de-lideranca-ou-chefia/. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 10 Liderança os funcionários são chamados como colaboradores, parceiros e na Chefia os funcionários são muitas vezes denominados como subordinados ou empregados, supondo a ideia de obediência à hierarquia. Os estilos de chefia mais presentes nas organizações são: Autocrático autoritário; Democrático Consultivo Participativo; Liberal o que os subordinados quiserem; Paternalista; Situacional; Emergente e Estilo Autocrático. Autocrático Conhecido como ditatorial. É exercido por gerentes centralizadores das decisões, que resolvem todos os problemas, não delegam e são os únicos a emitir ordens. Na gestão desse tipo de chefia não existe diálogo, nem oportunidade de participação ou sugestão por parte dos funcionários, ou seja a gestão participativa não é bem-vinda. O cumprimento de ordens e regras é extremamente rigoroso, de forma a desenvolver no subordinado maior disciplina quanto aos prazos,metas e objetivos. Os funcionários executam os serviços como autômatos. O chefe autocrático é extremamente dominador e pessoal nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro do grupo. A gestão com esse tipo de chefia pode encaixar perfeitamente em empresas que lidam com excesso de burocracia e possuem prazos de trabalho muito curtos. Porém, se a cultura e política da empresa não se encaixar dentro deste perfil, esse estilo de chefia pode ofuscar a colaboração dos funcionários, impedindo que desenvolvam novas ideias ou sugestões. Sendo assim, os funcionários podem sentir-se desmotivados ou mesmo acomodados ao cargo e à rotina de trabalho. Democrático Também conhecido como participativo, neste estilo os funcionários não se limitam apenas a cumprir ordens, mas também participam do processo decisório, dando suas contribuições ao superior. Neste estilo de gestão, o chefe permite que os funcionários trabalhem com o moral elevado, tenham maior estímulo, trabalhem satisfeitos e em princípio, produzam mais. Este estilo proporciona também mais camaradagem, cooperação e espírito de equipe. (quem participa de uma decisão normalmente se compromete mais com o resultado). O Chefe (líder) preocupa-se com participação do grupo, estimula e orienta, acata e ouve as opiniões do grupo, pondera antes de agir. Aquele que determina, junto com o grupo, as diretrizes, permitindo o grupo esboçar as técnicas para alcançar os objetivos desejados. É impessoal e objetivo em suas críticas e elogios. Para ele, o grupo é o centro das decisões. Acreditamos que a ação do líder democrático é de suma importância para o progresso e sucesso de uma organização. Tal como um sacerdote, que posso dar o exemplo de Moisés do Egito, (quando estava com o povo defendia Deus, quando estava com Deus defendia o povo). É trabalhado a Gestão Participativa, ou seja, todos os níveis hierárquicos contribuem com ideias, sugestões, propostas de melhorias e mudanças, ou seja, a gestão é aberta para receber novos conhecimentos vindos de qualquer funcionário. A chefia atuando como de forma democrática, permite que os funcionários sintam-se motivados, reconhecidos e mais engajados a desempenharem sua função e cargo. A reação do grupo é de interação, participação, colaboração e entusiasmo. Liberal demasia com os problemas e deixa ficar como está para ver o que acontece. Cada um exerce as atividades por sua livre e espontânea vontade de acordo com suas iniciativas próprias em direção nunca coincidentes. O gerente vive bem com todos, mas a organização ninguém sabe para onde vai. Os funcionários mostram suas qualidades, mas não se consegue canalizá-las para os objetivos. É Aquele que participa o mínimo possível do processo administrativo. Dá total liberdade ao grupo para traçar diretrizes. Apresenta apenas alternativas ao grupo. A sensação geral de falta de progresso dá margem a que os membros se tornem desinteressados e sem entusiasmo. Sendo assim, esse estilo de chefia pode fazer com que os funcionários sintam-se deslocados ou mesmo alheios aos objetivos organizacionais, e fiquem sem entender qual o sentido do trabalho, a missão, visão e valores da organização. Esse sentimento por parte dos funcionários é muito prejudicial à imagem e ao desempenho da empresa, uma vez que as pessoas que fazem uma empresa são peças-chave para o seu sucesso. Os funcionários precisam ter metas e objetivos a serem cumpridos, dentro de cada cargo e função, precisam ser cobrados para que percebam a importância das atividades, e para que desenvolvam maior responsabilidade. A reação do grupo geralmente é ficar perdido, não ficando coeso. Paternalista Neste estilo de chefia o subordinado é protegido pelo gerente, independente do seu grau de competência profissional ou de seu desempenho no trabalho. É recebem os benefícios do chefe, as melhores tarefas são deles, os melhores salários e assim por diante, gerando em contrapartida, a rebeldia do grupo oposto ao dos protegidos. Esse estilo de gestão têm como principal característica demonstrar que os funcionários que possuem um melhor desempenho são aqueles que terão mais prestígio pelo chefe. Sendo assim, esse estilo de chefia pode provocar nos funcionários que não são englobados pela proteção do chefe, certa insatisfação, ora pela comunicação que não flui bem entre o chefe e os demais funcionários e portanto ocasiona um desentendimento entre ambas as partes. De um lado os funcionários não sabem o que fazer para serem inseridos no sente interesse em dar atenção ou prioridade à esse grupo, pois não percebe os esforços desse grupo. O estilo de chefia Paternalista não é o mais eficiente dentro das organizações, pois ocasiona dispersão de profissionais e formação de pensamento individualista. Uma organização deve trabalhar de forma sistêmica, em equipe, de maneira que todos possam colaborar, pois o objetivo de crescimento é comum à qualquer funcionário, do porteiro ao presidente. Situacional É aquele perfil de chefe que assume seu estilo de liderança dependendo mais da situação do que da personalidade. A postura deste líder brota ante as diferentes situações que ele detecta no dia-a-dia. Possui um estilo adequado para cada situação, em situações que exige uma postura mais incisiva e rigorosa esse chefe toma a situação para si e sabe assumir tal postura, ou quando necessita ser mais cauteloso e pragmático este chefe também saberá assumir tal postura. Então basicamente, depende do contexto da situação, quais os pontos críticos, os pontos que podem ser relevados, e assim por diante. Esse estilo de chefia pode ser muito apropriado se o chefe conseguir balancear suas atitudes, não for tão extremista a ponto de seus funcionários terem receio de estabelecer uma comunicação por não reconhecerem qual a postura que o chefe APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 11 tomará, se será positiva ou negativa. O ideal é que o chefe demonstre que possui flexibilidade para analisar as situações e para tomar a decisão que seja cabível. Assim o funcionário entenderá perfeitamente que a postura do chefe dependerá do grau de importância/responsabilidade do assunto, bem como seu prazo de cumprimento. E deixar claro que ele analisa a situação colocada e não é influenciado por situações alheias, como por exemplo problemas pessoais, problemas familiares, problemas da empresa mas que não tenham a ver com o que está sendo tratado em determinado momento. Em outras palavras, o chefe situacional não é aquele que deixa as situações adversas interferir no seu humor e consequentemente reage de forma distinta, mas sim aquele que pondera as situações a serem resolvidas e toma uma postura de acordo com o grau de relevância. Sendo assim os funcionários, podem sentir-se motivados e coordenados, pois sabem que o chefe é flexível e por isso sua postura sempre será primeiramente analisar a situação, levando em conta os pontos a favor e contra. Esse tipo de postura é positiva no sentido de que desencadeia nos funcionários uma visão sistêmica das situações, consequentemente ensinando-os a tomar a mesma postura do chefe, analisando situação por situação. A reação do grupo é de segurança e motivação, desde o chefe saiba ponderar suas posturas. Emergente Diz respeito aquele chefe que surge e assume o comando por reunir mais qualidades e habilidades para conduzir o grupo aos objetivos diretamente relacionados a uma situação especifica. Por exemplo, num caso extraordinário, onde determinadas ações devem ser traçadas de imediato. O grupo reage bem, participa, colabora, sabendo que se houver emergência, o líder saberá o que fazer. Neste estilo de chefia as equipes de profissionais podem sentir-se motivados,pois geralmente quando um chefe emergente toma a frente de determinadas atividades, é porque há a extrema necessidade do perfil deste profissional dentro da área ou departamento. Seja para alavancar a produtividade, seja para aumentar a motivação das equipes, seja para maior rigidez no cumprimento de prazos e entregas, seja para aprimorar processos, seja para trabalhar uma comunicação eficiente. Esse tipo de chefia é interessante pois habilita os profissionais a saírem do comodismo e se locomoverem rumo ao crescimento. Quando um chefe emergente chega para liderar um setor ou departamento, muitas modificações e melhorias são feitas, isso traz desafios aos funcionários e faz com que enxerguem suas rotinas de trabalho de maneira diferenciada. De acordo com Iannini7, existem três estilos de liderança: Autoritária (ou autocrática), Liberal e Democrática. Assim, explorar-se-ão as características principais de cada tipo, trabalhando vantagens e inconvenientes de cada um. São estilos de liderança: - Líder autocrático: determina diretrizes sem a participação do grupo, além de determinar as técnicas para a execução das tarefas. É ele também que indica qual a tarefa de cada um dos colaboradores e quem será o companheiro de trabalho de cada um. É inflexível e dominador, causando mal- estar organizacional. 7 IANNINI, Pedro Paulo. Chefia e liderança: capacitação gerencial. Viçosa: Aprenda Fácil, 2000. 8 FACHADA, Maria Odete. Psicologia das Relações Interpessoais. 6. Ed. Lisboa: Rumo. 2003. 9 FARIA, J. H; MENEGHETTI, F.K. Liderança e Organizações Leadership and Organizations .Volume II número 2, 2011. Disponível em:< Tem postura essencialmente diretiva, dando instruções sólidas, e não deixa espaço para criatividade dos liderados. Este líder, nos elogios ou nas críticas que faz, dirige-se diretamente aos colaboradores, nominando publicamente os eventuais autores de faltas cometidas e/ou de atos dignos de elogios. As consequências desta liderança estão relacionadas com a ausência de espontaneidade e de iniciativa, e pela inexistência de qualquer amizade no grupo. O trabalho só se desenvolve na presença do líder, visto que, quando este se ausenta, o grupo produz pouco e tende a indisciplinar-se. É o estilo que produz maior quantidade de trabalho. - Líder Liberal, também denominado Laissez-Faire: O líder não se impõe e não é respeitado. Os liderados têm total liberdade para tomar decisões, quase sem consulta ao líder. Não há grande investimento na função, havendo participações mínimas e limitadas por parte do líder. O grupo é que decide sobre a divisão das tarefas e sobre quem trabalha com quem. Os elementos do grupo tendem a pensar que podem agir livremente, tendo também desejo de abandonar o grupo. O líder não regula e nem avalia o grupo, e faz alguns comentários irregulares sobre as atividades apenas quando questionado. A produção não é satisfatória, visto que se perde muito tempo com discussões e questões pessoais. Este é frequentemente considerado o pior estilo de liderança. - Líder Democrático: o Líder assiste e instiga o debate entre todos os colaboradores. É o grupo que esboça as providências e técnicas para atingir os objetivos e todos participam nas decisões. Cada membro do grupo decide com quem trabalhará e o próprio grupo que decide sobre a divisão das tarefas. O líder procura ser um membro igual aos outros elementos do grupo, não se encarregando muito de tarefas. É objetivo, e quando critica limita-se aos fatos. Este tipo de liderança promove o bom relacionamento e a amizade entre o grupo, tendo como consequência um ritmo de trabalho suave, seguro e de qualidade, mesmo na ausência do líder. O comportamento deste líder é de orientação e de apoio. É o estilo que produz maior qualidade de trabalho. Percebe-se que a liderança autocrática evidencia o líder, enquanto a liderança liberal evidencia os subordinados e a liderança democrática evidencia tanto no líder como nos subordinados. Líderes influenciam liderados e liderados também influenciam seus líderes, portanto deve-se lembrar de que o relacionamento entre os membros da equipe pode também interferir no estilo que o líder adotará. Sendo assim, cabe a cada líder escolher qual o estilo mais se adapta às suas características e situações para que os objetivos sejam alcançados rapidamente, visto que quando existe uma equipe, a meta é alcançada com o esforço de todos, tanto líderes quanto liderados8. A liderança não deve ser confundida com gerência ou chefia. Para ser um líder, não precisa ser necessariamente um chefe; basta ter conhecimento e habilidades que façam com que o grupo busque a realização dos objetivos. Poder e autoridade9 Para Weber10, a relação entre a ordem e o comando (autoridade) que se estabelecem entre os indivíduos é dividida em três itens: a tradição, o carisma e a burocracia. a. A autoridade tradicional é quando uma pessoa ou grupo social obedece a um outro porque tal obediência é proveniente do hábito herdado das gerações anteriores. A http://www.revistapsicologia.ufc.br/index.php?option=com_content&id=93% 3Alideranca-e-organizacoes&Itemid=54&la &lang=pt>. 10 Weber, Max. (1992). Economia y sociedad. México-DF: Fondo de Cultura Económica. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 12 tradição é extrínseca ao líder. A autoridade tradicional não anula a presença de outras, tais como as habilidades pessoais; b. A autoridade carismática é proveniente das características pessoais dos indivíduos. Sua base de legitimação é a devoção dos seguidores à imagem dos grandes líderes religiosos, sociais ou políticos. Portanto, a ideia de carisma está associada às qualidades pessoais e à posição organizacional ou às tradições. O carisma é, em muitos casos, a base explicativa de autoridades informais nas organizações; c. A autoridade racional-legal ou burocrática é a principal base da autoridade no mundo contemporâneo. Apesar das modernas organizações formais (Estado, organizações públicas e privadas, etc.) procurarem tratar a liderança como um atributo de cargos específicos, que deve ser legitimamente aceita pelos indivíduos, a hierarquia em uma organização tem como um dos objetivos emprestar aos ocupantes dos cargos o direito de tomar decisões e de se fazer obedecido, dentro de uma divisão pré-estabelecida e aceita de antemão. A autoridade burocrática, desta forma, é extrínseca à figura do líder. Ela é de caráter temporário e pertence ao cargo da pessoa que ocupa. A autoridade formal legitima o uso da depende da delegação da autoridade burocrática. Outras duas formas de autoridade são identificadas nos estudos organizacionais: a autoridade pelas relações pessoais e pela competência técnica. A autoridade pela relação pessoal é aquela atribuída às relações que se estabelecem entre os indivíduos. Estas relações são de caráter pessoal e estão relacionadas com os vínculos sociais amizade, relacionamento com pessoas importantes, etc. A autoridade por competência técnica está relacionada com a influência no comportamento alheio através da superioridade do líder no plano do conhecimento. Os seguidores se deixam influenciar por acreditarem que seus líderes possuem competências e conhecimentos superiores aos seus. Uma forma não exclui as outra. Para Kernberg11, que concorda com as formas acima identificadas, a liderança refere-se ao reconhecimento que os liderados creditam ao líder na execução das suas tarefas. A liderança, aliada à autoridade geral, é um importante fator para o cumprimento dos objetivos estabelecidos. No entanto, ambas necessitam de outras fontes de autoridade, tais como o conhecimento técnico do líder, suas habilidades humanas, suapersonalidade. As delegações de autoridade inadequadas ou excessivas são problemas frequentes e isto se deve, em parte, ao processo de racionalização que ocorre nas organizações. A estrutura organizacional, cada vez mais dominada pela burocratização e pela supremacia do uso da técnica, faz com que nem sempre as delegações de autoridade sejam respaldadas por aqueles que recebem o novo líder. A perda da autoridade no sentido restrito da palavra reduz a clareza das tarefas a serem executadas. Isto implica não só na perda do controle do líder em relação aos seus liderados, como também na redução da credibilidade frente aos seus superiores. Esta condição provoca uma desconfiança geral na sua capacidade de manutenção e coesão dos grupos (subordinados e superiores) quanto a sua capacidade de atingir os objetivos. A autoridade, portanto, não passa, nesse sentido, de uma habilidade específica, de forma que ser um líder torna-se um objetivo como outro qualquer. Seu caráter instrumental é reforçado pelas propostas dos gerencialistas, 11 Kernberg, Otto F. (1970). Factors in the psychoanalytic treatment of narcissistic personalities. JAP. 18:51-85. 12 FARIA, J. H; MENEGHETTI, F.K. Liderança e Organizações Leadership and Organizations. Volume II número 2, 2011. Disponível em:< http://www.revistapsicologia.ufc.br/index.php?option=com_content&id=93% 3Alideranca-e-organizacoes&Itemid=54&la &lang=pt>. que enxergam a liderança como mais uma técnica para ser aprendida. Liderança e Poder12 Liderança, assim como o poder, só pode ser percebida nas suas manifestações. Entretanto, o conceito de liderança não deve ser confundido com o conceito de poder. Ambos se relacionam7 por partirem da mesma fonte, a legitimidade no âmbito coletivo, mas não possuem conotações semelhantes. Sendo a autoridade uma das bases do poder, reduzir o conceito de liderança a uma manifestação da autoridade é tentar compreender as expressões maiores que envolvem as relações sociais para além do visível. É oportuno verificar um exemplo do uso inapropriado do conceito de poder e sua utilização como sinônimo de autoridade. Verifica-se de que forma ambos (o poder e a autoridade) são utilizados para associá-los a um conceito de liderança: Segundo Schermerhorn13, liderança eficaz se apoia na comportamento de outras pessoas. Poder é a habilidade para conseguir que outra pessoa faça alguma coisa que você quer que seja feita. É a habilidade para fazer com que as coisas aconteçam da maneira com que você quer. Liderança é a maneira como se usa o poder e poder é o exercício da autoridade. Esta forma de conceituação segue o clássico modelo de definir A como B e B como C, de maneira que, ao final, A, B e C por serem uma única coisa, não são coisa nenhuma. No caso específico desse exemplo, observa-se que o conceito não permite levar em consideração aspectos importantes do problema da legitimidade natural do líder. Apesar de o gerente possuir uma autoridade racional-legal, ele pode não ser visto diretamente como um indivíduo legítimo para o cargo. Algumas ações de natureza coletiva, por parte de seus liderados, podem ser praticadas para tentar retirá-lo do posto que ocupa. Desta forma, apesar dele ser reconhecido como a liderança formal, não se configura necessariamente como o líder efetivo para o grupo: esta posição hierárquica que ocupa faz com que tenha certa influência sobre os demais indivíduos, mas isto por si só não o credencia a ganhar credibilidade no âmbito daquela coletividade. O conceito de liderança deve partir de uma definição conceitual mais específica e menos reducionista. Para tal, é necessário antes reforçar o conceito de poder, levando-se em conta as formas inapropriadas da utilização do seu termo. O conceito a ser utilizado deve-se ao fato de que sua sustentação encontra-se em uma reflexão que procura distinguir o uso do termo poder com suas formas de manifestação. Assim, o poder pode ser definido como: (...) a capacidade que tem uma classe social (ou uma fração ou segmento), uma categoria social ou um grupo (social ou politicamente organizado) de definir e realizar seus interesses objetivos específicos9, mesmo contra a resistência ao exercício desta capacidade e independentemente do nível estrutural em que tal capacidade esteja principalmente fundamentada. O exercício do poder adquire continuidade e efetividade política quando do acesso do grupo ou da classe social ao comando das principais organizações, das estruturas institucionais ou políticas da sociedade, inclusive aquelas criadas como resultado de um processo de transformação, de maneira a colocar em prática ou a viabilizar tal exercício (Faria, 2001)14. O primeiro ponto importante a salientar é que o poder se manifesta em classes sociais, categorias sociais e grupos socialmente e politicamente organizados. Isto quer 13 Schermerhorn Jr., JOHN R. (1999). Administração. 5. ed. Rio de Janeiro: LTc Editora. 14 Faria, José Henrique de. (2001a). Poder e relações de poder. Curitiba: UFPR/CEPPAD. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 13 dizer que o poder não se manifesta somente em ambientes legalmente formalizados. O segundo ponto é que as classes sociais, as categorias sociais ou os grupos política e socialmente organizados buscam as realizações de objetivos específicos. É importante observar que apesar dos indivíduos procurarem atingir os objetivos específicos comuns, não se deve esquecer que cada membro vincula-se a um grupo para realizar seus objetivos individuais. Isto acontece devido às diferenças pessoais de cada integrante. Aqueles que conseguem colaborar de forma diferenciada para que a classe social, categoria social ou grupo social atinjam os objetivos coletivos serão destacados pelos demais integrantes: é exatamente aqui que aparece a liderança. Por fim, o poder é uma capacidade coletiva e, como tal, deve der adquirida, desenvolvida e mantida. Os indivíduos inserem-se em suas relações a partir de funções que desempenham no âmbito coletivo, de forma orgânica ou não, podendo influir, coordenar, liderar, representar, organizar e conferir legitimidade. O poder e suas manifestações estão imbricados dentro de um processo histórico e dialético, sobre a influência constante das mudanças sociais. Os indivíduos possuem papel importante dentro dessa relação de mudança histórica, atuando como personagens centrais e desempenhando as funções essenciais de coordenação e modificação da realidade social. Desta forma, os indivíduos que compõem a coletividade devem estar cientes do contexto histórico e do caráter dinâmico das mudanças sociais que ocorrem, procurando desempenhar os papéis coletivos que lhes são legitimamente conferidos pelos demais membros. Desta forma, liderança pode ser entendida como uma manifestação de natureza tanto psicológica quanto social e política que ocorre: (a) no interior de uma classe social (numa fração ou segmento), categoria social ou grupos formais ou informais (social e politicamente organizados), (b) entre classes (frações ou segmentos) categorias ou grupos sociais, (c) no interior de organizações e (d) entre organizações. A liderança é um atributo individual e/ou coletivo que deve levar em consideração o caráter histórico e dialético das mudanças internas e externas (relações vinculares entre os integrantes, dinâmica do âmbito coletivo ou organizacional, mudanças das normais sociais, influência do contexto ambiental etc.) que influenciam na aceitação e legitimidade da figura do líder, seja este uma pessoa, um grupo ou uma organização. A liderança apresenta-se como manifestação natural, decorrente de delegação de autoridade ou adquirida mediante atributosreconhecidos por outros como portadores de uma representação real ou simbólica, com o objetivo de atingir objetivos imaginários e concretos (de natureza econômica, jurídica, política, ideológica e social), sejam eles de ordens individuais ou coletivas. A liderança difere da autoridade e do simples carisma porque pressupõe a prática democrática, emancipatória e esclarecedora, voltada sempre aos interesses de uma ética coletiva. Deste modo, o papel do líder requer não só capacidades próprias como também coletivas. Uma liderança não ocorre sem a legitimação dos integrantes que compõem a coletividade que a confere. Deste modo, a liderança pode ser transitória e requer, do líder, um constante investimento em sua manutenção. Dito de outra forma, existe uma relação efetiva entre poder e liderança, influência, autoridade, coerção, Estado, processo decisório, estratégias etc., porém, a cada termo pertence um conceito distinto, na medida em que se referem a realidades concretas também distintas (Faria, 2001:03). LIDERANÇA E GRUPOS Do ponto de vista das relações pessoais, não há liderança sem um grupo que a legitime. A figura do líder deve ser compartilhada e aceita pelos integrantes de um grupo. Sua aceitação é fundamental para o sucesso das atividades que desempenha ou nas decisões que venha a tomar para realizar os objetivos desejados. Entretanto, é importante observar que sempre existem os que questionam a legitimidade do líder e as decisões tomadas por ele, seja por que desejam ocupar seu lugar (apresentando- se como alternativa mais apropriada), seja porque não suportam vê-lo ocupando o lugar (são frequentes as tentativas de desestabilizar o líder, de desqualificá-lo), seja porque percebem, antes dos demais membros, as consequências inadequadas da sua ação. Para administrar os conflitos, o líder não pode esquecer que os seus interesses, seus problemas pessoais, seus sentimentos ambivalentes, suas virtudes e defeitos influenciam nas suas tomadas de decisão. Portanto, o líder deve possuir um senso de autocrítica aguçado, bem como sensibilidade para aceitar e reavaliar as críticas que se dirigem a ele. Os líderes, sendo pessoas, são passíveis de cometer erros. É natural, desta forma, que algumas de suas decisões e atitudes possam frustrar os integrantes do grupo; estes algumas vezes têm em seu imaginário a figura idealizada do líder, uma pessoa dotada de capacidade quase divina de sempre tomar decisões corretas. Os líderes que se deixam levar por essa idolatria, que corresponde a uma projeção do ego ideal, podem causar complexos problemas para o grupo e para si mesmos. Segundo Davel, Machado e Grave (2000, p.05) a convicções e suas ressonâncias no imaginário grupal e na identificação social dos indivíduos é o que constitui a força do A figura do líder é antes imaginada no seu estado ideal na cabeça de cada membro do grupo. A capacidade do líder em atender às expectativas imaginárias dos liderados é determinante para a sua aceitação dentro da coletividade. Grande parte da manifestação de apoio e, consequentemente, de legitimidade, ocorre devido a isso. Estas expectativas podem ser: a. Os interesses e objetivos particulares que os indivíduos pretendam alcançar através do grupo; b. O reconhecimento pessoal, através da valorização das suas capacidades, por parte do grupo ou da organização em que estão inseridos; c. As recompensas sociais e materiais como forma de reconhecimento pelos esforços despendidos em nome do grupo; d. O reconhecimento como integrantes legítimos do grupo e a valorização e atendimento de seus desejos através dos objetivos coletivos. Quando, porém, um líder não consegue atender as expectativas dos seus liderados, sua liderança passa a ser questionada. O líder, portanto, precisa estar política e psicologicamente preparado para desempenhar o seu papel, pois os integrantes do grupo depositam em sua figura as esperanças de realização dos seus desejos individuais através das ações coletivas. O líder, não sendo capaz de satisfazer às expectativas, anteriormente imaginadas pelos seus liderados, acaba experimentando um descrédito e passa a ser depreciado pelos integrantes do grupo. Logo de imediato o grupo passa consciente ou inconscientemente a procurar um novo objetivos individuais e coletivos (Kernerg, 2000, p.16). APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 14 Esta busca por um novo líder é um processo doloroso não só para o líder como também para os integrantes do grupo. Todas as esperanças que cada um depositou no atual líder acabam de ser frustradas. O grupo depara-se com a angústia de ter de aceitar um novo líder, que nem sempre é imediatamente reconhecido como legítimo. O sentimento de orfandade também toma conta de parte do grupo, que elegeu o Pai da Horda, assassinou-o e necessita colocar, em seu lugar, um novo Pai que possa guiá-lo (Enriquez, 1984). A maneira como este novo líder estabelecerá as relações vinculares com cada indivíduo do grupo é ainda, muitas vezes, uma incógnita para cada integrante, que deverá procurar uma melhor maneira de se relacionar com ele, buscando estabelecer ações de cooperação para evitar conflitos indesejáveis. As relações de empatia e afinidades são determinantes para o início de um relacionamento do líder com cada indivíduo do grupo e com a coletividade. A maneira como se manifestarão os sentimentos ambivalentes e, principalmente, a maneira como o novo líder lidará com estes, procurando manter a coesão e a harmonia dentro do grupo, serão determinantes para a sua aceitação e para a legitimação da sua função. Entretanto, passado o período de euforia inicial, pelos mesmos motivos que o líder anterior deixou de ser reconhecido, o novo líder começará a lidar com as formas nem sempre explícitas de rearticulação do grupo em torno de sua inviabilização: aqui será decisiva sua capacidade de tratar com os conflitos e com os sentimentos (da empatia à inveja) para que permaneça em sua posição. Assim sendo, a escolha de um novo líder é um processo que envolve incertezas quanto ao futuro dos relacionamentos e da realização dos objetivos individuais e coletivos. As relações vinculares se estabelecem aos poucos e ocorrem de forma diferenciada para cada integrante. Enquanto para alguns integrantes o novo líder representa seus anseios, para outros esse processo ocorre de forma insatisfatória, seja porque possuíam grande afinidade com o líder anterior e, agora, possuem resistências ao novo líder, seja porque desejariam estar no lugar do novo líder, seja porque o líder que escolheriam não seria o que assumiu esse papel. Esta situação coloca uma questão essencial no relacionamento entre líderes e liderados: as relações de poder A liderança envolve uma distribuição desigual de poder entre os líderes e os membros do grupo. Os membros dos grupos não são desprovidos de poder; podem (Stoner e Freeman, 2000, p.344). Entretanto, a escolha do líder significa igualmente a predominância de uma parcela do grupo sobre outra(s), ou seja, uma distribuição assimétrica de poder entre os membros do grupo. O líder, por sua vez, sabe que, embora represente uma parcela do grupo, passa a ser líder de todo o grupo e, assim, precisa dar conta dessas diferenças e administrá-las, exercício esse que exige dele extrema habilidade e competência e que constituir-se-á no diferencial entre sua legitimidade (aceitação) e seu fracasso (substituição). É importante ressaltar que o líder só exerce esse papel porque seus seguidores o legitimam na função. Em uma situação em que parte importante do grupo ou mesmo em que todos os integrantes do grupo passam a boicotar ou prejudicar as realizações dos objetivos determinados pelo líder, ocorreuma perda substancial e muitas vezes definitiva de credibilidade do líder. Mesmo que este líder seja aceito perante as autoridades ou por seus superiores, na medida em que o seu trabalho não seja adequadamente realizado e prejudique a realização dos objetivos, ele poderá ser deslocado para outra função ou grupo, pois o que prevalece são os objetivos gerais da organização. O líder deve estar atento a como as relações de poder são exercidas no grupo, seja formalmente, através da autoridade delegada, por exemplo, seja informalmente, através dos mecanismos de influência que legitimam, por meio da empatia ou confiança, certas frações do grupo. O surgimento de outras e novas lideranças é um processo natural dos grupos e deve ser encarado pelo líder como uma manifestação psicossociológica necessária para a manutenção da coesão do grupo. O aparecimento destas lideranças deve-se: a. À não aceitação por unanimidade do líder; b. Às relações de vínculos pessoais (empatia, identificação) que se estabelecem de formas diferentes entre os indivíduos de um mesmo grupo; c. Ao fato dos objetivos individuais não serem realizados na totalidade perante os objetivos do grupo; d. Ao desejo de alguns membros do grupo de ocupar o lugar do líder; e. À presença de sentimentos obstrutivos dentro dos grupos. Para o líder poder conviver com estes acontecimentos dentro dos grupos, é necessário, segundo Zimerman (1997b, p.41-7) observar os . Estes atributos têm como função favorecer uma melhor compreensão, por parte dos líderes, da dinâmica dos grupos, no que se refere a uma melhora contínua dos relacionamentos estabelecidos e nas realizações dos objetivos individuais e coletivos. a. Gostar e acreditar em grupos b. Coerência: c. Amor às verdades: d. Senso de ética e. Respeito f. Paciência g. Função de pensar h. Comunicação i. Modelo de identificação Questões 01. No contexto de uma gestão de pessoas por competências, exercer a liderança é (A) tomar decisões individualmente, focado nas tarefas que devem ser executadas com a maior competência possível. (B) compartilhar as decisões, envolvendo os colaboradores por meio da consulta ou da delegação de tarefas a partir das competências de cada um. (C) deixar que cada colaborador decida o que deve fazer com base nas suas competências individuais. (D) persuadir os colaboradores de que suas decisões são as melhores e devem ser executadas sem questionamentos. (E) seguir com rigor as diretrizes do planejamento, definindo com clareza as atribuições de cada colaborador. 02. O estilo de liderança em que o líder é focado apenas nas tarefas é conhecido como: (A) liderança por ideal. (B) liderança autocrática. (C) liderança democrática. (D) liderança liberal. (E) liderança paternalista. 03. Com relação à Gestão de Pessoas, pode-se afirmar como corretas as afirmativas abaixo, EXCETO: (A) A delegação permite ao líder planejar e estabelecer metas e prazos. (B) A avaliação do desempenho deve ser um processo dinâmico, bidirecional, interativo e, sobretudo, criativo. (C) Uma das características comum dos líderes de mudanças é a motivação sobre os outros e não a sua própria motivação. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 15 (D) No gerenciamento de pessoas, deve-se estruturar as tarefas e atribuições de cada um dos membros da equipe, através do desenho dos cargos. Respostas 01. B / 02. B. / 03. C Desempenho A Gestão do Desempenho está ligado ao Desempenho e Recompensa e é responsável pela definição de metas e objetivos; recursos necessários e indicadores de desempenho; o acompanhamento das atividades e a avaliação dos resultados. A gestão do desempenho é o principal radar dentro da área de RH para acompanhar e influenciar a evolução dos profissionais da organização. Por ser tão importante, exige maior atenção no seu desenvolvimento e implantação. Os desafios são muitos e significativos, pois é o maior canal de comunicação entre os líderes da organização e suas equipes profissionais. Funcionando tal como uma bússola, ele alinha as estratégias de RH com as estratégias empresariais, mede o nível de conhecimento presente na organização, afere o nível de comprometimento profissional, estimula o diálogo através dos processos de feedback, propicia orientação profissional com o uso do coaching, indica necessidades de desenvolvimento, capta anseios e sugestões e, ainda, subsidia diversos outros sistemas de RH como carreira, treinamento, recompensa e sucessão. Brandão e Guimarães15 contextualizam a gestão do desempenho a seguir: As pesquisas de Taylor para a racionalização do trabalho deram origem às primeiras escalas de avaliação de mérito, aplicadas, na época, para disciplinar o trabalhador e interferir no seu modo de realizar o trabalho. Ao longo do século XX, a avaliação de desempenho passou das metodologias de controle dos tempos e movimentos para processos que consideram o empregado e seu trabalho como parte de um contexto organizacional e social mais amplo. A partir da necessidade das organizações de contar com instrumentos para estimular o trabalhador a adotar ou reforçar determinadas atitudes, as técnicas de avaliação de desempenho foram sendo aperfeiçoadas, valendo-se, principalmente, de contribuições das Ciências Sociais. A gestão do desempenho assume uma perspectiva mais ampla se comparada à prática da execução da avaliação de desempenho, considerando que o processo de gestão abrange: (1) o planejamento do desempenho requerido por parte dos colaboradores, concretizado na forma dos objetivos e metas previamente definidos e acordados, (2) a monitoração do desempenho voltada para o realinhamento e a correção de rumos dentro de um contexto de mudanças em alta velocidade, e (3) a avaliação final do desempenho, voltada para a alcance de objetivos (o que realizar) e o perfil de competências (como realizar). Na gestão de desempenho, cabe ao gestor esclarecer a direção (o Norte) para que o colaborador possa compreender a importância de sua contribuição na consecução do plano de negócio da empresa, orientando-o quanto às expectativas de 15 Brandão, H. P.; Guimarães, T. A. Gestão de competências e gestão de desempenho: tecnologias distintas ou instrumentos de um mesmo construto? Rev. adm. empres. Mar 2001, vol.41, no.1, p.8-15. ISSN 0034-7590 desempenho, aos comportamentos alinhados aos valores, à missão e à visão da empresa. É a partir do estabelecimento comprometimento e do alto desempenho. A comunicação efetiva entre o gestor e o colaborador processo de gestão do desempenho acima citadas, assegurando, através da prática do feedback e do reconhecimento, a retroalimentação necessária para que o colaborador amplie a percepção com relação ao seu nível de contribuição individual para o resultado da área e da organização, nos aspectos quantitativos (objetivos) e nos aspectos qualitativos (perfil). Como resultado do processo de gestão do desempenho, os gestores, em parceria com a área de Recursos Humanos, viabilizam a tomada de decisão relacionada à gestão estratégica de pessoas, no que diz respeito às prioridades de ações em termos de: movimentação de pessoal, treinamento & desenvolvimento, reconhecimento & recompensa, bônus, subsídio educação, entre outras. Esperamos que tenha apreciado essa breve reflexão e que, a partir dela, você tenha se estimulado a pesquisar e a estudar para se desenvolver cada vez mais, impulsionando sua evolução. O que medir? Resultados: os resultados concretos e finais que se pretende alcançar dentro de um certo período de tempo. Desempenho: o comportamentoou meios instrumentais que se pretende pôr em prática. Competências: as competências individuais que as pessoas oferecem ou agregam à organização. Fatores críticos de sucesso: os aspectos fundamentais para que a organização seja bem-sucedida no seu desempenho e nos seus resultados. Avaliação de desempenho De acordo com Chiavenato16, a avaliação de desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa, em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados, das competências que ela oferece e do seu potencial de desenvolvimento. A avaliação de desempenho é um processo que serve para julgar ou estimar o valor, a excelência e as competências de uma pessoa e, sobretudo, qual é a sua contribuição para o negócio da organização. A avaliação do desempenho recebe denominações variadas como avaliação do mérito, avaliação de pessoal, relatórios de progresso, avaliação de eficiência individual ou grupal, etc. Varia enormemente de uma organização para outra. Na realidade, a avaliação do desempenho é um processo dinâmico que envolve o avaliado e seu gerente e seus relacionamentos e representa uma técnica de direção imprescindível na atividade administrativa de hoje. É um excelente meio pelo qual se localizam problemas de supervisão e gerência, de integração das pessoas à organização, de adequação da pessoa ao cargo, de localização de possíveis dissonâncias ou carências de treinamento de construção de competência e, consequentemente, estabelecer os meios e programas para melhorar continuamente o desempenho humano. No fundo, a avaliação do desempenho constitui um poderoso meio de resolver problemas de desempenho e melhorar a ARAÚJO, Adélia, Curso de Gestão de Recursos Humanos: Sistemas de Avaliação de Desempenho e Administração de Carreiras, Rio de Janeiro: AVM, Versão:2007. 16 Chiavenato, I. Introdução à teoria geral da administração. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 16 qualidade do trabalho e a qualidade de vida dentro das organizações. Ainda segundo Chiavenato existem seis questões fundamentais na avaliação de desempenho: 1. Por que avaliar o desempenho? 2. Qual o desempenho que deve ser avaliado? 3. Como avaliar o desempenho? 4. Quem deve fazer a avaliação do desempenho? 5. Quando avaliar o desempenho? 6. Como comunicar a avaliação do desempenho? Métodos de Avaliação de desempenho De acordo com Chiavenato, há uma variedade de métodos para avaliar o desempenho humano. Ao avaliar o desempenho das pessoas é necessário utilizar critérios de justiça e equidade e, ao mesmo, motivá-las, o que não é tarefa fácil. Por esta razão, muitas organizações constroem sistemas de avaliação especificamente ajustados às suas características e gerência, sem perder o foco estratégico. Os métodos mais tradicionais de avaliação de desempenho utilizados são: escalas gráficas, escolha forçada, pesquisa de campo, incidentes críticos e listas de verificação. Método da Escala Gráfica: É o método de Avaliação de desempenho mais utilizado, divulgado e simples. Exige muitos cuidados, a fim de neutralizar a subjetividade e o pré- julgamento do avaliador para evitar interferências. Trata-se de um método que avalia o desempenho das pessoas através de fatores de avaliação previamente definidos e graduados. Utiliza um formulário de dupla entrada, no qual as linhas em sentido horizontal representam os fatores de avaliação de desempenho, enquanto as colunas em sentido vertical representam os graus de variação daqueles fatores. Estes são previamente selecionados para definir em cada empregado as qualidades que se pretende avaliar. Vantagens: - Facilidade de planejamento e de construção do instrumento de avaliação. - Simplicidade e facilidade de compreensão e de utilização. - Visão gráfica e global dos fatores de avaliação envolvidos. - Facilidade na comparação dos resultados de vários funcionários. - Proporciona fácil retroação de dados ao avaliado. Desvantagens: - Superficialidade e subjetividade na avaliação do desempenho. - Produz efeito de generalização (hallo efect): se o avaliado todos os demais fatores. - Peca pela categorização e homogeneização das características individuais. - Limitação dos fatores de avaliação: funciona como um sistema fechado. - Rigidez e reducionismo do processo de avaliação. - Nenhuma participação ativa do funcionário avaliado. - Avalia apenas o desempenho passado. Método da Escolha Forçada: consiste em avaliar o desempenho das pessoas através de blocos de frases descritivas que focalizam determinados aspectos do comportamento. Cada bloco é composto de duas, quatro ou mais frase. O avaliador deve escolher forçosamente apenas uma ou duas frases em cada bloco que mais aplicam ao desempenho do funcionário avaliado ou, então, escolhe a frase que mais representa o desempenho do funcionário e a frase que mais se distancia dele. Daí a denominação de escolha forçada. Vantagens: - Evita o efeito de generalização na avaliação. - Tira a influência pessoal do avaliador, isto é, a subjetividade. - Não requer treinamento dos avaliadores para sua aplicação. Desvantagens: - Complexidade no planejamento e na construção do instrumento. - Não proporciona uma visão global dos resultados da avaliação. - Não provoca retroação de dados, nem permite comparações. - Técnica pouco conclusiva a respeito dos resultados. - Nenhuma participação ativa do avaliado. Pesquisa de Campo: É um método de avaliação do desempenho com base em entrevistas com o superior imediato, por meio das quais se avalia o desempenho dos subordinados, levantando-se as causas, origens e motivos de tal desempenho, por meio de análise de fatos e situações. É um método de avaliação mais amplo que permite, além de um diagnóstico do desempenho da pessoa, a possibilidade de planejar com o superior imediato seu desenvolvimento no cargo e na organização. Avaliação de campo analisa os fatores e situações que desencadeiam determinados desempenhos. O método se desenvolve em quatro etapas: entrevista de avaliação inicial, entrevista de análise complementar, planejamento e acompanhamento posterior dos resultados. Vantagens: - Envolve responsabilidade de linha (o gerente avalia) e função de staff (o DRH assessora) na avaliação do desempenho. - Permite planejamento de ações para o futuro (como programas de treinamento, orientação, aconselhamento, etc.) - Enfatiza a melhoria do desempenho e o alcance dos resultados. - Proporciona profundidade na avaliação do desempenho. - Permite relação proveitosa entre gerente de linha e especialista de staff. Desvantagens: - Custo operacional elevado por exigir a assessoria de especialista. - Processo de avaliação lento e demorado. - Pouca participação do avaliado, tanto na avaliação como nas providências. Método dos Incidentes Críticos: Baseia-se no fato de que no comportamento humano existem certas características extremas, capazes de levar a resultados positivos. Uma técnica sistemática, por meio da qual o supervisor imediato observa e registra os fatos excepcionalmente positivos e/ou negativos a respeito do desempenho dos seus subordinados. Focaliza tanto as exceções positivas como as negativas no desempenho das pessoas. Vantagens: - Avalia o desempenho excepcionalmente bom e excepcionalmente ruim. - Enfatiza os aspectos excepcionais do desempenho. As exceções positivas devem ser realçadas e melhor aplicadas, enquanto as exceções negativas devem ser eliminadas ou corrigidas. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 17 - Método de fácil montagem e fácilutilização. Desvantagens: - Não se preocupa com aspectos normais do desempenho. - Peca por fixar-se em poucos aspectos do desempenho. Daí sua tendenciosidade e parcialidade. Lista de Verificação: baseia-se em uma relação de fatores de avaliação a serem considerados (check lists) a respeito de cada funcionário. Cada um desses fatores de desempenho recebe uma avaliação quantidade. A lista de verificação funciona como uma espécie de lembrete para o gerente avaliar todas as características principais de um funcionário. Na prática, é uma simplificação do método das escalas gráficas. Por isso, suas vantagens e desvantagens são as mesmas apresentadas pelo método das escalas gráficas. No processo de avaliação de desempenho, dentro das organizações, existem muitas falhas. Os métodos tradicionais de avaliação do desempenho humano apresentam certas características ultrapassadas. Chiavenato (1999) afirma que, os métodos tradicionais são geralmente burocratizados, rotineiros e repetitivos. Além do mais, são autocontidos pelo fato de a avaliação funcionar como fim e não como meio. A avaliação do desempenho não é um fim em si mesma, mas um importante meio para melhorar e impulsionar o comportamento das pessoas. A seguir serão apresentadas algumas falhas do processo de avaliação de desempenho: - Padrões obscuros É quando um escala de avaliação apresenta os aspectos e os graus de mérito muito aberto à interpretação, isso poderá causar avaliação injustas. - Erro de tendência Central Ocorre quando o avaliador tende a evitar as pontuações máximas e mínimas, pontuando todos os empregados, em todos os aspectos na média. Essa situação produz avaliações distorcidas e de pouca utilidade. - Rigor ou Brandura Consiste em comportamento dos avaliadores que tendem a avaliar todos os empregados ou muito bem ou muito mal. - Parcialidade É a tendência de permitir que as diferenças individuais afetem a avaliação que os empregados recebem. Métodos Modernos de Desempenho Método de Avaliação por Resultados: liga-se aos programas de Administração por Objetivos. Este método se baseia em uma comprovação periódica entre os resultados fixados (ou separados) para cada funcionário e os resultados efetivamente alcançados. As conclusões a respeito dos resultados permitem a identificação dos pontos fortes e fracos do funcionário, bem como as providências necessárias para o próximo período. É considerado um método prático, embora seu funcionamento dependa, sobremaneira, das atitudes e dos pontos de vista do supervisor a respeito da avaliação do desempenho. Chiavenato17 também propõe a Avaliação por objetivos: Neste método de avaliação, o gestor e o colaborador negociam os objetivos a alcançar durante um período de tempo. Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis e estarem alinhados aos objetivos da organização. Periodicamente o gestor e o colaborador devem se reunir e discutir o nível de desempenho, podendo ser renegociados os objetivos. O 17 CHIAVENATO, Idalberto, Administração de Recursos Humanos, São Paulo: Segunda Edição, Editora Atlas, 1981. colaborador precisa estar motivado para apresentar planos, propor correções e sugerir novas ideias. Em contrapartida, o gestor deve comunicar os pontos fortes e fracos perante os resultados alcançados e propor, também, possíveis correções. A avaliação vai, assim, tomando forma através da análise do desempenho do colaborador. O desempenho deve estar, contudo, limitado aos objetivos negociados. O gestor nunca deve ter em conta aspectos que não estavam previstos nos objetivos, ou que não tivessem sido comunicados ao colaborador. Deve ser permitido ao colaborador apresentar a sua autoavaliação e discuti-la com o gestor. Quando chega o momento do gestor comunicar a avaliação dos seus colaboradores, tanto um como o outro têm consciência dos resultados que foram alcançados e se foram satisfeitos, ou não, os objetivos. Desta forma, o colaborador sabe de antemão o que se espera dele e sabe se a avaliação que lhe foi atribuída é justa ou não, pois já recebeu previamente o feedback do seu gestor. Por outro lado, não poderá pôr em causa a avaliação dos colegas, pois os objetivos são negociados individualmente. Avaliação do desempenho 360°: refere-se ao contexto que envolve cada pessoa. Trata-se de uma avaliação que é feita de modo circular por todos os elementos que mantêm alguma forma de interação com o avaliado. Assim, participam da avaliação o superior, os colegas e pares, os subordinados, os clientes internos e externos, os fornecedores e todas as pessoas que giram em torno do avaliado, com uma abrangência de 360°, facilitando e aumentando a eficácia pessoal em cada processo desenvolvido, também melhorando a qualidade de vida no trabalho. Também conhecida como feedback 360 graus ou Avaliação em Rede, existe uma participação no processo de todas as pessoas que estão próximas ao avaliado. Nesse modelo, a dimensão feedback se refere ao grau em que um indivíduo recebe informações diretas e claras a respeito de seu desempenho. O feedback pode vir da própria execução do trabalho (intrínseco) ou de colegas e supervisores (extrínsecos), impactando no conhecimento que uma pessoa tem dos reais resultados que alcançou com seu trabalho. O avaliado receberá diversos feedbacks e, com as informações ou retornos em mãos, pode, então, começar um plano de ação para o ajuste ou correção de seu desempenho e fazer uma análise e correções para melhor atender a organização. A Avaliação 360º traz a oportunidade de o indivíduo participar democraticamente. Com os resultados em mãos, o avaliado pode identificar suas potencialidades, competências, pontos fracos a serem melhorados e transformar em pontos positivos, assim como criar um plano de ação para melhorar seu desempenho e desenvolvimento pessoal, traçando objetivos e metas. Questões 01. Assinale a alternativa que aponta um tipo de avaliação de desempenho em que o funcionário é avaliado por todas as áreas e pessoas que mantém contato dentro da organização. (A) Avaliação 360º (B) Autoavaliação (C) Avaliação de baixo para cima (D) Comissão de avaliação APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 18 02. Avaliação de Desempenho é (A) um sistema formal de revisão e avaliação do desempenho das pessoas ou equipes de trabalho. (B) o modo de vigiar os funcionários em suas atividades profissionais. (C) o trabalho feito para definir os padrões de desligamento de funcionários. (D) atividade exclusiva dos chefes em relação a seus subordinados. 03. A avaliação de desempenho tem como objetivos fundamentais: (A) desenvolver lideranças, ampliar cargos e rotacionar pessoas (B) estabelecer recompensas grupais, definir autonomias e designar tarefas (C) integrar pessoas, triar candidatos e planejar carreiras (D) medir o potencial humano, desenvolver a capacidade produtiva e fornecer oportunidade de crescimento (E) medir a efetividade operacional, integrar equipes e descrever cargos Respostas 01. A. / 02. A / 03. D Prezado candidato(a) os tópicos serão todos abordados, entretanto de maneira mais didática para o aprendizado, sem seguir a ordem específica do edital. Gestão da Qualidade: Conceitos e Ferramentas As teorias da administração evoluíram, podemos perceber por meio da evolução das abordagens da Administração (Clássica e Contingencial), a mudança da ênfase nas tarefas para ênfase nas circunstâncias das situações. Pensamos em qualidade como um atributo. Consideramos um produto de boa qualidade, quando ele apresenta características que nos satisfazem.De forma similar, quando um produto não apresenta um bom desempenho, dizemos que é de baixa ou péssima qualidade. Por muito tempo, a indústria considerou a conformidade com as especificações técnicas como único parâmetro para boa qualidade. Podemos traçar um paralelo com a Administração Científica, que enfatizava as tarefas e a padronização. Felizmente, o conceito de qualidade e da gestão da qualidade evoluíram, Martins e Neto18 apresentam essa evolução em quatro fases: 18Martins e Neto. Indicadores de desempenho para a gestão da qualidade total: uma proposta de sistematização. http://www.dep.ufscar.br/admin/upload/ARTIGO_1148385976.PDF. - Primeira fase: Adequação ao uso A qualidade referia-se à conformidade com as especificações técnicas. Acreditava-se que o projeto do produto atendia às necessidades dos clientes. Inspeção A qualidade referia-se à uniformidade do produto. O departamento de inspeção inspecionava a qualidade por meio de instrumentos de medição. - Segunda fase: Adequação ao uso A qualidade era garantida por meio do projeto que assegurasse a satisfação das necessidades de fato dos clientes e não aquilo que os projetistas pensavam ser. Entretanto, a adequação ao uso era obtida basicamente por inspeção, o que elevava o custo da qualidade. Controle estatístico da qualidade A qualidade também estava relacionada à uniformidade do produto, porém com menos inspeção. Os departamentos de produção e engenharia eram responsáveis pela qualidade e utilizavam instrumentos e técnicas estatísticas para controlar a qualidade. - Terceira fase: Adequação ao custo Focava a qualidade da conformidade, baseando-se nas reais necessidades dos clientes. Era necessário obter alta qualidade combinada com baixos custos. Garantia de qualidade A qualidade deveria ser garantida por toda a cadeia de produção, desde o projeto até o mercado. Todos os departamentos eram responsáveis por construir a qualidade, por meio de programas e sistemas. - Quarta fase: Adequação às necessidades latentes O foco da qualidade reside na concepção de produtos ou serviços que venham satisfazer aquelas necessidades dos clientes, as quais eles ainda não têm plena consciência. Gestão estratégica da qualidade Considera as necessidades do mercado e do consumidor. Todas as pessoas da empresa, com a gerência exercendo forte liderança, são responsáveis pela qualidade. O gerenciamento da qualidade é realizado por meio do planejamento estratégico, com o estabelecimento de objetivos e metas, para mobilizar toda a organização. Principais Teóricos e suas Contribuições para a Gestão da Qualidade A gestão da qualidade fundamentou-se em diferentes abordagens, que deram origem a três escolas distintas: americana, japonesa e europeia. A escola americana foi liderada por Juran e teve influência do Taylorismo. A escola japonesa baseou-se nos princípios de Deming, que aplicava métodos estatísticos e, ressaltava o respeito e a valorização do ser humano. A escola europeia baseou-se na padronização estabelecida pela Norma ISO 9000, editada em 1987, que se transformou em padrão de referência para a qualidade19. 19 Beluzzo e Macedo. A gestão da qualidade em serviços de informação: contribuição para uma base teórica. Ci. Inf., Brasília, 22(2): 124-132, maio/ago. 1993. 2 Gestão da qualidade e modelo de excelência gerencial. 2.1 Principais teóricos e suas contribuições para a gestão da qualidade. 2.2 Ciclo PDCA. 2.3 Ferramentas de gestão da qualidade. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 19 A ESCOLA AMERICANA DE QUALIDADE Contexto Joseph Moses Juran (1904-2008) nasceu na Romênia e mudou-se para os Estados Unidos em 1912. Formou-se em engenharia elétrica em 1924, e fez uma excelente carreira na Western Electrical Company. Após a Segunda Guerra Mundial, Juran iniciou sua carreira como consultor e dedicou-se ao estudo da gestão da qualidade. Lecionou cursos de controle de qualidade na Universidade de Nova York e promoveu seminários para executivos. Em 1951, publicou a obra Quality Control Handbook, considerada como referência para todo gestor de qualidade, despertou o interesse dos japoneses que, no período pós- guerra, preocupados com a reconstrução de sua economia, convidaram-no para ensiná-los os princípios de gestão de qualidade. Juntamente com William Edwards Deming é considerado o pai da revolução da qualidade do Japão e um dos colaboradores na sua transformação em potência mundial. Em 1979, funda o Juran Institute, uma das mais importantes consultorias de gestão de qualidade do mundo. Mesmo após sua morte, em 2008, o instituto continua a auxiliar empresas na otimização da qualidade, além de manter acessíveis as contribuições de Joseph Moses Juran. Qualidade segundo Juran Joseph Juran é considerado o primeiro guru que aplicou a qualidade à estratégia empresarial, em vez de ligá-la meramente à estatística ou aos métodos de controle total da qualidade. Em sua opinião, a qualidade pode ser definida segundo dois contextos. De acordo com uma ótica de resultados, a qualidade consiste nas características do produto que satisfazem as necessidades do cliente e geram lucros. Logo, alta qualidade implica, geralmente, maiores custos. E segundo, uma ótica de custos, na qual a qualidade é a ausência de defeitos ou erros de fabricação. Logo, alta qualidade custa, em regra, menos dinheiro para as empresas. No livro Managerial Breakthrough, Juran põe a melhoria da qualidade no topo das prioridades do gestor. Ele acredita que os processos de negócio são a maior e a mais negligenciada oportunidade de melhoria. Os estudos indicam que 85% dos problemas de qualidade são causados por processos de gestão. Juran considera o planejamento a segunda prioridade, um esforço que deve ter a participação das pessoas que irão implementar. Em sua opinião, a separação entre o planejamento e a execução é uma noção obsoleta que remonta aos tempos de Taylor. Em último lugar, deve fazer-se o controle de qualidade. Juran aconselha a sua delegação para os níveis operacionais da empresa. Devido à crescente qualificação dos trabalhadores, ele acredita profundamente nas equipes autogeridas (self management teams). A trilogia da qualidade segundo Juran envolve o planejamento, o controle e a melhoria da qualidade: Planejamento da qualidade 1- Identifique os consumidores. 2- Determine as suas necessidades. 3- Crie características de produto que satisfaçam essas necessidades. 4- Crie os processos capazes de satisfazer essas características. 5- Transfira a liderança desses processos para o nível operacional. Controle da qualidade Processo de encontro das metas de qualidade estabelecidas durante as operações. É usado para evitar ou corrigir eventos indesejáveis ou inesperados. Confere estabilidade e consistência. Provar que o processo pode fabricar um produto sob condições de operação com o mínimo de inspeção. 1- Avalie o nível de desempenho atual. 2- Compare-o com os objetivos fixados. 3- Tome medidas para reduzir a diferença entre o desempenho atual e o previsto. Melhoria da qualidade 1- Reconheça as necessidades de melhoria. 2- Transforme as oportunidades de melhoria numa tarefa de todos os trabalhadores. 3- Crie um conselho de qualidade, selecione projetos de melhoria e as equipes de projeto e de facilitadores. 4- Promova a formação em qualidade. 5- Avalie a progressão dos projetos. 6- Premie as equipes vencedoras. 7- Faça publicidade dos seus resultados. 8- Reveja os sistemas de recompensa para aumentaro nível de melhorias. 9- Inclua os objetivos de melhoria nos planos de negócio da empresa. Otimizar este processo O conceito de breakthrough definido por Juran estabelece que melhorias alcançadas devam ser incorporadas como novos padrões para que não haja perdas nos níveis de qualidade. O JMS também tem como objetivo mudar a cultura das empresas. Juran acreditava que o fator humano era essencial para o gerenciamento da qualidade e que a resistência a mudanças era a fonte dos problemas de qualidade. Incentivando a educação e o treinamento dos gestores, o consultor propunha os seguintes comportamentos: a- Estar disposto a entender as necessidades dos clientes e a satisfazê-los b- Proporcionar alta qualidade de produtos e serviços e, ao mesmo tempo, reduzir custos c- Estar envolvido para identificar as necessidades dos clientes d- Treinar todos os níveis hierárquicos nos processos de gerenciamento para a qualidade e- Agregar metas de qualidade ao planejamento de negócios f- Fornecer participações à força de trabalho g- Altos gerentes devem ter a iniciativa de realizar a gestão de qualidade Outros importantes nomes foram Crosby e Feigenbaun. Crosby Philip Crosby nasceu nos Estados Unidos em 1926 e pregava que a prevenção de problemas é economicamente mais rentável do que ser competente para resolvê-los após ocorrerem. A ênfase deveria ser na prevenção e não na inspeção. Destacam-se alguns conceitos apresentados por ele: Não significa que todos os produtos serão perfeitos. Representa que a Alta Direção deverá assumir um compromisso de que se esforçará e fornecerá todas as condições necessárias para que todos na organização busquem a conformidade com os requisitos já na primeira vez. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 20 É mais economicamente vantajoso fazer certo logo na primeira vez do que ter retrabalho refazendo o que foi feito de forma incorreta. Crosby propõe uma sequência de passos para a implantação de um programa de melhoria da qualidade: 1. Compromisso da Alta Direção em relação ao programa de qualidade. A Direção da organização deve estar convencida da necessidade da melhoria da qualidade e exprimi-lo claramente através dum documento escrito que defina a política de qualidade da organização. Deve exprimir o que cada um deve fazer para responder às necessidades dos clientes. 2. Criar as equipes de melhoria da qualidade. A Direção deve estabelecer uma equipe para supervisionar a melhoria da qualidade em todos os departamentos. O papel da equipe é avaliar o que é necessário em cada departamento e levar a cabo tudo o que respeita à política geral da qualidade da organização. 3. Criar os indicadores da qualidade que devem ser introduzidos de forma a identificar as necessidades de melhoria. 4. Avaliação do custo da não qualidade. As equipes da melhoria da qualidade deverão fazer uma estimativa dos custos da não qualidade como, por exemplo, despesas com retrabalhos, despesas com trocas, de forma a identificar zonas prioritárias em que as ações serão imediatamente rentáveis. 5. Tomada de consciência das necessidades da qualidade. Os funcionários deverão compreender a importância do respeito pelas especificações e o custo das não conformidades. 6. Adotar as ações corretivas para os problemas identificados na fase 4. Uma vez identificados os custos da não qualidade, deverão ser adotadas ações para eliminá-los. 7. Planejar um programa "zero defeitos" que tem a finalidade de fortalecer a cultura do fazer certo da primeira vez. 8. Formação dos responsáveis e inspetores. Desde o início do programa, aos diferentes níveis de responsabilidade, os dirigentes devem ser formados para implementar o que lhes compete no programa global de melhoria da qualidade. 9. Instituir "um dia zero defeitos" para que o conjunto dos funcionários da organização seja sensibilizado nas novas normas de desempenho. 10. Definição dos objetivos. Para transformar os compromissos em ação os indivíduos e os grupos devem ser encorajados a estabelecerem metas de aperfeiçoamento. Para isso, cada responsável define, com os membros da sua equipa, os objetivos específicos a atingir cujos resultados sejam mensuráveis. Estes objetivos podem ser do conhecimento de todos e o seu progresso pode ser avaliado em reuniões regulares. 11. Eliminar as causas dos erros. Os empregados devem ser encorajados a comunicar as dificuldades que têm em atingir as suas metas de aperfeiçoamento e na remoção das causa de erros. 12. Reconhecimento. Deve ser manifestado publicamente o reconhecimento àqueles que atingem os seus objetivos de forma regular. 13. Implantar os círculos de qualidade. Os especialistas em Qualidade e as pessoas particularmente motivadas pelo progresso da melhoria da qualidade devem-se encontrar regularmente a fim de trocarem ideias e experiências. 14. Recomeçar e progredir sempre. Reiniciar o ciclo para dar continuidade ao programa. O conjunto de passos anteriores deve ser iniciado com regularidade, o que renova o compromisso dos antigos funcionários e introduz os novos no processo. 20 Lilian Lima Quintão. Gestão de Pessoas. Administração Geral Teoria e Exercícios. Feigenbaun Armand Vallin Feigenbaun (1922-2014) destacou-se como um dos importantes pensadores da qualidade. Nos anos 50, definiu o que seria o controle da qualidade total como um sistema eficiente para a integração do desenvolvimento da qualidade, da manutenção da qualidade e dos esforços de melhoramento da qualidade dos diversos grupos numa organização, para permitir produtos e serviços mais econômicos que levem em conta a satisfação total do consumidor. Destacam-se algumas de suas ideias sobre qualidade: É um instrumento estratégico para a organização. É uma filosofia de gestão, um compromisso com a Excelência. É o único objetivo da organização. A qualidade é determinada pelos clientes. Pressupõe trabalho em grupo. A qualidade exige o compromisso da Alta Direção. A qualidade exige empowerment (significa dar poder de ação aos escalões mais baixos da estrutura organizacional, incentivando a autonomia e a descentralização. É importante frisar que indivíduos com empowerment precisam conhecer a missão organizacional a fim de atingir os objetivos da instituição)20. A ESCOLA JAPONESA DA QUALIDADE Contexto O norte-americano William Edwards Deming (1900-1993) foi estatístico, professor universitário, autor, palestrante e consultor. Deming foi responsável pela disseminação de muitas das técnicas de gerenciamento da qualidade e colaborou com o desenvolvimento de indústrias japonesas no período do pós-guerra. Deming é amplamente reconhecido pela melhoria dos processos produtivos nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, sendo, porém mais conhecido pelo seu trabalho no Japão. Em 1950, ele ensinou altos executivos japoneses a melhorar o projeto, a qualidade de produto, o teste e as vendas (este último por meio dos mercados globais) através de vários métodos, incluindo a aplicação de métodos estatísticos como a análise de variantes e teste de hipóteses. Deming disse que a melhoria da qualidade era o caminho para a prosperidade, por meio do aumento da produtividade, da redução de custos, da conquista de mercados e da expansão do emprego. Também introduziu a ideia da corrente de clientes, que começa nos fornecedores de insumos e termina no cliente final. Poucos anos depois da passagem de Deming pelo Japão, a qualidade dos produtos japoneses já ameaçava os fabricantes tradicionais. Deming fez contribuições significativas para o Japão tornar-se notório pela fabricaçãode produtos inovadores de alta qualidade. E foi o estrangeiro que gerou o maior impacto sobre a indústria e a economia japonesa no século XX. Os japoneses foram além das técnicas e criaram outra filosofia de administração da qualidade, também chamada controle da qualidade total, definida por Kaoru Ishikawa: a qualidade é uma responsabilidade de todos, coordenada e orientada por uma gerência de qualidade. Princípios de Deming Entre seus estudos, é importante conhecer os 14 princípios para a produtividade gerencial que visa ao programa de melhoria contínua da organização. Seguem os princípios de Deming: MANUAL DE FERRAMENTAS DA QUALIDADE. SEBRAE, 2015. Disponível em: http://www.dequi.eel.usp.br/~barcza/FerramentasDaQualidadeSEBRAE.pdf APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 21 1. Criar e publicar para todas as pessoas os objetivos e propósitos da empresa quanto à melhoria do produto ou serviço. A alta direção deve demonstrar constantemente seu total apoio ao programa. 2. A alta administração e todas as pessoas devem aprender e adotar a nova filosofia: não mais conviver com atrasos, erros e defeitos no trabalho. 3. Conhecer os propósitos da qualidade, para melhorar os processos e reduzir os custos. Deve-se investir na prevenção de defeitos, em vez de investir na correção. 4. Suspender a prática de fazer negócios apenas na base do preço. 5. Melhorar sempre e constantemente o sistema de produção e serviços, identificando e solucionando problemas. A maneira como os produtos são fabricados e os serviços produzidos deve ser alvo de constantes melhorias. 6. Instituir treinamento no trabalho. Deve-se treinar constantemente a força de trabalho, de modo a valorizá-la e capacitá-la coma s metodologias e ferramentas mais adequadas ao sucesso da organização. 7. Ensinar e instituir liderança para conduzir pessoas na produção. 8. Eliminar o medo de errar. Criar a confiança e um clima para a inovação. Proporcionar um ambiente no qual os colaboradores sintam-se seguros para contribuir com sugestões e críticas para a melhoria da qualidade. 9. Incentivar grupos e equipe para alcançar os objetivos e propósitos da empresa. 10. Demolir as barreiras funcionais entre departamentos. 11. Eliminar exortações à produtividade sem que os métodos não tenham sido providenciados. 12. Remover as barreiras que impedem as pessoas de orgulhar-se do seu trabalho. Os colaboradores que venham a se destacar e busquem contribuir de maneira significativa para a melhoria do desempenho organizacional devem ser publicamente reconhecidos pelo seu empenho. 13. Encorajar a educação e o auto aperfeiçoamento de cada pessoa. Instituir um forte programa de educação e auto aprimoramento. 14. Garantir a ação necessária para acompanhar essa transformação. Todos na organização devem se empenhar para o sucesso das transformações em prol da qualidade. para colocar em prática os 14 princípios, e que ficou conhecido Check, Action), sua tradução é (planejar, fazer, checar, agir) e tem como etapas: -estudar um processo e planejar seu aprimoramento; -implementar a mudança; -observar os efeitos; -estudar os resultados. Os princípios da administração da qualidade evoluíram para a filosofia da qualidade total e espalharam-se pelo mundo. Nesta fase, em vez de inspecionar os componentes e matérias-primas, os grandes compradores decidiram exigir que os fornecedores os entregassem com sua qualidade assegurada ou qualidade garantida. Para colocar essa ideia em prática, as empresas compradoras passaram a fazer a auditoria do sistema da qualidade de seus fornecedores, em vez de fazer a inspeção de seus produtos no momento da entrega. Assim, a qualidade total abrange também a qualidade assegurada. 21http://www.iso.org/iso/home/standards/management- standards/iso_9000.htm A Escola Europeia A escola europeia baseia-se na norma ISO 9000, que diz respeito à gestão da qualidade. A norma ISO 9000 foi elaborada pela International Organization for Standardization (ISO), que é uma organização não-governamental independente, conhecida mundialmente por desenvolver normas internacionais voluntárias. Tem sede em Genebra, na Suíça, e está presente em 163 países-membros. As normas Internacionais dão especificações de classe mundial para produtos, serviços e sistemas, para garantir a qualidade, segurança e eficiência. E tornaram-se fundamentais para facilitar o comércio internacional. A família ISO 900021 aborda vários aspectos da gestão da qualidade e contém alguns dos padrões mais conhecidos da ISO. Os padrões fornecem orientação e ferramentas para empresas e organizações que querem garantir que seus produtos e serviços atendam às necessidades do cliente de forma consistente, e com melhoria contínua da qualidade. As normas da família NBR ISO 9000 foram desenvolvidas para apoiar organizações, de todos os tipos e tamanhos, na implementação e operação de sistemas de gestão da qualidade. Vale dizer que a série ISSO 9000 é revisada a cada 5 anos. O propósito da ISO é desenvolver e promover normas e padrões mundiais que traduzam o consenso dos diferentes países do mundo de forma a facilitar o comércio internacional. Vamos entender um ponto importante aqui que costuma cair muito em questões de concurso: Ela não é destinada a um "produto" nem para alguma indústria específica. Tem como intuito orientar a implantação de sistemas de qualidade nas organizações. A ISO 9000 é uma série de 4 normas internacionais para "Gestão da Qualidade" e "Garantia da Qualidade". Assim, as normas da família ISO 9000 incluem: a) ISO 9000 - Fundamentos e vocabulário (descreve os fundamentos do sistema de gerenciamento da qualidade e especifica a sua terminologia). b) ISO 9001 - Sistemas de gerenciamento da qualidade (Especifica os requisitos do Sistema da Qualidade para uso onde a capacidade da organização de prover produtos que atendam ao cliente e aos requisitos regulatórios precisa ser demonstrada). c) ISO 9004 - Sistemas de gerenciamento da qualidade - guia para melhoramento da performance (Fornece diretrizes para implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade, incluindo os processos para melhoria contínua, que contribui para a satisfação dos clientes da organização e outras partes interessadas). d) ISO 19011 - Auditorias internas da qualidade e ambiental (provê guia para o gerenciamento e condução de auditorias da qualidade e ambiental). A ABNT NBR ISO 9001 é a versão brasileira da norma internacional ISO 9001 que estabelece requisitos para o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) de uma organização, não significando, necessariamente, conformidade de produto às suas respectivas especificações. O objetivo da ABNT NBR ISO 9001 é prover confiança de que o fornecedor poderá fornecer, de forma consistente e repetitiva, bens e serviços de APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 22 acordo com o que está especificado nas normas. Portanto, os requisitos são definidos para a gestão de uma empresa e não para a forma específica como um produto deve ser composto e entregue, ela pode ser aplicável num restaurante ou numa fábrica de peças para a indústria automotiva. Diferentes empresas poderão ter desempenhos e produtos diferentes, mas mesmo assim ambas podem ser certificadas na norma ISO 9001. Sendo assim, de modo geral, temos que uma dedicação22 contínua e consistente à qualidade em toda a empresa não só melhora seus resultados, mas também reduz custos envolvidos com refugo, garantias e atendimentos pós-vendas. A qualidade é produto ou serviço relacionadas com sua capacidade de satisfazernecessidades declaradas ou implícitas23 produto ou serviço de alta qualidade está de acordo com um conjunto predeterminado de especificações e satisfaz às necessidades de seus usuários. Nesse sentido, a qualidade é uma medida de satisfação do cliente com um período durante sua vida útil, em relação à satisfação dos clientes com o que os produtos dos concorrentes podem oferecer. Note-se que o principal critério é a percepção do cliente quanto a qualidade de dado produto ou serviço. Embora a conformidade com um conjunto predeterminado de especificações seja necessária, a qualidade como é percebida pelo comprador fornece a condição suficiente. Ferramentas de Gestão da Qualidade para análise de melhoria de processos e controle de processos24 Ferramentas da Qualidade são técnicas que se podem utilizar com a finalidade de definir, mensurar, analisar e propor soluções para problemas que eventualmente são encontrados e interferem no bom desempenho dos processos de trabalho. São utilizadas para analisar o processo de produção, identificar os principais problemas, as flutuações de controle de qualidade do produto e fornecer soluções para evitar defeitos no futuro e assim realizar melhorias nos processos. Foram estruturadas, sobretudo, a partir da década de 1950, com base em conceitos e práticas existentes. Ishikawa observou que embora nem todos os problemas pudessem ser resolvidos por essas ferramentas, ao menos 95% poderiam ser, e que qualquer trabalhador fabril poderia efetivamente utilizá-las. Embora algumas dessas ferramentas já fossem conhecidas havia algum tempo, Ishikawa as organizou especificamente para aperfeiçoar o Controle de Qualidade Industrial na década de 1960. Desde então, o uso das ferramentas tem sido de grande valia para os sistemas de gestão, sendo um conjunto de ferramentas estatísticas de uso consagrado para melhoria de produtos, serviços e processos. Sendo assim, existem 7 Ferramentas do Controle de Qualidade: Fluxograma, Diagrama Ishikawa (Espinha-de- Peixe), Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Histograma, Diagrama de Dispersão e Cartas de Controle. Estas sete ferramentas fazem parte de um grupo de métodos estatísticos elementares, que devem ser de conhecimento de todas as pessoas envolvidas com a empresa, do presidente aos funcionários, devendo fazer parte dos programas básicos de treinamentos das organizações. 1. Fluxograma Representação gráfica da sequência de atividades de um processo. O Fluxograma tem como finalidade identificar o caminho real e ideal para um produto ou serviço com o 22 Wright, Peter, Mark J. Kroll, John Parnell. Administração estratégica: conceitos. Atlas, 2007. 23 ANSI/ASQC. Quality Systems TErminology, American National Standard, A#- 1987, 1987. objetivo de identificar os desvios. Trata-se de uma ilustração sequencial de todas as etapas de um processo, mostrando como cada etapa é relacionada. Além da sequência das atividades, o fluxograma mostra o que é realizado em cada etapa, os materiais ou serviços que entram e saem do processo, as decisões que devem ser tomadas e as pessoas envolvidas (cadeia cliente/fornecedor). O fluxograma torna mais fácil a análise de um processo à identificação: - das entradas e de seus fornecedores; - das saídas e de seus clientes; - de pontos críticos do processo. Portanto, o fluxograma é essencial para a melhoria dos métodos de trabalho e serve para: - Evidenciar o desnecessário; - Permitir a combinação de tarefas; - Permitir perceber interrupções de trabalho e as esperas desnecessárias; - Possibilitar localizar, corrigir e eliminar movimentos desnecessários; - Possibilitar corrigir os transportes desnecessários; - Possibilitar estudar, corrigir e obter a melhor sequência de operações; - Facilitar o treinamento dos funcionários. Como construir um fluxograma? - Identificar as fases de um serviço; - Colocar em cada fase o símbolo respectivo; - Colocar as fases numa sequência lógica; - Reduzir os transportes e as esperas; - Avaliar a necessidade de cada fase. Utiliza símbolos facilmente reconhecidos para denotar os diferentes tipos de operações em um processo, como segue o exemplo abaixo. 24 MAGALHÃES, J. M. As 7 ferramentas da Qualidade. MODELOS DE GESTÃO: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE, 2015. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 23 2. Diagrama Ishikawa (Espinha-de-Peixe) Diagrama de Ishikawa, Diagrama espinha de peixe, particularmente efetivo de ajudar a pesquisar as raízes de O Diagrama Espinha-de-Peixe tem como finalidade explorar e indicar todas as causas possíveis de uma condição ou um problema específico. Visa identificar as causas mais prováveis para maior análise. Técnica largamente utilizada, que mostra a relação entre um efeito e as possíveis causas que podem estar contribuindo para que ele ocorra. Construído com a aparência de uma espinha de peixe, essa ferramenta foi aplicada, pela primeira vez, em 1953, no Japão, pelo professor da Universidade de Tóquio, Kaoru Ishikawa, para sintetizar as opiniões de engenheiros de uma fábrica quando estes discutem problemas de qualidade. Usado para visualizar, em conjunto, as causas principais e secundárias de um problema. Ampliar a visão das possíveis causas de um problema, enriquecendo a sua análise e a identificação de soluções. Analisar processos em busca de melhorias. Como Construir Estabeleça claramente o problema (efeito) a ser analisado. Desenhe uma seta horizontal apontando para a direita e escreva o problema no interior de um retângulo localizado na ponta da seta. Faça um brainstorming para identificar o maior número possível de causas que possam estar contribuindo Agrupe as causas em categorias. Uma forma muita utilizada de agrupamento é o 4M: Máquina, Mão-de-obra, Método e Materiais (mas pode agrupar como achar melhor). Observe o exemplo de busca de causas possíveis para camisas com defeito: 3. Folhas de Verificação As folhas de verificação tratam-se de tabelas ou planilhas simples usadas para facilitar a coleta e análise de dados. O uso das folhas de verificação economiza tempo, eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetitivos. São formulários planejados, nos quais os dados coletados são preenchidos de forma fácil e concisa. Registram os dados dos itens a serem verificados, permitindo uma rápida percepção da realidade e uma imediata interpretação da situação, ajudando a diminuir erros e confusões. É utilizada para observar e quantificar a frequência com que certos eventos acontecem, em um certo período de tempo. Além disso, pode ser utilizada para reunir dados e também como um ponto lógico, para iniciar a maioria dos controles de processo ou esforços para solucionar problemas. Assim, pode ser apontado o tipo de defeito encontrado e a frequência com que cada um deles ocorre e depois o total, por exemplo, facilitando a anotação e a verificação dos dados. Tipo de Defeito Frequência Total Mancha na porta ///// ///// ///// ///// / 21 Risco ///// ///// ///// ///// ///// ///// ///// 35 Defeito na tranca ///// ///// ///// // 17 Folga ///// ///// ///// ///// ///// //// 29 Amassado /// 03 Defeito no vidro ///// 05 As etapas para a elaboração de uma lista de verificação são: -Estabelecer exatamente o que será verificado -Período em que os dados serão coletados, -Formulário claro e de fácil manuseio -Os dados apurados deverão ser confiáveis e consistentes O responsável por colher os dados deve ser conhecedor do assunto. 4. Diagrama de Pareto O Diagrama de Pareto tem como finalidade mostrar a importância de todas as condições, a fim de: escolhero ponto de partida para solução do problema; identificar a causa básica do problema e monitorar o sucesso. Velfredo Pareto foi um economista italiano que descobriu que a riqueza não era distribuída de maneira uniforme. Ele formulou que aproximadamente 20% do povo detinha 80% da riqueza criando uma condição de distribuição desigual. Nesse sentido, Pareto entende que 80% dos efeitos são causados por 20% dos problemas. Em outras palavras, poucas causas são significativas. Um problema pode ser atribuído a um pequeno número de causas. Serve para concentrar esforços em áreas onde podem ser obtidos maiores ganhos. Estabelece que os problemas referentes a qualidade de produtos e processos, que resultam em perdas, podem ser classificados da seguinte maneira: Poucos vitais: representam poucos problemas que resultam em grandes perdas. Muitos triviais: representam muitos problemas que resultam em poucas perdas. O Diagrama de Pareto é uma ferramenta que apresenta um gráfico de barras que permite determinar, por exemplo, as prioridades dos problemas a serem resolvidos, através das frequências das ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas, pois na maioria das vezes há muitos problemas menores diante de outros mais graves. Como fazer o Diagrama de Pareto -Determine o tipo de perda que você quer investigar; -Especifique o aspecto de interesse do tipo de perda que você quer investigar; -Organize uma folha de verificação com as categorias do aspecto que você decidiu investigar; -Preencha a folha de verificação; -Faça as contagens, organize as categorias por ordem decrescente de frequência, agrupe aquelas que ocorrem com baixa frequência sob denominação outros e calcule o total; -Calcule as frequências relativas e as frequências acumuladas. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 24 Observe um exemplo desta ferramenta pronta Conforme apresentado no gráfico acima, para diminuir o problema de devolução de produtos será necessário criar um programa de ação para a empresa diminuir os atrasos de entrega da fábrica e da transportadora. Com isso, 53% do problema será resolvido. O diagrama de pareto é um recurso gráfico utilizado para estabelecer uma ordenação nas causas de perdas que devem ser sanadas, auxiliando na identificação dos problemas, priorizando-os para que sejam resolvidos de acordo com sua importância. Isso não quer dizer que nem todos os problemas são importantes, mas sim que alguns precisam ser solucionados com maior urgência. 5. Histograma O histograma tem como finalidade mostrar a distribuição dos dados por meio de um gráfico de barras indicando o número de unidades em cada categoria. Um histograma é um gráfico de representação de uma série de dados. Trata-se de um gráfico de barras no qual o eixo horizontal, subdividido em vários pequenos intervalos, apresenta os valores assumidos por uma variável de interesse. Para cada uma destes intervalos é construída uma barra vertical, cuja área deve ser proporcional ao número de observações na amostra cujos valores pertencem ao intervalo correspondente. O histograma dispõe as informações de modo que seja possível a visualização da forma da distribuição de conjunto de dados e também a percepção da localização do valor central e da dispersão dos dados em torno deste valor central. Fornece um caminho fácil para avaliar a distribuição dos dados. Por exemplo, tem-se a seguir o Tempo médio de espera do laudo de um exame radiológico. 6. Diagrama de Dispersão Os Diagramas de dispersão são representações de duas ou mais variáveis que são organizadas em um gráfico, uma em função da outra. O Diagrama de Dispersão mostra o que acontece com uma variável quando a outra muda, para testar possíveis relações de causa e efeito. Usada para visualizar uma variável com outra e o que acontece se uma se alterar. A ferramenta é utilizada para verificar se as duas variáveis estão relacionadas, ou se há uma possível relação de causa e efeito, ou ainda para visualizar a intensidade do relacionamento entre as duas variáveis, e comparar a relação entre os dois efeitos. Segue um exemplo para melhor visualização da ferramenta. As variáveis foram: nível de poluição e chuvas diárias. Observa-se, então, ao analisar os dados que o nível de poluição diminui com o aumento de chuvas diárias. 7. Gráficos de Controle Os gráficos (ou cartas) de controle são ferramentas para o monitoramento da variabilidade e para a avaliação da estabilidade de um processo. O mesmo permite a distinção entre dois tipos de causas de variação, ou seja, ele nos informa se o processo está ou não sob controle estatístico. Um gráfico de controle consiste de uma linha média (LM) um par de limites de controle, sendo limite inferior de controle (LIC) e Limite superior de controle (LSC). Os limites inferior e superior de controle também são desenhados, como uma linha tracejada, por toda a extensão do gráfico. Uma vez que os valores de média e desvio padrão foram traçados com base no experimento, tais valores são utilizados posteriormente para controlar as medidas do processo. Segue um exemplo abaixo. Resultados da Aplicação das 7 Ferramentas da Qualidade Devidamente aplicadas, as sete ferramentas poderão levar a organização a: - Elevar os níveis de qualidade por meio da solução eficaz de problemas; - Diminuir os custos, com produtos e processos mais uniformes; - Executar projetos melhores; - Melhorar a cooperação em todos os níveis da organização; APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 25 - Identificar problemas existentes nos processos, fornecedores e produtos; - Identificar causas raízes dos problemas e solucioná-los de forma eficaz etc. Vamos ver outra ferramenta muito utilizada ao se falar em qualidade: Ciclo PDCA O Ciclo PDCA também conhecido como ciclo de Deming ou Ciclo da Melhoria Contínua é um dos principais métodos da Administração pela Qualidade Total nas organizações. Trata- se de uma estratégia de gestão que representa uma direção a ser seguida para que os objetivos sejam alcançados. É uma ferramenta da qualidade utilizada para controlar e melhorar os processos de trabalho. Segundo Werkema25 gerencial de tomada de decisões para garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização. Foi desenvolvido na década de 1930 pelo norte-americano Walter Andrew Shewhart, mas foi com Willian Edwards Deming que o método foi mais divulgado. Tornou-se mundialmente conhecido ao aplicá-lo nos conceitos de qualidade no Japão. Significa "Plan, Act, Do and Check, em Plan (Planejar): Nesse passo são traçados os planos com base nos problemas da organização; Do (Fazer): Nesse passo são executadas as tarefas previstas nos planos; Check (Verificar): Nesse passo são verificados os processos e avaliados os resultados obtidos; Act (Agir): Nesse passo são tomadas ações baseadas no passo da verificação. Seu objetivo principal é tornar os processos da gestão de uma empresa mais ágeis, claros e objetivos. Pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa, como forma de alcançar um nível de gestão melhor a cada dia, atingindo ótimos resultados dentro do sistema de gestão do negócio. O Ciclo PDCA tem como estágio inicial o planejamento da ação, em seguida tudo o que foi planejado é executado, gerando, posteriormente, a necessidade de checagem constante destas ações implementadas. Com base nesta análise e comparação das ações com aquilo que foi planejado, o gestor começa então a implantar medidas para correção das falhas que surgiram no processo ou produto. É importante lembrarque como o Ciclo PDCA é constantemente. Ele não tem um fim obrigatório definido. Com as ações corretivas ao final do primeiro ciclo é possível (e desejável) que seja criado um novo planejamento para a melhoria de determinado procedimento, iniciando assim todo o processo do Ciclo PDCA novamente. Este novo ciclo, a partir do anterior, é fundamental para o sucesso da utilização desta ferramenta. A não execução de uma das etapas do ciclo pode comprometer seriamente o processo de melhoria contínua. Por este motivo, essa ferramenta deve ser encarada como um processo contínuo em busca da qualidade máxima requerida por um procedimento ou produto. 25 WERKEMA, M. C. C. As ferramentas da qualidade no gerenciamento de processos. Belo Horizonte, MG: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1995. Figura: Ciclo PDCA. Etapas do Ciclo PDCA - Planejar Planejar é a primeira etapa do ciclo PDCA, mas por se tratar de um ciclo, essa etapa pode ser realizada diversas vezes, mas, de qualquer forma, é nesta etapa em que o planejamento é realizado, para isso, são realizadas atividades como levantamento de dados, elaboração de processos, controles, analises de causas e efeitos, entre outros. O planejamento do ciclo PDCA pode conter as seguintes análises: Qual é o problema/processo a ser trabalhado? A definição do problema é extremamente importante, pois revelará o o objetivo do trabalho, ou seja, onde você deseja chegar com o seu projeto ou na solução de um problema. Por isso, é imprescindível ser o mais claro possível para facilitar os resultados. Como chegar a este objetivo ou solucionar este problema? Deve-se definir os recursos e métodos que serão empregados para solucionar os problemas, assim como as metas, ou seja, os prazos para realizar as atividades. Quais são as opções disponíveis e acessíveis a sua empresa para que você alcance o seu objetivo ou resolva algum problema? Deve-se analisar o que se tem disponível na empresa, recursos humanos, financeiros etc. e quais recursos terão de serem alocados para realizar os objetivos ou solucionar problemas. É importante lembrar que se deve ao menos considerar todas as opções antes de descartá-las. Quais os melhores métodos para alcançar o objetivo ou resolver o problema? Depois de listar as opções para a solução de problemas, é o momento de visualizar no PDCA quais são as que melhor se adaptam a empresa. No momento de decidir quais os melhores métodos para atingir os resultados, é interessante analisar se as metas são para manter ou para melhorar alguma coisa, pois cada uma deve ter um procedimento diferente. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 26 - Fazer/Executar Depois de planejar, deve-se executar. Mas, quais são os problemas que podem surgir na hora de colocar em prática o que foi planejado? As maiores reclamações são com relação aos atrasos e retrabalho. Por isso, na hora da execução, uma função administrativo muito importante é o controle, controlar, para seguir o cronograma, para ficar dentro do orçamento e para fazer bem feito da primeira vez. Trabalhar com objetivos de desempenho26 também pode ajudar: Qualidade: negócio. Qualidade é um objetivo que todas as operações devem zelar, afinal ela pode ser um atrativo para que o consumidor retorne. A qualidade de um produto ou serviço é o consumidor acha relativamente fácil de julgar numa Rapidez: Seg tempo os consumidores precisam esperar para receber seus produto ao consumidor, maior será a probabilidade de bens e serviços para o consumidor. Confiabilidade: Para Slack et al. a confiabilidade se refere a entrega dos bens e serviços dentro do prazo prometido. O consumidor só terá condições de julgar a confiabilidade de uma operação depois do produto ser entregue. Flexibilidade: Flexibilidade significa capacidade da organização em se adequar a uma nova operação. Especificamente, a mudança necessária se refere a quatro tipos de exigências. Flexibilidade pode ser dividida em quatro tipos: Flexibilidade de produto/serviço: a capacidade da organização em oferecer novos produtos e serviços aos seus clientes. Flexibilidade de composto: Quando a empresa oferece uma gama de produtos e serviços ou um mix. Flexibilidade de volume: quando a empresa tem a capacidade de alterar seu nível de produção dos produtos ou serviços. Flexibilidade de entrega: o cliente pode solicitar o adiantamento ou postergar o recebimento dos produtos e serviços. Custo: Para empresas em mercados que tem um forte apelo a preços baixos, o custo será seu principal objetivo de produção. Mesmo aquelas outras em que o custo não é seu principal enfoque, elas dão importância, visto que o dinheiro economizado será acrescido ao seu lucro. Os custos de produção podem ser divididos em custo de funcionários; no custo de instalações, tecnologia e equipamento; no custo de materiais. A representatividade dos três diferentes tipos de custos de produção dependerá do ramo da empresa, e o enfoque que ela vai dar a cada um deles. O custo é afetado por outros objetivos de desempenho, desta forma, para melhorar o desempenho dos custos é necessário a aprimorar os demais objetivos operacionais. 26 MARQUES, F. H.; VIDAL, P. G. OBJETIVOS DE DESEMPENHO DE OPERAÇÕES E SUA INFLUÊNCIA NA COMPETITIVIDADE: A IMPORTÂNCIA PARA AS Um ponto muito importante nesta etapa do ciclo PDCA é o envolvimento das pessoas na execução das tarefas, pois se não há comprometimento, não há sucesso nos resultados. Uma das maneiras de conseguir este comprometimento é investir no treinamento do pessoal e na conscientização da equipe sobre o objetivo da empresa em chegar aos resultados esperados. Após ter uma boa equipe para a realização das tarefas, elas devem ser feitas da melhor maneira possível até que os dados possam ser coletados para a verificação do processo. - Checar/Verificar Após a realização de todas as atividades de acordo com os objetivos da empresa, é o momento de verificar se os resultados alcançados conferem com os esperados. A partir disso será possível formular novas perguntas ou encontrar outras respostas. O registro de todos estes dados do ciclo PDCA é essencial para que os mesmos possam ser avaliados futuramente. Para fazer esta verificação é necessário observar atentamente as áreas envolvidas (quando tratar-se de índices de qualidade ou produtividade) ou efetuar cálculos. - Agir Depois de checar o que foi feito e avaliar os resultados será necessário criar um plano de ação para pôr em prática todas as medidas necessárias para alcançar o que ainda não teve sucesso ou criar novas mudanças. De um modo geral, as etapas desta fase do ciclo PDCA podem ser divididas em: Tomar ações corretivas, caso o projeto tenha sido desviado dos objetivos. Analisar os resultados individualmente e, caso estejam fora dos padrões da empresa, analisar suas possíveis causas, bem como as ações que podem ser feitas para corrigi-lo. Promover melhorias em sistemas e métodos de trabalho, se necessário. Cuidados na implementação do Ciclo PDCA Por se tratar de uma ferramenta administrativa de controle que constitui um ciclo é essencial que todas as partes sejam realizadas com o mesmo empenho para obter bons resultados. Caso falte alguma parte, o processo será prejudicado no todo. O PDCA, aplicado à solução de problemas é o caminho racional para atingir as metas. Ao analisar o PDCA, se a meta foi alcançada com eficácia então essa pode tornar-se uma o resultado.Questões 01. A ferramenta administrativa que corresponde a um ciclo de análise e melhoria contínua de processos e produtos, criada por Walter Shewhart e disseminada por Deming, é conhecida como: (A) GQTI. (B) PADT. (C) CHAS. (D) PDCA. EMPRESAS NO BRASIL REVISTA JOVENS PESQUISADORES. VOL. 8, N. 2 (15), JUL./DEZ. 2011. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 27 02. O PDCA é um método que se baseia no controle de processos. As etapas do método PDCA são, sucessivamente, (A) prevenir, executar, verificar e agir (B) prevenir, dirigir, controlar e administrar (C) planejar, dirigir, controlar e administrar (D) planejar, executar, controlar e administrar (E) planejar, executar, verificar e agir 03. Constitui-se em elemento-chave na qualidade da prestação de serviços (A) total satisfação do cliente. (B) formação superior para realizar subtarefas. (C) redução de carga horária. (D) envolvimento, apenas, do nível superior da gestão. (E) estabelecimento de ações de curto prazo. 04. A respeito da gestão da qualidade, julgue os itens subsequentes: A gestão da qualidade estabelece que os recursos humanos devem ser valorizados e entendidos como integrantes do sucesso da organização. ( ) certo ( ) errado 05. Na política da qualidade, desde que o produto final atenda às especificações técnicas estabelecidas no processo produtivo, considera-se que o cliente está satisfeito. ( ) certo ( ) errado Respostas 01. D. / 02. E / 03. A / 04. Certo / 05. Errado Modelo de Excelência Gerencial27 As organizações são sistemas vivos, integrantes de ecossistemas complexos, com os quais interagem e dos quais dependem. A excelência em uma organização depende, fundamentalmente, de sua capacidade de perseguir seus propósitos em completa harmonia com seu ecossistema. As organizações consideradas como referenciais de excelência em nível internacional são aquelas que têm prosperado e alcançado a liderança internacional em suas respectivas áreas de atuação e que são exemplos reconhecidos de atuação em harmonia com o meio ambiente e integração com a sociedade. O MEG baseia-se em um conjunto de fundamentos da excelência que expressam conceitos atuais que se traduzem em práticas encontradas em organizações de elevado desempenho, líderes de Classe Mundial. Os fundamentos da excelência refletem valores reconhecidos internacionalmente, e as suas principais fontes de referências são o Baldrige National Quality Program, a European Foundation for Quality Management e a International Organization for Standardization. Veja a seguir os 13 Fundamentos da Excelência: 1. Pensamento sistêmico: compreensão e tratamento das relações de interdependência e seus efeitos entre os diversos componentes que formam a organização, bem como entre eles e o ambiente com o qual interagem (ambiente externo). ............................................................................................................. 2. Atuação em rede: desenvolvimento de relações e atividades em cooperação entre organizações ou indivíduos com interesses comuns e competências complementares. ............................................................................................................. 3. Aprendizado organizacional: busca de maior eficácia e eficiência dos processos da organização e alcance de um novo 27 INTRODUÇÃO AO MODELO DE EXCELÊNCIA DA GESTÃO® (MEG). SÉRIE CADERNOS RUMO À EXCELÊNCIA. Fundação Nacional da Qualidade. - São Paulo: Fundação Nacional da Qualidade, 2008. (Série Cadernos Rumo à Excelência). patamar de competência, por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de conhecimento e experiências. ............................................................................................................. 4. Inovação: promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias capazes de gerar ganhos de competitividade com desenvolvimento sustentável. ............................................................................................. ................ 5. Agilidade: flexibilidade e rapidez de adaptação a novas demandas das partes interessadas e mudanças do ambiente, considerando a velocidade de assimilação e o tempo de ciclo dos processos. ............................................................................................................. 6. Liderança transformadora: atuação dos líderes de forma inspiradora, exemplar, realizadora e com constância de propósito, estimulando as pessoas em torno de valores, princípios e objetivos da organização, explorando as potencialidades das culturas presentes, preparando líderes e interagindo com as partes interessadas. ............................................................................................................. 7. Olhar para o futuro: projeção e compreensão de cenários e tendências prováveis do ambiente e dos possíveis efeitos sobre a organização, no curto e longo prazos, avaliando alternativas e adotando estratégias mais apropriadas. ............................................................................................................. 8. Conhecimento sobre clientes e mercados: interação com clientes e mercados e entendimento de suas necessidades, expectativas e comportamentos, explícitos e potenciais, criando valor de forma sustentável. ............................................................................................................. 9. Responsabilidade social: dever da organização de responder pelos impactos de suas decisões e atividades, na sociedade e no meio ambiente, e de contribuir para a melhoria das condições de vida, por meio de um comportamento ético e transparente, visando ao desenvolvimento sustentável. ............................................................................................................. 10. Valorização das pessoas e da cultura: criação de condições favoráveis e seguras para as pessoas se desenvolverem integralmente, com ênfase na maximização do desempenho, na diversidade e fortalecimento de crenças, costumes e comportamentos favoráveis à excelência. ............................................................................................................. 11. Decisões fundamentadas: deliberações sobre direções a seguir e ações a executar, utilizando o conhecimento gerado a partir do tratamento de informações obtidas em medições, avaliações e análises de desempenho, de riscos, de retroalimentações e de experiências. ............................................................................................................. 12. Orientação por processos: busca de eficiência e eficácia nos conjuntos de atividades que formam a cadeia de agregação de valor para os clientes e demais partes interessadas. ............................................................................................................. 13. Geração de valor: alcance de resultados econômicos, sociais e ambientais, bem como de resultados dos processos que os potencializam, em níveis de excelência e que atendam às necessidades das partes interessadas. Fonte: Fundação Nacional de Qualidade: Conceitos Fundamentais da Excelência em Gestão, 2015. Destaca-se que por meio de um processo de aprendizado sistêmico, que inclui a atuação do Núcleo de Estudos Técnico Critérios de Excelência e a realização de Fóruns Empresariais, a FNQ atualiza regularmente os Fundamentos da Excelência, fique sempre atento e conheça estes fundamentos!!! Fundação Nacional da Qualidade. Disponível em: http://www.fnq.org.br/avalie- se/metodologia-meg/modelo-de-excelencia-da-gestao/fundamentosAPOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 28 Esses fundamentos da excelência, quando aplicados, trazem melhorias para os processos e produtos, redução de custos e aumento da produtividade para a organização, tornando-a mais competitiva. Além disso, potencializam a credibilidade da instituição e o reconhecimento público, aumentando o valor do empreendimento. A organização que adota enfoques de excelência adapta-se mais facilmente às mudanças e tem mais condições de atingir e manter um desempenho de Classe Mundial. Além disso, o MEG utiliza o conceito de aprendizado e melhoria contínua, segundo o ciclo de PDCL (Plan, Do, Check, Learn). Trata-se de um ciclo que inicia pelo planejamento (plan), vai para execução (do), sofre uma verificação (check), concluindo com o aprendizado (learn) de todo o processo. Veja que este conceito está alinhado ao modelo de aprendizado e melhoria contínua, pois pressupõe que devemos aprender com nossas ações anteriores para aperfeiçoar cada vez mais a gestão. A implementação dos fundamentos da excelência não ocorre de forma linear e mecanicista. Os fundamentos, quando aplicados em sua plenitude, estão internalizados na cultura e presentes em cada atividade da organização. Isso, entretanto, não significa que não seja pertinente desenvolver um método para desdobrar de forma lógica os fundamentos em requisitos organizacionais. Um fundamento da excelência é um conceito que pode ser traduzido em fatores de avaliação, processos ou, mesmo, em estratégias organizacionais. A representação do MEG (modelo de Excelência Gerencial ou Modelo de Excelência de Gestão) organiza os seus oito Critérios de forma sistêmica, evidenciando o seu caráter interdependente e complementar, visando à geração de resultados. De acordo com o MEG, a organização pode ser considerada como um sistema orgânico, adaptável ao ambiente externo. Os vários elementos do Modelo encontram-se imersos num ambiente de informação e conhecimento, e relacionam-se de forma harmônica e integrada, voltados para a geração de resultados. Na figura seguinte podem ser identificados vários desses elementos clientes, sociedade, liderança, estratégias e planos, pessoas e processos os quais se inserem no ambiente da informação e do conhecimento e geram resultados. Figura Representação do Modelo de Excelência da Gestão®. Fonte: FNQ: Critérios de Excelência 2008. A figura anterior pode ser entendida segundo esta lógica: o direcionamento da organização, dado pela Liderança, ouvindo os Clientes e a Sociedade, é definido por meio das Estratégias e Planos; a sua implementação é realizada por meio das Pessoas, que compõem a força de trabalho, utilizando-se dos Processos existentes na organização; e todo esse ciclo, ao ser executado, deverá conduzir a Resultados, que devem ser analisados e entendidos, gerando Informações e Conhecimento para serem utilizados no processo de tomada de decisão, gerando um novo ciclo de gestão. Cada um dos Critérios que compõem o MEG é subdividido em itens. O MEG, como resultado da evolução do PNQ desde 1992, apresenta-se atualmente na forma de instrumentos de avaliação que incluem Critérios e itens, com questões específicas, bem como fatores de avaliação. Dessa forma, busca avaliar o estágio da gestão das organizações, sejam elas candidatas ao PNQ ou a prêmios regionais e setoriais, ou não. Neste sentido, colabora para a disseminação no País das boas práticas de gestão, além de ser um instrumento de modelagem da gestão das organizações que o utilizam. O MEG está descrito em três versões: Critérios de Excelência, para organização em estágios avançados; Rumo à Excelência, para organizações em estágios intermediários; e Compromisso com a Excelência, para organizações em estágio inicial de implementação. Em todas as versões, o Modelo apresenta-se de forma integral, porém com perguntas com menor nível de detalhe para o estágio intermediário e iniciante. O sistema de pontuação é o mesmo nos três documentos, havendo apenas pequenas diferenças no tocante à descrição dos estágios de maturidade. Todos os instrumentos possuem requisitos e fatores de avaliação que contemplam os mesmos fundamentos da excelência. As organizações precisam estruturar as suas práticas de gestão por meio de modelos sistêmicos de gestão, como o MEG. No entanto, elas precisam ter meios objetivos de saber em que grau o seu sistema de gestão encontra-se aderente a esses modelos, se estão evoluindo e a que ritmo. Nesse sentido, o MEG atende a essa demanda, uma vez que já foi concebido com o propósito de ser utilizado como ferramenta de avaliação e diagnóstico, já que possui um sistema estruturado de pontuação. A avaliação da gestão por meio do MEG permite: - identificar as práticas inexistentes ou distantes do Modelo, isto é, as oportunidades reais para melhoria da gestão; e - reconhecer as práticas que já aderem ao Modelo, isto é, comprovar a utilização desse Modelo e, ao mesmo tempo, motivar a organização a prosseguir nessa direção. Em última instância, a avaliação utilizando o MEG permitirá à organização determinar o estágio da sua gestão e dos seus resultados em relação a referenciais de Classe Mundial. Em um processo de aprendizado contínuo, uma vez diagnosticado o estágio em que se encontra o sistema de gestão da organização, é necessário planejar a sua melhoria. Aliás, o valor da avaliação está nas ações de melhoria decorrentes dela. Cada organização deve encontrar a maneira mais apropriada (mais eficaz) para implementar as melhorias, pois não haverá progresso na gestão da organização sem o estabelecimento de ações estruturadas. Pessoas capacitadas e relatórios de avaliação não são suficientes. São necessárias estruturas operacionais e de gestão, a fim de que as propostas de melhoria decorrentes da avaliação sejam eficazmente implantadas. Assim, planos de ação devem ser implementados por grupos multifuncionais, e nunca por uma única pessoa. Os temas, sempre que possível, também devem ser multifuncionais, e não dirigidos a uma única área da organização. Essas recomendações colaboram para a prática do trabalho em equipe, para a visão sistêmica da organização e para a obtenção de resultados superiores. Quanto à APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 29 estruturação do plano de ação, clareza, objetividade, definição de responsáveis, especificação de prazos, alocação de recursos e algum tipo de acompanhamento e avaliação da implementação, são condições mandatórias da sua estrutura. Vamos compreender algumas características importantes do Modelo de Excelência da Gestão da FNQ (Fundação Nacional da Qualidade): - proporciona um referencial para a gestão de organizações, na forma de um modelo completo e reconhecido mundialmente; - é atualizado anualmente com base em práticas de gestão resultados do negócio; - não indica formas preestabelecidas de implementação; - promove o aprendizado organizacional; - enfatiza a integração e o alinhamento sistêmico; e - permite um diagnóstico objetivo e a medição do grau de maturidade da gestão. Portanto, o MEG ajuda a conduzir as organizações usuárias a patamares cada vez mais elevados de competitividade e a níveis de qualidade, tanto nas suas práticas de gestão como nos seus resultados. Pesquisas realizadas no Brasil e nos EUA demonstram que as empresas usuárias do MEG ou de modelos sistêmicos da gestão apresentam melhorias expressivas dos seus resultados, conforme pode ser observado pelo estudo realizado pela Serasa, a partir de uma amostra de 137 demonstrativos contábeis de organizações usuárias do MEG. Questões 01. Acerca de gestão de pessoas e de gestão da qualidade e modelo de excelência gerencial,julgue os itens que se seguem. A adoção do modelo de excelência gerencial da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) valoriza, em maior monta, os processos organizacionais, haja vista que esse critério possui a maior pontuação em todo o modelo preconizado pela FNQ. ( ) Certo ( ) Errado 02. Acerca da gestão de qualidade e do modelo de excelência gerencial, Julgue o item subsequente. Liderança transformadora, atuação em rede e pensamento sistêmico são fundamentos do modelo de excelência gerencial. ( ) Certo ( ) Errado 03. O modelo de excelência em gestão da FNQ - Fundação Nacional da Qualidade, aplicável às organizações públicas e privadas, preconiza um conjunto de fundamentos de excelência em gestão, tendo como referência as organizações de excelência em nível mundial. Constitui um desses fundamentos: (A) Visão de futuro: compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externo no curto e no longo prazo, visando à sua perenização. (B) Abordagem sistêmica: exame da organização e identificação dos processos de agregação de valor, com foco no usuário. (C) Reengenharia: significa redesenhar os processos existentes, com mapeamento das melhorias necessárias à satisfação do usuário. (D) Liderança: examina o sistema de liderança da organização e o comprometimento pessoal dos membros da direção no estabelecimento e disseminação de princípios que promovam a cultura da excelência. (E) Perspectiva instrumental: construção da comunicação por todos os envolvidos, resultando da interação entre atores, seus meios e suas particularidades Respostas 01. Errado / 02. Certo / 03. A Gestão de Processos Processos, dentro da Administração, podemos considerar como o conjunto de atividades ou de tarefas que são realizadas por uma empresa com o objetivo de criar ou adicionar valor aos clientes. Um processo é definido pelas etapas de início e fim, cada etapa com focos associados a diferentes clientes. Uma empresa pode ser composta por vários processos, e muitas vezes enxergar esse conceito como um fluxograma, obedecendo a uma sequência de atividades a serem cumpridas e, portanto, com uma sequência lógica. Dentro dos processos, as empresas podem trabalhar com divisões que facilitam a visão, compreensão e organização dos processos que envolvem o negócio, para isso utilizam subprocessos voltados principalmente para atividades que possuem maior grau de complexidade. Uma empresa pode organizar seus processos de acordo com o enfoque desejado, voltando-o: - Para as principais atividades da empresa; - Para os principais negócios. O enfoque também pode ser voltado para os departamentos - ou mesmo áreas funcionais - contidos na gestão empresarial. O que definirá o enfoque que norteará os processos são os objetivos organizacionais, a formulação de estratégias e metas, e os planos de ação. Sendo assim, para que uma empresa defina redefina seus processos, precisa reconhecer quais são suas prioridades, necessidades, potencialidades e deficiências, para que assim consiga entender como funciona a execução de tais objetivos - levando em consideração a compreensão dos fluxos administrativos e burocráticos, controles de estoques, necessidades de recursos diversos, entendimento da composição do produto, qualidade do produto ou serviço, etapas da produção, planos de correções e melhorias, etc. Ou seja, a empresa utiliza o desenho de processos para não somente enxergar o funcionamento de suas atividades, mas também para conseguir trabalhar variáveis que possam trazer ao desempenho organizacional maior eficiência e, consequentemente, maior eficácia nos resultados. É importante que você, estudante, saiba que na Gestão por processos qualquer atividade pode ser visualizada como um processo de negócio. Por exemplo: uma empresa poder ter caso, alguns subprocessos podem estar envolvidos, tais como: realizar planejamento de compras, supervisão de atividades de compra, administração de estoques, recebimento de materiais comprados, coordenação de projetos, logística de distribuição, almoxarifado, controle de inventários, etc., podendo cada um destes subprocessos ser subdivididos e assim por diante. Quanto mais se divide um processo, maior será a visualização e entendimento de como é a dinâmica das atividades e, consequentemente, desencadeará maior 3 Noções de gestão de processos. 3.1 Técnicas de mapeamento, análise e melhoria de processos. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 30 controle, trazendo ao gestor segurança na tomada de decisão (análise de mudanças). Quando se pensa em Processos de Negócio, é possível criar modelos que ajudam a entender o que acontece na empresa, de forma que esse entendimento possa proporcionar melhorias aos processos, ou mesmo impulsionar a criação e desenvolvimento de novos processos. Cada atividade ou trabalho que é desenvolvido nas empresas faz parte de um processo importante e pode ser desenhado por diferentes níveis hierárquicos, tanto pelo nível estratégico, tático e operacional. Esses processos são responsáveis pela execução das tarefas ou atividades requeridas, que envolve os mais variados recursos de uma empresa: recursos humanos, tecnológicos, materiais, financeiros que, por sua vez, são essenciais à execução e bom desempenho de tais processos. Podemos concluir, basicamente, que um processo organizacional pode ser entendido como a dinâmica de uma empresa, a forma que atua para conseguir alcançar um determinado fim, podendo ser um produto ou serviço. Segundo Davenport28, um processo seria uma ordenação específica das atividades de trabalho no tempo e no espaço, com um começo, um fim, entradas e saídas claramente identificadas, enfim, uma estrutura para ação. Harrington29 define como um grupo de tarefas interligadas logicamente, que utilizam os recursos da organização para gerar os resultados definidos, de forma a apoiar seus objetivos. O conceito de ambos confirma a importância de uma Gestão por Processos bem organizada e planejada. Além do mais, as organizações crescem e, muitas vezes, os gestores perdem o controle das operações, tornando-as confusas e desordenadas, sendo assim a estrutura organizacional, organogramas e fluxogramas perdem o sentido de sua existência (pois não são seguidos corretamente) e faz com que a organização fique desorientada. A elaboração e organização de processos amenizam o impacto do crescimento não ordenado ou não controlado. Uma organização é envolvida por pessoas, que podemos citar como os stakeholders - são os funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, pesquisadores, terceirizados, investidores, ou seja, todos aqueles envolvidos direta ou indiretamente com o negócio da empresa e recursos que dão capacidade e suporte para o desenvolvimento das atividades, para a elaboração de produtos ou prestação de serviços. O processo é um fenômeno de transformação e mudança e é por meio de tais recursos que a empresa consegue alinhar suas atividades. Estrutura e Hierarquia de Processo A figura acima apresenta a estrutura de um processo por meio do diagrama de Ishikawa. Com este diagrama é possível constituir uma das sete ferramentas da Qualidade Total, pois 28 DAVENPORT, Thomas H. Reengenharia de processos: como inovar na empresa através da tecnologia da informação. Rio de Janeiro: Campus, 1994. 390p. 29 HARRINGTON, H. James. Aperfeiçoando os processos empresarias: estratégia revolucionária para o aperfeiçoamento da qualidade, da produtividade e da competitividade. São Paulo: Makron Books, 1993. 342p. apresenta as causas e efeitos possíveis de seremidentificadas, tanto de forma quantitativa como qualitativa. Para um processo o diagrama de Ishikawa se encaixa perfeitamente na necessidade de identificação dos pontos fortes e fracos que a empresa tem e que, de certa forma, ocasionam diversos fatores tais como: perda de materiais, desperdícios de recursos, desperdício de tempo, setup demorado, falta de otimização dos processos, mão de obra desqualificada, produtividade das máquinas e equipamentos, produtividade dos funcionários, controle de produção, controle de qualidade, entre outros. Por meio da figura também se percebe que é necessário identificar, primeiramente, os recursos envolvidos e, posteriormente, estabelecer uma hierarquia para organização e uso de acordo com o nível de abrangência e formalidade que a empresa possui. Para melhor entendermos sobre como funciona as classificações de um processo, faz-se necessário classificá-lo: Classificação do Processo - Macroprocessos: são processos que lidam com mais de uma função dentro da empresa, e seu desempenho interfere diretamente no modo como a organização funciona. - Processos: é um conjunto de atividades sequenciais (interligadas), ou seja, relacionam-se entre si e que tomam um input com um fornecedor, acrescentam valor e depois produzem um output para um consumidor. - Subprocessos: é a parte que está inter-relacionada em uma sequência lógica com outro subprocessos, e realiza um objetivo específico que compõem o macroprocesso. - Atividades: são ações ou operações que acontecem dentro do processo ou do subprocesso. Usualmente são executadas por uma área específica (unidade ou departamento), de forma que possa produzir um resultado mais específico, trabalhado a partir das habilidades e competências que os profissionais especializados possuem. - Tarefas: é o dever ou função específica do trabalho. Sendo assim, o enfoque desta é mais específico e, portanto, menor. A tarefa compõe as atividades, podendo ser um único elemento de uma atividade. Essa subdivisão das etapas de um processo é importante para que as equipes e profissionais consigam não somente enxergar o funcionamento das atividades, mas, principalmente, para que seja possível que o gestor possa delegar funções e responsabilidades de forma a priorizar as operações da organização e assim incentivar a proposição de ideias e melhorias, além de dar um suporte maior para a tomada de decisão. As atividades de uma empresa são, na realidade, um emaranhado de processos e subprocessos interagindo entre si30, na maior parte das vezes de forma desordenada, ou quando muito, de forma "departamentalizada", ou seja, dentro dos compartimentos estanques chamados de "departamentos". O ponto crucial da questão é, portanto, determinar quais os processos de maior impacto nos negócios da empresa. Quais os processos "críticos" da organização, aqueles que afetam diretamente ou com maior intensidade a lucratividade ou o 30 AMARAL, R. F. Análise e Gerenciamento de Processos. Disponível em: http://www.guiarh.com.br/PAGINA22E.htm. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 31 futuro dos negócios. Antes de identificá-los é preciso, porém, saber claramente quais são os objetivos estratégicos do negócio ou da empresa. Eles são o ponto de partida de todo o trabalho. Isso não significa que o trabalho de revisão de processos só possa ser feito se a empresa tiver um plano estratégico formal. O que se pede é uma clara noção dos objetivos de médio e longo prazo dos negócios. A partir dos objetivos estratégicos deve-se sempre definir primeiramente o chamado "processo macro" da empresa ou do negócio. Este é definido pela principal sequência de atividades desde a entrada do pedido do cliente até a entrega do produto ou serviço a ele. O processo macro é aquele que integra as atividades de todos os departamentos da empresa em relação à satisfação das necessidades do cliente. A iniciativa de promover a melhoria de processos deve partir da cúpula da empresa, sendo seu comprometimento e envolvimento fundamentais para o resultado esperado. Um dos caminhos para se proceder à análise do processo macro e seus subprocessos críticos é a representação destes em fluxogramas. A vantagem desta ferramenta é permitir a compreensão clara do processo a todos os envolvidos. A análise do processo requer que se questione constantemente por que as atividades são feitas desta forma, se agregam valor ao negócio ou se estão na sequência correta. A partir desta análise serão tomadas decisões quanto a manter, modificar (geralmente simplificar) ou até mesmo eliminar alguma atividade. Por fim, conhecendo-se quais os recursos humanos e materiais necessários para se chegar ao processo ideal, a empresa deve rever seu desenho organizacional, chegando ao detalhamento das responsabilidades de cada cargo, relativas aos processos. Mapeamento de Processos Mapear os processos é importante porque permite conhecer e desenvolver os caminhos percorridos no desenvolvimento do trabalho até chegar ao resultado pretendido, otimizando o tempo e minimizando os gargalos que atrapalham o dia a dia. Muitas vezes as pessoas realizam atividades, mas não conseguem enxergar o processo global do qual o seu trabalho faz parte. E é importante ter a visão do todo para poder chegar ao padrão desejado. É preciso que todo gestor conheça, pelo menos, os macroprocessos da sua organização para gerenciar melhor e de forma sistêmica as atividades desenvolvidas. Assim ele poderá estruturá-las de modo ordenado e numa lógica que favoreça a busca contínua da eficiência na produção de um serviço ou produto oferecido aos clientes. Analisando, mapeando e aperfeiçoando de forma adequada os seus processos, a empresa poderá alcançar: 1. Aumento da competitividade 2. Maior entendimento dos procedimentos. 3. Maior rapidez nas soluções: 4. Aumento nos resultados da empresa: Para mapear e aperfeiçoar os processos nas empresas é preciso pensar estrategicamente, gerar uma ação contínua e indispensável para que os produtos e serviços sejam oferecidos ao mercado de acordo com as exigências sempre mutantes do cliente. O mapeamento de processos sugere dois momentos distintos em uma organização: 1) Diagnóstico, uma "fotografia" da situação atual dos processos; 2) A situação proposta, enfim, o futuro baseado em melhorias detectadas no mapeamento inicial e sugeridas pelos envolvidos. Na grande maioria das vezes o mapeamento de processos somente utiliza softwares de fluxogramação, não envolvendo o gerenciamento e a modelagem. Segundo Biazzo (2000), as etapas do mapeamento de processos: - Definição dos clientes, dos principais inputs e outputs e dos stakeholders envolvidos no fluxo de trabalho; - Entrevistas com os líderes ou gestores responsáveis pelas atividades dentro dos processos, estudo e análise dos documentos disponíveis; - Criação de um modelo com base na informação adquirida e revisão passo a passo do modelo seguindo a lógica do ciclo. Modelagem dos Processos Após o mapeamento dos processos é que uma organização normalmente implementa a fase da modelagem, pois por meio do mapeamento é que a empresa terá condições de identificar possíveis falhas estruturais, a dinâmica do fluxo de trabalho, como melhor gerir os recursos humanos e materiais, análise do relacionamento interpessoal, necessidade de treinamentos e análise por resultados. Modelagem Organizacional: Avaliar para determinar se as unidades organizacionais ou pessoas listadas possuem quaisquer necessidades e interesses únicos que devam ser considerados. Descreverá os papéis e funções na organização e as maneiras com as quais as partes interessadas interageme, então, auxiliarão a identificar partes interessadas que são afetadas por uma mudança. (BABOK pág. 32). Levando-se em conta que nenhuma estratégia pode ser seguida sem uma estrutura que a suporte, o processo de modelagem desempenha, então, um papel fundamental dentro de qualquer organização, seja ela de pequeno, médio ou grande porte. Considerando que o foco é sempre o negócio, o processo de modelagem, por sua vez, deve contar a participação de todos na construção do conhecimento organizacional. Isto porque o modelo é constituído por submodelos, onde cada um descreve diferentes aspectos da organização, os quais devem, indubitavelmente, estar inter-relacionados. Tudo o que impacta no sistema deve ser verificado, já que a visão do todo é uma condição sine qua non dentro desse processo. A modelagem organizacional é um passo importante dado pela organização para o melhor conhecimento do negócio, para discussão de mudanças, estruturação de regras e definição dos atores e recursos envolvidos em cada atividade. As unidades organizacionais são constituídas de pessoas, as quais são responsáveis pela execução dos componentes das regras do negócio. É muito importante definir quem processa um componente da regra e quais são os atores específicos que registram eventos, avaliam condições e realizam ações (PÁDUA et al., 2003). Carvalho e Castro (2004) fazem uma crítica argumentando que as técnicas de modelagem têm sua atenção central voltada inerentes à capacitação (formação e uso das habilidades) dos atores organizacionais e, tão pouco, ênfase nos estudos quanto à criação e aproveitamento do conhecimento acumulado pela organização (Gestão do Conhecimento). Em uma gestão por processos, todos os processos - ou ao menos os processos-chave - da organização deverão ser monitorados, acompanhados e avaliados por métricas capazes de mostrar se o processo está indo bem ou não. Sendo assim, a Modelagem dos processos é uma metodologia para a criação de melhores processos que possibilitem melhorar o desempenho organizacional. Existem muitas técnicas de modelagem que ajudam a compreender os processos de negócio. É necessário que se reconheça que APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 32 existem vários modelos, símbolos e formas que podem ser usados para criar diagramas. A abordagem inicial de diagramas de fluxo de trabalho foi recomendada pelo American National Standards Institute (ANSI) em 1970, e ainda é amplamente utilizada. Porém existe uma abordagem mais recente sobre a criação de diagramas de fluxo de trabalho denominada de Notação de Modelagem de Processos de negócio (BPMN Business Process Management Notation). Ou seja, a Modelagem de processos é a expressão de conceitos que permite que cada organização compreenda e contribua para o seu próprio desenvolvimento. Os modelos de processos são de extrema importância uma vez que promovem o entendimento entre as diferentes áreas de processos, tais como gerenciamento, engenharia, produção, etc. A Modelagem de Processos é a atividade do ciclo BPM na qual o estado atual do processo é representado de maneira completa e precisa, criando uma documentação para treinamentos, comunicações, discussões, medições, análises e melhorias de processos. Os principais objetivos da Modelagem é elaborar uma documentação de processo de negócio que atenda aos fins desejados pelo cliente, gerando material para treinamento, comunicação, discussão, medição, análise e identificação de oportunidades de melhoria, bem como aumentar o nível de maturidade e experiência da equipe do cliente através da execução de projetos. O projeto de Modelagem de Processos é guiado por definições de abrangência e propósito do projeto, que direcionam o tipo de informação a ser levantada e documentada bem como seu nível de detalhamento e profundidade. O detalhamento do escopo e dos limites (interfaces) do processo é realizado através de reuniões com patrocinadores, o gestor do Processo e a equipe do Projeto. Com estas definições, as atividades são planejadas e inicia-se a realização de reuniões e entrevistas, estudo de documentação existente e a modelagem do processo. O nível de detalhamento da documentação do processo é definido de acordo com o propósito da modelagem. Como resultado, a documentação de processo é consolidada e validada com a Equipe do processo e participantes-chave. O BPM (Business Process Management) ou Gestão do Negócio por Processos, por meio de indicadores de desempenho, fornece à administração do negócio uma visão global dos processos da empresa e de seus resultados, possibilitando a tomada de decisões racionais, com base nestes dados. Business Process Management (Metodologia BPM) é um conceito que envolve gestão de negócio aliada à tecnologia da informação visando à melhoria dos processos das organizações por meio do uso de métodos, técnicas e ferramentas para mapear, analisar, modelar, publicar e gerenciar processos operacionais, de apoio e de gestão, abarcando recursos humanos, aplicações, documentos e outras fontes de informação, com o escopo de realizar o alinhamento dos processos de negócios com a estratégia, os objetivos e as cadeias de valores das organizações, através de práticas que, aplicadas, ajudam a maximizar os resultados e o desempenho dos processos e, com isso, fazer com que as organizações tenham melhores resultados financeiros, vantagem competitiva, redução de custos, otimização de recursos e aumento da satisfação dos clientes, uma vez que os produtos e os serviços também atingem um padrão melhor de qualidade. O diferencial do BPM está na inovação através de ferramentas que permitem não somente gerenciar um processo de negócio através de seus componentes (tarefas, pessoas, máquinas e softwares), como também extrair precisamente custos, tempo e consumo de recursos inerentes a cada um destes componentes. Principais vantagens do BPM - O BPM permite a definição das atividades dos processos, conforme a necessidade de uma organização; permite a definição, automação e gestão dos processos como vendas, compras, produção, contratação, suporte de produtos e serviços de forma clara e eficaz. - Acompanhamento do real andamento dos seus Processos de Negócio: com a implantação das ferramentas do BPM é possível monitorar o andamento de um processo a partir da definição das atividades e seus respectivos executores em um processo específico. Dentre as ações inerentes às atividades do BPM destacam-se as seguintes: Controle de Prazos, por usuário, para conclusão de tarefas, Controle de Andamento de Processos em sua projeção geral, Interação com Cliente, se necessário, em caso de organizações que necessitam de comunicação intensa com o cliente. - Controle absoluto sobre as informações de um negócio: além da gestão do fluxo de informações em sua empresa, as ferramentas do BPM permitem controlar por quem, onde e quando tais informações foram acessadas. Além destes, é possível visualizar outras vantagens. Conheça-as e entenda por que sua empresa precisa implantar os recursos do BPM. BPM permite: identificar, documentar, analisar, desenhar, executar, medir, monitorar, controlar e melhorar os processos da organização. Fases da BPM: 1. Projeto: planejar como o projeto de gestão de processos de negócio será realizado na empresa. Nesta etapa é realizado o diagnóstico para verificar quais os principais problemas e a melhor forma de resolvê-los utilizando a gestão de processos. Também é o momento do projeto em que são definidos o método, meta-modelo, notação e ferramenta que serão utilizados durante todo o ciclo de BPM. 2. Modelagem: os processos são levantados, detalhados no conjunto de atividades queos compõem e validados para garantir que o seu entendimento está correto. Nesta fase, o negócio da empresa é mapeado. Definição da abrangência da modelagem Detalhamento do escopo Planejamento das atividades de levantamento Coleta de informações Documentação do processo Consolidação da documentação do Processo APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 33 3. Simulação: os processos são simulados com base em medidas de desempenho. Primeiramente, são planejados os resultados quantitativos que o processo deve alcançar. Em seguida, utilizando uma ferramenta de simulação, o processo é testado para verificar se ele está sendo executado da maneira prevista ou se estão ocorrendo possíveis filas ou gargalos. 4. Execução: os processos são implantados e institucionalizados. Primeiramente, é necessário planejar como será essa implantação, considerando necessidades de treinamento, aquisição de software, implantação de novos sistemas, mudanças na estrutura organizacional, remanejamento da equipe, etc. A gestão da mudança vai auxiliar a organização a fazer as modificações de uma maneira que o impacto no dia a dia dos funcionários seja o menor possível. 5. Monitoramento: os processos são acompanhados através de indicadores de desempenho previamente definidos para verificar se houve desvios. Caso os processos não alcancem os resultados esperados em relação aos indicadores definidos, é necessário tomar ações para controlar os desvios observados, corrigindo-os. Os indicadores consideram fatores como tempo, custo, qualidade, etc. 6. Melhoria: a situação atual dos processos é avaliada, melhorias são levantadas e o processo futuro modelado. Nesta fase de melhoria é que ocorre a avaliação da situação atual (AS IS), para que sejam propostas melhorias e modelado o processo futuro (TO BE) de acordo com essas melhorias. Estas podem corresponder à inclusão, modificação ou exclusão de atividades, papéis, sequências, documentos, ferramentas de apoio, regras de negócio, entre outros. A metodologia de Aperfeiçoamento de Processos Empresariais (APE) A metodologia de aperfeiçoamento de processos de Harrington (1993) busca a melhoria dos processos empresariais baseando-se nos seguintes pontos: - eliminação de erros; - minimização de atrasos; - maximização do uso de recursos; - promoção do entendimento; - sejam fáceis de usar; - sejam amistosos para os clientes; - sejam adaptáveis às mudanças das necessidades dos clientes; - forneçam à organização uma vantagem competitiva; - reduzam o pessoal necessário. Gerenciamento: Implementando e garantindo os resultados Uma vez definidos o processo ideal, seus recursos e as ações necessárias para sua realização, a etapa final do trabalho consiste na implementação deste processo e seu constante monitoramento. Este busca medir o sucesso da implementação do processo ideal bem como identificar eventuais mudanças no mesmo, em função de novos objetivos de negócio. Este trabalho só é viável, porém, com a adoção de medidas de performance que reflitam os benefícios conquistados pela análise e gerenciamento dos processos. Quaisquer que sejam os parâmetros adotados - lucratividade, tempo, redução de custos ou qualquer outro - é importante que sejam quantificáveis. A adoção de medidas puramente qualitativas torna o monitoramento sujeito a 31 FENILI, R. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais para concursos. 3 Ed. Editora Método, 2014. interpretações subjetivas e não revela o resultado real da melhoria do processo. O verdadeiro objetivo: Uma filosofia de trabalho A análise e gerenciamento dos processos trazem, sem dúvida, resultados significativos na eliminação ou redução dos chamados "custos invisíveis", mas, muito mais do que isso, contribuem para uma mudança de filosofia de trabalho. Uma organização orientada a processos é consciente das necessidades de seus clientes e de seus objetivos de negócio. Questões 01. Nas organizações, é possível que um mesmo processo mobilize as áreas de marketing, de finanças, de gestão de pessoas e de produção. ( ) CERTO ( ) ERRADO 02. O mapeamento de processos por meio de fluxogramas é adequado para representar macroprocessos, mas não se aplica à representação de atividades. ( ) CERTO ( ) ERRADO 03. Como forma de identificar os vários processos da organização, o gestor não deve utilizar a modelagem organizacional. ( ) CERTO ( ) ERRADO Respostas 01. Certo / 02. Errado / 03. Errado Prezado candidato(a), ressaltamos que a fim de privilegiar o seu estudo, reordenaremos os tópicos seguintes. NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS31 Toda produção depende de três fatores: natureza, trabalho e capital. A natureza fornece os insumos necessários à produção, como matérias-primas, energia, terra etc. O capital fornece o dinheiro necessário para adquirir os insumos e pagar o pessoal, permitindo comprar, adquirir e utilizar os demais fatores de produção. O trabalho é constituído pela mão de obra, que processa e transforma os insumos e matérias-primas em produtos acabados ou serviços prestados. A empresa (pública ou privada) é um sistema, que transforma a natureza, o capital e o trabalho em um resultado maior que a soma desses fatores aplicados individualmente. A coordenação harmoniosa dos fatores de produção objetiva a 4 Noções de administração de recursos materiais. 4.1 Classificação de materiais. 4.1.1 Atributos para classificação de materiais. 4.1.2 Tipos de classificação. 4.1.3 Metodologia de cálculo da curva ABC. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 34 obtenção de resultados. A inabilidade de coordenar os fatores de produção gera os prejuízos. As empresas afetam e são afetadas pelo ambiente externo, onde encontram-se os recursos naturais, a economia, a política, a sociedade etc. Do ambiente externo obtém-se os recursos naturais, que são processados, transformados e devolvidos, na forma de serviços e produtos acabados, e resíduos. A eficiência significa a utilização adequada dos recursos, e a eficácia significa o alcance dos objetivos propostos. Perceba que em uma organização, podemos identificar vários tipos de recursos: humanos, tecnológicos, materiais e financeiros. Nosso foco aqui são para os recursos materiais. Mas o que são materiais? Materiais designação genérica de equipamentos, componentes, acessórios, veículos em geral, matérias primas e outros itens empregados nas atividades das organizações. Assim, são todos os meios físicos disponíveis para a organização, tais como mesas, papeis, computadores, prédios etc. Podemos definir em: Recurso material está relacionado aos meios físicos que são utilizados pela instituição na produção de seu produto final, podendo ser um produto material ou serviços. Não são bens permanentes. Recuso Patrimonial, são os meios físicos destinados à manutenção das atividades de uma organização. São bens permanentes. Além disso, nem sempre ´possível armazená-lo em estoques. Na contabilidade, os recursos patrimoniais referem-se ao conceito de bens de uso, ou ativo imobilizado de uma organização (imóveis, terrenos, imóveis e utensílios, veículos, máquinas e equipamentos, computadores e terminais, instalações, etc.). De tal modo, a Administração de Recursos Materiais pode ser definida como sendo um conjunto de atividades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais necessários ao desempenho normal das respectivasatribuições. Uma outra definição traz que é o conjunto de atividades conduzidas em uma organização, visando a maximizar a utilização dos recursos da empresa. Veja que o principal objetivo da Administração de materiais é maximizar a utilização dos recursos da empresa. Em outras palavras, evitar o desperdício, que pode se manifestar das mais diversas maneiras: excesso de estoque, aquisição de materiais desnecessários ou de baixa qualidade, etc. Tais atividades da administração de materiais abrangem desde o circuito de reaprovisionamento, inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as operações gerais de controle de estoques etc. Visa gerenciar de maneira eficaz os recursos do processo produtivo, indo além de um simples controle de estoques, envolvendo um vasto campo de relações que são interdependentes e que precisam ser bem geridos para evitar desperdícios. A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital investido. Espera-se então, que o dinheiro que está investido em estoque seja necessário para a produção e o bom atendimento das vendas. Contudo, a manutenção de estoques requer investimentos e gastos elevados; evitar a formação de estoques ou tê-los em número reduzidos de itens e em quantidade mínimas, sem que em contrapartida, aumente o risco de não ser satisfeita a demanda dos usuários é o conflito que a administração de materiais visa solucionar. A gerência de materiais é um conceito vital que pode resultar na redução de custos e no aperfeiçoamento do desempenho de uma organização de produção, quando é adequadamente entendida e executada. É um conceito que deve estar contido na filosofia da empresa e em sua organização. Os materiais em geral representam a maior parcela de custo de produtos acabados, mostrando que são responsáveis por aproximadamente 52% do custo do produto numa média empresa e, em alguns casos, podem chegar a 85%. O investimento em estoque de materiais é tipicamente de 1/3 do ativo de uma empresa. Administrar materiais é fazer um exercício de provedor, analista, pesquisador e programador. É, acima de tudo, colocar a empresa como um organismo viável a todos que dela participam. O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa, minimizando as necessidades de capital investido. A grande questão é poder determinar qual a quantidade ideal de material em estoque, onde tanto os custos, como os riscos de não poder satisfazer a demanda serão os menores possíveis. As grandes funções da administração de materiais são: - Compra; - Transporte; - Armazenagem e conservação; - Manipulação e; - Controle de estoques. Classificação e especificação de Materiais Quanto aos objetivos da classificação de materiais, tem- se: 1 - Catalogação: A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjunto de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadastrados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da empresa. Cria-se Grupos e sub-grupos, por afinidade, finalidade e uso. 2 - Simplificar material: É, por exemplo, reduzir a grande diversidade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso de haver duas peças para uma finalidade qualquer se aconselham a simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Por exemplo, cadernos com capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que haja a normalização. 3 Especificação: Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de material a ser requisitado. Assim, no momento de recepção dos materiais é possível realizar uma conferência das especificações pedidas com as recebidas. 4 - Normalização: A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utilizados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização e identificação do material, de modo que tanto o usuário como o almoxarifado possam requisitar e atender os itens utilizando a mesma terminologia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida e formato. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 35 5 Codificação: É a apresentação de cada item através de um código, com as informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armazenados no almoxarifado, quando a quantidade de itens é muito grande. Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o alfabético (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se a adotar de uma ou mais letras o código numérico), 6 Padronização: É o processo pelo qual se elimina variedades desnecessárias de produtos, que, sendo geralmente adquiridas em pequenas quantidades, encarecem as compras de materiais de uso normal. Dentro desta conceituação de padronização estabelecem-se padrões de medição, qualidade, peso, dimensão do material, etc. Ex.: Comprar caneta esferográfica o ideal é estabelecer um padrão para toda a empresa, a fim de que sejam compradas em grande quantidade, conseguindo desconto pelo volume. Sem a padronização a escolha ficará a critério de cada pessoa, podendo gerar a compra de dezenas de marcas, modelos, dimensões, etc... Para Viana, um bom método de classificação deve ter algumas características: Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, em vez de reunir apenas materiais para serem classificados; Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerenciamento do estoque; Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária uma divisão que norteie os vários tipos de classificação. Tipos de Classificação32 Segundo Viana, existem 8 principais tipos de classificação de materiais. São eles: de aquisição Por tipo de demanda Essa classificação é bastante usada nas empresas e se subdivide em materiais de estoque e materiais não de estoque. - Materiais de estoque São materiais que devem existir em estoque e para os quais são determinados critérios e parâmetros de ressuprimento automático, com base na demanda e na importância para a empresa. - Materiais não de estoque São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos parâmetros para ressuprimento automático. A aquisição desses materiais somente é feita por solicitação direta do usuário, na oportunidade em que se constata a necessidade deles. Devem ser comprados para utilização imediata e são debitados no centro de custo de aplicação. 32 MACIEL, P. O. Classificação de materiais. 2011. Disponível em: <http://oadministradormoderno.blogspot.com.br/2011/11/classificacao-de- materiais.html>. Acesso em: 12 mai. 2015. Quanto à aplicação: Materiais produtivos - ligado direta ou indiretamente ao processo de fabricação. Matéria-prima - materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo produtivo da empresa. Produtos em fabricação - são os que estão sendo processados ao longo do processo produtivo da empresa. Produtos acabados - produtos já prontos para comercialização. Materiais de manutenção - materiais de consumo, com utilização repetitiva, aplicados em manutenção. Materiais improdutivos - qualquer material não incorporado às características do produto fabricado.Ex.: materiais para limpeza, de escritório. Materiais de consumo - materiais de consumo, com utilização repetitiva, aplicados em diversos setores da empresa, para fins que não sejam de manutenção. Materiais Críticos São aqueles materiais de reposição específica de um equipamento ou de um grupo de equipamentos iguais, cuja demanda não é previsível e cuja falta causa grande risco às empresas. Classificação muito utilizada por indústrias. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto, sujeitos ao controle de obsolescência. A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve ser mínima. Os materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios: Críticos por problemas de obtenção: material importado; único fornecedor; falta no mercado; estratégico e de difícil obtenção ou fabricação. Críticos por razões econômicas: materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte. Críticos por problemas de armazenagem ou transporte: materiais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões. Críticos por problema de previsão: ser difícil prever seu uso Críticos por razões de segurança: materiais de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção. Perecibilidade Não só a deterioração das propriedades físico-químicas dos materiais influem nesse tipo de classificação, como também a ação do fator tempo. Dessa forma, quando a empresa adquire determinado material para ser utilizado em data oportuna, e, se por ventura não houver mais consumo, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos períodos. Alguns materiais apresentam recomendações quanto à sua preservação e sua adequada embalagem, como forma de proteção contra a umidade, oxidação, poeira, choques mecânicos, pressão, etc. Quanto à perecibilidade os materiais podem ser classificados em: - Perecíveis; - Não perecíveis. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 36 Os materiais perecíveis podem ser classificados: - Pela ação higroscópica materiais que possuem grande afinidade com a água (vapor d´água). Ex.: sal marinho, cal virgem etc.; - Pela limitação do tempo materiais com prazo de validade. Ex.: remédios, alimentos etc; - Instáveis produtos sujeitos a reações químicas. Ex.: peróxido de éter, óxido de etileno etc; - Voláteis produtos que se evaporam naturalmente. Ex.: amoníaco; - Por contaminação pela água materiais que se degradam pela adição de água. Ex.: óleo para transformadores; - Por contaminação por partículas sólidas materiais que perdem suas propriedades físicas ou químicas se contaminados por partículas sólidas. Ex.: graxas; - Pela ação da gravidade materiais que se deformam se estocados incorretamente. Ex.: eixos de grande comprimento; - Pela queda, colisão ou vibração materiais de grande sensibilidade ou fragilidade. Ex.: vidros, cristais, instrumentos de medição etc.; - Pela mudança de temperatura materiais que perdem suas características se mantidos em temperaturas diferentes da requerida. Ex.: selantes para vedação, anéis de vedação de borracha, etc.; - Pela ação da luz materiais que se degradam pela incidência direta da luz. Ex.: filmes fotográficos; - Por ação de atmosfera agressiva materiais que sofre corrosão quando em contato com atmosfera com grande concentração de gases ou vapores (de água ou ácidos); - Pela ação de animais materiais sujeitos ao ataque de insetos ou outros animais, durante o estoque. Ex.: grãos, madeiras, peles, etc. A adoção da classificação por perecimento permite: a. Determinar lotes de compras mais racionais; b. Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem; c. Selecionar adequadamente os locais de estoque, utilizando técnicas adequadas de manuseio e transporte de materiais. Quanto à periculosidade A adoção dessa classificação visa à identificação de materiais, como, por exemplo, produtos químicos e gases, que, por suas características físico-químicas, possuam incompatibilidade com outros, oferecendo riscos à segurança. Essa classificação é útil para o manuseio, transporte e armazenagem desses materiais. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da Norma NBR-7502, aborda o transporte de cargas perigosas e a Norma P-NB-98 classifica os líquidos inflamáveis. Possibilidade de fazer ou comprar Essa classificação visa determinar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabricados internamente ou comprados. A recuperação de um material deve ter custo inferior à compra de um novo item. Material que após a sua utilização passou por um processo de beneficiamento, permitindo a sua reutilização sem que suas qualidades originais fossem diminuídas. a. Fazer internamente materiais que são fabricados na empresa; b. Comprar são materiais que devem ser adquiridos no mercado, para os quais não há a possibilidade de fabricação na empresa; c. Decidir por fazer ou comprar são materiais que estão sujeitos à análise de fazer internamente ou comprar; d. Recondicionar materiais passíveis de recuperação que devem ser recondicionados após desgaste e uso, não devendo ser comprados nem feitos internamente. Tipos de estocagem - Estocagem permanente materiais com ressuprimento constante do estoque (renovação automática), devendo sempre existir saldo no almoxarifado; - Estocagem de consumo são materiais de utilização imediata, ou seja, de não estoque, que ficam estocados no almoxarifado somente até a sua utilização. Dificuldade de aquisição As dificuldades na obtenção de materiais podem provir de: envolve encomendas especiais, com cronogramas de fabricação longos e acompanhamentos e inspeções nas diversas fases da fabricação; há pouca oferta no mercado, o que pode comprometer a produção; a oferta sofre alterações durante o ano; há um único fornecedor; transporte especial, ou difícil acesso para a retirada ou entrega; dependem da liberação de verbas ou financiamentos externos. Quanto à dificuldade de aquisição os materiais podem ser classificados em: alguns benefícios à organização: seleção do método a ser adotado para o ressurgimento; materiais com maior grau de dificuldade; necessitam de ações ágeis e prioritárias. Mercado fornecedor materiais fabricados no próprio país; materiais fabricados fora do país; materiais para os quais se estão desenvolvendo fornecedores nacionais. Administração de material de consumo e material permanente A administração de materiais se caracteriza pelo conjunto de atividades realizadas dentro da instituição, centralizadas ou não, de visando suprir as diversas unidades com os materiais necessários ao desempenho das respectivas atribuições. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 37 Material de Consumo e Material Permanente Material de Consumo: Os materiais de consumo são classificados, segundo o artigo 2º da portaria nº448 de setembro de 2002 do MF, como sendo aqueles que, em razão de seu uso corrente, perde normalmente sua identidade física ou tem sua utilização limitada a dois anos. Abaixo segue a tabela referente aos materiais de consumo: Tabela - Material de Consumo: Combustíveis e Lubrificantes Automotivos Aditivos, álcool hidratado, fluido para amortecedor, fluido para transmissão hidráulica, gasolina, graxas, óleo diesel, óleo para carter, óleo para freiohidráulico e afins. Combustíveis e lubrificantes de aviação Aditivos, gasolina, graxas, óleos e fluidos em geral, querosene e afins. Combustíveis e lubrificantes para outras finalidades Carbureto, carvão mineral, carvão vegetal, lenha, querosene comum, combustíveis e lubrificantes de uso ferroviário e afins. Gás engarrafado Acetileno, carbônico freon, hélio, hidrogênio, liquefeito de petróleo, nitrogênio, oxigênio e afins. Explosivos e munições Artefatos explosivos, artigos pirotécnicos, cápsulas de detonação, dinamite, espoleta, fogos de artifício, granada, pólvora e afins. Alimentos para animais Alfafa, alpiste, capim verde, farelo, farinhas em geral, fubá grosso, milho em grão, ração balanceada, sal mineral, suplementos vitamínicos e afins. Gêneros de alimentação Açúcar, adoçante, água mineral, bebidas, café, carnes em geral, cereais, chás, condimentos, frutas, gelo, legumes, refrigerantes, sucos, temperos, verduras e afins. Animais para pesquisa e abate Boi, cabrito, cobaias em geral, macaco, rato, rã e afins. Material farmacológico Medicamentos, soro, vacinas e afins. Material odontológico Agulhas, amálgama, anestésicos, broca, cimento odontológico, espátula odontológica, filmes para raios-X, platina, seringas, sugador e afins. Material químico Ácidos, inseticidas, produtos químicos para tratamento de água, reagentes químicos, sais, solventes, substâncias utilizadas para combater insetos, fungos e bactérias e afins. Material de coudelaria ou de uso zootécnico Argolas de metal, arreamento, barrigueiras, bridões, cabrestos, cinchas, cravos, escovas para animais, estribos, ferraduras, mantas de pano, material para apicultura, material de ferragem e contenção de animais, peitorais, raspadeiras e afins. Material de caça e pesca Anzóis, cordoalhas para redes chumbadas, iscas, linhas de nylon, máscaras para visão submarina, molinetes, nadadeiras de borracha, redes, roupas e acessórios para mergulho, varas e afins. Material educativo e esportivo Apitos, bolas, bonés, botas especiais, brinquedos educativos, calções, camisas de malha, chuteiras, cordas, esteiras, joelheiras, luvas, materiais pedagógicos, meias, óculos para motociclistas, patins, quimonos, raquetes, redes para prática de esportes, tênis e sapatilhas, tornozeleiras, touca para natação e afins. Material para festividades e homenagens Arranjos e coroas de flores, bebidas, doces, salgados e afins Material de expediente Agenda, alfinete de aço, almofada para carimbos, apagador, apontador de lápis, arquivo para disquete, bandeja para papéis, bloco para rascunho bobina papel para calculadoras, borracha, caderno, caneta, capa e processo, carimbos em geral, cartolina, classificador, clipe cola, colchete, corretivo, envelope, espátula, estêncil, estilete, extrator de grampos, fita adesiva, fita para máquina de escrever e calcular, giz, goma elástica, grafite, grampeador, grampos, guia para arquivo, guia de endereçamento postal, impressos e formulário em geral, intercalador para fichário, lacre, lápis, lapiseira, limpa tipos, livros de ata, de ponto e de protocolo, papéis, pastas em geral, percevejo, perfurador, pinça, placas de acrílico, plásticos, porta-lápis, registrador, régua, selos para correspondência, tesoura, tintas, toner, transparências e afins. Material de processamento de dados Cartuchos de tinta, capas plásticas protetoras para micros e impressoras, CD-ROM virgem, disquetes, etiqueta em formulário contínuo, fita magnética, fita para impressora, formulário contínuo, mouse PAD peças e acessórios para computadores e periféricos, recarga de cartuchos de tinta, toner para impressora lazer, cartões magnéticos e afins. Materiais e medicamentos para uso veterinário Vacinas, medicamentos e afins. Material de acondicionamento e embalagem Arame, barbante, caixas plásticas, de madeira, papelão e isopor, cordas, engradados, fitas de aço ou metálicas, fitas gomadoras, garrafas e potes, linha, papel de embrulho, papelão, sacolas, sacos e afins. Material de cama, mesa e banho Cobertores, colchas, colchonetes, fronhas, guardanapos, lençóis, toalhas, travesseiros e afins. Material de copa e cozinha Abridor de garrafa, açucareiros, artigos de vidro e plástico, bandejas, coadores, colheres, copos, ebulidores, facas, farinheiras, fósforos, frigideiras, garfos, garrafas térmicas, paliteiros, panelas, panos de cozinha, papel alumínio, pratos, recipientes para água, suportes de APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 38 copos para cafezinho, tigelas, velas, xícaras e afins. Material de limpeza e produção de higienização Álcool etílico, anticorrosivo, aparelho de barbear descartável, balde plástico, bomba para inseticida, capacho, cera, cesto para lixo, creme dental, desinfetante, desodorizante, detergente, escova de dente, escova para roupas e sapatos, espanador, esponja, estopa, flanela, inseticida, lustra-móveis, mangueira, naftalina, pá para lixo, palha de aço, panos para limpeza, papel higiênico, pasta para limpeza de utensílios, porta-sabão, removedor, rodo, sabão, sabonete, saco para lixo, saponáceo, soda cáustica, toalha de papel, vassoura e afins Uniformes, tecidos e aviamentos Agasalhos, artigos de costura, aventais, blusas, botões, cadarços, calçados, calças, camisas, capas, chapéus, cintos, elásticos, gravatas, guarda-pós, linhas, macacões, meias, tecidos em geral, uniformes militares ou de uso civil, zíperes e afins. Material para manutenção de bens imóveis Amianto, aparelhos sanitários, arames liso e farpado, areia, basculante, boca de lobo, boia, brita, brocha, cabo metálico, cal, cano, cerâmica, cimento, cola, condutores de fios, conexões, curvas, esquadrias, fechaduras, ferro, gaxetas, grades, impermeabilizantes, isolantes acústicos e térmicos, janelas, joelhos, ladrilhos, lavatórios, lixas, madeira, marcos de concreto, massa corrida, niple, papel de parede, parafusos, pias, pigmentos, portas e portais, pregos, rolos solventes, sifão, tacos, tampa para vaso, tampão de ferro, tanque, tela de estuque, telha, tijolo, tinta, torneira, trincha, tubo de concreto, válvulas, verniz, vidro e afins. Material para manutenção de bens móveis Cabos, chaves, cilindros para máquinas copiadoras, compressor para ar condicionado, esferas para máquina datilográfica, mangueira para fogão margaridas, peças de reposição de aparelhos e máquinas em geral, materiais de reposição para instrumentos musicais e afins. Material elétrico e eletrônico Benjamins, bocais, calhas, capacitores e resistores, chaves de ligação, circuitos eletrônicos, condutores, componentes de aparelho eletrônico, diodos, disjuntores, eletrodos, eliminador de pilhas, espelhos para interruptores, fios e cabos, fita isolante, fusíveis, interruptores, lâmpadas e luminárias, pilhas e baterias, pinos e plugs, placas de baquelite, reatores, receptáculos, resistências, starts, suportes, tomada de corrente e afins. Material de manobra e patrulhamento Binóculo, carta náutica, cantil, cordas, flâmulas e bandeiras de sinalização, lanternas, medicamentos de pronto-socorro, mochilas, piquetes, sacolas, sacos de dormir, sinaleiros e afins. Material de proteção e segurança Botas, cadeados, calcados especiais, capacetes, chaves, cintos, coletes, dedais, guarda-chuvas, lona, luvas, mangueira de lona, máscaras, óculos e afins. Material para áudio, vídeo e foto Aetze especial para chapa de papel, álbuns para retratos, alto-falantes, antenas, artigos paragravação em acetato, filmes virgens, fitas virgens de áudio e vídeo, lâmpadas especiais, material para radiografia, microfilmagem e cinematografia, molduras, papel para revelação de fotografias, pegadores, reveladores e afins. Material para comunicações Radiofônicas, radiotelegráficas, telegráficas e afins. Sementes, mudas de plantas e insumos Adubos, argila, plantas ornamentais, borbulhas, bulbos, enxertos, fertilizantes, mudas envasadas ou com raízes nuas, sementes, terra, tubérculos, xaxim e afins. Suprimento de aviação Acessórios, peças de reposição de aeronaves, sobressalentes e afins. Material para produção industrial Borracha, couro, matérias-primas em geral, minérios e afins. Sobressalentes, máquinas e motores de navios e embarcações Material utilizado na manutenção e reparo de máquinas e motores de navios, inclusive da esquadra e de embarcações em geral. Material laboratorial Almofarizes, bastões, bico de gás, cálices, corantes, filtros de papel, fixadoras, frascos, funis, garra metálica, lâminas de vidro para microscópio, lâmpadas especiais, luvas de borracha, metais e metaloides para análise, pinças, rolhas, vidraria, tais como: balão volumétrico, Becker, conta-gotas, Erlemeyer, pipeta, proveta, termômetro, tubo de ensaio e afins. Material hospitalar Agulhas hipodérmicas, algodão, cânulas, cateteres, compressa de gaze, drenos, esparadrapo, fios cirúrgicos, lâminas para bisturi, luvas, seringas, termômetro clínico e afins. Sobressalentes de armamento Material de manutenção e armamento, peças de reposição e afins. Suprimento de proteção ao voo água destilada, amortecedores, baterias, borrachas, buzina, cabos de acelerador, cabos de embreagem, câmara de ar, carburador completo, cifa, colar de embreagem, condensador e platinado, correias, disco de embreagem, ignição, junta homocinética, lâmpadas e lanternas para veículos, lonas e pastilhas de freio, mangueiras, material utilizado em lanternagem e pintura, motor de reposição, párabrisa, pára-choque, platô, pneus, reparos, retentores, APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 39 retrovisores, rolamentos, tapetes, válvula da marcha-lenta etermostática, velas e afins. Material biológico Meios de cultura, sêmen e afins. Material para utilização em gráfica Chapas de off-set, clichês, cola, espirais, fotolitos, logotipos, papel, solventes, tinta, tipos e afins. Ferramentas Alicate, broca, caixa para ferramentas, canivete, chaves em geral, enxada, espátulas, ferro de solda, foice, lâmina de serra, lima, machado, martelo, pá, picareta, ponteira, primo, serrote, tesoura de podar, trena e afins. Material para reabilitação profissional Bastões, bengalas, joelheiras, meias elásticas e assemelhados, óculos, órteses, pesos, próteses e afins. Material de sinalização visual e afins Placas de sinalização em geral, tais como, placas indicativas para os setores e seções, placas para veículos, plaquetas para tombamento de material, placas sinalizadoras de trânsito, cones sinalizadores de trânsito, crachás, botons identificadores para servidores e afins. Material técnico para seleção e treinamento Apostilas e similares, folhetos de orientação, livros, manuais explicativos para candidatos e afins. Material bibliográfico não imobilizável Jornais, revistas, periódicos em geral, anuários médicos, anuário estatístico e afins (podendo estar na forma de CD-ROM). Aquisição de softwares de base Aquisição de softwares de base (de prateleira) que são aqueles incluídos na parte física do computador (hardware) que integram o custo de aquisição desse no Ativo Imobilizado. Tais softwares representam também aqueles adquiridos no mercado sem características fornecidas pelo adquirente, ou seja, sem as especificações do comprador. Bens móveis não ativáveis Bens móveis de natureza permanente não ativáveis, ou seja, aqueles considerados como despesa operacional, para fins de dedução de imposto de renda, desde que atenda as especificações contidas no artigo 301 do RIR (Regulamento de Imposto de Renda). Bilhetes de passagem Registra o valor das despesas com aquisição de bilhetes de passagem para guarda em estoque. Bandeiras, flâmulas e insígnias Aquisição de bandeiras, flâmulas e insígnias, a saber, tais como: brasões, escudos, armas da república, selo nacional e afins Material de consumo - pagamento antecipado Registra o valor das apropriações das despesas, referentes ao pagamento de suprimento de fundos, para posterior prestação de contas, onde o saldo excedente a 5% do total do agrupamento deverá ser classificado nos subitens 33 BRASIL. Portaria nº 448 de Setembro de 2002, DOU de 17.9.2002. específicos, dentro do mesmo grupo. Outros materiais de consumo Registra o valor da apropriação da despesa com outros materiais de consumo não classificadas nos subitens anteriores. Fonte: BRASIL33, 2002. Material Permanente: O material permanente é aquele que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos. De acordo com a portaria nº443 do MF, Art. 3º, o material permanente pode ser identificado pela: - Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos; II - Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou deformável, caracterizandose pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade; III - Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou perde sua característica normal de uso; IV - Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser retirado sem prejuízo das características do principal; e V - Transformabilidade, quando adquirido para fim de (BRASIL, 2002, p. 1). Abaixo segue a tabela referente aos materiais permanentes, segundo a portaria nº448: Tabela de materiais permanentes: Aeronaves Qualquer tipo de aeronave de asa fixa ou asa rotativa, tais como: avião, balão, helicóptero, planador, ultraleve e afins. Aparelhos de medição e orientação Todos os aparelhos de medição ou contagem. Quando estes aparelhos forem incorporados a um equipamento maior serão os mesmos considerados componentes, tais como: amperímetro, aparelho de medição meteorológica, balanças em geral, bússola, calibrador de pneus, cronômetro, hidrômetro, magnetômetro, manômetro, medidor de gás, mira-falante, níveis topográficos, osciloscópio, paquímetro, pirômetro, planimetro, psicrômetro, relógio medidor de luz, sonar, sonda, taquímetro, telêmetro, teodolito, turbímetro e afins. Aparelhos e equipamentos de comunicação Todo material considerado permanente, portátil ou transportável, de uso em comunicações, que não se incorporem em instalações, veículos de qualquer espécie, aeronaves ou embarcações, tais como: antena parabólica, aparelho de telefonia, bloqueador telefônico, central telefônica, detector de chamadas telefônicas, fac-símile, fonógrafo, interfone, PABX, rádio receptor, rádio telegrafia, rádio telex, rádio transmissor, secretaria eletrônica, telespeaker e afins. Aparelhos, equipamentos, utensílios médico- odontológico, Qualquer aparelho, utensílio ou equipamento de uso médico, odontológico, laboratorial e hospitalar que não se integrem a instalações, ou a outros conjuntos monitores. No caso de APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 40 laboratoriale Hospitalar fazerem parte de instalações ou outros conjuntos, deverão ser considerados componentes, tais como: afastador, alargador, aparelho de esterilização, aparelho de Raio X, aparelho de transfusão de sangue, aparelho infravermelho, aparelho para inalação, aparelho de ultravioleta, balança pediátrica, berço aquecido, biombo, boticão, cadeira de dentista, cadeira de rodas, câmara de infravermelho, câmara de oxigênio, câmara de radioterapia, carro-maca, centrifugador, destilador, eletro-analisador, eletrocardiográfico, estetoscópio, estufa, maca, medidor de pressão arterial (esfignomanômetro), megatoscópio, mesa para exames clínicos, microscópio, tenda de oxigênio, termocautério e afins. Aparelhos e equipamentos para esportes e diversões Eletrodomésticos em geral e utensílios, com durabilidade superior a dois anos, utilizados em serviços domésticos, tais como: aparelhos de copa e cozinha, aspirador de pó, batedeira, botijão de gás, cafeteira elétrica, chuveiro ou ducha elétrica, circulador de ar, condicionador de ar (móvel), conjunto de chá/café/jantar, escada portátil, enceradeira, exaustor, faqueiro, filtro de água, fogão, forno de micro-ondas, geladeira, grill, liquidificador, máquina de lavar louca, máquina de lavar roupa, máquina de moer café, máquina de secar pratos, secador de prato, tábua de passar roupas, torneira elétrica, torradeira elétrica, umidificador de ar e afins. Armamentos Armas de porte, portáteis transportáveis autopropulsionadas, de tiro tenso, de tiro curvo, central de tiro, rebocáveis ou motorizadas, rampas lançadoras de foguetes motorizadas e outros apetrechos bélicos, tais como: Fuzil, metralhadora, pistola, revolver e afins. Coleções e materiais bibliográficos Coleções bibliográficas de obras científicas, românticas, contos e documentários históricos, mapotecas, dicionários para uso em bibliotecas, enciclopédias, periódicos encadernados para uso em bibliotecas, palestras, tais como: álbum de caráter educativo, coleções e materiais bibliográficos informatizados, dicionários, enciclopédia, ficha bibliográfica, jornal e revista (que constitua documentário), livro, mapa, material folclórico, partitura musical, publicações e documentos especializados destinados a bibliotecas, repertorio legislativo e afins. Discotecas e filmotecas Discos, CD e coleções de fitas gravadas com músicas e fitas cinematográficas de caráter educativo, científico e informativo, tais como: disco educativo, fita de áudio e vídeo com aula de caráter educativo, microfilme e afins. Embarcações Todas as embarcações fluviais, lacustres ou marítimas exceto os navios graneleiros, petroleiros e transportadores de passageiros que são considerados como bens imóveis, tais como: canoa, casa flutuante, chata, lancha, navio, rebocador, traineira e afins. Equipamentos de manobra e patrulhamento Todos os materiais permanentes utilizados em manobras militares e paramilitares, bem assim, aqueles utilizados em qualquer patrulhamento ostensivo, tais como: barraca, bloqueios, cama de campanha, farol de comunicação mesa de campanha, paraquedas, pistola de sinalização, sirene de campanha e afins. Equipamento de proteção, segurança e socorro Todos os materiais permanentes utilizados na proteção e segurança de pessoas ou bens públicos, como também qualquer outro utilizado para socorro diverso, ou sobrevivência em qualquer ecossistema, tais como: alarme, algema, arma para vigilante, barraca para uso não militar, boia salva-vidas, cabine para guarda (guarita), cofre, extintor de incêndio, para-raios, sinalizador de garagem, porta giratória, circuito interno de televisão e afins. Instrumentos musicais e artísticos Todos os instrumentos de cordas, sopro ou percussão, como também outros instrumentos utilizados pelos artistas em geral, tais como clarinete, guitarra, pistão, saxofone, trombone, xilofone e afins. Máquinas e equipamentos de natureza industrial Máquinas, aparelhos e equipamentos não incorporáveis a instalações, destinados a geração de energia de qualquer espécie, tais como: alternador energético, carregador de bateria, chave automática, estabilizador, gerador, haste de contato, NO-BREAK, poste de iluminação, retificador, transformador de voltagem, trilho, truck-tunga, turbina (hidrelétrica) e afins. Máquinas e equipamentos gráficos Todas as máquinas, aparelhos e equipamentos utilizados em reprografia ou artes gráficas, tais como: aparelho para encadernação, copiadora, cortadeira elétrica, costuradora de papel, duplicadora, grampeadeira, gravadora de extenso, guilhotina, linotipo, máquina de Offset, operadora de ilhoses, picotadeira, teleimpressora e receptadora de páginas e afins. Equipamentos para áudio, vídeo e foto Equipamentos de filmagem, gravação e reprodução de sons e imagens, bem como os acessórios de durabilidade superior a dois anos, tais como: amplificador de som, caixa acústica, data show, eletrola, equalizador de som, filmadora, flash eletrônico, fone de ouvido, gravador de som, máquina fotográfica, microfilmadora, microfone, objetiva, projetor, rádio, rebobinadora, retro-projetor, sintonizador de som, tanques para revelação de filmes, tape- deck, televisor, tela para projeção, toca- discos, videocassete e afins. Máquinas, utensílios e equipamentos diversos Máquinas, aparelhos e equipamentos que não estejam classificados em grupo específico, tais como: aparador de grama, aparelho de ar condicionado, bebedouro carrinho de feira, APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 41 container, furadeira, maleta executiva, urna eleitoral, ventilador de coluna e de mesa e afins. Equipamentos de processamento de dados Todas as máquinas, aparelhos e equipamentos utilizados em processamento de dados de qualquer natureza, exceto quando for aquisição de peças destinadas à reposição diretamente ao equipamento ou mesmo para estoque, tais como: caneta óptica, computador, controladora de linhas, data show fitas e discos magnéticos, impressora, kit multimídia, leitora, micro e minicomputadores, mesa digitalizadora, modem, monitor de vídeo, placas, processador, scanner, teclado para micro, urna eletrônica e afins. Máquinas, instalações e utensílios de escritório Todas as máquinas, aparelhos e utensílios utilizados em escritório e destinados ao auxílio do trabalho administrativo, tais como: aparelho rotulador, apontador fixo (de mesa), caixa registradora, carimbo digitador de metal, compasso, estojo para desenho, globo terrestre, grampeador (exceto de mesa), máquina autenticadora, máquina de calcular, máquina de contabilidade, máquina de escrever, máquina franqueadora, normógrafo, pantógrafo, quebra-luz (luminária de mesa), régua de precisão, régua T, relógio protocolador e afins. Máquinas, ferramentas e utensílios de oficina Máquinas, ferramentas e utensílios utilizados em oficinas mecânicas, marcenaria, carpintaria e serralheria, não incluindo ferramentas que não façam parte de um conjunto, nem tão pouco materiais permanentes utilizados em oficinas gráficas, tais como: analisador de motores, arcos de serra, bomba para esgotamento de tambores, compressor de ar, conjunto de oxigênio, conjunto de solda, conjunto para lubrificação, desbastadeira, desempenadeira, elevador hidráulico, esmerilhadeira, extrator de precisão, forja, fundidora para confecção de broca, laminadora, lavadora de carro, lixadeira, macaco mecânico e hidráulico, mandril, marcador de velocidade, martelo mecânico, níveis de aço ou madeira, pistola metalizadora, polidora, prensa, rebitadora,recipiente de ferro para combustíveis, saca-pino, serra de bancada, serra mecânica, talhas, tanques para água, tarracha, testadora, torno mecânico, vulcanizadora e afins. Equipamentos e utensílios hidráulicos e elétricos Equipamentos destinados a instalação conservação e manutenção de sistemas hidráulicos e elétricos, tais como: bomba bomba de irrigação, bomba de lubrificação, bomba de sucção e elevação de água e de gasolina carneiro hidráulico, desidratadora, máquina de tratamento de água, máquina de tratamento de esgoto, máquina de e afins. Máquinas e equipamentos agrícolas e rodoviários todas as máquinas, tratores e equipamentos utilizados na agricultura, na construção e conservação de estradas, tais como: arado, carregadora, ceifadeira, compactador, conjunto de irrigação, conjunto motobomba para irrigação, cultivador, desintegrador, escavadeira, forno e estufa de secagem ou amadurecimento, máquinas de beneficiamento, microtrator misturador de ração, moinho agrícola, motoniveladora, moto-serra, pasteurizador, picador de forragens, plaina terraceadora, plantadeira, pulverizador, de tração animal ou mecânica, rolo compressor, roçadeira, semeadeira, silo para depósito de cimento, sulcador, trator de roda e esteira e afins. Mobiliário em geral Móveis destinados ao uso ou decoração interior de ambientes, tais como: abajur, aparelho para apoiar os braços, armário, arquivo de aço ou madeira, balcão (tipo atendimento), banco, banqueta, base para mastro, cadeira, cama, carrinho fichário, carteira e banco escolar, charter negro, cinzeiro com pedestal, criadomudo, cristaleira, escrivaninha, espelho moldurado, estante de madeira ou aço, estofado, flipsharter, guarda- louça, guarda roupa, mapoteca, mesa, penteadeira, poltrona, porta-chapéus, prancheta para desenho, quadro de chaves, quadro imantado, quadro para editais e avisos, relógio de mesa/parede/ponto, roupeiro, sofá, suporte para tv e vídeo, suporte para bandeira (mastro), vitrine e afins. Obras de arte e peças para museu Objetos de valor artístico e histórico destinados a decoração ou exposição em museus, tais como: alfaias em louça, documentos e objetos históricos, esculturas, gravuras, molduras, peças em marfim e cerâmica, pedestais especiais e similares, pinacotecas completas, pinturas em tela, porcelana, tapeçaria, trilhos para exposição de quadros e afins. Semoventes e equipamentos de montaria Animais para trabalho, produção, reprodução ou exposição e equipamentos de montaria, tais como: animais não destinados a laboratório ou corte, animais para jardim zoológico, animais para produção, reprodução e guarda, animais para sela e tração, selas e afins. Veículos diversos Veículos não classificados em subitens específicos, tais como: bicicleta, carrinho de mão, carroça, charrete, empilhadeira e afins Veículos ferroviários Veículos empregados em estradas de ferro, tais como: locomotiva, prancha, reboque, tender, vagão para transporte de carga ou passageiros e afins. Peças não incorporáveis a imóveis Materiais empregados em imóveis e que possam ser removidos ou recuperados, tais como: biombos, carpetes (primeira instalação), cortinas, divisórias removíveis, estrados, persianas, tapetes, grades e afins. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 42 Veículos de tração mecânica Veículos de tração mecânica, tais como: ambulância, automóvel, basculante, caçamba, caminhão, carro-forte, consultório volante, furgão, lambreta, micro-ônibus, motocicleta, ônibus, rabecão, vassoura mecânica, veículo coletor de lixo e afins. Carros de combate Veículos utilizados em manobras militares, tais como: autochoque, blindado, carro-bomba, carro-tanque e afins. Equipamentos, peças e acessórios aeronáuticos Equipamentos, peças e acessórios aeronáuticos, tais como: hélice, microcomputador de bordo, turbina e afins. Equipamentos, peças e acessórios de proteção ao voo Equipamentos, peças e acessórios de proteção ao voo, tais como: radar, rádio e afins. Acessórios para automóveis Acessórios para automóveis que possam ser desincorporados, sem prejuízo dos mesmos, para aplicação em outro veículo, tais como: ar condicionado, capota, rádio/toca-fita e afins. Equipamentos de mergulho e salvamento Equipamentos destinados as atividades de mergulho e salvamento marítimo, tais como: escafandro, jet-ski, tanque de oxigênio e afins. Equipamentos, peças e acessórios marítimos Equipamentos, peças e acessórios marítimos, tais como: instrumentos de navegação, instrumentos de medição do tempo, instrumentos óticos, instrumentos geográficos e astronômicos, instrumentos e aparelhos meteorológicos e afins. Equipamentos e sistema de proteção e vigilância ambiental Equipamentos e sistema de proteção e vigilância ambiental. Equipamentos, sobressalventes de máquinas, motor de navios de esquadra Componentes de propulsão de navios da esquadra e maquinarias de convés. Outros materiais permanentes Materiais e equipamentos não classificados em subitens específicos. Fonte: BRASIL, 2002. Classificação por valor da demanda: Metodologia da curva ABC A Classificação ABC, também denominada Curva de Pareto, é utilizada no planejamento e controle de estoques, e é baseada no princípio de que a maior parte do investimento em materiais está concentrada em um pequeno número de itens. A importância da Classificação ABC reside no fato de que em um estoque com milhares de itens é inviável dar a mesma atenção a todos os itens, por isso identificar o valor ou importância dos principais itens facilita a gestão de estoque. A Classificação ABC permite identificar aqueles itens em estoque que necessitam de atenção maior em razão da representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos em estoque. Na Classificação ABC, os itens são divididos em três classes: 1. Classe A: pequeno número de itens responsáveis por alta participação no valor total dos estoques. Justificam procedimentos meticulosos no seu dimensionamento e controle (mais importantes). 2. Classe B: são itens intermediários entre as classes A e C. Os procedimentos de dimensionamento e controle não precisam ser tão meticulosos (importância intermediária). 3. Classe C: são itens de menor importância, que não justificam procedimentos rigorosos de dimensionamento e controle, devendo predominar a adoção de estoques elevados (pouco importantes). A Classificação ABC pode ser feita de diversas formas, mas a mais difundida e assimilada é a que considera o valor de custo da demanda anual de cada material em estoque. Os elementos necessários para que a classificação possa ser feita são: 1. Relação de todos os materiais em estoque; 2. Preço unitário de aquisição de cada material; 3. Demanda ou consumo anual de cada material; 4. Montante do capital investido no exercício para a aquisição desses materiais. Com esses elementos, é possível calcular o valor do consumo anual, a relação de materiais em ordem decrescente de capital investido e a relação de valores acumulados de capital investido. Dessa forma, procede-se listando todos os itens que estão em estoque durante um determinado período de tempo. Para cada linha de produto, insira as seguintes colunas: descrição, preço unitário, quantidade e valor total (preço unitário X quantidade). Inclua uma nova coluna para classificar os itens pelo valor total, em ordem numérica. Em seguida, utilize essa coluna para reorganizar os produtos de acordo com seu valor total, em ordem decrescente.Adicione outra coluna para inserir o valor total acumulado, ou seja, o valor do produto em questão somado ao valor de todos os itens anteriores. Por último, inclua uma coluna extra para calcular a porcentagem que o valor de cada item representa em relação ao valor total acumulado de todos os produtos. Com a planilha organizada desta forma, você terá à sua disposição uma classificação para gerenciar os produtos de acordo com sua prioridade. Ao somar a porcentagem de cada tipo de produto sobre o valor total acumulado, por exemplo, sua empresa será capaz de identificar que itens deve controlar para gerenciar 80% do valor estoque (Classe A). Esses itens deverão ser acompanhados de perto por seus funcionários e dispor de um estoque de segurança reduzido. Já os itens da classe C (5% do valor) podem ter controles mais simples e estoques de segurança ampliados, enquanto a classe B (15% do valor) pode ter uma estratégia intermediária de gerenciamento. As letras ABC servem para classificar cada grupo de item estocado, levando em conta a quantidade armazenada e seu respectivo valor (custo): A: são os itens de alta prioridade. Corresponde a 80% do valor do estoque distribuídos em 20% dos itens; B: são os itens intermediários. Representa 15% do valor disseminados em 30% dos itens; APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 43 C: são os itens de baixa prioridade. Condiz a 5% do valor partilhado em 50% das mercadorias. Questões 01. A curva ABC é uma ferramenta utilizada para administração e tomada de decisões, sendo muito adotada em orçamento de obras e também em controle de estoques, pois tende a facilitar o entendimento de quais itens são os mais significativos em um empreendimento ou negócio. Assinale, nas alternativas abaixo, outra forma de se referir à citada ferramenta. (A) Gráfico de Pareto. (B) Plano 5W2H. (C) Diagrama de Ishikawa. (D) Histograma de frequências. (E) Seis Sigma. 02. A utilização do sistema ABC, também denominado de curva ABC, para o controle de estoques possibilita a priorização das ações de controle em relação aos itens mais relevantes no processo produtivo de uma organização. ( ) Certo ( ) Errado 03. Na curva ABC, utilizada para administração de estoques, os itens classe A são aqueles que possuem: (A) alto custo ou alto consumo. (B) alto custo ou baixo consumo. (C) baixo custo ou baixo consumo. (D) baixo custo ou consumo intermediário. (E) custo intermediário ou alto consumo. 04. No que se refere à administração financeira de empresas, julgue os itens a seguir. O método da curva ABC baseia-se no diagrama de Ishikawa para criar uma graduação que prioriza o controle dos itens mais significativos do estoque. ( ) Certo ( ) Errado 05. Classificar um material significa agrupá-lo segundo seus aspectos, tais como forma, dimensão, peso, tipo, uso, entre outros. A classificação adequada dos materiais evita que determinado produto seja confundido com outro e que produtos químicos, por exemplo, sejam misturados a produtos alimentícios. Em relação aos atributos da classificação de materiais, marque a alternativa correta. (A) Abrangência: atributo que reúne os materiais que serão classificados (B) Perecibilidade: atributo que classifica os materiais, de acordo com a sua durabilidade, em materiais perecíveis e não perecíveis. (C) Praticidade: atributo que classifica os materiais de acordo com a sua praticidade de uso. (D) Periculosidade: atributo que classifica os materiais de acordo com o perigo que representam para as pessoas que os manuseiam e o risco de contaminação que representam para os demais materiais. (E) Flexibilidade: atributo que permite interface entre os diversos tipos de classificação, de modo que se obtenha uma visão ampla do gerenciamento de estoque. Respostas 01. A / 02. Certo / 03. A / 04. Errado. / 05. E ESTOQUES Com o propósito de se evitar o descontrole financeiro, é necessário que haja uma sincronização perfeita entre a demanda e a oferta de mercadorias. Como isso é impossível, deve-se formar um estoque essencialmente para atender a demanda, minimizando seus custos de formação. O estoque representa uma armazenagem de mercadorias com previsão de uso futuro. Tem, como objetivo, atender a demanda, assegurando a disponibilidade de produtos. Sua formação é onerosa, uma vez que representa de 25% a 40% dos custos totais. Classificação dos estoques Estoques de Matérias-Primas (MPs) Os estoques de MPs constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no processo produtivo da empresa. São ítens iniciais para a produção. Estoques de Produtos em Elaboração ou Processamento Os estoques de materiais em processamento - também denominados materiais em vias - são constituídos de materiais que estão sendo processados ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no almoxarifado - por não serem mais MPs iniciais - nem no depósito - por ainda não serem produtos acabados. Estoques de Produtos Acabados Referem-se aos produtos já prontos e acabados, cujo processamento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do processo produtivo e já passaram por todas as fases. Estoque em Trânsito São os estoques que estão em trânsito entre o ponto de estocagem ou de produção. Quanto maior a distância e menor a velocidade de deslocamento, maior será a quantidade de estoque em trânsito. Exemplo: produtos acabados sendo expedidos de uma fábrica para um centro de distribuição. Estoques em Consignação Estoque de produtos com um cliente externo que ainda é propriedade do fornecedor. O pagamento por estes produtos só é feito quando eles são utilizados pelo cliente. Finalidades: Abaixo descrevemos as diversas finalidades dos estoques: Melhora do nível de serviço oferecido Os estoques auxiliam no marketing da empresa, uma vez que podem ser oferecidos produtos com mais descontos, com 4.2 Gestão de estoques. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 44 quantidades mais adequadas, com mais vantagens para os clientes que precisam de fornecimento imediato ou de períodos curtos de ressuprimento. Isso representa maiores vantagens competitivas, diminuição nos custos e maiores lucros nas vendas. Métodos geradores de eficiência no manuseio A geração de pequenos lotes de compras implica maiores custos de fretes, uma vez que não há volume suficiente para obter descontos oferecidos aos maiores lotes. Outra finalidade dos estoques é possibilitar descontos no transporte de grandes lotes equivalentes à capacidade dos veículos, gerando, assim, fretes menores. Proteção contra oscilações na demanda ou no tempo de ressuprimento Devido à impossibilidade de se conhecerem as demandas pelos produtos ou seus tempos de ressuprimento de maneira exata no sistema logístico e, para garantir a disponibilidade do produto, deve-se formar um estoque adicional (estoque de segurança). Este é adicionado ao estoque regulador para atender às necessidades da produção e do mercado. Proteção contra situações inesperadas Algumas situações inesperadas podem atingir as empresas de maneira inesperada. Por exemplo: greves, incêndios, inundações, etc. A manutenção do estoque de reserva é uma maneira viável de garantir o fornecimento normal nessas ocasiões. Controle de Estoque pelo Tipo de Demanda Os estoques podem ser controlados, adotando-se diversos tipos de critérios. Se considerarmos a natureza de sua demanda, teremos as seguintes classificações: Estoques de demanda permanente: são estoques daqueles produtos que requerem ressuprimentocontínuo, pois seus produtos são consumidos durante todas as fases do ano. Ex: creme dental; Estoques de demanda sazonal: são estoques de produtos comercializados em determinados momentos do ano. Ex: Árvores de Natal; são estoques cuja venda de seus produtos não pode ser prevista na íntegra. Ex: automóveis a gasolina x automóveis a álcool; ocorre no caso de produtos que estão sendo retirados do mercado em razão do declínio da demanda. Ex: Fitas VHS x DVDs; ocorrem no caso de itens que são usados na linha de produção de alguns produtos acabados. Ex: Pneus de automóveis em razão das vendas do produto acabado, que é o automóvel. Custos do Estoque Custo de colocação do pedido: custo da operação de compra Descontos de preços para quantidades: pequenas compras podem ser mais caras Custo pela falta de estoque: suprimento de emergência sempre é muito caro Custo de capital de giro: contrair empréstimo para fazer estoque Custo de armazenagem: custo da operação de armazenagem Custo de obsolescência: estocagem por longos períodos corre este perigo Qualquer armazenamento de material gera determinados custos, os quais podem ser agrupados nas seguintes modalidades: -custos de capital (juros, depreciação); -custos com pessoal (salários, encargos sociais); -custos com edificação (aluguéis, impostos, luz, conservação); -custos de manutenção (deterioração, obsolescência, equipamento). Os métodos mais tradicionalmente utilizados como Técnicas de Controle de Estoque são os seguintes: Empurrar estoques (push): utilizado, quando há mais de um depósito no sistema de distribuição. Ocorre quando o que é vendido é maior que a necessidade dos estoques. Puxar Estoques (pull): Apenas o estoque necessário para se atender a demanda daquele produto precisa ser mantido. As quantidades mantidas tendem a ser menores do que no método push. Ponto de Reposição (estoque mínimo): objetiva reduzir os custos de manutenção de estoques, mas sem correr o risco de não se atender a demanda. O objetivo é encontrar o nível ótimo de estoques para um determinado produto. Para isso, é necessário que o estoque esteja devidamente controlado e que determine o ponto de reposição (PR). Principais informações proporcionadas pelo controle: - Dados cadastrais do fornecedor; - Preço médio do item controlado; - Quantidades de materiais em estoques, na data do levantamento; - Data da última aquisição e preço pago; - Quantidades máximas e mínimas a serem consideradas com relação aos estoques disponíveis. - Cálculo sobre as possibilidades do estoque em relação ao consumo médio; - Dados estatísticos de consumo por área da organização e/ou dados globais; - Áreas da organização (departamento, divisão, setor, seção etc.) que utilizam o material, datas de fornecimentos, quantidades, custos e outras informações relevantes sobre o material requisitado; - Tipo de acondicionamento do material, embalagem de apresentação, de comercialização e de movimentação, unidade (caixa, cento, dúzia, metro etc.) e observações gerais sobre a apresentação, aspecto, conservação etc; - Observações gerais sobre o comportamento do material no estoque e/ ou na linha de produção, conforme ocorram devoluções ou outras situações registradas pela área de materiais. Uma política inteligente nos estoques A ausência de padronização nos materiais adquiridos pelo Serviço Público, por exemplo, ocasiona um aumento considerável de itens com a mesma finalidade. Produtos, cujos fins e metodologia de ação estão ultrapassados, são adquiridos muitas vezes a preços absurdos, para satisfazer necessidades pouco significativas. Esse procedimento "incha" o Almoxarifado ocasionando um desgaste desnecessário de pessoal e de maquinário. Quando se fala de uma política inteligente de estoques, não estamos apontando apenas para as formas de estocagem, mas na maneira de compra que gera esse estoque. Estocar produtos ultrapassados implica em aumento de gastos e dispêndio de recursos que poderiam ser utilizados de outra forma. Comprar demais para não perder a verba, comprar sem realizar uma avaliação criteriosa do consumo, e sem levar em conta as normas mínimas de segurança, fazem do APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 45 Almoxarifado um lugar cheio de produtos, mas vazio de utilidade. Uma Política Inteligente de Estoque é aquela que respeita os limites físicos do Almoxarifado e o dinheiro do contribuinte, atendendo a todas as necessidades, sem desperdício. Controle do estoque mínimo Quando uma determinada unidade requisita um material é porque necessita dele naquele momento. Não atender a um pedido pode ocasionar a paralisação de um determinado setor ou trabalho. É muito desagradável quando, por ausência de um estoque mínimo de segurança, não se pode cumprir a função básica de qualquer Almoxarifado: suprir. Para evitar que isso ocorra, basta que se tenha um ESTOQUE MÍNIMO de itens como garantia mínima de fornecimento. Estoque mínimo, ou estoque de segurança, tem a função de assegurar que não ocorra falta de um determinado item, cobrindo eventuais atrasos derivados dos processos de compra. Serve como um pulmão contra a variabilidade na demanda e nos prazos de recomposição. Pode-se determinar o estoque mínimo através de: a) projeção estimada do consumo; b) cálculos e módulos matemáticos. Baseando-se nos consumos anteriores é possível se estabelecer uma projeção estimada de cada item, ou grupo de itens, por período. Lançando mão desses dados pode-se estimar os níveis de consumo e a partir dessa estimativa determinar o valor do estoque de segurança. Há uma considerável quantidade de maneiras e fórmulas para o cálculo do estoque mínimo. Ressaltaremos a mais simples, mas capaz de fornecer àquele que cuida do controle das quantidades, condições de calcular matematicamente seus estoques de segurança. FÓRMULA SIMPLES E.Mn = C x K onde: E.Mn = estoque mínimo C = consumo médio mensal K = fator de segurança arbitrário com o qual se deseja garantir contra um risco de ausência. O fator K é arbitrado, ele é proporcional ao grau de atendimento desejado para o item. Por exemplo: se quisermos que determinada peça tenha um grau de atendimento de 90%, ou seja, queremos uma garantia de que somente em 10% das vezes o estoque desta peça esteja a zero; sabendo que o consumo médio mensal é de 60 unidades, o estoque mínimo será: E.Mn = 60 x 0,9 E.Mn = 54 unidades. Observe também os seguintes conceitos como método de análise de renovação dos estoques: a) Consumo Médio Mensal (c) - média aritmética do consumo nos últimos 12 meses; b) Tempo de Aquisição (T)- período decorrido entre a emissão do pedido de compra e o recebimento do material no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês); c) Intervalo de Aquisição (I)- período compreendido entre duas aquisições normais e sucessivas; d) Estoque Mínimo ou de Segurança (Em)- é a menor quantidade de material a ser mantida em estoque capaz de atender a um consumo superior ao estimado para um certo período ou para atender a demanda normal em caso de entrega da nova aquisição. É aplicável tão somente aos itens indispensáveis aos serviços do órgão ou entidade. Obtém-se multiplicando o consumo médio mensal por uma fração (f) do tempo de aquisição que deve, em princípio, variar de 0,25 de T a 0,50 de T; e) Estoque Máximo (EM) - a maior quantidade de material admissível em estoque, suficiente para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área de armazenagem, disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisição, perecimento,obsoletismo etc. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo intervalo de Aquisição; f) Ponto de Pedido (Pp) - Nível de Estoque que, ao ser atingido, determina imediata emissão de um pedido de compra, visando a recompletar o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo Tempo de Aquisição; g) Quantidade a Ressuprir (Q) - número de unidades adquirir para recompor o Estoque Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio Mensal pelo Intervalo de Aquisição. As fórmulas aplicáveis à gerência de Estoques são: a) Consumo Médio Mensal c = Consumo Anual / 12 b) Estoque Mínimo Em = c x f c) Estoque Máximo EM = Em + c x I d) Ponto de Pedido Pp = Em + c x T e) Quantidade a Ressuprir Q = C x I Manutenção dos estoques A movimentação dos materiais deve sempre ser realizada com máxima cautela e segurança, a fim de evitar perdas de materiais e, ainda, acidentes de trabalho. Para que o manuseio seja efetuado de forma segura, alguns pontos devem ser destacados e observados, obrigatoriamente, por todos os responsáveis: alocados no chão, apenas sobre o pallet. Ou seja, não deverá ser alocado nos primeiros ou segundos níveis das estruturas porta-pallets; caixas, materiais ou embalagens diretamente no solo, visto que a umidade danifica toda a proteção e pode, inclusive, danificar o bem; próximos nas prateleiras para facilitar a localização e o inventário; provisoriamente, nos corredores, áreas livres ou áreas demarcadas para outros fins. As áreas de circulação deverão sempre permanecer livres. riscos para os trabalhadores, além de preservar as características dos materiais, levando em consideração a pressão ocasionada no empilhamento; isoladamente dos demais; es para alcance, não podendo ser obstruído por materiais, mesmo que temporariamente; separados para desfazimento. menores deverão ser entregues primeiro. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 46 Questões 01. Os grupos de custos de estoque são (A) permanentes, de movimentação, de edificação e conservação (B) pessoais e impessoais, periódico e permanente. (C) de capital, com pessoal, com edificação e de manutenção. (D) de geração, de expedição, de armazenagem e edificação (E) de orçamento, de edificação, armazenagem e movimentação. 02. O controle de estoques pode ser realizado a partir de diversos tipos de critérios. Adotando-se o critério da "natureza de sua demanda", poderá ser utilizado como exemplo o creme dental. Nesse exemplo, ele servirá como estoque do produto que requer ressuprimento continuo, pois e consumido durante todas as fases do ano. O tipo de estoque a que se refere o trecho esta corretamente descrito em: (A) estoque de demanda irregular (B) estoque de demanda sazonal (C) estoque de demanda permanente. (D) estoque de demanda em declínio (E) estoque de demanda variada 03. Os estoques constituem parcela considerável dos ativos das empresas. São classificados, principalmente, para efeitos contábeis em cinco grandes categorias. Assinale a afirmativa correta de acordo com a classificação usual dos estoques: (A) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos pintados, estoque de produtos acabados, estoques de produtos comprados e estoques em consignação. (B) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos em elaboração (processo), estoque de produtos pintados, estoques de produtos exportados e estoques em consignação. (C) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos em elaboração (processo), estoque de produtos acabados, estoques de produtos em trânsito e estoques em consignação. (D) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos despachados, estoque de produtos acabados, estoques de produtos pintados e estoques em consignação. (E) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos comprados, estoque de produtos pintados, estoques de produtos em trânsito e estoques em consignação. Respostas 01. C / 02. C / 03. C Recebimento e Armazenagem O Recebimento As atividades de recebimento abrangem desde a recepção do material na entrega pelo fornecedor até a entrada nos estoques. A função de recebimento de materiais é módulo de um sistema global integrado com as áreas de contabilidade, compras e transportes e é caracterizada como uma interface entre o atendimento do pedido pelo fornecedor e os estoques físico e contábil. O recebimento compreende quatro fases: 1ª fase: Entrada de materiais; 2ª fase: Conferência quantitativa: É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo fornecedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A conferência por acusação também conhecida como " contagem cega " é aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desconhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Regularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem. 3ª fase: Conferência qualitativa: Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina. A análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da confrontação das condições contratadas na Autorização de Fornecimento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa garantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame dos seguintes itens: 1.Características dimensionais; 2.Características específicas; 3.Restrições de especificação; 4ª fase: Regularização As atribuições básicas do Recebimento são: 1.coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais; 2.analisar a documentação recebida, verificando se a compra está autorizada; 3.controlar os volumes declarados na Nota Fiscal e no Manifesto de Transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos; 4.proceder a conferência visual, verificando as condições de embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos documentos; 5.proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos; 6.decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso; 7.providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao fornecedor; 8.liberar o material desembaraçado para estoque no almoxarifado. Manuseio É a execução de um conjunto de métodos e técnicas recomendadas visando à movimentação e o manejo correto e seguro de materiais, desde o recebimento até às áreas de estocagem e quando de sua separação para distribuição às outras Unidades Armazenadoras de Materiais ou Unidades Consumidoras e que envolvem trabalhadores, equipamentos e utensílios, manuais e motorizados, buscando agilidade, redução de custos e tempos, segurança patrimonial e física dos trabalhadores, com a eliminação de acidentes e perdas. Armazenagem A armazenagem é a administração do espaço necessário para manter os estoques. O planejamento de armazéns inclui: localização, dimensionamento de área, arranjo físico, baias de atracação, equipamentos para movimentação, tipo e sistemas 4.3 Recebimento e armazenagem. 4.3.1 Entrada. 4.3.2 Conferência. 4.3.3 Objetivos da armazenagem. 4.3.4 Critérios e técnicas de armazenagem. 4.3.5 Arranjo físico (leiaute). APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 47 de armazenagem, de sistemas informatizados para localização de estoques e mão de obra disponível. O funcionamento adequado do armazém exige que o mesmo disponha de um sistema rápido para transferência da carga, imobilizando o veículo durante o menor tempo possível. A armazenagem nada maisé do que um conjunto de funções que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação de matérias primas, produtos acabados ou semiacabados. Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resultados quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acrescentar valor. A armazenagem pode ser definida como o compromisso entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos mesmos. O conceito de armazenagem se relaciona com o processo de guarda e movimentação dos materiais em uma instalação, ao passo que estocagem está diretamente ligada a colocação dos materiais em um local dessa instalação. As atividades que compõem a armazenagem são: Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal. Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque de produtos em processo, estoque de matéria prima e materiais auxiliares, estoque operacional, estoque de produtos acabados e estoques de materiais administrativos. Distribuição: está relacionada à expedição do material, que envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem, a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu destino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de saída para que haja controle do estoque. Tipos de armazenagem Existem dois tipos de armazenagem: a temporária e a permanente. Armazenagem temporária: tem como função conseguir uma forma de arrumação fácil de material, como por exemplo a colocação de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Armazenagem permanente: tem um local pré-definido para o depósito de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição do armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantindo a organização do mesmo. Na definição do local adequado para o armazenamento deve-se considerar: - Volume das mercadorias / espaço disponível; - Resistência / tipo das mercadorias (itens de fino acabamento); - Número de itens; -Temperatura, umidade, incidência de sol, chuva, etc; -Manutenção das embalagens originais / tipos de embalagens; - Velocidade necessária no atendimento Critérios e Técnicas de armazenagem As técnicas de armazenagem são compostas por 3 princípios: 1) Princípio de economia de escala na movimentação princípio que se baseia no trabalho com o uso do palete (material de madeira usado para armazenar as mercadorias); 2) Princípio da continuidade do movimento aquele operador com ou sem equipamento, mas, que quem começou o movimento termina. Não se trabalha o movimento em divisão com outra pessoa, pois ocorre perda de tempo e risco maior de acidentes; 3) Princípio de redução do esforço cargas com maior peso, maior volume ou maior rotatividade, devem ficar armazenados sempre na parte inferior. Outros critérios de Armazenagem quanto à organização da Armazenagem e o local de armazenamento: -Deve estar sempre limpo; -Isolado de agentes físicos e químicos, que possam prejudicar os produtos armazenados; -Isolado de locais onde se conservem ou consumam alimentos, bebidas, medicamentos, etc; - É necessário evitar que pessoas não autorizadas, e especialmente crianças, tenham acesso. Para entrar no armazém, toda e qualquer pessoa, funcionário ou visitante, deve estar devidamente identificado. -Os materiais devem estar sempre organizados por grupo; -Estabelecer um esquema de armazenamento: -Os Materiais mais pesados devem ser acomodados na parte inferior da prateleira; -Os Materiais em pó devem ser acomodados em cima dos materiais em líquido; -Os materiais não podem ficar em contato direto com o chão; - Proteger os materiais do calor excessivo e da luz do sol; Deveres do Responsável: - Promover o manuseio seguro dos produtos, atuando da entrada e saída destes do armazém; - Manter uma área de circulação. Esta deve, pelo menos, ter um corredor central orientado para a porta principal do armazém, e corredores secundários, separando as diversas áreas; - Manter um afastamento de, entre 30 e 50 cm, entre as paredes laterais e as pilhas de produtos (além de funcionar como área de ventilação, permite localizar e identificar vazamentos); - Manter os rótulos existentes nas embalagens sempre voltados para o lado de fora da pilha (fácil identificação). Em caso de derrames ou vazamentos: - Suspender todas as operações; - Não utilizar água para lavagem e/ou limpeza; - Isolar a área contaminada; - Absorver o produto derramado ou que tenha vazado, com material absorvente, adsorvente e neutralizante, conforme conste da ficha de segurança. Em caso de dúvida, contatar o fabricante do produto; - No caso de produto sólido, varrer com cuidado, procurando gerar o mínimo possível de poeira. EQUIPAMENTOS PARA FACILITAR A ARMAZENAGEM A evolução tecnológica, como não poderia deixar de ser, estendeu seus múltiplos benefícios à área de armazenagem, tanto pela introdução de novos métodos de racionalização e dos fluxos de distribuição de produtos, como pela adequação de instalações e equipamentos para movimentação física de cargas. O objetivo primordial do armazenamento é utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente possível. As instalações do armazém devem proporcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição. Assim, alguns cuidados essenciais devem ser observados: a. determinação do local, em recinto coberto ou não; APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 48 b. definição adequada do layout; c. definição de uma política de preservação, com embalagens plenamente convenientes aos materiais; d. ordem, arrumação e limpeza, de forma constante; e. segurança patrimonial, contra furtos, incêndio etc. Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se: a. máxima utilização do espaço (ocupação do espaço); b. efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e equipamentos); c. pronto acesso a todos os itens (seletividade); d. máxima proteção aos itens estocados; e. boa organização; f. satisfação das necessidades dos clientes. -Estruturas de armazenagem As estruturas de armazenagem são elementos básicos para a paletização e o uso racional de espaço. E atendem aos mais diversos tipos de carga. São estruturas constituídas por perfis em L, U, tubos modulares e perfurados, dispostos de modo a formar estantes, berços ou outros dispositivos de sustentação de cargas. Os principais tipos são: Porta-paletes convencional: É a estrutura mais utilizada. Empregada quando é necessária seletividade nas operações de carregamento, isto é, quando as cargas dos paletes forem muito variadas, permitindo a escolha da carga em qualquer posição da estrutura sem nenhum obstáculo movimentação dentro dos armazéns. Apesar de necessitar de muita área para corredores, compensa por sua seletividade e rapidez na operação. Porta-paletes para corredores estreitos: Permite otimização do espaço útil de armazenagem, em função da redução dos corredores para movimentação. Porém, o custo do investimento torna-se maior em função dos trilhos ou fios indutivos que são necessários para a movimentação das empilhadeiras trilaterais. Em caso de pane da empilhadeira, outra máquina convencional não tem acesso aos paletes. Porta-paletes para transelevadores: Também otimiza o espaço útil, já que seu corredoré ainda menor que da empilhadeira trilateral. Em função de alturas superiores às estruturas convencionais, permite elevada densidade de carga com rapidez na movimentação. Possibilita o aproveitamento do espaço vertical e propicia segurança no manuseio do palete, automação e controle do FIFO Porta-paletes autoportante: Elimina a necessidade de construção de um edifício, previamente. Permite o aproveitamento do espaço vertical (em média, utiliza-se em torno de 30 m). O tempo de construção é menor e pode-se conseguir, também, redução no valor do investimento, uma vez que a estrutura de armazenagem vai ser utilizada como suporte do fechamento lateral e da cobertura, possibilitando uma maior distribuição de cargas no piso, traduzindo em economia nas fundações. Porta-paletes deslizante: Sua principal característica é a pequena área destinada à circulação. O palete fica mais protegido, pois quando não se está movimentando, a estrutura fica na forma de um blocado. Muito utilizado em espaços extremamente restritos para armazenagem de produtos de baixo giro e alto valor agregado. Apresenta, como vantagem, alta densidade. Estrutura tipo Drive-trough: Possui alta densidade de armazenagem de cargas iguais e propicia grande aproveitamento volumétrico para os armazéns. Este sistema deve ser utilizado preferencialmente quando o sistema de inventário obrigue a adoção do tipo FIFO (first in, first out primeiro a entrar, primeiro a sair). Semelhante à estrutura tipo Drive-in, tem acesso também por trás, possibilitando corredores de armazenagem mais longos. Nos dois sistemas de Drive, quando os corredores de armazenagem são muito longos, a velocidade de movimentação diminui bastante, pois além de aumentar o espaço a ser percorrido pela empilhadeira, obriga o operador a voltar de ré (este último transtorno pode ser minimizado com a colocação de trilhos de guia junto ao solo). Estrutura tipo Drive-in: A principal característica do sistema drive-in é o aproveitamento do espaço, em função de existir somente corredor frontal, com a eliminação dos corredores. Como o drive-throug, é um porta-paletes utilizado basicamente quando a carga não é variada e pode ser paletizada, além de não haver a necessidade de alta seletividade ou velocidade. A alta densidade de armazenagem que o sistema oferece pode ser considerada o melhor aproveitamento volumétrico de um armazém. Como resultado, obtêm-se a estrutura com o menor custo por metro quadrado, levando em consideração a eliminação da necessidade de expansões em armazéns já existentes. Deve ser utilizado preferencialmente quando o sistema de inventário for do tipo LIFO (last in, first out último a entrar, primeiro a sair). Sua utilização torna-se necessária quando é preciso alta densidade de estocagem. Composta por pórticos e braços que sustentam trilhos destinados a suportar os paletes, exige paletes uniformes e mais resistentes. Uniformes porque à distância entre os trilhos é fixa e resistentes porque serão apoiados apenas pelas bordas. Esse tipo de estrutura não deve ultrapassar os 12 m. Estrutura dinâmica: A principal característica é a rotação automática de estoques, permitindo a utilização do sistema FIFO pois, pela sua configuração, o palete é colocado em uma das extremidades do túnel e desliza até a outra por uma pista de roletes com redutores de velocidade, para manter o palete em uma velocidade constante. Permite grande concentração de carga, pois necessita de somente dois corredores, um para abastecimento e outro para retirada do palete. É empregada, principalmente, para estocagem de produtos alimentícios, com controle de validade, e cargas paletizadas. Neste sistema, o palete é colocado pela empilhadeira num trilho inclinado com roletes e desliza até a outra extremidade, onde existe um caras, mas muito utilizada na indústria de alimentos, para ander aos prazos de validade dos produtos perecíveis. Estrutura tipo Cantilever: Permite boa seletividade e velocidade de armazenagem. Sistema perfeito para armazenagem de peças de grande comprimento. É destinada às cargas armazenadas, pela lateral, preferencialmente por empilhadeiras, como: madeiras, barras, tubos, trefilados, pranchas, etc. De preço elevado é composta por colunas centrais e braços em balanço para suporte das cargas, formando um tipo de árvore metálica. Em alguns casos, pode ser substituída por estrutura com cantoneiras perfuradas, montadas no sentido vertical e horizontal, formando quadros de casulos e possibilitando armazenar os mais variados tipos de perfis pela parte frontal. Esse outro tipo de estrutura é extremamente mais barato, porém exige carregamento e descarregamento manual, tornando a movimentação mais morosa que a da estrutura tipo Cantilever, onde se movimenta vários perfis de uma só vez. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 49 Estrutura tipo Push-Back: Sistema utilizado para armazenagem de paletes semelhante ao drive-in, porém, com inúmeras vantagens, principalmente relacionadas à operação, permitindo uma seletividade maior em função de permitir o acesso a qualquer nível de armazenagem. Neste sistema, a empilhadeira permitindo a armazenagem de até quatro paletes na profundidade. Também conhecida por Glide In - Gravity feed, Push Back alimentado por gravidade, empurra e volta), é insuperável em produtividade de movimentação, densidade de armazenagem e economia total de armazenagem de cargas diferentes. Esta é uma opção para o aumento da densidade de armazenagem sem a necessidade de investimentos em equipamentos de movimentação, pois os paletes ficam sempre posicionados nos corredores com fácil acesso, isto é, qualquer nível é completamente acessado sem a necessidade de descarregar o nível inferior. A utilização dos perfis de aço laminados estruturais é absolutamente necessária para garantir o perfeito funcionamento de trilhos, carros e rodízios dos sistemas. Com o aumento da ocupação volumétrica da fábrica (relação entre o volume total do armazém e o volume da carga estocada), podem-se listar como benefícios a obtenção de maior produtividade operacional (itens movimentados por homem- hora), maior agilidade no fluxo de materiais, maior organização dos estoques, maior produtividade nas operações de inventário e a utilização do LIFO (Last i - First out) nas operações de transferências entre Centro de Distribuição e lojas ou depósitos. Estrutura tipo Flow-rack Sistema indicado para pequenos volumes e grande rotatividade, onde se faz necessário o picking, facilitando a separação de materiais e permitindo naturalmente o princípio FIFO Neste sistema, o produto é colocado num plano inclinado com trilhos que possuem pequenos rodízios deslizando, assim, para sua contenção do mesmo. É usada com movimentações manuais e mantém, sempre, uma caixa à disposição do usuário, facilitando, assim, o picking, ou seja, a montagem de um pedido, como se fosse um supermercado. Como elas precisam ser de pouca altura, pois são usadas manualmente, é bastante comum montá-las na parte inferior de uma estrutura porta- paletes convencional, no intuito de usar a parte superior para estocagem do mesmo produto, em paletes, simulando, assim, um atacado na parte superior e um varejo na parte inferior. Estante: Sistema estático para a estocagem de itens de pequeno tamanho que podem ter acessórios, como divisores, retentores, gavetas e painéis laterais e de fundo. Possibilita a montagem de mais de um nível, com pisos intermediários. São adequadas para armazenar itens leves, manuseáveis sem a ajuda de qualquer equipamento e com volume máximo de 0,5 m3. Estante de grande comprimento: Utilizada, basicamente, para cargas levesque possuem um tamanho relativamente grande para ser colocado nas estantes convencionais. É um produto intermediário entre as estantes e os porta-paletes. EQUIPAMENTOS PARA FACILITAR A ARMAZENAGEM A evolução tecnológica, como não poderia deixar de ser, estendeu seus múltiplos benefícios à área de armazenagem, tanto pela introdução de novos métodos de racionalização e dos fluxos de distribuição de produtos, como pela adequação de instalações e equipamentos para movimentação física de cargas. O objetivo primordial do armazenamento é utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente possível. As instalações do armazém devem proporcionar a movimentação rápida e fácil de suprimentos desde o recebimento até a expedição. Assim, alguns cuidados essenciais devem ser observados: a. determinação do local, em recinto coberto ou não; b. definição adequada do layout; c. definição de uma política de preservação, com embalagens plenamente convenientes aos materiais; d. ordem, arrumação e limpeza, de forma constante; e. segurança patrimonial, contra furtos, incêndio etc. Ao se otimizar a armazenagem, obtém-se: a. máxima utilização do espaço (ocupação do espaço); b. efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão-de-obra e equipamentos); c. pronto acesso a todos os itens (seletividade); d. máxima proteção aos itens estocados; e. boa organização; f. satisfação das necessidades dos clientes. -Estruturas de armazenagem: As estruturas de armazenagem são elementos básicos para a paletização e o uso racional de espaço. E atendem aos mais diversos tipos de carga. São estruturas constituídas por perfis em L, U, tubos modulares e perfurados, dispostos de modo a formar estantes, berços ou outros dispositivos de sustentação de cargas. Os principais tipos são: Porta-paletes convencional: É a estrutura mais utilizada. Empregada quando é necessária seletividade nas operações de carregamento, isto é, quando as cargas dos paletes forem muito variadas, permitindo a escolha da carga em qualquer posição da estrutura sem nenhum obstáculo movimentação dentro dos armazéns. Apesar de necessitar de muita área para corredores, compensa por sua seletividade e rapidez na operação. Porta-paletes para corredores estreitos: Permite otimização do espaço útil de armazenagem, em função da redução dos corredores para movimentação. Porém, o custo do investimento torna-se maior em função dos trilhos ou fios indutivos que são necessários para a movimentação das empilhadeiras trilaterais. Em caso de pane da empilhadeira, outra máquina convencional não tem acesso aos paletes. Porta-paletes para transelevadores: Também otimiza o espaço útil, já que seu corredor é ainda menor que da empilhadeira trilateral. Em função de alturas superiores às estruturas convencionais, permite elevada densidade de carga com rapidez na movimentação. Possibilita o aproveitamento do espaço vertical e propicia segurança no manuseio do palete, automação e controle do FIFO Porta-paletes autoportante: Elimina a necessidade de construção de um edifício, previamente. Permite o aproveitamento do espaço vertical (em média, utiliza-se em torno de 30 m). O tempo de construção é menor e pode-se conseguir, também, redução no valor do investimento, uma vez que a estrutura de armazenagem vai ser utilizada como suporte do fechamento lateral e da cobertura, possibilitando uma maior distribuição de cargas no piso, traduzindo em economia nas fundações. Porta-paletes deslizante: Sua principal característica é a pequena área destinada à circulação. O palete fica mais protegido, pois quando não se está movimentando, a estrutura APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 50 fica na forma de um blocado. Muito utilizado em espaços extremamente restritos para armazenagem de produtos de baixo giro e alto valor agregado. Apresenta, como vantagem, alta densidade. Estrutura tipo Drive-trough: Possui alta densidade de armazenagem de cargas iguais e propicia grande aproveitamento volumétrico para os armazéns. Este sistema deve ser utilizado preferencialmente quando o sistema de inventário obrigue a adoção do tipo FIFO (first in, first out primeiro a entrar, primeiro a sair). Semelhante à estrutura tipo Drive-in, tem acesso também por trás, possibilitando corredores de armazenagem mais longos. Nos dois sistemas de Drive, quando os corredores de armazenagem são muito longos, a velocidade de movimentação diminui bastante, pois além de aumentar o espaço a ser percorrido pela empilhadeira, obriga o operador a voltar de ré (este último transtorno pode ser minimizado com a colocação de trilhos de guia junto ao solo). Estrutura tipo Drive-in: A principal característica do sistema drive-in é o aproveitamento do espaço, em função de existir somente corredor frontal, com a eliminação dos corredores. Como o drive-throug, é um porta-paletes utilizado basicamente quando a carga não é variada e pode ser paletizada, além de não haver a necessidade de alta seletividade ou velocidade. A alta densidade de armazenagem que o sistema oferece pode ser considerada o melhor aproveitamento volumétrico de um armazém. Como resultado, obtêm-se a estrutura com o menor custo por metro quadrado, levando em consideração a eliminação da necessidade de expansões em armazéns já existentes. Deve ser utilizado preferencialmente quando o sistema de inventário for do tipo LIFO (last in, first out último a entrar, primeiro a sair). Sua utilização torna-se necessária quando é preciso alta densidade de estocagem. Composta por pórticos e braços que sustentam trilhos destinados a suportar os paletes, exige paletes uniformes e mais resistentes. Uniformes porque à distância entre os trilhos é fixa e resistentes porque serão apoiados apenas pelas bordas. Esse tipo de estrutura não deve ultrapassar os 12 m. Estrutura dinâmica: A principal característica é a rotação automática de estoques, permitindo a utilização do sistema FIFO pois, pela sua configuração, o palete é colocado em uma das extremidades do túnel e desliza até a outra por uma pista de roletes com redutores de velocidade, para manter o palete em uma velocidade constante. Permite grande concentração de carga, pois necessita de somente dois corredores, um para abastecimento e outro para retirada do palete. É empregada, principalmente, para estocagem de produtos alimentícios, com controle de validade, e cargas paletizadas. Neste sistema, o palete é colocado pela empilhadeira num trilho inclinado com roletes e desliza até a outra extremidade, onde existe um caras, mas muito utilizada na indústria de alimentos, para ander aos prazos de validade dos produtos perecíveis. Estrutura tipo Cantilever: Permite boa seletividade e velocidade de armazenagem. Sistema perfeito para armazenagem de peças de grande comprimento. É destinada às cargas armazenadas, pela lateral, preferencialmente por empilhadeiras, como: madeiras, barras, tubos, trefilados, pranchas, etc. De preço elevado é composta por colunas centrais e braços em balanço para suporte das cargas, formando um tipo de árvore metálica. Em alguns casos, pode ser substituída por estrutura com cantoneiras perfuradas, montadas no sentido vertical e horizontal, formando quadros de casulos e possibilitando armazenar os mais variados tipos de perfis pela parte frontal. Esse outro tipo de estrutura é extremamente mais barato, porém exige carregamento e descarregamento manual, tornando a movimentação mais morosa que a da estrutura tipo Cantilever, onde se movimenta vários perfis de uma só vez. Estrutura tipo Push-Back: Sistema utilizado para armazenagem de paletes semelhante ao drive-in, porém, com inúmerasvantagens, principalmente relacionadas à operação, permitindo uma seletividade maior em função de permitir o acesso a qualquer nível de armazenagem. Neste sistema, a vários níveis, permitindo a armazenagem de até quatro paletes na profundidade. Também conhecida por Glide In - Gravity feed, Push Back alimentado por gravidade, empurra e volta), é insuperável em produtividade de movimentação, densidade de armazenagem e economia total de armazenagem de cargas diferentes. Esta é uma opção para o aumento da densidade de armazenagem sem a necessidade de investimentos em equipamentos de movimentação, pois os paletes ficam sempre posicionados nos corredores com fácil acesso, isto é, qualquer nível é completamente acessado sem a necessidade de descarregar o nível inferior. A utilização dos perfis de aço laminados estruturais é absolutamente necessária para garantir o perfeito funcionamento de trilhos, carros e rodízios dos sistemas. Com o aumento da ocupação volumétrica da fábrica (relação entre o volume total do armazém e o volume da carga estocada), podem-se listar como benefícios a obtenção de maior produtividade operacional (itens movimentados por homem- hora), maior agilidade no fluxo de materiais, maior organização dos estoques, maior produtividade nas operações de inventário e a utilização do LIFO (Last i - First out) nas operações de transferências entre Centro de Distribuição e lojas ou depósitos. Estrutura tipo Flow-rack: Sistema indicado para pequenos volumes e grande rotatividade, onde se faz necessário o picking, facilitando a separação de materiais e permitindo naturalmente o princípio FIFO Neste sistema, o produto é colocado num plano inclinado com trilhos que possuem pequenos rodízios deslizando, assim, por gravidade, contenção do mesmo. É usada com movimentações manuais e mantém, sempre, uma caixa à disposição do usuário, facilitando, assim, o picking, ou seja, a montagem de um pedido, como se fosse um supermercado. Como elas precisam ser de pouca altura, pois são usadas manualmente, é bastante comum montá-las na parte inferior de uma estrutura porta- paletes convencional, no intuito de usar a parte superior para estocagem do mesmo produto, em paletes, simulando, assim, um atacado na parte superior e um varejo na parte inferior. Estante: Sistema estático para a estocagem de itens de pequeno tamanho que podem ter acessórios, como divisores, retentores, gavetas e painéis laterais e de fundo. Possibilita a montagem de mais de um nível, com pisos intermediários. São adequadas para armazenar itens leves, manuseáveis sem a ajuda de qualquer equipamento e com volume máximo de 0,5 m3. Estante de grande comprimento: Utilizada, basicamente, para cargas leves que possuem um tamanho relativamente grande para ser colocado nas estantes convencionais. É um produto intermediário entre as estantes e os porta-paletes. Técnicas de Armazenagem Na Administração de Materiais. As principais técnicas de armazenagem são: APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 51 Carga unitária; Caixas ou gavetas Prateleiras Raques Empilhamento Container flexível CARGA UNITÁRIA: Carga constituída de embalagens de transporte que arranjam ou acondicionam uma certa quantidade de material para possibilitar o seu manuseio, transporte e armazenamento como se fosse uma unidade. É feita através de pallets. Pallet é um estrado de madeira padronizado de diversas dimensões. Proporciona economia de tempo e esforço, menor mão-de-obra e área de armazenagem CAIXAS OU GAVETAS: Ideal para materiais de pequenas dimensões como pregos, arruelas, parafusos etc. Para materiais em processamento, semiacabados ou acabados. Os tamanhos e materiais utilizados serão variados em função das necessidades específicas de cada atividade. Podem ser metálicas, de madeira ou plástico. A empresa pode construir ou comprar. PRATELEIRAS: Destinada a materiais diversos (desde que as peças sejam pequenas e leves) e para o apoio de caixas e gavetas. Pode ser feita de materiais diversos. É a técnica de estocagem mais simples e econômica. Materiais de tamanho diverso. As prateleiras podem ser de madeira ou metal, pode ter vários tamanhos e dimensões. Os materiais devem ser identificados e visíveis RAQUES: Do inglês rack. São construídos para armazenar peças longas e estreitas, como barras, tubos e tiras. Os raques podem ser de madeira ou aço. Podem ser montados em rodízios, para facilitar o deslocamento. EMPILHAMENTO: Melhor aproveitamento do espaço vertical. As caixas ou pallets são empilhados uns sobre os outros obedecendo a uma distribuição equitativa de cargas. Reduz a necessidade de prateleiras. CONTÊINER FLEXÍVEL: Uma das técnicas mais recentes de estocagem, é uma espécie de saco feito com tecido resistente e borracha vulcanizada, com um revestimento interno conforme o uso. Realiza a estocagem e movimentação de líquidos e sólidos a granel. Movimentado por empilhadeira ou guincho. Sistemas de estocagem dos materiais Sistema de estocagem fixo (centralizado) Sistema de estocagem livre (descentralizado) Centralizado Estocagem em um único local Facilita o planejamento da produção, o inventário e o controle. Pode ocorrer desperdício de área de armazenamento Descentralizado Não existem locais fixos, estocagem junto aos pontos de utilização. A entrega e o inventário são mais rápidos, o trabalho com o fichário e documentação é menor Risco de possuir material perdido em estoque Questões 01. Com relação a recebimento e armazenagem de material, julgue os itens a seguir. No ato do recebimento, são realizadas obrigatoriamente duas conferências: uma dos materiais e outra da documentação. ( ) Certo ( ) Errado 02. Com relação a recebimento e armazenagem, julgue os próximos itens. A armazenagem por frequência é o critério mais indicado para se obter o aproveitamento mais eficiente do espaço. ( ) Certo ( ) Errado 03. A operação de apoio às atividades logísticas que é responsável pela administração do espaço necessário para manter estoques é a(o) (A) armazenagem (B) programação de produtos (C) obtenção (D) conteinerização (E) controle de qualidade Respostas 01. Certo. / 02. Errado / 03. A Arranjo físico Definir o arranjo físico é decidir onde colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção. O arranjo físico procura uma combinação ótima das instalações industriais e de tudo que concorre para a produção, dentro de um espaço disponível. Visa harmonizar e integrar equipamento, mão de obra, material, áreas de movimentação, estocagem, administração, mão de obra indireta, enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial. Ao se elaborar, portanto, o arranjo físico deve-se procurar a disposição que melhor conjugue os equipamentos com os homens e com as fases do processo ou serviços, de forma a permitir o máximo rendimento dos fatores de produção, através da menor distância e no menor tempo possível. Os Princípios do Arranjo Físico Para se conseguir os seus objetivos, o arranjo físico se utiliza dos seguintes princípios gerais, que devem ser obedecidos por todos os estudos. Integração: Os diversos elementos (fatores diretos e indiretos ligados a produção) devem estar integrados, pois a falha em qualquer um deles resultará numa ineficiência global. Todos os pequenos pormenores da empresa devem ser estudados, colocados em posições determinadas e dimensionados de forma adequada; como por exemplo, a posição dos bebedouros, saídas do pessoal, etc. Mínima Distância: O transporte nadaacrescenta ao produto ou serviço. Deve-se procurar uma maneira de reduzir ao mínimo as distâncias entre as operações para evitar esforços inúteis, confusões e custos. Obediência ao fluxo das operações: As disposições das áreas e locais de trabalho devem obedecer as exigências das operações de maneira que homens, materiais e equipamentos se movem em fluxo contínuo, organizado e de acordo com a sequência lógica do processo de manufatura ou serviço. Devem ser evitados cruzamentos e retornos que causam interferência e congestionamentos. Eliminar obstáculos a fim APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 52 de garantir melhores fluxos de materiais e sequência de trabalho dentro da empresa, reduzindo materiais sem processo mantendo-os contínuo movimento. Racionalização de espaço: Utilizar da melhor maneira o espaço e se possível as 3 dimensões. Satisfação e segurança: A satisfação e a segurança do homem são muito importantes. Um melhor aspecto das áreas de trabalho promove tanto a elevação da moram do trabalhador quanto a redução de riscos de acidentes. Flexibilidade: Este é um princípio que, notadamente na atual condição de avanço tecnológico, deve ser atentamente considerado pelo projetista de layout. São frequentes e rápidas as necessidades de mudança do projeto do produto, mudanças de métodos e sistemas de trabalho. A falta de atenção a essas alterações pode levar uma empresa ao obsoletismo. No projeto do layout deve-se considerar que as condições vão mudar e que o mesmo deve ser fácil de mudar e de se adaptar as novas condições. Os Tipos de Arranjo Físico34 Depois que o tipo de processo foi selecionado, o tipo básico de arranjo físico deve ser definido. O tipo de arranjo físico é a forma geral do arranjo de recursos produtivos da operação e é em grande parte determinado pelo tipo de produto, tipo de processo de produção e volume de produção. Existem quatro tipos básicos de arranjo físico dos quais a maioria dos arranjos se derivam: - arranjo posicional ou por posição fixa - arranjo funcional ou por processo - arranjo linear ou por produto - arranjo de grupo ou celular - arranjo posicional ou por posição fixa Quem sofre o processamento fica estacionado, enquanto que equipamento, maquinário, instalações e pessoas movem-se em torno deste produto em processo. Isso é, os produtos ficam parados enquanto os funcionários se movem ao redor deles. Ex.: construção de avião; Construção de uma rodovia; Cirurgia de coração aberto Estaleiro; Manutenção de computador de grande porte; Fábrica de aviões, navios e construção civil. - arranjo funcional ou por processo Processos similares ou com necessidades similares são localizados juntos. Os produtos percorrem o roteiro de acordo com suas necessidades. Apresenta alto grau de complexidade. Ex.: estampagem de camisetas; oficinas de usinagem, bibliotecas, supermercados. - arranjo linear ou por produto Cada produto, elemento de informação ou cliente segue um roteiro pré- definido o qual a sequência dos processos foram arranjados fisicamente. Ex.: montagem de automóveis. - arranjo de grupo ou celular O arranjo físico do tipo celular procura unir as vantagens do arranjo físico por processo, com as vantagens do arranjo físico por produto. A célula de manufatura consiste em arranjar em um só local, conhecido como célula, máquinas diferentes que possam fabricar o produto inteiro. O material se desloca dentro da célula buscando os processos necessários, porém o deslocamento ocorre em linha. Dessa forma, máquinas são 34 Fonte: Slack, Chambers e Johnston, 2002. agrupadas em células e estas são formadas para produzir uma família de peças, que exijam as mesmas máquinas e têm configurações similares. Alguns gerentes de produção que se referem ao arranjo celular Arranjos físicos do tipo celular podem ser encontrados em vários tipos de organizações, não se restringindo apenas à área industrial. Os exemplos a seguir se referem a diversas aplicações do arranjo celular: Ex.: Lanchonete de supermercado, Shopping de lojas de fábrica, Feiras e exposições etc... Vantagens: reduzidos; Ex.: maternidade em um hospital Vantagens e desvantagens dos layouts Layout Vantagens Desvantagens Posicional Flexibilidade de mix Produto não movido Variedade de tarefas Custo unitário alto Programação de espaços e atividades complexa Movimentação de equipamentos e mão-de-obra Funcional Flexibilidade de mix Boa reação no caso de paradas para manutenção Supervisão facilitada Baixa utilização de recursos Estoques elevados Fluxo complexo Celular Flexibilidade de mix Lead-time baixo Trabalho em grupo Reconfiguração de equipamentos (custos) Pode requerer capacidade adicional Pode reduzir utilização dos recursos Por Produto Baixo custo unitário Especialização de equipamento Fluxo continuado Baixa flexibilidade de mix Trabalho repetitivo Susceptível a paradas para manutenção Questões 01. O arranjo físico ou layout tem por objetivo principal: (A) proporcionar facilidade de avaliação nas mudanças de pessoal. (B) tornar mais eficientes os fluxos de trabalho, viabilizando mobilidade e ergonomia às pessoas. (C) garantir isolamento entre os diversos setores da empresa. (D) reduzir os conflitos no ambiente de trabalho e os custos com decoração. 02. São considerados tipos básicos de arranjo físico, exceto: (A) Arranjo por posição fixa. (B) Arranjo por posição móvel. (C) Arranjo por processo. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 53 (D) Arranjo por produto. (E) Arranjo celular. 03. A literatura aponta 4 tipos básicos de arranjo físico. No caso da construção de uma rodovia ou no caso de um estaleiro, o tipo básico de arranjo físico mais apropriado é o (A) por produto (B) por processo (C) celular (D) just in time (E) posicional Respostas 01. B. / 02. B / 03. E DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS Para BALLOU (1993)35, a Distribuição Física é o ramo da Logística que trata da movimentação, estocagem e processamento de pedidos dos produtos finais de uma empresa. O seu planejamento busca garantir a disponibilidade dos produtos requeridos pelo cliente a um custo razoável. Para alcançar tal objetivo, deve-se conhecer, fundamentalmente, a natureza do produto movimentado, o padrão de sua demanda, as exigências de nível de serviço e os diversos custos que compõem a sua distribuição física. Distribuição física se preocupa principalmente com os materiais que são adquiridos ou produzidos para venda. A distribuição física deve se preocupar com dois mercados: Usuários finais e intermediários. Usuários finais são os consumidores que compram os produtos para satisfazer suas necessidades. Os intermediários são aqueles que adquirem seus produtos, mas não o consomem, e sim os processa e revende aos consumidores finais. São todos aqueles envolvidos que, de alguma forma, colabora para que o produto saia do produtor e chegue ao consumidor final. Em um canal de distribuição, a Distribuição se dá desta forma: 35 Logística de distribuição. Disponível em: http://201.62.79.63/ftp/programas/Unidades/apostilas/Cursos_apostilas- pdf/LogisticadeDistribuicao/LOGISTICA_DISTRIBUICAO.pdf Um exemplo: Leite Produtor: são os fazendeiros que criam vacas leiteiras e fornecem leite para algum laticínio. Intermediário 1: laticínio que coleta o leite dos produtores e processa-o produzindo o leiteUHT, o queijo a manteiga e outros derivados. Intermediário 2: o intermediário 2 é aquele que compra os produtos do laticínio e revende, em grandes quantidades a alguns estabelecimentos. Intermediário 3: este seria o intermediário 3 é aquele que compra os produtos do laticínio que está disponível nos estabelecimentos, e, posteriormente revende aos seus clientes. Consumidor final: são os clientes daquele supermercado ou padaria que compram e consomem os produtos do laticínio. Canal de distribuição é aquele que se preocupa para que esse Fluxo de informações e produtos entre produtor, intermediários e consumidor final seja eficaz. Canal de distribuição é aquele que se preocupa para que esse Fluxo de informações e produtos entre produtor, intermediários e consumidor final seja eficaz Para a distribuição física deve-se considerar: Estratégias de Estoque: Estratégias de Transporte: Estratégia de Localização: s de fornecimento; Há diversas variáveis a serem consideradas, que em inúmeros casos, deve-se simplificá-las ou até desconsiderá-las, a fim de se definir uma boa solução. Dispondo desses conhecimentos, um profissional de logística estabelece uma estratégia de distribuição física do produto que certamente está calcada nas três formas básicas apresentadas por BALLOU [1993]. São elas: produção e A essência da estratégia de distribuição física é selecionar a forma que produz o mais baixo custo total ou, alternativamente, o máximo lucro. A forma selecionada decide, então, questões de localização de instalações, de transporte e estoques BALLOU[2001]. Todas as questões a serem decididas numa estratégia de distribuição física podem torná-la um problema muito complexo. 4.4 Distribuição de materiais. 4.4.1 Características das modalidades de transporte. 4.4.2 Estrutura para distribuição. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 54 Modalidades de distribuição Distribuição extensiva: É usada quando o a empresa pretende alcançar um grande número de pontos de vendas. Para isso ela utiliza o canal de distribuição longo. Essa modalidade é viável somente quando a empresa conta com vários vendedores e possui uma organização comercial eficiente. Vantagem: atinge um número maior de consumidores. Desvantagem: possui um elevado custo para empresa, além de correr risco de perder o controle sobre a distribuição. Distribuição exclusiva: É quando a distribuição de um produto em determinado território é concedida a uma única distribuidora, que por sua vez também não pode vender produtos similares. Esta modalidade é bastante usada por pequenas e médias empresas, pelo fato de não possuírem conhecimento do seu público-alvo. As franquias são exemplos desta modalidade. Nas franquias tudo é feito perante contrato. O franqueador concede a uma empresa o direito de usar a sua marca, com a condição de que pague um valor mensal ou anual, de acordo com o que for estabelecido em contrato. Este valor chama-se royalties. Vantagem: oferece a empresa um maior controle sobre a distribuição da sua empresa. Impede a venda de produtos similares pelo distribuidor, deixando-o limitado a sua empresa. Ao passo que isso é uma vantagem ao fabricante, é uma desvantagem ao distribuidor. Desvantagem: falta de informação sobre os consumidores locais. Exige altos investimentos para realizar alguns controles, levando as empresas, muitas vezes a transferir estas atividades a um terceiro, se distanciando ainda mais dos consumidores finais. Distribuição seletiva: Ela conta com um número menor de distribuidores. Esses distribuidores possuem cotas de vendas, e geralmente possuem exclusividade de venda em determinado território. Os distribuidores são escolhidos de acordo com sua localização e posicionamento. Esta modalidade tem abrangência maior do que a distribuição exclusiva. E diferente da Distribuição extensiva, ela permite obter um maior controle dos distribuidores, sem contar que os custos são menores. Distribuição Intensiva: Ela serve de complemento à distribuição extensiva e seletiva quando se precisa da concentração de esforços e recursos num canal de distribuição em um determinado momento. Canal de distribuição Canal de distribuição é o conjunto de pessoas ou empresas que buscam facilitar a movimentação dos produtos desde o produtor até o consumidor final. Entre o produtor e o consumidor final haverá algumas entidades, que se chamam intermediários. Os tipos de canais de distribuição são definidos de acordo com o número de intermediários existente no canal de distribuição. Tipos de Canais de Distribuição Canal direto: Neste canal o contato do produtor com o consumidor final é direto. Ou seja, não há intermediários. Este canal faz com que exista uma maior proximidade entre produtor e consumidor final, conhecendo o mercado. Porém ele não permite que o produtor distribua por lugares mais dispersos. Canal curto: Neste canal o produtor vende seu produto diretamente às lojas, que revenderá aos consumidores finais. Ou seja, aqui há somente um intermediário. Pode-se dizer que neste canal não há atacadistas, que correspondem ao Intermediário 1. Há uma melhor possibilidade de mercado neste canal, porem seus intermediários, mesmo sendo poucos, podem fazer com que a empresa fique dependente dele. Canal Longo: Este canal possui os dois intermediários, ou até mais. Ele geralmente é usado quando se trabalha com produtos que possuem grande consumo e necessitam de abastecimento frequente. Eles possuem amplo alcance geográfico, porém o controle de seu canal é mais complexo. Estrutura dos canais de distribuição A maneira como os canais de distribuição estão organizados, a forma como se dá o relacionamento entre os intermediários é o que caracteriza a estrutura de um canal de distribuição. As estruturas podem ser: Sistemas convencionais: Este sistema ocorre quando o produtor e os intermediários possuem interesses próprios, objetivos individualizados, onde cada qual almeja seu lucro. Ele possui uma grande flexibilidade para troca de intermediários. Integração vertical: Nesta estrutura os produtores e intermediários atuam como um todo. O canal é gerenciado por um único componente, podendo dizer que nesta estrutura a gestão é centralizada. Integração horizontal: É quando mais de uma empresa realizam uma união, para juntarem recursos para criação de uma nova empresa, ou mesmo por um vínculo contratual. Sistema multicanal: É o que acontece quando a empresa utiliza mais de um tipo de canal de distribuição. Ela pode usar o canal de distribuição longo, contando com alguns intermediários para que seu produto chegue ao consumidor final, e ao mesmo tempo contar com um canal curto, onde ela mesma efetua a venda de seus produtos em uma loja dentro da fábrica, por exemplo. Custos na Distribuição Para finalizar, são apresentados os passos para redução dos custos do sistema de distribuição física, problema presente em todas empresas. Os procedimentos a seguir, de autoria de Kobayashi (2000 p. 43), são para reduzir custos com logística: PASSO 1: Verificação das condições pedidas (diretoria, por exemplo); PASSO 2: Análise detalhada dos custos de distribuição física e dos custos externos; produtos. PASSO 3: Determinação das causas dos custos e análise da situação causas de origem dos custos; PASSO 4: Compreensão dos problemas e estudo das propostas de melhoramento o e elaboração das contramedidas. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 55PASSO 5: Estimação dos resultados obtidos através do melhoramento e fichário da intervenção de melhoramento; PASSO 6: Realização, implementação e follow-up (este termo significa o acompanhamento de um processo após a execução da etapa inicial) -up. Questões 01. O pronto-atendimento aos clientes por parte das empresas, refere-se ao processo de A) distribuição física. B) compra e venda. 02. Com o aumento o número de depósitos, ou centros de distribuição, em uma rede de distribuição ocorre: (A) Aumento do time to marketing. (B) Redução no custo do estoque. (C) Redução do custo de transporte. (D) Redução do time to marketing. (E) Aumento do custo de transporte. 03. A respeito de transporte e distribuição de materiais, julgue os seguintes itens. Agentes e representantes comissionados podem compor um método de distribuição. ( ) Certo ( ) Errado Respostas 01. A / 02. C / 03. CARACTERÍSTICAS DAS MODALIDADES DE TRANSPORTE Como é sabido dos estudiosos em Administração36, uma organização que necessite de algum meio de transporte para defender seus objetivos, deve tratá-lo da mesma forma que trata a compra de qualquer outra mercadoria: tomando como base a qualidade, o preço e o serviço. Deve, pois, transportar seus produtos por meios que garantam pronta entrega, com um mínimo de extravio ou dano à carga, que tenha disposição para cooperar em caso de eventuais modificações, que cometa o mínimo de erro no faturamento e assim por diante. Para tanto, o administrador deve saber o seguinte sobre os possíveis meios de transporte que poderá contratar: TRANSPORTE RODOVIÁRIO: Rodovia: via onde o veículo roda sobre uma superfície comum. 36 http://www.administradores.com.br/mobile/artigos/tecnologia/a- importancia-dos-meios-de-transportes-para-a-logistica-empresarial/54021/. Vantagens Desvantagens Capacidade de tráfego por qualquer rodovia. (Flexibilidade). Limite do tamanho da carga/veículo Usado em qualquer tipo de carga Alto custo de operação. Agilidade no transporte. Alto risco de roubo/acidentes. Não necessita de entrepostos especializados. Vias com gargalos gerando gastos extras e maior tempo para entrega. Amplamente disponível. O modal mais poluidor que há. Elimina manuseio entre origem e destino. Alto valor de transporte. Tem se adaptado a outros modais. Fácil contratação e gerenciamento Quando usar o Modal Rodoviário? Mercadorias perecíveis, mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais, quando o tempo de trânsito for valor agregado. Adaptabilidade: Reboques que podem trafegar sobre trilhos e rodovias. Complementa outros modais. Flexibilidade nos tipos de reboque. Extensíveis. AQUAVIÁRIO É o que se dá através da água podendo ser por mar, rios e lagos. Mar = Marítimo Rio = Fluvial Lagos = Lacustre Cabotagem = transporte dentro do país, entre portos locais Longo curso = transportes entre diferentes países e/ou continentes Para conhecimento: Proa = frente Popa = ré Estibordo = lateral esquerda (boreste) Bombordo = lateral direita (port side) OBS: olhando se o navio de frente, da proa para a popa). O transporte marítimo é a maneira mais barata, e geralmente mais lenta, de remeter qualquer mercadoria - particularmente em grandes cargueiros. Esse transporte é preferido para grandes cargas e grandes distâncias, sobretudo intercontinentais, por garantir uma ótima flexibilidade de rotas na maioria do percurso. A navegação de cabotagem, que é feita em rios ou costa marítima, é razoavelmente utilizada no contexto brasileiro. É mais lenta porém mais barata que o transporte aéreo, rodoviário ou ferroviário na maioria dos casos. São utilizados pequenos cargueiros e balsas. O sucesso desta navegação depende das condições geográficas da região a ser atendida e do tamanho e condições de navegação da costa marítima visada. BALLOU, Ronald H.; Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física; tradução Hugo T. Y. Yoshizaki. - São Paulo: Atlas, 1993; APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 56 A importância desse meio de transporte é tão considerada que o homem chega mesmo a desafiar a natureza, como acontece no canal do Panamá, América Central, onde o relevo acidentado deu lugar a uma passagem para navios através de comportas e tanques d'água elevadiços. Já o Canal de Suez, no Egito, é tão importante para o mundo que se fosse fechado , provocaria uma forte crise de petróleo no mundo, tendo em vista que ele está localizado em um ponto estratégico, ou seja, na região do Oriente Médio. TRANSPORTE AQUAVIÁRIO: Vantagens Desvantagens Transporte de grandes distâncias Depende de vias apropriadas. Transporte de grandes volumes É de gerenciamento complexo, exigindo muitos documentos Mercadoria de baixo valor agregado. . Depende de terminais especializados Transporte oceânico. . Tempo de trânsito longo Frete de custo relativamente baixo Quando usar o transporte Aquaviário? Grandes volumes de carga. Grandes distâncias a transportar. Trajetos exclusivos (não há vias para outros modais). Tempo de trânsito não é importante. Encontra-se uma redução de custo de frete. FERROVIÁRIO Ferrovia: via onde o veículo roda sobre uma superfície de ferro. Transporte ferroviário: Alta eficiência energética. Tráfego limitado aos trilhos. Grandes quantidades transportadas. Sistemas de bitolas inconsistentes. Inexistência de pedágios. Malha ferroviária insuficiente. Baixíssimo nível de acidentes. Malha ferroviária sucateada Melhores condições de segurança da carga. Necessita de entrepostos especializados. Menor poluição do meio ambiente. Nem sempre chega no destino final, dependendo de outros modais. Pouca flexibilidade de equipamentos. Quando usar o modal ferroviário? Grandes volumes de cargas. Grandes distâncias a transportar (800 Km). Trajetos exclusivos (não há vias para outros modais) Veículos ferroviários: Locomotivas e vagões. (tanques, roadtrailer, flat car) AÉREO Transporte aéreo é aquele realizado por aeronaves, dentro do país ou entre países. Transporte Aéreo Vantagens Desvantagens Transporte de grandes distâncias. Limite de volume e peso. Tempo de trânsito muito curto. Frete elevado. Seguro de transporte é muito baixo. Depende de terminais de acesso. Está próximo aos centros urbanos. Quando usar o transporte aéreo? Pequenos volumes de cargas. Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis. Grandes distâncias a transportar. Trajetos exclusivos. (Não há via para outros modais) Tempo de trânsito é muito importante. Aeronaves: Full pax = somente de passageiros. Full cargo = somente de cargas. Combi = misto de carga e passageiros. DUTOVIÁRIO Dutos: tubulações especialmente desenvolvidas e construídas para transportar produtos a granel por distâncias especialmente longas. Transporte Dutoviário: Vantagens Desvantagens Transporte de grandes distâncias. Acidentes ambientais de grandes proporções Transporte de volumes granéis muito elevados. Investimento inicial elevado. Simplificação de carga e descarga. Custo fixo elevado. Menor possibilidade de perda e roubo. Requer mais licenças ambientais. Baixo consumo de energia. Baixos custos operacionais Alta confiabilidade. Tipos dedutos: Subterrâneos Aparentes Submarinos Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel. Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático. Gasodutos = gás natural. Questões 01. Na Logística, existem vários meios de transportes. Quais são eles? (A) Transporte rodoviário e ferroviário. (B) Transporte rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviário e aéreo (C) Transporte rodoviário, ferroviário e aéreo. (D) Transporte rodoviário e aéreo. (E) Transporte rodoviário, hidroviário e aéreo. 02. As empresas podem optar por diversos meios de transporte para fazer escoar seus produtos até seus clientes. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 57 Nesse sentido, afirma-se que o transporte (A) por rodovias é mais caro e demorado. (B) por trem possui custo elevado para grandes quantidades. (C) marítimo é rápido, mas possui custo elevado. (D) eletrônico está disponível para qualquer tipo de produto. (E) aéreo possui custo elevado, porém é o mais rápido para grandes distâncias. 03. O modal de transporte mais utilizado no Brasil é o (A) ferroviário (B) marítimo (C) aéreo (D) rodoviário (E) dutoviário 04. Dentre os modais de transporte se encontra o ferroviário. A ferrovia é basicamente: (A) um transportador de longo curso e um movimentador rápido de matéria-prima e de produtos em processo de baixo valor e prefere mover embarques de carregamento completo. (B) um transportador de pequeno curso e um movimentador lento de matéria- prima e de produtos manufaturados de baixo valor e prefere mover embarques de carregamento em processamento. (C) um transportador de longo curso e um movimentador lento de matéria-prima e de produtos manufaturados de baixo valor e prefere mover embarques de carregamento completo. (D) um transportador de longo curso e um movimentador lento de materiais em processo e de produtos manufaturados de médio valor e prefere mover embarques de carregamento completo. Respostas 01. B / 02. E / 03. D / 04. C Prezado candidato(a), ressaltamos que a fim de privilegiar o seu estudo, reordenaremos os tópicos seguintes. Gestão Patrimonial Patrimônio -Conceitos: Patrimônio Público é o conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis, onerados ou não, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou represente um fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público e suas obrigações. São ainda, todos os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico (Art. 1º, § 1º, Lei 4.717/65). pessoa física ou jurídica que possa ser avaliado monetariamente que seja utilizado na consecução de seus Ex.: prédios, terrenos, equipamentos, veículos, etc. - Trata da sequência de operações que, assim como a administração dos recursos materiais, tem início na identificação do fornecedor, passando pela compra e recebimento do bem, para depois lidar com sua conservação, manutenção ou mesmo alienação. ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO A Administração ou Gestão Patrimonial compreende um conjunto de processos, metodologias e metas para o correto controle e administração do patrimônio, envolvendo uma fase importante que deve ser ressaltada: a CONSCIENTIZAÇÃO dos usuários sobre a importância na preservação dos bens públicos. A Organização de um serviço eficiente na administração patrimonial, além de dar à Administração uma grande margem de segurança em defesa da idoneidade administrativa, constitui também exigência legal constante no art. 106 da Lei Federal nº 4.320/64. A gestão dos bens do patrimônio da Administração Pública, com fundamento nas classificações que dividem os bens públicos entre bens móveis e imóveis e entre bens consumíveis e não consumíveis pode ser subdividas em gestão do patrimônio imobiliário, gestão do patrimônio mobiliário e gestão do patrimônio mobiliário consumível, também conhecido por suprimentos. Tais bens variam de pequenos a grandes vultos financeiros, constituindo numa importante e difícil tarefa na administração de material, pois suas atividades são executadas em diferentes locais por órgãos e repartições diversos, o que torna difícil sua fiscalização. Importante destacar que a vulnerabilidade aos desvios do patrimônio público para outros fins que não o público, ou mesmo as perdas e danos que possam ocorrer, pode levar o responsável a uma posição difícil perante a sociedade, pois não terá condições de apresentar provas concretas de haver cumprido com dignidade o compromisso de bem gerir os bens, serviços e interesses da comunidade. Portanto, ao controlar é imprescindível ter em mente pelo menos as seguintes informações: a) a destinação dada aos materiais; b) seu custo unitário; c) a quantidade distribuída; d) as últimas aquisições. A inobservância dessas informações poderá incorrer em grandes transtornos, pois implica diretamente na falta de controle. Portanto, promover a organização de forma eficaz e eficiente do setor de patrimônio é responsabilidade direta do administrador, logo, a Gestão Patrimonial, necessita ter à frente, um profissional capacitado, interessado, responsável e com conhecimento dos principais pontos da legislação que regulamenta sua respectiva a área de atuação. Compete ao setor responsável pela gestão patrimonial, o controle e o acompanhamento das atividades inerentes à gestão do patrimônio de forma sistêmica e integrada em todas as unidades administrativas. 4.5 Gestão patrimonial. 4.5.1 Tombamento de bens. 4.5.2 Controle de bens. 4.5.3 Inventário. 4.5.4 Alienação de bens. 4.5.5 Alterações e baixa de bens. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 58 Ciclo da administração de recursos patrimoniais Início das operações: 1 identificação do fornecedor 2 compra do bem 3 recebimento do bem 4 registro do patrimônio 5 conservação, manutenção ou alienação - Os recursos materiais e patrimoniais são geridos separadamente por causa de sua complexidade. Por exemplo, administrar os materiais de limpeza não poderia exigir a mesma complexidade de administrar as máquinas utilizadas na produção. Recursos patrimoniais são instalações, utilizadas nas operações do dia-a-dia da empresa, mas que são adquiridas esporadicamente. Prédios, equipamentos e veículos da empresa podem ser classificados como recursos matrimoniais. Dependendo do porte da empresa, poderá estar constantemente adquirindo e vendendo bens patrimoniais. De acordo com a sua complexidade, prazos de fabricação ou construção, os bens patrimoniais são classificados em equipamentos ou então em prédios, terrenos e jazidas. Equipamentos são, por exemplo, máquinas operatrizes, caldeiras, reatores, pontes rolantes, ferramentas especiais, veículos, computadores e móveis. Já dentro da classificação de prédios, terrenos e jazidas, como o próprio nome diz, entram edifícios e instalações prediais em geral, terrenos e jazidas. A organização para a aquisição de bens, como uma nova instalação industrial, é bem diferente da utilizada para comprar equipamentos mais similares como um fundido para ser usinado. Adquirir bens envolve muito mais recursos, é extremamente particular, com projetos e tecnologias específicas, e é feito muito esporadicamente (às vezes, uma única vez). Já no caso do fundido, que é comprado, por exemplo, duas vezes por mês, há muito mais rotinas, padrões e experiência. A aquisição de bens patrimoniais ou empreendimentos, como eles também são conhecidos como umabarragem, um novo prédio a ser construído ou uma nova fábrica , é um campo bastante específico na administração. BENS PÚBLICOS São as coisas materiais ou imateriais que possuem valor econômico, que pode ser avaliado em dinheiro, que satisfaça as necessidades públicas, pertencentes às pessoas jurídicas de direito público, políticas, a União, aos Estados e Municípios. Classificação dos bens O art. 99 do Código Civil classifica os bens como: - Bens públicos de uso comum do povo (domínio do povo): são os que embora pertencentes às pessoa jurídica de direito público interno, podem ser utilizados, sem restrição e gratuitamente, por todos, sem necessidade de qualquer permissão especial, ou seja, são bens destinados ao uso da comunidade, logo, não são contabilizados como Ativo, embora as obrigações decorrentes sejam incluídas no Passivo; não são inventariados ou avaliados; não podem ser alienados; são impenhoráveis e imprescritíveis; o uso pode ser oneroso ou gratuito; e estão excluídos do patrimônio (Ativo Permanente) do ente estatal. - Bens públicos de uso especial: são utilizados pelo próprio poder público, constituindo se por imóveis aplicados ao serviço ou estabelecimento federal, estadual ou municipal, ou seja, é o patrimônio administrativo, destinado à execução dos serviços públicos, como prédios onde funcionam tribunais, escolas públicas, secretarias, ministérios, etc; são os que têm uma destinação especial, logo, são contabilizados como Ativo; são inventariados e avaliados; são inalienáveis quando empregados no serviço público. Nos demais casos, são alienáveis, mas sempre nos casos e na forma que a lei estabelecer; e estão incluídos no patrimônio da entidade estatal. -Bens públicos dominicais: são os que compõem o patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios, como objeto do direito pessoal ou real dessas pessoas; abrangem bens móveis ou imóveis que integram o domínio público com características diferentes, pois podem ser utilizados em qualquer fim, inclusive para obtenção de renda. Ex. imóveis não utilizados, terras devolutas, bens móveis inservíveis. No mesmo Código, dos art. 79 a 84, os bens são distinguidos da seguinte forma: - Bens móveis: aqueles que, pela suas características e natureza, podem ser transportados sem perda de forma e valor, sendo classificados como materiais permanentes e equipamentos e que tenham no mínimo de dois anos de vida útil. - Bens imóveis: que correspondem aos terrenos e edificações. - Bens de Natureza Industrial: bens utilizados no funcionamento de estabelecimentos industriais. CONTROLE CLASSIFICAÇÃO E CONTROLE DOS BENS MÓVEIS Os bens móveis são agrupados em dois grandes grupos: material permanente ou material de consumo: - Material de Consumo aquele que, em razão de seu uso corrente e da definição da Lei nº 4.320/64, perde normalmente sua identidade física e/ou tem sua utilização limitada a dois anos; - Material Permanente aquele que, em razão do seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e /ou tem uma durabilidade superior a dois anos. Investimentos Ativo Permanente Todo e qualquer Ativo classificado no grupo do Ativo Permanente, tem como quesito fundamental a ideia de Ativo Fixo, isto é, não há intenção por parte da empresa de se desfazer dos mesmos. O Ativo Permanente se divide em três grupos distintos, a saber: a) Investimentos Neste subgrupo estão classificadas as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa. Como exemplo de ativos registrados neste subgrupo, temos: Participações Permanentes em Outras Sociedades Fundo de Investimentos da Amazônia - FINAM Fundo de Investimentos do Nordeste - FINOR Obras de Arte Terrenos e Imóveis para futura utilização e Imóveis para renda b) Imobilizado Neste subgrupo estão incluídos todos os bens de permanência duradoura, destinados ao funcionamento normal da sociedade e do seu empreendimento, assim como os direitos exercidos com essa finalidade. Os itens classificados na categoria de Ativo Imobilizado incluem: Bens tangíveis - São os bens que têm um corpo físico, tais como terrenos, obras civis, máquinas, móveis, veículos, equipamentos de processamento eletrônico de dados, APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 59 benfeitorias em propriedades arrendadas, direitos sobre os recursos naturais, etc. Bens intangíveis - Seus valores residem não em qualquer propriedade física, mas nos de propriedade que são legalmente conferidos aos seus possuidores, tais como patentes, direitos autorais, marcas etc. Ainda temos neste subgrupo as contas retificadoras destes ativos que são: Depreciação - Quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. Amortização - Quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. Exaustão - Quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. c) Diferido O Ativo Diferido faz parte, juntamente com os Investimentos e o Ativo Imobilizado, do Ativo Permanente, e não deve ser confundido com as Despesas Pagas Antecipadamente, que são classificadas à parte no Ativo Circulante ou no Realizável a Longo Prazo. Os ativos diferidos caracterizam-se por serem ativos intangíveis, que serão amortizados por apropriação às despesas operacionais, no período de tempo em que estiverem contribuindo para a formação do resultado da empresa. Compreendem, despesas incorridas durante o período de desenvolvimento, construção e implantação de projetos, anterior ao seu início de operação, aos quais tais despesas estão associadas, bem como as incorridas com pesquisas e desenvolvimento de produtos, com implantação de projetos mais amplos de sistemas e métodos, com reorganização da empresa e outras, desde que, sempre, haja razoável segurança de realização futura desses saldos diferidos através de receitas que venham cobrir os custos e despesas futuras e gerem margem para atender a amortização desses diferidos e a depreciação dos bens do imobilizado correspondentes. OBS: Quanto a administração de recursos materiais e patrimoniais: Material: designação genérica de móveis, equipamentos, componentes sobressalentes, acessórios, utensílios, veículos em geral, matérias primas e outros bens utilizados ou passíveis de utilização nas atividades da entidade; Material Permanente: de duração superior a dois anos, levando-se em consideração os aspectos de durabilidade, fragilidade, perecibilidade, incorporabilidade e transformabilidade. O material permanente terá a seguinte classificação: a) regular - quando estiver em perfeitas condições de uso, funcionamento e aproveitamento pela unidade detentora da carga; b) ocioso - quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado (formulário defasado); c) recuperável - quando o custo de sua recuperação não ultrapassar cinquenta por cento de seu valor de mercado; d) antieconômico - quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário, em virtude de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsolescência; e) irrecuperável - quando economicamente inconvenientesua recuperação (orçamento superior a 50% do seu valor) ou não mais puder ser utilizado por perda de suas características. Controle Patrimonial dos bens móveis A principal finalidade de um setor de controle patrimonial deve estar em fornecer materiais para os serviços em execução nas quantidades estritamente necessárias, sem descuidar da eficiência e eficácia. Assim para que a administração de materiais seja eficiente e eficaz, deve ser organizado de forma que possibilite atingir os seguintes objetivos: Aquisição pelo melhor preço primar pelo princípio da economicidade; Abastecer os setores nos desempenhos das atividades fornecer materiais necessários, mediante requisição, primando pela continuidade nos serviços prestados; Racionalizar o uso evitar desperdícios; Manter o controle integral manter organizado controle de estoque e fiscalizar de forma contínua, entradas e saídas de materiais, bem como seu consumo pelos setores. Nesse sentido, é necessário organizar o setor de controle patrimonial, permitindo a execução de atividades que permitam: - centralização de compras atribuindo a um único setor a competência para proceder as aquisições dos materiais, salvo àquelas de uso esporádico, adquiridas com recursos destinados às despesas de pronto pagamento. - controle de qualidade fiscalizando a entrega e observando as garantias; - controle físico manter estoque regular, evitando desperdícios e atrasos; - controle financeiro mantendo atualizada a seleção de fornecedores e registro de preços; - fiscalização contínua verificando o armazenamento e distribuição. É importante esclarecer que ainda que o controle patrimonial ou administração de materiais é de forma jurídica e contábil, logo, ainda que não haja um controle efetivo, o Patrimônio já existe de fato e de direito, cabendo à Administração a adoção de um Sistema de Administração de Materiais ou de Controle Patrimonial. Ademais, o controle dos materiais, além de ser uma exigência imposta pela Lei Federal 4.320/64, é uma ferramenta de gestão importantíssima, trata se de controle extra contábil, onde são registrados de forma individual cada unidade com seus respectivos bens e valores. Nesse contexto, pode se conceituar o controle patrimonial, como sendo uma atividade administrativa que visa à preservação e defesa dos bens patrimoniais de uma organização, em caráter permanente, a fim de acompanhar a posição físico financeira do ativo imobilizado de cada unidade administrativa, voltando se especialmente à verificação da localização, do estado de conservação, da utilização, dos prazos de garantia e manutenção. O controle Patrimonial de uma entidade inicia se com a entrada de um bem no acervo patrimonial da entidade, que se dá pela inclusão dos bens mediante: - compra; - cessão; APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 60 - doação; - permuta; - transferência e; - produção interna. Às atividades de controle compreendem: - tombamento e carga; - registro de bens; - guarda dos bens; - movimentação de bens; - preservação dos bens; - baixa dos bens; - incorporação e; - inventário de bens móveis. Para a organização física, deve se atentar para que todos os processos referentes às aquisições, movimentações e baixa dos respectivos bens, sejam encaminhados para o setor competente, para que este proceda, os registros pertinentes, de forma analítica por unidade administrativa, demonstrando a descrição do bem, a data e o valor de aquisição ou custo de fabricação, o número do processo, o documento fiscal e empenho que o originou, além de outras informações julgadas necessárias. Todos os bens móveis a serem incorporados ao patrimônio devem ser objetos de registro (tombamento), que consiste no arrolamento do bem, numerando o em forma sequencial, com a finalidade de identificá lo e colocá la sob a guarda e proteção dos agentes responsáveis. Os bens móveis devem ser resguardados por Termo de Responsabilidade, devidamente atualizado, no qual deverá constar no mínimo a descrição do bem, o tombamento, o valor e o agente responsável pela sua guarda. OPERAÇÃO PATRIMONIAL As operações patrimoniais consistem no registro de entrada, movimentações e saída de bens do acervo da instituição. A entrada de material permanente é denominada Tombamento. As alterações da localização de bens na instituição denominamos Movimentação, quando não há troca pela responsabilidade por sua guarda, ou Transferência, quando há a transferência de posse e guarda para um novo responsável realizada entre unidades gestoras. A saída do bem do acervo patrimonial é denominada Baixa, é sempre resultado de processo apropriado que a justifique e deve ser sempre autorizada pelo gestor da unidade. O registro patrimonial tem sua correspondência no balanço financeiro da instituição, representando recursos imobilizados. TOMBAMENTO Tombamento é o processo de inclusão (entrada) de um bem permanente no sistema de controle patrimonial na unidade gestora e, em alguns casos, no seu balanço contábil. Isso significa dizer que o bem que entra no acervo da instituição, apresentará igualmente um aporte de recursos no balanço patrimonial. Por interferir no balanço patrimonial, essa operação é atribuição exclusiva do responsável pelo controle patrimonial da Unidade. O tombamento deve ser realizado sempre no momento em que o bem entra fisicamente na instituição e envolve desde o lançamento dos bens no Sistema Patrimonial até a assinatura e arquivamento dos Termos de Responsabilidade. A modalidade do tombamento é escolhida conforme a documentação referente ao bem permanente, que indica a fonte de recursos e a origem física do bem. Questões 01. Os bens são aqueles elementos que podem ser transformados em dinheiro e que possuam algum valor econômico, ou seja, é tudo que possa ser suscetível de avaliação econômica e possa satisfazer as necessidades humanas. Assinale a alternativa que apresenta o tipo de bem expresso na figura. (A) Bens culturais (B) Bens tangíveis (C) Bens imóveis. (D) Bens móveis. (E) Bens intangíveis. 02. Uma das atividades mais importantes na administração dos recursos patrimoniais consiste em registrar e controlar os bens patrimoniais de uma repartição pública. Neste sentido, a importância do controle patrimonial tem correlação com: (A) o processo de assentamento, conservação e inventariamento do acervo de bens públicos e privados utilizados pelos usuários do serviço público. (B) o tombamento de todo e qualquer produto, equipamento, material ou acessório utilizado na prestação do serviço público. (C) o levantamento dos bens patrimoniais para conferência das condições de sua conservação e disponibilidade de uso, a cada final de mandato do gestor máximo da instituição. (D) a busca da melhor forma de gestão e utilização dos bens patrimoniais do órgão, para que haja a garantia de sua durabilidade, segurança, manutenção e conservação. (E) o adequado gerenciamento das rotinas de tombamento, transferência, movimentação, baixa e inventário dos bens permanentes e transitórios lançados na carga da repartição pública. 03. Para cada tipo de organização, há o predomínio de um tipo de recurso necessário ao desenvolvimento de suas atividades. Dentre eles, destacam-se os recursos materiais e patrimoniais, constituídos por (A) matérias-primas, instalações e equipamentos. (B) prédios, móveis e equipamentos. (C) matérias-primas, estoque de produtos acabados e materiais auxiliares. (D) matérias-primas, materiais auxiliares e produtos em processo. 04. Recursos patrimoniais constituem os elementosprimordiais para uma organização poder operar e produzir produtos e serviços que irão atender às demandas de mercado. Portanto, é importante a perfeita adequação e manutenção dos bens patrimoniais para o sucesso da organização. É considerado um recurso patrimonial intangível: APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 61 (A) Almoxarifado. (B) Computador. (C) Direito autoral. (D) Guindaste. (E) Veículo. Respostas 01. E / 02. D / 03. A / 04. C Inventário O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque e em processos, para comparar a quantidade física com os dados contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias que possam existir entre os valores contábeis - dos livros - e o que realmente existe em estoque. O inventário pode ser: O inventário geral é elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com a contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário rotativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada grupo de itens em determinados períodos. Na administração pública, o inventário apresenta a discriminação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de consumo) e valores de um patrimônio, em um determinado momento, visando atender a uma finalidade específica. É um instrumento de controle para verificação dos saldos de estoques nos almoxarifados e depósitos e da existência física dos bens em uso no órgão ou entidade, informando seu estado de conservação mantendo atualizados e conciliados os registros do sistema de administração patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as tomadas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularidades e providenciar as medidas cabíveis. Através do inventário pode-se confirmar a localização e atribuição da carga de cada material permanente, permitindo a atualização dos registros dos bens permanentes bem como o levantamento da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando a ocorrência de dano, extravio ou qualquer outra irregularidade; é possível verificar também as necessidades de manutenção e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens móveis, possibilitando maior racionalização e minimização de custos, bem como a correta fixação da plaqueta de identificação. Na Administração Pública, o inventário é entendido como o arrolamento dos direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito periodicamente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos valores que são registrados na contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos agentes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os diversos tipos de inventários são realizados por determinação de autoridade competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimônio e das unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor de carga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamente ou a qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública devem ser levantados não apenas por 37 Curso: EGEM Escola de Gestão Municipal Ministrante: Patrícia Vieira Martins - ADMINISTRAÇÃO E CONTROLE PARIMONIAL. Disponível em: < uma questão de rotina ou de disposição legal, mas também como medida de controle, tendo em vista que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa física, mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer danos; nela, o inventário é obrigatório, pois a legislação estabelece que o levantamento geral de bens móveis e imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964). A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais, bem como a responsabilidade dos setores em que se localizam tais bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário mediante verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para fins de atualização física e monetária e de controle, a época da inventariação será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob responsabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confirmação dos dados apresentados no Balanço Geral); e no início e término da gestão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no caso de bens móveis. Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históricos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constantes de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição. São tipos de Inventário da Administração Pública37: - Inventário de criação (ou inicial): quando criada uma nova unidade gestora, com o objetivo de relacionar os bens que ficarão sob a responsabilidade de seus administrados; - Inventário de verificação (ou eventual): realizado a qualquer tempo, com o objetivo de verificar qualquer bem ou conjunto de bens, por iniciativa do Setor de Patrimônio, das unidades de controle patrimonial ou a pedido de qualquer detentor de carga ou responsável. Também podem ser realizados com o intuito de apurar indícios de prejuízos ao órgão, decorrentes de desaparecimentos, mau uso, ou outros fatos danosos, como, por exemplo, os causados por negligência; - Inventário de transferência: realizado quando ocorrer mudança definitiva de titular do órgão ou do detentor de carga patrimonial; - Inventário de extinção ou transformação: realizado quando determinado órgão for extinto ou transformado em outro. No caso de extinção, esse inventário provocará o armazenamento dos bens patrimoniais em local específico a fim de poder ser utilizado, através de distribuição, por outros órgãos; - Inventário anual: realizado ao final de cada exercício financeiro (que coincide com o ano civil) por comissão de servidores (designada pelo ordenador de despesa do órgão) especialmente para esse fim, e visa comprovar a exatidão dos registros de controle de todo o patrimônio do órgão, demonstrando o acervo de cada detentor de carga de cada unidade gestora, o valor total do ano anterior e as variações patrimoniais ocorridas no exercício, elaborado de acordo com o Plano de Contas da Administração Pública. Dependendo do órgão, poderão ser adotados os inventários permanente, periódico e ainda serem utilizados os critérios de contagem por amostragem, que é o mais comum. http://eventos.fecam.org.br/arquivosbd/paginas/1/0.751859001352226984_ apostila_egem.pdf>. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 62 Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica vedada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal à Comissão de Inventário de Bens. Nas fases do inventário, dois pontos devem ser destacados sobre as suas fases: o levantamento pode ser físico e/ou contábil: Levantamento físico, material - ou de fato - é o levantamento efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos componentes patrimoniais. Levantamento contábil é o realizado pelo apanhado de elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O simples arrolamento não interessa para a contabilidade se não for completado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrolamento serve apenas para controle da existência dos componentes patrimoniais. O inventário é dividido em três fases: Levantamento: compreendea coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação, agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das características e quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento pode apresentar os componentes patrimoniais de forma resumida e são relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento patrimonial. Os critérios de avaliação dos componentes patrimoniais devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor aos componentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua natureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade. Em geral, quando realizado pela própria entidade, processo de inventário deverá ser composto por: - Portaria de designação da comissão de inventário; - Estabelece cronograma de atividades; - Edita ata de abertura do inventário - Levantamento Contábil; - Levantamento físico (contagem e arrolamento) - Avaliação - Registro do patrimônio; - Gerar relatórios do Inventário e encaminhar à autoridade competente; -Gerar balancete atualizado e encaminhar ao setor contábil para seja lançado no Balanço Patrimonial. - Faz ata de encerramento; - Procedimentos de regularização. As atribuições da Comissão Inventariante são: - Receber a Relação de Bens para Inventário do Exercício do órgão gestor responsável ; - Distribuir memorando e Relação de Bens para Inventário do respectivo exercício, bem como os formulários de Bens existente e eventualmente de Bens de Particulares para cada local de guarda para verificação, solicitando sua devolução dentro de prazo determinado; - Conferir se todas as folhas da Relação de Bens para Inventário do respectivo exercício estão assinadas por quem realizou a verificação; Entregar a Relação de Bens para inventário e os formulários Bens Existentes e Bens de Particulares de cada local de guarda para o Setor de Patrimônio proceder às atualizações no sistema de controle patrimonial; - Receber do Setor de Patrimônio os relatórios gerados após as atualizações de todos os locais de guarda; Na execução do inventário propriamente dito: - A comissão ao iniciar suas atividades, deverá lavrar uma ata de abertura; - A comissão deve usar o Inventário de bens patrimoniais por centro de custo, recebida para realizar os trabalhos, e nela fazer as alterações julgadas necessárias, conforme segue: a) O inventário físico dos bens é feito, verificando-se os bens móveis existentes nos locais com respectivo número de patrimônio e descrição, de acordo com o inventário patrimonial; b) Os itens localizados fisicamente e presentes no inventário patrimonial, devidamente identificado pelo número de tombamento devem ser ali marcados como presentes, bem como sua condição de uso e descrição conferida. c) A descrição dos bens, principalmente os mais antigos, pode e deve ser alterada, quando se encontrar alguma divergência ou até complementada. As alterações devem ser feitas em listagem devidamente assinada pela comissão constando o número de tombamento e sua descrição correta (Ex. cadeira, com rodízios, ou fixa, cor de forração, estofamento etc...); informática, deve vir acompanhada do número de tombamento para que sua descrição seja alterada e os valores constantes na Nota Fiscal de compra de material de consumo ou serviço encaminhado ao patrimônio para alterar sua especificação e valor. Se não tiver mais a documentação, informar os dados para alterar as especificações e indicar a época aproximada da alteração; e) Os bens que não possuem número de tombamento, verificar se não caíram à placa, ou o número pintado, foi apagado por ter havido uma reforma no equipamento, como verificar: - Faça uma checagem da listagem, nos bens que não foram encontrados, e verifique se a descrição combina, caso combine solicitar a remarcação dos bens, identificando-os com uma etiqueta ou fita com o número; - Faça uma listagem com os números e descrição, solicitando placas para identificar, fazer as placas para serem recoladas. f) Os bens fisicamente no local e que não estão na listagem, devem ser anotados em listagem a parte devidamente assinada pela comissão e separados da seguinte forma: - Bens com número de tombamento e descrição; - Bens sem número de tombamento, descrição, forma de ingresso na Universidade, condição de uso, anexando a documentação para regularização; - Bens sem número de tombamento com descrição, condição de uso e sem documentação, informar a forma de ingresso justificando a falta da documentação, estimar seu valor e solicitar sua incorporação; g) Os bens que estão na listagem e que não estejam no local: - Se transferidos para outro setor, anexar cópia do Termo de Transferência devidamente assinada pelo órgão recebedor para alterarmos sua responsabilidade; - Se transferidos para outro setor e sem documentação fazer listagem para solicitarmos conferencia e assinatura do órgão recebedor; - Que tenham sido descartados como inservível por desfazimento ou encaminhados a sucata em outras ocasiões, cujos documentos não foram devidamente encaminhados para registro no patrimônio, fazer uma listagem contendo número de tombamento, descrição, valor constante no inventário APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 63 patrimonial e condição de uso como inservível, devidamente assinada pela comissão; h) É necessário que haja uma separação das listagens por chefia responsável, assim, todo o procedimento deve ser feito por departamento ou menor chefia responsável por local: i) Quanto às carteiras escolares, o ideal é que fiquem alocadas na direção, pois podem mudar de sala e criar dificuldades para conferência; Alterações e Baixa de Bens O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu valor do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial a retirada de bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da transferência daquee para o controle de bens baixados, feita exclusivamente pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado em outro bem. A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; comodato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. Em qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de gestão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada. Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em utilizá-lo no órgão em que se encontra, mas estando em condições de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto, o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas reconhecidas como de interesse público - delegacias, escolas ou bibliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição - se existe interesse pelos bens. Se houver, a autoridade competente deverá efetuar o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permanecerá guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um servidor público, até a aprovação de baixa, ficandoexpressamente proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de baixa até sua destinação final. O Cadastro de Bens patrimoniais mantém atualizados os registros, permitindo um melhor gerenciamento sobre o controle patrimonial da instituição. Ele pode ser realizado para bens comprados, doados, construídos, permutados, em comodato ou fabricados na própria instituição. Este cadastro pode ser realizado de duas formas: por meio de um sistema computadorizado localizando o bem que foi comprado e recebido na instituição através de um Módulo de Compras, por exemplo, ou pode ser informado manualmente preenchendo uma ficha com todos os dados necessários para efetuar o cadastro. O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no Termo de Baixa de Bens, no qual deverão constar os seguintes dados: -número do tombamento; descrição; -quantidade baixada (quando se tratar de lote de bens não plaquetados); -forma de baixa; motivo de baixa; data de baixa; -número da Portaria ou Termo de Baixa. Visando ao correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial, faz-se necessária a adoção dos procedimentos a seguir: -o Setor de Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá por processamento o Termo de Baixa dos Bens; -o Setor de Patrimônio verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do comprovante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procederá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; -emitido o Termo, o Setor de Patrimônio providenciará o documento de quitação de responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha a responsabilidade do bem. A baixa patrimonial consiste na perda do poder exercido sobre determinado bem cujo uso intensivo ou prolongado tenha-o tornado obsoleto ou lhe causado desgastes ou avarias que não justifiquem a inversão de recursos para sua recuperação. Para que se realize uma baixa patrimonial, é necessário proceder à identificação do bem a ser baixado no Inventário do departamento patrimonial, isto é, a indicação do número de patrimônio. Classificação dos Bens Imóveis Os bens imóveis, em geral, podem ser classificados da seguinte forma: Imóveis por Natureza: A rigor, somente o solo - com sua superfície, subsolo - e espaço aéreo é imóvel por natureza. Tudo o mais que a ele adere deve ser classificado como imóvel por acessão. O subsolo e espaço aéreo, embora sejam considerados como propriedade, apenas se consentirão presos à propriedade na medida de sua utilização pelo proprietário do solo, a qual não pode ser ilimitada. A lei só ampara o direito de propriedade enquanto de utilidade para o titular. O Art. 1.229 do Código Civil dispõe que: a propriedade do solo abrange a do espaço aéreo e subsolo correspondentes, em altura e profundidade úteis ao seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em impedi-las. A propriedade dos bens imóveis pode ser adquirida pela alienação, acessão, usucapião e pelo direito hereditário, dependendo ainda, de escritura pública e registro no Cartório de Registro de Imóveis (art. 108 e 1.227 CC). Imóveis por Acessão Natural: Acessão significa justaposição ou aderência de uma coisa a outra. Incluem-se na categoria de imóveis por acessão naturais árvores e os frutos pendentes, bem como todos os acessórios e adjacências oriundas da natureza. Entretanto, as árvores destinadas ao corte são consideradas bens móveis por antecipação; as árvores plantadas em vasos são consideradas bens móveis, porque são removíveis. Compreende ainda, as pedras, as s ou subterrâneos, que correm naturalmente. A natureza pode fazer acréscimos ao solo. O fenômeno pode se dar pela formação de ilhas, aluvião, avulsão, abandono de álveo (art. 1.248, I, II, III e IV CC). Trata-se de acessões físicas ou naturais, por decorrerem de fenômenos naturais, sendo justaposições de imóvel a imóvel, em virtude de que tudo o que se incorpora a um bem fica pertencendo a seu proprietário. Predominando o princípio no qual o acessório segue o principal. Imóveis por Acessão Artificial ou Industrial: Acessão artificial ou industrial é a produzida pelo trabalho do homem. São as construções e plantações. É tudo quanto o homem APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 64 incorporar permanentemente ao solo, como a semente lançada ao solo, os edifícios e construções, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou danos. As construções e plantações são assim denominadas porque derivam de um comportamento ativo do homem, isto é, de seu trabalho ou indústria. Nesse conceito não se incluem as construções provisórias, que se destinam à remoção ou retirada, como os circos e parques de diversões, as barracas de feiras, pavilhões, etc. Entretanto, não perdem o caráter de imóveis as edificações que: i) separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local, como as casas pré- fabricadas (art. 81, I CC); ii) b) os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se reempregarem (art. 81, II - CC); O que se considera é a finalidade da separação, a destinação dos materiais. Assim, o que se retira de um prédio para novamente nele incorporar pertencerá ao imóvel e será imóvel. Nem sempre a imobilização das partes que se aderem ao solo será de propriedade do titular do domínio do solo. Habitualmente ocorre isso. Assim, pode acontecer que a semente lançada ao solo seja de proprietário diverso, como os materiais de construção do edifício. Nesse caso, haverá perda dos móveis em favor do proprietário do solo, com direito à indenização a quem construiu ou plantou em terreno alheio de boa-fé (art. 1254 CC), ou sem nenhum direito em caso de má- fé. Imóveis por Determinação Legal: DIREITO REAL SOBRE IMÓVEIS - Trata-se de bens incorpóreos, imateriais (direitos), que não são - em si - móveis ou imóveis. O legislador, no entanto, para maior segurança das relações jurídicas, considera-os imóveis. A lei considera os direitos sobre imóveis (servidões, usufruto, uso, habitação, rendas constituídas sobre imóveis, penhor, anticrese e hipoteca, além da propriedade) como imóveis e, como tal, as respectivas ações, que são a própria dinâmica desses direitos (ações de reivindicação, confessória e negatória de servidão, hipotecárias, pignoratícias, de nulidade ou rescisão de compra e venda, etc.). Toda e qualquer transação que lhes diga respeito exige o registro competente (art. 1.227 CC), bem como a autorização do cônjuge. A Administração de bens imóveis tem a finalidade de administrar todos os objetos necessários para a administração de bens imóveis (unidade econômica, terreno, edifício, espaços de locação, divisões de locação). Cabe à Secretaria do Patrimônio da União (SPU) promover o controle, fiscalização e manutenção dos imóveis da União utilizados em serviço público. Os pontos considerados prioritários para discussão do Grupo de Trabalho Interministerial sobre Gestão do Patrimônio (GTI) foram: consecução dos objetivos maiores do Governo Federal, estabelecendo equilíbrio entre os objetivos socioambientais do governo e a necessidade de financiamento do setor público; balizamento do uso do Patrimônio da União, urbano ou rural; (inclusive mediante possível estabelecimento de roteiro técnico-administrativo com vistas a operacionalizar a atuação da União em relação aos Estados, Distrito Federal e Municípios da Federação); vigente. O documento de Política de Gestão do Patrimônio da União, elaborado pela SPU, tem como base o trabalho do GTI.Ingresso e Alienação de Bens Imóveis Quanto ao ingresso de bens imóveis, a Aquisição, Locação, Arrendamento e Uso Recíprocos: respeito à necessidade de novo imóvel por parte de um órgão da federação: a. Verificar a existência de imóvel disponível da União, Estados ou Município, no local pretendido. b. Buscar o compartilhamento de imóveis já ocupados por órgãos federais. c. Alugar um imóvel. d. A compra de um imóvel só será admitida no caso de atestada impossibilidade das alternativas anteriores. Quanto à alienação de bens imóveis: A Alienação, capítulo II, da Lei n.º 9.636/1998, é o instrumento a ser utilizado para os imóveis que ao longo do tempo perderam a capacidade de atender às necessidades da União, levando-se em consideração, também, a previsão de intervenções por parte do Governo Federal. É aplicável quando não houver interesse público, econômico ou social em manter o domínio da União. A Alienação dos imóveis da União é realizada mediante a Venda, Permuta ou Doação do domínio pleno e deve ser respeitada a Lei 8.666/93 em todos os casos. Sobre a alienação podemos dizer que ela consiste na operação de transferência do direito de propriedade do material, mediante venda, permuta ou doação. Os bens a serem alienados deverão ter seu valor reavaliado conforme preços atualizados e praticados no mercado. O material classificado como ocioso ou recuperável será cedido a outros órgãos que dele necessitem. A Venda, prevista nos artigos 24 a 29 da 9.636/1998, é o instrumento pelo qual a União transfere, mediante pagamento, o domínio pleno do bem, sendo obrigatória a avaliação prévia. É o instrumento adequado para os imóveis que têm alto valor comercial e vocação ligada a atividades da iniciativa privada, divergentes ou incompatíveis com as funções da União. Este instrumento pode ser aplicado em ações de regularização fundiária cujo beneficiário não seja de baixa renda. A Permuta, prevista no art. 30 da 9.636/1998 e nos artigos 17 e 24 da 8.666/1993, é aplicável quando houver imóveis da União disponíveis, em condições de serem alienados, e imóveis de interesse da União ofertados por terceiros. Destaca-se que deve haver equivalência dos valores dos imóveis envolvidos na permuta, comprovado o interesse público na utilização do imóvel e atendendo, como em qualquer processo de alienação, os preceitos da legislação de alienação. A Doação, prevista no art. 31 da 9.636/1998, é a outorga gratuita, com encargos e discricionária do domínio pleno de um bem para Estados, Distrito Federal, Municípios, Fundações e Autarquias Públicas Federais, Estaduais e Municipais e beneficiários de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social. A doação deve ser realizada, preferencialmente, em áreas de ocupação consolidada, integradas ao tecido urbano, com infraestrutura instalada e operando sem perspectivas de pressões para expulsão dos beneficiários, bem como para a implementação de empreendimentos de caráter permanente, como as instituições de ensino superior e pesquisa, saúde, etc., da União ou dos demais entes federados. É prevista também a APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 65 doação direta para famílias de baixa renda que não possuam outro imóvel urbano ou rural. - Inutilização ou abandono - Verificada a impossibilidade ou a inconveniência da alienação de material classificado como irrecuperável, a autoridade competente determinará sua descarga patrimonial e sua inutilização ou abandono, após a retirada das partes economicamente aproveitáveis, porventura existentes, que serão incorporados ao patrimônio. A inutilização consiste na destruição total ou parcial de material que ofereça ameaça vital para pessoas, risco de prejuízo ecológico, ou inconveniente de qualquer natureza, para a Administração Pública Federal. O desfazimento por inutilização e abandono deverá ser documentado mediante Termos de Inutilização ou de Justificativa de Abandono, os quais integrarão o respectivo processo de desfazimento. Questões 01. Os tipos de inventário na Administração Pública são: (A) inventário anual, permanente, periódico, transferência de responsabilidade e eventual. (B) inventário inicial, anual, transferência de responsabilidade, extinção ou transformação e eventual. (C) inventário inicial, trimestral e anual, permanente e periódico, transferência e de extinção (D) inventário final, mensal, transferência de responsabilidade, extinção ou transformação e eventual. (E) inventário parcial, anual, permanente, extinção ou transformação e obrigatório. 02. Os inventários nas empresas podem ser (A) gerais e rotativos. (B) gerais e estatísticos. (C) rotativos e econômicos. (D) estatísticos e relacionais. 03. O(A) é um levantamento físico ou contagem dos materiais existentes para efeito de confrontação periódica com os estoques anotados nos fichários de estoques ou no banco de dados sobre materiais. Assinale a alternativa que completa, corretamente, a lacuna do enunciado. (A) balanço (B) amostragem (C) registro (D) inventário (E) padronização 04. O inventário físico é um importante instrumento de controle de estoques. A respeito da sua obrigatoriedade, é correto afirmar que (A) ele identifica eventual discrepância entre a apuração do estoque físico e do estoque contábil. (B) ele permite a reanálise da arrumação física do estoque frente aos registros contábeis. (C) ele exige a verificação do tamanho das embalagens e do volume a ser estocado. (D) ele obriga a redução dos custos de recebimento frente aos registros contábeis. 05. Se em seu departamento você é responsável pela compra, movimentação e baixa de bens e equipamentos, a sua atividade faz parte do controle (A) contábil. (B) financeiro. (C) patrimonial. 38 Martins, N.R. Noções básicas para organização de arquivos ativos e semiativados. Rio de Janiero: 1998. Disponível em: (D) operacional. (E) de produção. 06. A atividade administrativa de registrar no sistema de controle patrimonial um bem adquirido por uma instituição é denominada: (A) inventário físico. (B) baixa. (C) tombamento. (D) alienação. (E) avaliação. 07. Julgue os itens seguintes, a respeito de gestão patrimonial. A palavra alienação é atribuída a toda transferência de domínio de bens a terceiros. ( ) Certo ( ) Errado Respostas 01. B. / 02. A. / 03. D./ 04. A / 05. C / 06. C / 07. Certo O Arquivo é um conjunto de documentos criados ou recebidos por uma organização, firma ou indivíduo. Esses documentos são fontes das informações utilizadas para a execução de tarefas/atividades. São documentos reunidos por acumulação ao longo das atividades e isso ocorre independentemente do suporte ou da natureza, sejam em atividades que envolvem pessoas físicas ou empresas em geral. Os arquivos são mantidos por entidades públicas federais, estaduais e municipais, assim como institucionais comerciais. Para Martins38 o arquivo também pode ser definido como gão administrativo responsável pela custódia, pelo tratamento documental e pela utilização dos Os conjuntos de atas de reuniões da Diretoria, de projetos de pesquisa e de relatórios de atividades, mais os conjuntos de dossiês de empregados, prontuários médicos, de boletins de notas, de fotografias etc., constituem-se o Arquivo de uma Unidade por exemplo, e devem naturalmente refletir as suas atividades. O documento arquivístico pode ser produzido ou recebido durante uma atividade realizada por uma pessoa ou por uma organização, deve possuir conteúdo, contexto e estrutura de modo que sirva comoprova da atividade. É uma informação registrada, independente da forma ou do suporte. A totalidade dos documentos conservados em um arquivo recebe o nome de acervo. O acesso é a disponibilidade de um arquivo para consulta. As embalagens destinadas à proteção dos documentos e a facilitar o seu manuseio, são chamadas de acondicionamento. O conjunto de operações de acondicionamento e armazenamento de documentos é o arquivamento. Funções Básicas do Arquivo Guarda; Conservação e Disponibilização http://biblioteca.planejamento.gov.br/biblioteca-tematica- 1/textos/biblioteconomia-e-arquivologia. 5 Noções de arquivologia. 5.1 Arquivística: princípios e conceitos. APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 66 Princípios Arquivísticos Os Princípios Arquivísticos constituem o marco principal da diferença entre a arquivística e as outras ciências documentárias. São eles: Princípio da Proveniência Fixa a identidade do documento, relativamente a seu produtor. Por este princípio, os arquivos devem ser organizados em obediência à competência e às atividades da instituição ou pessoa legitimamente responsável pela produção, acumulação ou guarda dos documentos. Arquivos originários de uma instituição ou de uma pessoa devem manter a respectiva individualidade, dentro de seu contexto orgânico de produção, não devendo ser mesclados a outros de origem distinta. Princípio da Organicidade As relações administrativas orgânicas se refletem nos conjuntos documentais. A organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, funções e atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas. Princípio da Unicidade Não obstante, forma, gênero, tipo ou suporte, os documentos de arquivo conservam seu caráter único, em função do contexto em que foram produzidos. Princípio da Indivisibilidade ou integridade Os fundos de arquivo devem ser preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não autorizada ou adição indevida. Princípio da Cumulatividade O arquivo é uma formação progressiva, natural e orgânica. Além dos princípios arquivísticos mencionados, as bancas organizadoras tem explorado esse assunto, dessa forma, aqui vai mais alguns princípios39: - Princípio da pertinência (ou temático) Os documentos deveriam ser reclassificados por assunto, sem levar em consideração a proveniência e a classificação original. - Princípio da reversibilidade O todo procedimento ou tratamento empreendido em arquivos pode ser revertido, se necessário. - Princípio da proveniência territorial (ou Princípio da territorialidade) Os arquivos deveriam ser conservados em serviços de arquivo do território no qual foram produzidos, excetuados os documentos elaborados pelas representações diplomáticas ou resultantes de operações militares. - Princípio da proveniência funcional Com a transferência de funções de uma autoridade para outra como resultado de mudança política ou administrativa, documentos relevantes ou cópias são também transferidos para assegurar a continuidade administrativa. Também chamado pertinência funcional. O nível de importância dos arquivos está relacionado com a maneira como são geridos. Para que os arquivos alcancem um nível de importância ainda maior, é necessário que sejam geridos da forma correta, a fim de evitar o acúmulo de massas 39 ARQUIVO NACIONAL, Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, 2005. documentais desnecessárias, de agilizarem ações dentro de uma instituição, enfim, que cumpram a sua função, seja desde o valor probatório até o cultural. Modelos de arquivos Baseados nas primeiras definições podemos dizer que existem vários tipos de Arquivos, tudo depende dos objetivos e competências das entidades que os produzem. Os Arquivos podem ser classificados: Segundo as entidades criador- mantenedoras: - Públicos (federal, estadual, municipal) - Privados - Institucionais (empresas, escolas, igrejas, sociedades, clubes, associações). - Pessoais (fotos de família, cartas, originais de trabalhos, etc.). Temos também os Arquivos que guardam e organizam documentos cujas informações são registradas em suportes diferentes do papel: discos, filmes, fitas e são chamados de Especiais. Estes podem fazer parte de um Arquivo mais completo. Existem aqueles que guardam documentos gerados por atividades muito especializadas como os Arquivos Médicos, de Imprensa, de Engenharia, Literários e que muitas vezes precisam ser organizados com técnicas e com materiais específicos. São conhecidos como Arquivos Especializados. Os tipos de pastas existentes são: pastas suspensas (frontais ou laterais), pastas intercaladoras, pastas A/Z ou outras. Pastas Suspensas Indicada para o arquivamento de documentos em tamanhos: oficio ou A4. Os documentos são arquivados na posição vertical dentro da pasta, e a pasta é colocada em estantes. Possuem etiquetas laterais para identificação da documentação ou da pasta. É muito utilizado em arquivo corrente. Pastas Intercaladoras Essas pastas não utilizam varões nem visores, e destina-se à guarda de pequenos volumes de papéis. No dia-a-dia dos escritórios, no entanto, vários documentos são constituídos por grande quantidade de papéis, e as peças que os constituem necessitam ser mantidas na ordem em que foram produzidas ou acumuladas, para não perderem o sentido, como nos casos dos dossiês, por exemplo. Pasta AZ Ideal para o arquivamento de documentos em tamanhos oficio ou A4. Os documentos são arquivados na posição vertical. Possibilita a colocação de guias indicando nome ou nº do documento ou pasta. É muito utilizado em arquivo corrente. Pasta Sanfonada Confeccionada em diversos tamanhos. Possuem divisórias e guias para indicar o assunto. É ideal para o arquivamento de documentos utilizados em atividades externas, pois há maior mobilidade do usuário para o arquivamento de documentos em tamanho oficio ou A4. Pasta Americana Confeccionada em diversos tamanhos. Pasta estilo caso policial que possui aba para identificações. É ideal para o arquivamento de documentos utilizados em atividades externas, pois há maior mobilidade do usuário para o arquivamento de documentos em tamanho oficio ou A4. Fichário O fichário se classifica como arquivo permanente. O fichário é um móvel de aço próprio para fichas, que pode ter APOSTILAS OPÇÃO Noções de Administração 67 uma, duas, três ou quatro gavetas ou estar conjugado com gavetas para fichas e documentos. No fichário horizontal, as fichas são guardadas em posição horizontal, uma sobre as outras modelo KARDEX. As fichas são fixados por meio de bastões metálicos presos às gavetas. Dessa disposição das hastes resulta que a primeira ficha presa, a partir do fundo, ficará inteiramente visível, deixando que da imediatamente inferior apareça uma faixa correspondente à dimensão da barra, e assim sucessivamente, lembrando o aspecto de uma esteira. As faixas que aparecem funcionam como verdadeiras projeções, nas quais são feitas anotações. O fichário vertical é aquele em que as fichas são guardadas em posição vertical, uma atrás das outras, geralmente separadas por guias. É o modelo mais usado por ser mais econômico. As gavetas ou bandejas podem comportar um grande número de fichas. Questões 01. Princípio da arquivologia que se refere ao fato de que os arquivos constituem uma formação progressiva e natural decorrente das funções e atividades de um organismo (pessoa, empresa, etc): (A) unicidade. (B) proveniência. (C) organicidade. (D) cumulatividade.