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CASO CONCRETO 08: Um aposentado, morreu, em Rato Fundo, vítima de ataque de abelhas africanizadas. A vítima foi caminhar num lugar perto de sua casa, onde há um apiário, quando foi picado do couro cabeludo aos pés por inúmeras abelhas. Levado para o hospital Albert Schweitez, com pressão muito baixa e choque anafilático, não resistiu e morreu. O dono do apiário citou que na primavera e no verão os enxames crescem e, como as colméias ficam pequenas, as abelhas se tornam mais agressivas. Supondo que a mulher do aposentado pretenda ser indenizada, de quem poderá pleitear a indenização e com que fundamento? Poderá o réu alegar com sucesso a excludente de força maior (fato da natureza) por não ter controle sobre as abelhas? Resposta fundamentada. RESPOSTA: A ação indenizatória da mulher deve ser dirigida contra o dono ou detentor do animal, dono do apiário (Célio), que é o guardião, aquele que tem o poder de direção, de controle ou de uso do animal. Se perde esse controle, e o animal vem a causar dano a outrem, és surge seu dever de indenizar. Teoria da Causalidade Adequada. Responsabilidade Objetiva. Responsabilidade civil pelo fato de animal (art. 936 do Código Civil). Trata-se de responsabilidade objetiva que só pode ser excluída no caso de culpa exclusiva da vítima ou força maior. No caso, não pode Célio, dono do apiário, invocar a força maior para excluir a sua responsabilidade porque esta, como se sabe, caracteriza-se pela inevitabilidade, ainda que o fato seja previsível. Decorre de fatos da natureza que, embora previsíveis, não podem ser evitados. Ora, as abelhas eram domesticadas e não silvestres, tanto assim que pertenciam ao apiário de Célio, por ele exploradas economicamente, portanto, tinha o poder de comando sobre elas. Ademais, o dono sabia que nesta época do ano as abelhas se tornam mais agressivas, pelo que poderia e deveria tomar providências (aviso etc) para que terceiros não se aproximassem do apiário. Enquanto estavam no cinema, o cachorro de Mário e Maria saiu pela porta do terraço, subiu no parapeito e caiu do 9º andar sobre Antônio que passava pela rua. Gravemente ferido, Antônio ficou internado um mês e sofreu redução permanente de sua capacidade laborativa de 30%. Antônio quer ser indenizado. No caso pode-se dizer: A) Antônio poderá pleitear indenização de Mário e Maria; B) A ação indenizatória terá por fundamento o art.936 do Código Civil; C) Antônio poderá pleitear indenização por danos materiais (dano emergente e lucro cessante) e danos morais; D) Trata-se de responsabilidade objetiva extracontratual; E) Antônio terá que provar a culpa de Mario e Maria por se tratar de responsabilidade subjetiva. 1. todas as afirmativas são corretas; 2. todas as afirmativas são incorretas; 3. apenas as afirmativas das letras b e e estão incorretas; 4. apenas as afirmativas das letra a e d estão corretas. RESPOSTA – nº 3 - Trata-se de típico caso de responsabilidade indireta pelo fato da coisa. Inaplicável ao caso o art. 936 do C.Civil porque não houve ataque do animal. O cachorro caiu do 9º andar sobre a vítima. Cuida-se, portanto, de coisa caída de prédio, pela qual deve responder aquele que o habitar, consoante art. 938 do C.Civil.
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