Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS LINGUA PORTUGUES / LITERATURA PROFESSORA: Marian Leite ALUNA: Mariane Lopes Meio Ambiente – 2° ano “Negrinha” Monteiro Lobato A obra começa com a apresentação da personagem principal, Negrinha, que nomeia o conto e o livro em que se encontra-o. Negrinha era filha da escrava de Dona Inácia, uma senhora nostálgica do tempo da escravidão, que nunca tivera filhos. A pobre menina ficou órfã aos 4 anos de idade. Antes de morrer, sua mãe tampava sua boca quando chorava, pois, Dona Inácia não suportava choro de crianças e já xingava quando o ouvia. Após a morte de sua mãe, Negrinha começou a sofrer os reais maltratos de Dona Inácia. A coitada apanhava todos os dias em que a senhora acordava de mau humor, mesmo sem ter feito algo de errado. Passava fome, era muito magra e para satisfazer sua soberana gorda e feia, passava o dia inteiro sentada ao lado dela, em que a sua única distração era um relógio de cuco, que tocava a cada meia hora. Com a visita do Padre da cidade à casa de Dona inácia, ela se faz uma mulher caridosa e gentil, que faz um favor a sociedade “cuidando” da Negrinha. Mas na verdade, a senhora já colocou um ovo quente na boca da menina por ela reclamar que uma outra empregada queria comer sua carne. A senhora também enxia a menina de cocre. Nas férias de final de ano, chegaram a casa de Dona Inácia suas duas sobrinhas, que eram lindas, brancas, alegres e felizes. Espalhavam os brinquedos pela casa. Para o espanto de Negrinha, que nunca tinha visto criaturas tão parecidas antes, logo quis se aproximar, mas Dona Inácia não a permite em primeiro momento. As sobrinhas da senhora a perguntam quem é e ela diz que é apenas uma caridade. Logo depois, as sobrinhas de Dona Inácia pegam uma boneca e Negrinha a vê. Neste momento, a escravinha sente um êxtase, porque nunca havia visto algo tão belo. Ao mesmo tempo sente medo que a senhora a veja com as meninas, que riem inocentemente da reação de surpresa e espanto dela. Então Dona Inácia aparece, e a única reação da menina é chorar e lembrar de todos os maltratos já sofridos, inclusive o mais recente, que era o do ovo quente em sua boca. Mas, quando Dona Inácia vê as meninas CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS LINGUA PORTUGUES / LITERATURA PROFESSORA: Marian Leite ALUNA: Mariane Lopes Meio Ambiente – 2° ano se divertindo permite que Negrinha vá brincar com elas e as mandam para brincar fora de casa. Chegado ao fim das férias, as sobrinhas da senhora vão embora e então tudo volta a ser como antes, inclusive para Negrinha. Então, vendo que sua vida voltou à mesma miséria de antes e quando se vê sozinha sem a boneca, ela menina morre de tristeza em um canto da cozinha, deixando apenas duas lembranças no mundo: Uma à Dona Inácia, que sentia falta de castiga-la e outra as sobrinhas da senhora, que lembravam do deslumbre da escrava ao ver pela primeira vez uma boneca. ANÁLISE: O conto se passa anos após a abolição da escravatura, porém ainda há casos de escravidão no Brasil. Na obra, a personagem Negrinha é apresentada como uma órfã, pobre e preta; sem nome, apena com um apelido pejorativo. E essa não identidade definida reforça a crítica principal da obra, em que o negro é rebaixado e insignificante em vista dos brancos. Dona Inácia é apresentada como uma senhora que nunca teve filhos, impaciente, feia e gorda. Rica, dona do mundo, má e que tem duas sobrinhas, também ricas, loiras e brancas dos olhos azuis. Essa apresentação já é mais detalhada, com uma determinação do nome da senhora e com a caracterização de suas sobrinhas. Com essa relação de opostos com os personagens, podemos caracterizar a sociedade atual, que também, na maioria dos casos é apresentada hierarquizada e estratificada de acordo com as contradições rico e pobre, preto e branco, o que é muito forte e inaceitável, por isso deve ser apresentada em obras como esta, para que seja descrita de forma crítica a situação de preconceito e escravista que muitos negros ainda sofrem no Brasil.
Compartilhar