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SISTEMAS DE GOVERNO

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X - SISTEMAS DE GOVERNO 
 
 
São dois os sistemas de governo: parlamentarismo e presidencialismo, 
que sucintamente, assim apresentamos: 
 
1º SISTEMA = PARLAMENTARISMO ⇒ Tem suas origens na Inglaterra. 
Estende-se à Magna Carta de 1215. No parlamentarismo o gabinete constituído 
pelos Ministros de Estado, é responsável perante o parlamento, que através dele 
governa a Nação. Constituí o gabinete um órgão concreto, que exerce as 
atribuições inerentes ao Poder Executivo. Seus componentes não são simples 
auxiliares do Primeiro Ministro, como sucede com os Ministros de Estado no 
sistema presidencialista. O gabinete absorve as atribuições políticas e 
administrativas inerentes à formação executiva, conseqüentemente, torna-se 
órgão que exerce a Chefia de Governo. Representa uma menor distância e, 
portanto, acarreta uma maior cobrança e participação popular, nas atitudes de 
governo, fortalecendo, assim, o Poder Legislativo (governantes – governados). 
Esse sistema tem como característica fundamental uma maior participação 
popular na formação do processo político. 
 
 O governo se biparte em: 
 
(a) Chefe de Estado = Constitui-se numa figura acima dos conflitos políticos, o 
que lhe oferece um papel de alta relevância. 
 
(b) Chefe de Governo = Constitui-se na responsabilidade política, que poderá 
ser por alguns dias ou por vários anos, dependendo somente da perda da 
maioria parlamentar ou da aprovação do voto de desconfiança pelo 
parlamento. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
(1ª) José Joaquim Gomes Canotilho (in Direito Constitucional – Coimbra – 
1977), como o único a fazer, elenca (em grupos) critérios (institucionais e 
estruturais) para a caracterização do sistema parlamentar: 
 
CRITÉRIOS INSTITUCIONAIS: 
(1) compatibilidade do cargo de deputado com o de ministro; 
(2) o primeiro-ministro é, em regra, membro do parlamento; 
(3) responsabilidade ministerial, conducente à demissão do governo em caso de 
retirada de confiança por parte do órgão parlamentar; 
(4) controle do governo através de interpelações; 
(5) investidura do governo, após expresso voto de confiança do parlamento; 
(6) dissolução do parlamento pelo Chefe do Estado para contrabalançar a 
dependência do governo perante o parlamento. 
 
CRITÉRIOS ESTRUTURAIS: 
(1) existência de partidos organizados; 
(2) alto grau de homogeneidade e ação solidária no gabinete; 
(3) a existência de um primeiro-ministro que trace as diretivas políticas; 
(4) a existência de uma oposição legal; 
(5) a existência de uma cultura política favorável ao parlamentarismo. 
 
(2ª) Maurice Duverger (in Os Regimes Políticos – 1966), assim escreve: “... que 
um regime parlamentar não é, necessariamente, um regime parlamentarista, 
pois há regimes, como o presidencialista, em que há um parlamento 
(congresso), mas não há parlamentarismo, uma vez que o chefia de governo é 
atribuída ao Presidente da República. Assim, e, por exemplo, há parlamento no 
Brasil, nos Estados Unidos e na Suíça, mas não há parlamentarismo”. 
 
(3ª) Antônio José Miguel Feu Rosa (in Curso de Direito Constitucional –1988) 
assim explica (texto transcrito): Três são os princípios fundamentais do 
Parlamentarismo: 
 
• 1º PRINCÍPIO = A coincidência de Parlamento e Governo, numa 
integração perfeita, e que se realiza através da completa subordinação do 
Governo ao Parlamento ou do Parlamento ao Governo; 
 
• 2º PRINCÍPIO = A irresponsabilidade dos ministros, a princípio judicial, 
e mais tarde, sobretudo de natureza política; 
 
• 3º PRINCÍPIO = A necessidade de o Executivo fazer participar um 
Ministro de todos os atos pelos quais se exerce a prerrogativa do 
Presidente ou da Coroa. Prossegue no texto, A dissolução do Parlamento 
é atribuição concedida ao Executivo como uma arma da administração 
contra a onipotência parlamentar. Algumas Constituições admitem 
também a autodissolução. Ou a dissolução por uma parte do eleitorado. 
Ou por 1/3 dos Estados-membros, por exemplo, ou a metade. Como 
ressalta Duguit, “o Parlamento deve ser entendido especialmente como 
um equilíbrio, uma coincidência de vontades entre o gabinete e o 
Parlamento, o gabinete é obrigado a apresentar sua demissão”. E, 
assinala Hermes Lima, “o parlamentarismo significa estabilidade 
política, e esta é ‘sinônimo de normalidade política, de funcionamento 
correto das instituições, de senso militante de legalidade, da ausência de 
medidas de exceção, de ambiência propícia ao amadurecimento, por via 
democrática, dos princípios e valores consagrados em uma 
Constituição”. ... 
 
 
(4ª) Assim explica o professor Paulo Bonavides (in Ciência Política) ““... Duas 
fases se distinguem, por conseguinte na história do sistema parlamentar: a das 
lutas para a formação do governo representativo em face de uma monarquia de 
tendências não raro absolutistas, e que vai desde o século XIII ao século XVII, e 
a das ocorrências pacíficas, mas profundamente modificadoras que se 
desenrolam na vida política inglesa, durante o século XVIII, quando a Inglaterra 
testemunha, como principal efeito da Revolução liberal de 1688, a passagem, 
menos de um século depois, daquele regime representativo, ainda tímido e 
modesto, à sua variante mais aprimorada: a forma parlamentar, na qual 
fielmente se espelha a influência já preponderante e inabalável das duas casas 
legislativas: a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes. 
O regime parlamentar é forma de regime representativo. Nenhum 
teorista criou a forma parlamentar de governo. 
Se há um sistema de organização do poder político que resultou”. 
diretamente da história e do contínuo desdobramento das instituições, este 
sistema é o parlamentarismo. 
Prossegue: Há duas formas históricas de parlamentarismo: o chamado 
parlamentarismo clássico, legítimo ou autêntico, também conhecido na 
linguagem dos tratadistas como parlamentarismo dualista, monárquico-
aristocrático ou aristocrático-burguês, e o parlamentarismo contemporâneo, 
conhecido por parlamentarismo monista, democrático, comum às formas 
monárquico-republicanas de nossos dias. 
Prossegue: Com o parlamentarismo dualista, determinado pelas 
contingências históricas definem-se de maneira clara os princípios essenciais e 
distintivos da forma parlamentar de governo: 
 
(a) a igualdade entre o executivo e o legislativo; 
(b) a colaboração dos dois poderes entre si; 
(c) a existência de meios de ação recíproca no funcionamento do executivo e do 
legislativo. 
 
Prossegue.... 
 
(5ª) Desde a proclamação da República (1889), o Brasil adotou o 
presidencialismo, regime tão só interrompido por breve período, quando 
contingências políticas impuseram o parlamentarismo (EC nº 4 – após renúncia 
do cargo de Presidente da República subscrita pelo professor e advogado 
(eleito) Jânio da Silva Quadros). Teve essa Emenda Constitucional breve 
duração, pois, fora revogado por plebiscito nacional, que se formalizou através 
da EC nº 6, restabelecedora do presidencialismo. 
 
 
2º SISTEMA = PRESIDENCIALISMO ⇒ Tem suas origens na Constituição dos 
Estados Unidos da América de 1787. No presidencialismo, exerce o Presidente 
da República, concomitantemente, as funções de Chefe de Estado e as de Chefe 
de Governo, isto é, tem não só as atribuições inerentes à função política e 
administrativa, como ainda é ele o representante legitimo do Estado inclusive 
nas aproximações com os Estados Estrangeiros (o exercício da chefia do Estado 
e o exercício da chefia do Governo são entregue a uma mesma pessoa – dizemos 
ser monocrático–). É o sistema mais rígido, centralizado, tendo em vista, que 
eleito o Presidente da República será difícil tirá-lo do cargo, a não ser por 
“impeachment” (afastamento definitivo) pela prática de crime de 
responsabilidade. No sistema, o Presidente da República, é o responsável pela 
fixação dos princípios e ação do Poder Executivo, auxiliadopelos Ministros de 
Estado (artigo 87) e (especialmente quando convocado) pelo Vice-Presidente da 
República (nos termos do parágrafo único do artigo 79). O Presidente da 
República é eleito, direta ou indiretamente, por um prazo determinado 
(atualmente é de quatro anos, com direito a uma recondução pelo mesmo 
período = reeleição). Tem poder de veto. É unipessoal. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
(1ª) Sobre os princípios básicos do presidencialismo, assim escreve Paulo 
Bonavides (in Ciência Política): “... Cumprem por conseqüência buscar os 
verdadeiros traços que nos permitem distinguir ou separar, sem maior 
equívoco, os conceitos de presidencialismo e parlamentarismo. Vejamos, pois o 
que pertence ao presidencialismo, em ordem a emprestar-lhe a nota 
configurativa. 
 
Três aspectos principais se destacam na fisionomia do presidencialismo: 
 
1º ASPECTO = Historicamente é o sistema que perfilhou de forma clássica o 
princípio da separação de poderes, que tanta fama e glória granjearam para o 
nome de Montesquieu na idade áurea do Estado liberal. O princípio valia como 
esteio máximo das garantias constitucionais da liberdade. A Constituição 
americana o recolheu, tomando-o por base de todo o edifício político. Da 
separação rígida passou-se com o tempo para a separação menos rigorosa, 
branda, atenuada, à medida que o velho dogma evolveu, conservando-se 
sempre e invariavelmente”. Entre os traços dominantes de todo o sistema 
presidencial; 
 
2º ASPECTO = A seguir, vai deparar no presidencialismo a forma de governo 
onde todo o poder executivo se concentra ao redor da pessoa do Presidente, que 
o exerce inteiramente fora de qualquer responsabilidade política perante o 
poder legislativo. Via de regra, essa irresponsabilidade política total do 
Presidente se estende ao seu ministério, instrumento da imediata confiança 
presidencial, e demissível “ad nutum” do Presidente, sem nenhuma 
dependência política do Congresso. 
 
3º ASPECTO = Enfim, terceiro e último aspecto na caracterização do 
presidencialismo: o Presidente da República deve derivar seus poderes da 
própria Nação; raramente do Congresso, por via indireta. 
 
(2ª) Os poderes do Presidente da República conhecem a mais larga extensão. 
São considerados assoberbantes e esmagadores e continuam em expansão nos 
distintos sistemas presidenciais. O presidencialismo tem sido até criticado como 
o regime de um homem só. 
 
Com efeito, os encargos presidenciais abrangem sumariamente: 
 
(a) a chefia da administração, através de ministérios e serviços públicos 
federais, entregue a pessoa da confiança do Presidente, responsáveis perante 
este, que livremente os escolhe e demite; 
 
(b) o exercício do comando supremo das forças armadas; 
 
(c) a direção e orientação da política exterior com atribuições de celebrarem 
tratados e convenções, declararem guerra e fazer a paz, debaixo das ressalvas 
do controle exercido pelo poder legislativo, nos termos estatuídos pela 
Constituição. Encontramos, ainda, escritos, sobre: a relação entre executivo e 
legislativo na forma presidencial de governo; o poder presidencial nos Estados 
Unidos; o poder presidencial no Brasil; atribuições presidenciais em matéria 
legislativa; idem na ordem administrativa; idem na esfera militar; as atribuições 
presidenciais no campo da política exterior; a conservação do formalismo 
tradicional, e outros (texto transcrito da obra a Ciência Política do professor 
Paulo Bonavides). 
 
(3ª) = O professor Nelson Oscar de Souza (in Manual de Direito Constitucional) 
afirma: “O presidencialismo é conatural à República”. Ambos nasceram do 
mesmo movimento, em 1889. O Decreto nº 1, de 15 de novembro, estabelecia: 
“Fica proclamada provisoriamente a decretada como forma de governo da 
nação brasileira – a República Federativa”. O ato é do Governo Provisório que, 
a 22 de junho seguinte, publica texto constitucional adotado pelo novo regime 
até a promulgação da nova Carta. Esse texto consagra o sistema presidencial de 
governo, com um mandato de seis anos (art.39). Desde então, exceto o 
interregno de 1961 – inexpressivo e atípico – o presidencial tem sido adotado. 
 
(4ª) Fazendo uma rápida leitura no art. 84 da CF, encontrará na matéria tratada 
pelos seus incisos, a divisão clara e incontestável, quando sendo ele (presidente) 
Chefe de Governo e Chefe de Estado. 
 
Como CHEFE DE GOVERNO, a seguinte matéria: 
 
(a) exercer, com o auxilio dos Ministros de Estado, a direção superior da 
administração federal (inciso II); 
(b) iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição (inciso III); 
 (c) sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e 
regulamentos para sua fiel execução (inciso IV); 
(d) vetar projetos de lei, total ou parcialmente (inciso V); 
(e) dispor, mediante decreto, sobre:...(inciso VI); 
(f) ainda os (incisos IX a XII). 
 
COMO CHEFE DE ESTADO, a seguinte matéria: 
 
(a) manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes 
diplomáticos (inciso VII); 
(b) celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do 
Congresso Nacional (inciso VIII); 
(c) celebrar a paz, autorizada ou com referendo do Congresso Nacional (inciso 
XX); 
(d) conferir condecorações e distinções honoríficas (inciso XXI); 
(e) ainda os (incisos XIV (somente quanto à nomeação), XV e XVI (somente 
primeira parte), XVIII (segunda parte); 
(f) permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras 
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente (inciso 
XXII)). 
 
(5ª) = O presidencialismo no texto das Constituições brasileiras, assim foi escrito 
pelos legisladores: 
 
Na CONSTITUIÇÃO DE 1824 – Inexistia, na época, a figura do Presidente da 
República; 
 
Na CONSTITUIÇÃO DE 1891 – Exerce o Poder Executivo o Presidente da 
República dos Estados Unidos do Brasil, como chefe eletivo da nação (artigos: 
41 a 47); 
Na CONSTITUIÇÃO DE 1934 – O Poder Executivo é exercido pelo Presidente 
da República (artigos: 51 a 58); 
 
Na CONSTITUIÇÃO DE 1937 – O Presidente da República, autoridade 
suprema do Estado coordena a atividade dos órgãos representativos, de grau 
superior, dirige a política interna e externa, promove ou orienta a política 
legislativa de interesse nacional, e superintende a administração do país 
(artigos: 73 a 87); 
 
Na CONSTITUIÇÃO DE 1946 – O Poder Executivo é exercido pelo Presidente 
da República (artigos: 78 a 89); 
 
Na CONSTITUIÇÃO DE 1967 – O Poder Executivo é exercido pelo Presidente 
da República, auxiliado pelos Ministros de Estado (artigos: 74 a 85); 
 
Na EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 1 DE 1969 – O Poder Executivo é 
exercido pelo Presidente da República auxiliado pelos Ministros de Estado 
(artigos: 73 a 83).

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