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O PROCESSO DE OCUPAÇÃO IRREGULAR NAS AREAS DE MORROS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO
JOANA ALBUQUERQUE E KETHELLYN SOARES
O PROCESSO DE OCUPAÇÃO IRREGULAR NAS AREAS DE MORROS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
RECIFE
2012
JOANA ALBUQUERQUE E KETHELLYN SOARES
O PROCESSO DE OCUPAÇÃO IRREGULAR NAS AREAS DE MORROS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
 
Relatório apresentado as professoras Solange Lopes e 
Clézia Braga das disciplinas de história e geografia da 
Turma de saneamento ambiental 6º período, turno da manhã.
RECIFE
2012
RESUMO
O objetivo do relatório foi compreender as causas e consequências das ocupações irregulares nas áreas de morros na região metropolitana do Recife, quem as ocupava e porque as ocupavam.
Para isso relacionamos as ocupações irregulares com a postura de distanciamento dos governos militares no contexto da guerra fria que assim favoreceram o fenômeno da “favelização”. Analisamos também o processo de urbanização que se intensificou a partir da década de 60 bem como os impactos ambientais causados pela mudança de função da paisagem.
Palavras-chave: Ocupação irregular; Guerra fria e Urbanização.
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ABSTRACT
The report's purpose was to understand the causes and consequences of illegal occupations in the areas of hills in the metropolitan area of Recife, and those who occupied because occupied.
To this end the illegal occupations relate to the attitude of detachment of the military governments in the context of the Cold War that so favored the phenomenon of "slum". We also analyzed the process of urbanization which intensified from the 60's and the environmental impacts caused by the change of function of the landscape.
Key-words: Irregular occupation, Cold War and Urbanization�
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	5
2. O CONTEXTO POLÍTICO MUNDIAL NA DÉCADA DE 50 E 60	6
3. O INCHAÇO DA CIDADE	7
3.1. A “grande” solução para a questão da habitação...................................................7
3.2 A criação da RMR e a expansão da população pelo território pernambucano........9
4. AS NECESSIDADES DE MUDANÇA NA POLÍTICA NACIONAL	11
5. A CRIAÇÃO DA SUDENE	13
6. AÇÕES DOS GOVERNOS POPULARES EM PERNAMBUCO	14
7. A DEMOCRACIA E A LIBERDADE CAPITALISTA A SERVIÇO DO AUTORITARISMO	16
8. IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA OCUPAÇÃO IRREGULAR	17
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS	18
REFERÊNCIAS	19, 20, 21
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1. INTRODUÇÃO
O presente relatório aborda de que forma as questões políticas influenciaram uma diversidade de fatores atuais em nossa sociedade. A questão da habitação é a mais enfocada pelo fato de ser um fator significativo principalmente no período de intensificação da urbanização recifense e da guerra fria. 
Saber como se comportava o governo em relação à população de baixa renda, no contexto de bipolarização do mundo e nos governos militares é fundamental para compreender, histórica e geograficamente, porque a ocupação dos morros foi feita de forma desordenada e até negligenciada. A evolução do processo de urbanização levou à criação da região metropolitana do recife, que surge nesse período, para desafogar a cidade que estava inchada devido ao intenso contingente populacional que se dirigia a ela.
2. O CONTEXTO POLÍTICO MUNDIAL NA DÉCADA DE 50 E 60
A guerra fria se inicia logo após o fim da segunda guerra mundial. O mundo se polariza em dois blocos, de um lado os Estados Unidos liderando o bloco capitalista do outro a União de República Socialistas Soviética, liderando o socialista. Nesta época ambos os países lutavam por zonas de influência em todo o mundo e os Estados Unidos passam a oferecer um plano de ajuda econômica para Europa, o ‘’plano Marshall’’ com vistas a combater o avanço do comunismo.
 A América Latina era naturalmente zona de influência do bloco capitalista por isso não despertou inicialmente muito interesse por parte dos EUA. Esse fato começou a mudar a partir de 1959 com a revolução cubana, que implantou o sistema socialista no país. 
A partir de então a América Latina tornou-se a primeira prioridade da agenda externa dos Estados Unidos que formulou oficialmente em 1961 a “Aliança para o Progresso” uma espécie ‘’plano Marshall’’ que pretendia ajudar e acelerar o desenvolvimento econômico na América Latina. Foi produzida uma carta de intenções que propunha uma série de melhorias na distribuição de renda do continente latino-americano, reforma agrária e o desenvolvimento de planejamentos econômicos e sociais. Na realidade o plano era apenas conter o avanço comunista no continente e evitar o que havia acontecido em Cuba
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3. O INCHAÇO DA CIDADE 
Juscelino Kubitschek, eleito presidente da República, juntamente com o vice-presidente João Goulart, instituiu o plano de metas que visava o desenvolvimento econômico do Brasil, ou seja, pautava-se em um conjunto de medidas que atingiria o desenvolvimento econômico de vários setores, priorizando a dinamização do processo de industrialização do Brasil. A industrialização do país se efetivou basicamente na região sudeste, destacando neste momento a grande migração nordestina para esta região. 
O país vinha se modernizando desde Getúlio Vargas, durante o período JK a indústria deu um salto, mas a maioria se concentrou no sul e sudeste. Em Pernambuco o que vigorava era o campo. A industrialização se traduziu praticamente em mecanização do campo, influenciado pelos usineiros detinham o poder no estado. A mecanização do campo e as precárias condições de trabalho enfrentadas pelos camponeses favoreceram a “Veneza americana” do começo do século XX se converter na “mucambópolis”. Recife atraia um enorme contingente migratório que inchava a cidade. Essa população que chega à cidade não tem qualificação para trabalhar no meio urbano, também não tem moradia e começam a se proliferar os mucambos. A palavra mocambo, dada pelos próprios negros às suas rudimentares habitações, não está mais utilizada com o mesmo sentido pelos sociólogos modernos. Gilberto Freire dá a expressão extensiva a todas as habitações pobres
3.1. A “grande” solução para a questão da habitação
 
Agamenon Magalhães, que é o interventor do estado de Pernambuco de 1937 até 1945, cria a Liga Social Contra o Mocambo que em 1945 se transforma em uma autarquia: o Serviço Social Contra o Mocambo.
 O Serviço Social contra o Mocambo (SSCM) adquire o compromisso do que seria uma ação de higiene pública eficaz para assumirem ares classistas. Segundo Agamenon Magalhães, o mocambo é, pois, uma degradação social. É um índice de pauperismo, de miséria, uma fuga de vida, uma fuga da dignidade humana. Os mocambos passam então a ser considerados uma chaga que deve ser erradicada da cidade, para o bem dos habitantes mais abastados. A habitação será a ‘ferramenta’ utilizada para a manutenção da ordem, ou, em outras palavras, significa dizer que a insalubridade dos mocambos era vista como uma possível causa de insatisfação social, o que poderia contribuir para a disseminação do comunismo em meio proletário. O controle dos sindicatos e o combate ao mocambo passam desta maneira, a ser os principais objetivos do governo de Agamenon Magalhães. 
Com a orientação de que as casas fossem construídas conforme o critério profissional surge as primeiras vilas operárias. O Cabo de Santo Agostinho oi o lugar onde Agamenon Magalhães escolheu para construir a Vila Social contra o mocambo criada em 1930 para ser autossuficiente e para que os trabalhadores fossem mantidos longe dos bairros mais elitizados. 
Os textos literários elaborados por Josué de Castro, médico e cientista social, e Chico Science, cantor e compositor, acerca da paisagem urbana dos mocambos, revelam uma representação espacial da cidade do Recife ambos retratam a problemática do crescimento do Recife, mas que são problemas de todas as grandes metrópoles. 
Logo a liga se mostra ineficiente no período 1939 a 1944 foram construídas 7.582 casas populares poriniciativa da Liga em parceria com diversos institutos de previdência e algumas fábricas, em oposição a cerca de 12 mil mocambos demolidos, o que representou cerca de 30 mil pessoas da massa miserável desalojadas sem que houvesse provisão de uma habitação que pudesse balancear a situação.
3.2 A criação da RMR e a expansão da população pelo território pernambucano 
Na tentativa de desafogar o centro do Recife é criada a Região Metropolitana do Recife (RMR) que hoje conta com dezessete municípios: Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Igarassu, Goiana, Escada, Sirinhaém, Abreu e Lima, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, São Lourenço da Mata, Araçoiaba, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Moreno, Itapissuma e Recife. 
A RMR foi instituída pela Lei Complementar Federal número 14, de 8 de junho de 1973, mas a idéia de sua criação é mais antiga. Era empurrar as camadas mais pobres para cada vez mais longe do centro. A construção de conjuntos habitacionais nas áreas mais distantes como no Jordão Alto e Ibura foi uma das iniciativas para manter as camadas populares mais distantes do centro. ​​​​
A cidade do Recife está situada em uma planície aluvial, ou fluviomarinha, formada por penínsulas, alagados e manguezais envolvidos por cinco rios: Beberibe, Capibaribe, Tejipió e braços do Jaboatão e do Pirapama. Seu clima é tropical e sua vegetação, em algumas áreas, de Mata Atlântica.
Saber a constituição e o processo detalhado das áreas do que hoje forma a Região Metropolitana do Recife é uma tarefa difícil já que a história oficial só era contada da capital, na época o Recife se resumia a uma pequena área central. 90% das terras eram engenhos, eles começaram a ser povoados por que na maioria das vezes os donos de engenhos cediam as terras improdutivas para a população utilizar como moradia como exemplo na área onde hoje fica a Várzea foi estimulada a ocupação na década de 40 para os trabalhadores da macaxeira.
Vila dos milagres era área do antigo engenho de Fernandes Vieira, essa parte do terreno não era usada porque o acesso a ela era difícil. A população que foi “expulsa” da parte nobre de Recife e que chegou do interior do estado foi colocada nas regiões altas, de morros, que eram consideradas lugares impróprios para habitação. Outro elemento importante ainda hoje para os moradores da região é a bica dos milagres que recebeu este nome por minar água pura potável, o que facilitou a vida dos moradores. 
Jaboatão dos Guararapes recebeu em 1958 uma estação ferroviária, fato que foi primordial para sua ocupação geográfica. Sua região era alagadiça e por isso incompatível com atividades econômicas. Foi chamada de “Moscouzinha”por eleger em 1947 um prefeito do partido comunista.A partir da década de 60 junto com o Cabo de Santo Agostinho passa a receber investimentos para se tornar distrito industrial.
Boa viagem e Piedade eram áreas que inicialmente eram apenas para casas de veraneio e a população mais abastada tomou conta das áreas costeiras. A construção da ponte do pina foi um símbolo de urbanização da época e os bairros logo sofreram especulação imobiliária.
Candeias e Barra de Jangada hoje são o alvo das especulações imobiliárias. Barra de Jangada era conhecida por suas atividades de pesca e pelo fornecimento de alimentos aos bairros vizinhos, mas a construção do porto de Suape fez a área se valorizar bastante nos últimos anos
O bairro de Curcuranas fica situado no distrito de Prazeres às margens da Lagoa Olho D'Água. Na década de 70, foi construída pelo então prefeito Geraldo Melo a "estrada da Curcurana" que ligava a Barra das Jangadas ao povoado de Pontezinha. Desde esta época que a localidade vem sofrendo um intenso processo de ocupação apesar disso é uma are muito carente.
Pontezinha foi um exemplo de núcleo fabril ligado a indústria de pólvora. A indústria foi implantada numa localidade rural, no município do Cabo, próxima à linha da Estrada de Ferro Recife–Cabo (a segunda ferrovia construída no Brasil). Numa área próxima à fábrica, a empresa ergueu o núcleo fabril de Pontezinha, que chegou a contar com180 casas.
4. AS NECESSIDADES DE MUDANÇA NA POLÍTICA NACIONAL 
O êxodo rural por conta da precariedade de trabalho e das secas estava inchando cada vez mais a cidade do Recife, que não conseguia absorver as necessidades básicas da população no que diz respeito a emprego, moradia etc. A necessidade de a população ser ouvida e atendida não podia ser mais forte do que em Pernambuco.
No cenário nacional destacamos a atuação do governo de João Goulart que teve sua chegada ao posto de presidente conturbada, por não ser aceito pelos ministros militares e pelas classes dominantes. De fato, vários grupos políticos conservadores o associavam à ameaçadora hipótese de instalação do comunismo no Brasil.. 
As reformas de base eram uma bandeira do governo de Jango, as iniciativas visavam alterações bancárias, fiscais, urbanas, administrativas, agrárias e universitárias. Para completar, almejava-se oferecer o direito de voto para analfabetos e às patentes subalternas das forças armadas. As medidas causariam uma participação maior do Estado em questões econômicas, regulando o investimento estrangeiro no país. 
O Estatuto do Trabalhador Rural aprovado em 1963 alterava o processo de reforma agrária; além disso, estendia aos assalariados do campo os mesmos direitos dos trabalhadores urbanos; fortalecia a sindicalização e a organização dos trabalhadores rurais, até então desunidos e sem uma legislação que os protegesse da semi-escravidão a que ainda eram submetidos. As medidas afetaram diretamente as elites pernambucanas que eram basicamente constituídas de latifundiários.
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5. A CRIAÇÃO DA SUDENE
Diante do cenário de disparidades regionais que o nordeste passava foi criada em 1959 a SUDENE (Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste). O órgão a partir de 1962 se torna o principal canal de repasse dos recursos da aliança para o progresso visando o desenvolvendo do nordeste e afastando à ameaça comunista que poderia seduzir a população mais pobre e sedenta de assistência. Os incentivos criados pela SUDENE destinavam-se principalmente a descentralização industrial e substituição das importações brasileira como a política de fixação do homem na terra.
 A SUDENE foi a política desenvolvimentista de maior importância criada pelo governo federal para o desenvolvimento da região nordeste e desta forma diminuir os graves problemas de desequilíbrios econômicos regionais. Pode-se concluir que as ações do governo foram importantes no processo de desconcentração da indústria nacional e para isso no nordeste brasileiro, a SUDENE foi uma tentativa de promover o desenvolvimento regional criando políticas públicas de industrialização.
Após o golpe militar de 1964 o órgão é descaracterizado e acabou ganhando a fama de órgão corrupto e ineficaz. Em parte porque em Pernambuco naquela época qualquer tentativa de democracia e modernidade era comunista. O órgão é extinto no governo Fernando Henrique Cardoso.
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6. AÇÕES DOS GOVERNOS POPULARES EM PERNAMBUCO 
Desde 1945 o partido comunista vinha crescendo. A tendência esquerdista e a união de socialistas com comunistas ficaram conhecida como "Frente do Recife”. Em 1955 conseguem eleger para prefeito Pelópidas Silveira, que teve seu governo marcado pela participação popular. Mais tarde a participação popular passou a ser plataforma política da Frente do Recife. E foi utilizada posteriormente no governo de Arraes.
Na questão da habitação também houve uma mudança no enfoque. Assistindo às populações dos altos e córregos, foi empreendido o loteamento popular entre outras intervenções em favor dos pobres. Em agosto1959, Miguel Arraes é eleito para a Prefeitura do Recife, assumindo o cargo de Prefeito em dezembro. Sua gestão é marcada pela ampliação do sistema de abastecimento de água e energia elétrica, urbanização de bairros, pavimentação e iluminação de expressivo número de ruas e inauguração da redede ônibus elétricos da capital.
Sua principal realização na prefeitura foi o Movimento de cultura popular que tinha o objetivo da elevação cultural do povo através da educação utilizando seus próprios elementos referenciais. O movimento contou com o apoio e colaboração de diversos artistas e intelectuais como Paulo Freire, Abelardo da Hora e Germano Coelho.
A Aliança para o progresso atuou fortemente no planejamento estatal e seus objetivos oficiais eram oferecer teto, trabalho, terra, saúde e educação, mas seus reais objetivos era disputar terreno com as crescentes forças de esquerda para evitar uma revolução como em Cuba.
O crescimento de Miguel Arraes era acompanhado pelos norte americanos que investiam dinheiro para atrapalhar o caminho de Arraes rumo ao poder, mas não adiantou. Em 1962, Arraes se elege para Governo do Estado de Pernambuco, assumindo o cargo em janeiro de 1963. No início da administração, firma um pacto inédito com usineiros, garantindo benefícios para os trabalhadores da cana-de-açúcar, inclusive o pagamento de salário mínimo, angariando o apoio de movimentos sociais e, em contrapartida, a desconfiança dos setores conservadores.
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7. A DEMOCRACIA E A LIBERDADE CAPITALISTA A SERVIÇO DO AUTORITARISMO
Cada vez mais temerosos da iminente “Revolução brasileira”, o governo norte americano radicalizou suas intervenções externas. O não apoio do Brasil à intervenção militar em Cuba fez com que o governo americano se aliasse com conservadores no Brasil que queriam derrubar Jango.
O golpe de 1964 não foi apenas fomentado pelo governo dos EUA, mas apoiado pelo mesmo. O governo americano tinha até um plano de intervenção armada caso a reação ao golpe fosse de grande dimensão. Na época a repressão militar no Nordeste foi mais intensa porque acreditava-se que o comunismo lá já estava mais desenvolvido.
A partir de 1964 todas as alternativas de envolvimento popular para melhoria de vida da população foram veementemente rejeitadas e condenadas. A questão da habitação sofreu grande retrocesso, pois antes do período ditatorial a intenção do governo era promover a legalização das áreas ocupadas pela população assim como resolver os problemas de infra-estrutura que os locais apresentassem. Depois da ditadura qualquer intervenção era tachada comunista. 
A partir de então a população mais carente se vê sem alternativas. As ações para o provimento de habitações antes de golpe já eram limitadas e muitas vezes insuficientes para o contingente populacional, agora eram inexistentes. Não cabia mais ao governo intervir para legalizar as habitações bem como dar o suporte necessário para que esse processo ocorresse de forma sadia, tanto para as pessoas como para o ambiente.
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8. IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA OCUPAÇÃO IRREGULAR
A urbanização descontrolada acabou atropelando os modelos de organização do território tradicionais.A rápida mudança na função da paisagem tem resultado no aparecimento de cidades sem infra-estrutura e disponibilidade de serviços urbanos capazes de suprir o contingente populacional que migrou para as cidades.Um dos problemas acarretados pela ocupação irregular é a falta de saneamento básico que gera proliferação de doenças de todo tipo, já que o lixo não é tratado da forma correta e, na maioria das vezes, fica exposto. Outros problemas são poluição sonora, atmosférica e hídrica e destruição dos recursos naturais do local causando deslizamentos, erosões e desgaste do solo. 
A solução seria a ocupação dessas áreas de a forma organizada e planejada pelo governo, a distribuição correta da população, para que nenhuma área sofra com superpovoamento e que haja qualidade de vida para a população. E ainda o empenho da população para uma relação equilibrada entre ela e o meio ambiente, haja vista a importância da preservação dos recursos naturais de cada lugar.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A necessidade de moradia em área disponível e de baixo valor de mercado impulsionou a população carente para áreas anecúmenas que requisitam de todo um planejamento para que a ocupação seja feita de forma adequada. Não foi o que ocorreu no Recife que teve grande parte de suas estruturas urbanas ocupadas de forma desordenada e irregular.
Os fatores políticos influenciaram diretamente a vida de grande parte das pessoas residentes na região metropolitana do recife. A postura de distanciamento do governo a partir de 1964 em ralação às ocupações foi responsável por problemas que até hoje observamos nas áreas mais carentes da cidade que são as mais afetadas com as enchentes, deslizamentos, condição de habitação precária etc.
REFERÊNCIAS
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BONDUKI, Nabil. Política habitacional e inclusão social no Brasil: revisão histórica e novas perspectivas no governo Lula. Disponível: <http://www.usjt.br/arq.urb/numero_01/artigo_05_180908.pdf> Acesso em: 26 mai.2012.
SOUZA, Diego Beja Inglez de. Reconstruindo Cajueiro Seco : Arquitetura, política social e cultura popular em Pernambuco (1960-64). Disponível : <http://www.docomomo.org.br/seminario%208%20pdfs/170.pdf> Acesso em: 24 mai.2012.
LIRA, José Tavares Correia de. A construção discursiva da casa popular no Recife (década de 30). VOL. . XXIX (127), 1994. Disponível: <http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223377575W5gXZ7li1Iz46WD7.pdf> Acesso em: 26 mai.2012.
SSCM,Revista.A liga social contra o mocambo, Acesso em 25.mai.2012 < http://www.urbanismobr.org/bd/documentos.php?id=156> 
LEITE, Ricardo. RECIFE DOS MORROS E CÓRREGOS: a fragorosa derrota do exterminador de mocambos e sua liga social em Casa Amarela. Abril 2010. Disponível: < http://www.encontro2010.historiaoral.org.br/resources/anais/2/1270423029_ARQUIVO_RECIFEDOSMORROSECORREGOS.05012010.pdf> Acesso em 25 mai.2012.
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PEREIRA, Henrique Alonso de. Os Estados Unidos e a aliança para o progresso na América latina. 2005. Disponível :< http://www.sbpcnet.org.br/livro/57ra/programas/senior/RESUMOS/resumo_3234.html> Acesso 26 mai. 2012.
CERQUEIRA Wagner de; Francisco. O Brasil na Guerra fria. Disponível: <http://www.brasilescola.com/geografia/o-brasil-na-guerra-fria.htm> Acesso em: 26 mai.2012.
LIMA, Jacqueline de Cássia Pinheiro. Modernização e Higienismo Social: Projetos de Habitações Populares em Recife e Rio de Janeiro durante o Estado Novo (1937-1945). 2004. Disponível: <http://www.espacoacademico.com.br/035/35elima.htm> Acesso em: 26 mai. 2012.
Visita técnica de algumas áreas mencionadas no relatório realizada no dia 14 de maio de 2012.

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