Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Teoria Microeconomia 1 Prof. Clailton Ataídes de Freitas Fundamentos da Microeconomia: Aspectos Gerais • Teoria econômica: contemplam os conteúdos de microeconomia e macroeconomia. • Ferramentas da Teoria Econômica: estatística, matemática, econometria...matemática, econometria... • O que a microeconomia estuda? Estuda o comportamento das unidades econômicas individuais. • Quais são as unidades? Os consumidores, as firmas e os trabalhadores. • Qual o propósito da micro? Alocar de forma eficiente os recursos escassos relacionados a renda do indivíduo, ao orçamento da empresa e ao tempo disponível do trabalhador, isto é: • Consumidor: como alocar suas rendas em bens e serviços? A escolha da cesta de consumo.consumo. • Empresa: como alocar seus recursos? Comprar máquina ou contratar mais trabalhador. • Trabalhadores: como alocar seu tempo disponível entre renda e lazer? Fundamentos da Micro: Teoria e Modelos • Qual o propósito da Ciência Econômica? Busca explicar e/ou prever fenômenos observados. • As teorias econômicas são utilizadas para tal finalidade, ou seja, as teorias são finalidade, ou seja, as teorias são desenvolvidas para explicar os fenômenos econômicos (alteração no preço de um bem, a recessão, o desemprego, a inflação, etc), a partir de um conjunto de pressupostos. • A explicação de um determinado fenômeno econômico é feita utilizando-se de modelos. • O que é um modelo? É uma simplificação da realidade para que o fenômeno observado receba tratamento matemático e/ou estatístico e/ou econométrico. • Contudo, essa simplificação deve preservar a • Contudo, essa simplificação deve preservar a essência desse fenômeno. • O poder de uma teoria vai depender da sua eficácia em explicar e prever o fenômeno em questão. Fundamentos da Micro: Análise Positiva e Normativa • Análise Positiva: busca explicar o funcionamento do sistema econômico e prever como ele irá mudar ao longo do tempo. • Questões positivista: o que aconteceu, ou está • Questões positivista: o que aconteceu, ou está acontecendo? Ou, o que irá acontecer se houver mudança em uma variável exógena? • Exemplo: qual o impacto sobre os custos das empresas com o aumento no preço dos combustíveis? • Análise Normativa: busca apresentar soluções para os problemas econômicos que envolvam juízo de valor. Esse tipo de análise faz perguntas de prescrição como: O que deve ser feito? Ou o que será melhor? • Na microeconomia a análise é sempre • Na microeconomia a análise é sempre positivista, muito pouco são as contribuições da microeconomia para questões normativas. O Mercado • O mercado é formado por um conjunto de compradores e vendedores. • Compradores: • i) São os consumidores que compram bens e serviços; • i) São os consumidores que compram bens e serviços; • ii) São as empresas que compram matérias- primas, contratam trabalhadores e compram serviços de outras empresas. • Vendedores: • i) São as empresas que vendem bens e serviços para os consumidores e para outras empresas; • ii) trabalhadores que vendem sua força de trabalho para as empresas e; • iii) proprietários que alugam imóveis, arrendam iii) proprietários que alugam imóveis, arrendam terras e emprestam dinheiro os indivíduos e para as empresas. Mercado: definição • Resulta da interação entre compradores e vendedores na determinação dos preços dos produtos e da quantidade a ser negociada. • Tipos de mercados: concorrência perfeita, • Tipos de mercados: concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística. Este conteúdo não é objeto da Microeconomia I, mas será visto na Microeconomia II. Preço de Mercado • Preço de mercado: é o valor monetário que um determinado bem é negociado no mercado em um determinado momento t. • Há dois tipos de preços de mercado: preço • Há dois tipos de preços de mercado: preço nominal e o preço real. • Preço nominal: é o preço em moeda corrente, ou o preço absoluto sem descontar a inflação. • Preço real: é o preço em moeda constante, ou o preço nominal descontando a inflação. • O desconto da inflação é feito utilizando-se de índices, por exemplo: • em que, • PRXt é o preço real do bem X em um dado momento t. • PNXt é o preço nominal de X em um dado momento t; • IGPbase é o índice geral de preço na data base. • IGPt é o índice geral de preço na data t. • Exemplificando: Considere as informações dispostas na tabela a seguir. Então, deseja-se dispostas na tabela a seguir. Então, deseja-se saber qual o preço real de X em 2010, tendo 2007 como referência. Em termos percentuais de quanto foi essa variação? Quadro 1. Preço hipotético de X e IGP-DI Ano IGP-DI Px em R$ 2007 372,31 1,70 2008 404,21 1,75 2008 404,21 1,75 2009 400,41 1,80 2010 445,59 1,85 • Resolvendo: • A variação real dos preços em termos percentuais: percentuais: ���2010 = ��2007(1 + �) � = � ���2010 ��2007 1� 100 � = � 1,55 1,70 1� 100 = 9,1% • A variação nominal em termos percentuais: � = � ��2010 ��2007 1� 100 � = � 1,85 1,70 1� 100 = 8,82% • Qual a conclusão? Enquanto em termos nominais o preço de x experimentou um aumento de 8,8%, em termos reais o preço caiu cerca de 9%. � = � 1,85 1,70 1� 100 = 8,82% Mercado: Curva de Demanda e de Oferta • Curva de oferta: mostra a quantidade de mercadoria (bem X) que os produtores estariam dispostos a vender a cada nível de preço. Portanto, Sx = f(Px).Portanto, S = f(P ). • Isso revela uma relação positiva entre o Sx e Px. • Ao preço P1 o indivíduo estaria disposto a vender Q1, e ao P3 vender Q2 (Gráfico 1). Deslocamento ao longo da curva de oferta (Sx), representa variações na quantidade ofertada. Gráfico 1. Curva de Oferta Px Sx´´ P4 Sx Sx´ P3 P2 P2 P1 Q1 Q2 Q3 Qx • Um choque de oferta favorável (Como uma super safra, um incremento tecnológico) faz a curva de oferta deslocar para a direita tal como Sx’. Assim, o produtor estaria disposto a oferta uma quantidade maior tal como Q3 a um preço menor como P2. • Se o choque de oferta for adverso, como uma frustração de safra, greves, etc., fará essa curva se deslocar para a esquerda rumo a Sx’´. Veja que frustração de safra, greves, etc., fará essa curva se deslocar para a esquerda rumo a Sx’´. Veja que agora a Q2 só será ofertada ao preço P4. O efeito desses eventos na economia é pressionar os preços para cima. • Quando a oferta se desloca diz-se que houve uma variação na oferta. • Curva de demanda: representa as quantidades de bens que os consumidores desejam adquirir a cada nível de preço. Portanto, Dx = f(Px). • Há uma relação negativa entre Dx e Px. • No gráfico 2 temos a curva de demanda (Sx), onde se vê que ao P , a quantidade demanda onde se vê que ao P2, a quantidade demanda é Q1. • Se os preços diminuem para P1, o indivíduo aumenta a quantidade demandada para Q2, e vice-versa. Gráfico 2. Curva de Demanda Px Dx Dx´ P3 Dx´´ P2 P1 Dx Q1 Q2 Q3 Qx • Movimentos ao longo da curva de demanda denomina-se de variações na quantidade demandada. • Quando há mudança, por exemplo, na renda ou no gosto do consumidor, a curva de demanda se desloca. • Considere um aumento na renda, então, a Dx se • Considere um aumento na renda, então, a Dx se desloca rumo a Dx´. Veja que agora, o consumidor consegue adquirir Q2, mesmo que o preço suba para P3. • Se a renda diminui, a demanda se desloca para a esquerda rumo a Dx´´. Nesse caso,há demanda para Q1 somente se o preço for P1. Equilíbrio de Mercado • Quando a curva de demanda intercepta a curva de oferta temos o equilíbrio de mercado, como representado no gráfico 3. • Qualquer alteração de preço ou de quantidade, rompe-se o equilíbrio de mercado. Por exemplo, rompe-se o equilíbrio de mercado. Por exemplo, Se o preço subir para P3, a quantidade ofertada aumenta para Q3, enquanto a quantidade demandada recua para Q1, provocando excesso de oferta. • Da mesmo modo, quando ocorre queda no preço para P1, haverá excesso de demanda. Gráfico 3. Representação do equilíbrio de mercado Px Sx Excesso de oferta P3 P3 P2 E P1 Dx Excesso de demanda Q1 Q2 Q3 Q4 Qx • Note que quando, por exemplo, há incremento da renda do consumidor, isso torna o mercado mais aquecido, deslocando a demanda para a direita rumo a Dx´, com novo equilíbrio E1. (gráfico 4). Gráfico 4. Representação do novo equilíbrio de mercado Px Sx P3 E1 P3 E1 P2 E P1 Dx Dx´ Q1 Q2 Q3 Q4 Qx • No entanto, se ocorrer incremento tecnológico é a curva de oferta que se desloca para a direita, resultando em um novo equilíbrio E2, tal como representado no Gráfico 5. • Simulações como essas podem ser feitas • Simulações como essas podem ser feitas permitindo, ainda, redução na renda do consumidor e choques de oferta adverso, tanto com seus efeitos combinados, quanto isolados. Gráfico 5. Representação do novo equilíbrio de mercado Px Sx Sx´ P3 P3 P2 E P1 E2 Dx Q1 Q2 Q3 Q4 Qx • Se a oferta for fixa em um determinado momento t, tem-se uma curva de oferta perfeitamente inclinada, como no gráfico 6. • Se o preço se afasta do equilíbrio, na suba ou na baixa, irá provocar ou excesso de demanda, se o preço for P1, ou excesso de oferta, se for P2. Em qualquer dessas situações, o mercado força a qualquer dessas situações, o mercado força a volta ao equilíbrio E. • Preço reserva: é o preço máximo que os consumidores pagariam para adquirir uma determinada quantidade de bens. Assim, P3 no gráfico 5 é o máximo pago pela quantidade Q1. Gráfico 6. Representação do equilíbrio de mercado com a curva de oferta perfeitamente inclinada Px Sx Excesso de oferta P3 ↓ Pe E ↑ Dx P1 Excesso de demanda Q1 Qe Q3 Qx Elasticidades da Oferta e da Demanda • Definição geral: informa a variação percentual que irá ocorrer na quantidade demandada de um bem (X), em resposta à variação percentual em outra variável.percentual em outra variável. • Elasticidade-preço da demanda: informa qual a variação percentual na quantidade demandada do bem X, em resposta a variação de 1% no preço de X. Matematicamente: • A elasticidade-preço é um número negativo, pois, ��� = Δ�� �� Δ�� �� , ou ��� = Δ�� Δ�� �� �� Em que, Δ�� Δ�� é o coeficiente angular da curva de demanda. • A elasticidade-preço é um número negativo, pois, para a maioria dos bens, o aumento no preço resulta em queda no consumo. • A elasticidade é medida em cada ponto da curva de demanda. Ela sofre variação a medida que nos movemos ao longo dessa curva. • Exemplificando: Considere uma curva de demanda linear dada por: Qx = 8 – 2Px, representada pelo gráfico 6. Dado que: ��� = Δ�� Δ�� �� �� em que, Δ�� Δ�� é o coeficiente angular da curva de demanda = -2 � = 2 2 = 1 ��� = Δ�� �� em que, Δ�� Δ�� é o coeficiente angular da curva de demanda = -2 Assim, Se P = 2, Qx = 4, então: ��� = 2 2 4 = 1 Se P = 3,9, Qx = 0,2, então: ��� = 2 3,9 0,2 = 39 Se P = 1, Qx = 6, então: ��� = 2 1 6 = 0,333 Gráfico 6. Curva de demanda linear Px 4 εp = -∞ εp = -∞ 3.9 Região Elástica ε = -12 εp = -1 Região Inelástica 1 εp = -0,333 εp = 0 0.2 4 6 8 Qx • Dessa forma, temos que: • Região elástica: • Região Inelástica;-1 ≤ εp ≤ 0. • Que conclusão geral podemos chegar? • Quanto o preço se afasta de $ 2,00 e se aproxima de $ 4,00, mais aumenta a ∞ ≤ �� < 1; aproxima de $ 4,00, mais aumenta a elasticidade, até tornar-se infinitamente negativa, quando no limite o preço se torna $ 4,00. Por isso, trata-se de uma região elástica. • Quando o preço está abaixo de $2,00, a elasticidade se torna mairo do que -1, ou em módulo menor do que 1, e ela tende a diminuir cada vez mais, em módulo, a medida que o preço se aproxima de zero. Isso caracteriza uma região inelástica.caracteriza uma região inelástica. A Curva de demanda infinitamente elástica: (demanda horizontal) • Nesse caso, o consumidor vai adquirir a quantidade máxima que puder ao preço P*. Se houver um ínfimo aumento, ou queda no preço, a quantidade cai a zero, como preço, a quantidade cai a zero, como representado com o preço P1 no gráfico 7. Gráfico 7. Curva de demanda infinitamente elástica Px P1 * P* Dx P* Dx Qx Curva de demanda completamente inelástica • O consumidor irá adquirir a quantidade Q*, qualquer que seja o preço. Trata-se de uma demanda que não responde a variação nos preços. Situação representada pelo gráfico 8.preços. Situação representada pelo gráfico 8. Gráfico 8. Curva de demanda completamente inelástica Px Dx Qx Q* Elasticidade-Renda da Demanda • Definição: Corresponde a variação percentual da quantidade demandada do bem X, em resposta ao aumento de 1% na renda do consumidor, formalmente: �� = Δ�� �� �� = Δ�� Δ� � �� • A elasticidade-renda é sempre positiva, pois, o aumento de renda leva ao aumento do consumo dos bens. �� = Δ�� �� ΔI � , ou �� = Δ�� Δ� � �� • Com base nessa elasticidade, pode-se classificar os bens como superiores, normais e inferiores, isto é: Se �� = 1, os bens são normais; Se �� > 1, os bens são superiores; Se �� < 1, os bens são inferiores. �� > 1 Se �� < 1, os bens são inferiores. • A classificação como inferior não tem nada haver com a utilidade do bem. Bens inferiores são bens básicos acessível a quase todos os indivíduos da sociedade, como arroz, feijão, sal.... Nessa caso, se a renda aumenta, o indivíduo não irá consumir mais desses bens. Talvez, até reduza o consumo dos mesmos em Talvez, até reduza o consumo dos mesmos em prol de bens superiores como massas italianas, por exemplo. Elasticidade Cruzada da Demanda • Definição: informa a variação percentual da quantidade demandada do bem X, em razão da variação percentual no preço de outro bem (Y), mantendo tudo mais constante. (Y), mantendo tudo mais constante. Formalmente: • Em que, Py é o preço do bem Y ���,�� = Δ�� �� Δ�� �� , ou ���,�� = Δ�� ΔPy �� �� • A elasticidade cruzada pode ser positiva ou negativa. Δ�� ΔPy é o coeficiente de inclinação na equação de demanda de X, em reposta a variação no Py. Se ���,�� > 0, os bens X e Y são substitutos. Nesse caso, aumentando o preço de Y, aumenta a Se ���,�� > 0, os bens X e Y são substitutos. Nesse caso, aumentando o preço de Y, aumenta a demanda de X. Se ���,�� < 0, essesbens são complementares. Nesse caso, aumentando o preço de Y reduz a demanda de X. Elasticidade-Preço da Oferta • Definição: corresponde a variação percentual da quantidade ofertada do bem X, em razão do aumento em 1% no preço desse bem. • Formalmente,• Formalmente, • A elasticidade-preço da oferta é sempre positiva. �� � = Δ�� � �� � Δ�� �� , ou �� � = Δ�� � �� � �� �� � Curva de Oferta Infinitamente Elástica Gráfico 9. Curva de oferta infinitamente elástica Px P* Sx P1 * Qx • Os produtores vão ofertar a quantidade máxima que puderem ao nível de preço P*. Qualquer redução de preço abaixo de P*, como P1, faz a quantidade ofertada cair a zero (gráfico 9). Curva de oferta Completamente Inelástica • Teoricamente, é possível ter uma curva com essa forma, mas na prática é improvável que ocorra, pois, não importa o preço, a quantidade ofertada é sempre a mesma, quantidade ofertada é sempre a mesma, como representado no gráfico 10. Gráfico 10. Curva de oferta completamente inelástica Px Sx Qx Q* Calculando o Preço e a Quantidade de Equilíbrio • Digamos que você esteja interessado em estudar o mercado do bem X. As curvas de oferta e demanda desse bem são especificadas como: ��� = 560 1,5�� �� = 10 + 2,5�� � especificadas como: • Determine, a partir dessas informações, o preço e quantidade demandada de X. • No equilíbrio Dx = Sx, ou: • Resolvendo para Px, temos que Px = $137,5. � �� = 560 1,5�� �� = 10 + 2,5�� � 560 1,5�� = 10 + 2,5�� • Ao substituir Px = 137,5, em Dx ou Sx, chega-se que a quantidade demandada e ofertada é de Qx = 353,75. • De posse desses resultados, calcule a elasticidade- preço da oferta e a elasticidade-preço da demanda. �� � = 2,5 137,5 353,75 = 0,97 demanda. • Elasticidade-preço da oferta: Como essa elasticidade é menor do que 1, a oferta bem X é inelástica. Elasticidade-preço da demanda: �� � = 2,5 137,5 353,75 = 0,97 ��� = 1,5 137,5 353,75 = 0,58 • Como a demanda tem elasticidade -0,58 maior do que -1, a demanda é inelástica. • Vamos considerar o exemplo apresentado por Besanko e Braeutigam (2004), relacionado às demandas de coca cola e pepsi. Essas equações são com seguem:equações são com seguem: • Os valores médios são: Pco =$12,96, Ppp = $8,16, Ac=$5,89, Ap = $5,28 e I = $20,63 ��� = 26,17 3,98��� + 2,25�� + 2,6�� 0,62�� + 0,99� ��� = 17,48 5,48��� + 1,40��� 4,81�� + 2,83�� + 1,92� • 1) Calcule a elasticidade preço da demanda de coca e a elasticidade preço da demanda de pepsi. • 2) Calcule a elasticidade renda da demanda de coca e a elasticidade renda da demanda de pepsi.pepsi. • 3) Calcule a elasticidade cruzada da demanda de coca com o preço da pepsi. • 4) Calcule a elasticidade cruzada da demanda de pepsi com o preço da coca. • Para obter essas elasticidades, devemos, primeiro, calcular as quantidades demandadas de coca e de pepsi. Isso é feito substituindo os valores médios de Pco, Ppp,, Ac, Ap e I em Dco e Dpp. ��� = 26,17 3,98(12,96) + 2,25(8,16) + 2,6(5,89) 0,62(5,28) + 0,99(20,63) = 25,43 ��� = 17,48 5,48(8,16) + 1,40(12,96) 4,81(5,89) + 2,83(5,28) + 1,92(20,63) = 17,13 • 1) Elasticidade-preço da coca: ��� = 26,17 3,98(12,96) + 2,25(8,16) + 2,6(5,89) 0,62(5,28) + 0,99(20,63) = 25,43 ��� = 17,48 5,48(8,16) + 1,40(12,96) 4,81(5,89) + 2,83(5,28) + 1,92(20,63) = 17,13 1) Elasticidade-preço da coca: • Interpretação: se o preço da coca aumentar em 1%, a demanda de coca vai reduzir em cerca de 2%. Portanto, a demanda é elástica.cerca de 2%. Portanto, a demanda é elástica. • Qual a elasticidade-preço da pepsi? • 2) Elasticidade-renda da demanda de coca: • Interpretação: se a renda do indivíduo aumentar em 1% a quantidade demandada vai aumentar em 0,8%. Trata-se, portanto, de um bem inferior. • 3) Elasticidade cruzada da coca com preço da pepsi: • Interpretação: se o preço da pepsi aumentar em 1%, a quantidade demandada de coca vai aumentar em 0,72%. Como a elasticidade é positiva, coca e pepsi são produtos substitutos. • Qual a elasticidade cruzada da pepsi com preço da coca? Elasticidade-preço da demanda de curto prazo versus o longo prazo • Definição: • Curto prazo: período de tempo em que, dado uma variação no preço do bem, a demanda e a oferta ainda estão se ajustando.a oferta ainda estão se ajustando. • Longo prazo: tempo suficientemente longo para que a oferta, por parte dos produtores, e a demanda, por parte dos consumidores, se ajustaram completamente à variação no preço do bem. • As elasticidades de curto prazo e longo prazo se comportam de maneira diferente , dependendo do tipo de bem estudado. • Caso 1: Quando a demanda a longo prazo é mais elástica do que a de curto prazo. Esse é o caso, por exemplo, do curto prazo. Esse é o caso, por exemplo, do combustível, da energia, entre outros. Aqui vamos tratar esses bens, genericamente, por X. • Admita que o bem estudado seja a gasolina, e que experimentou aumento no preço. • Quando isso ocorre, a demanda de curto prazo retrai em razão dos proprietários de automóveis reduzirem a utilização do automóvel. Assim, se menos indivíduos utilizam carros no transporte urbano ou em utilizam carros no transporte urbano ou em viagens, então, a demanda de gasolina diminui no curto prazo. • No entanto, no longo prazo com o preço da gasolina permanecendo alto, os proprietários de automóveis buscam adquirir automóveis menores e mais econômicos, e isso faz o consumo de gasolina reduzir ainda mais. Veja o comportamento do gráfico a seguir. • Quando o preço da gasolina é de R$ 3,50 o • Quando o preço da gasolina é de R$ 3,50 o litro, em uma determinada região, se consome 20 mil barris, representado no gráfico pelo ponto E. Gráfico 11. Elasticidade-preço da demanda de curto e longo prazo PGas Dgas CP 3.9 3.5 E Dgas LP QGas 15 18 20 • Quando o preço sobe para R$ 3,90, no curto prazo, a demanda retrai para 18 mil barris. Contudo, no longo prazo o consumidor tende a adquirir automóveis menores e mais econômicos, ou vendem seu automóvel e passa a utilizar o transporte público e/ou bicicleta. Com isso a demanda de gasolina bicicleta. Com isso a demanda de gasolina diminui ainda mais para 15 mil barris. • Caso 2: Quando a demanda é mais elástica no curto prazo do que no longo prazo. Esse é o caso, principalmente, dos eletrodomésticos (geladeiras, televisores, lavadoras...). Vamos representar um desses bens por y. • No exemplo retratado no gráfico abaixo, se o preço do bem y sobe de R$ 500,00 para R$ preço do bem y sobe de R$ 500,00 para R$ 550,00, os consumidores retraem consideravelmente a demanda de 260 mil unidades na região, para 200 mil unidades, representado no Gráfico 12 pelo Ponto A. Gráfico 12. Elasticidade-preço da demanda de curto e longo prazo PY Dy LP 550 B 500 A Dy CP QY 200 240 260 • Isso ocorre porque o consumidor, ou manda consertar o eletrodoméstico usado, ou posterga a troca dos mesmos, mesmo reconhecendo que estão velhos e defasados tecnologicamente. • Contudo, no longo prazo, esses bens já não podem ser consertados, ou não tem como o podem ser consertados, ou não tem como o consumidor adiar mais as trocas dos mesmos, isso faz a demanda no longo prazo aumentar para 240 mil unidades, mesmo que o preço tenha se mantido em R$ 550,00 (Ponto B). Elasticidade-renda da demanda de curto prazoversus de longo prazo. • Pode-se dividir essa elasticidade em dois casos: • Caso 1. Elasticidade-renda da demanda maior no longo prazo do que no curto prazo. Esse pode ser retradado como o turismo, energia, combustível, retradado como o turismo, energia, combustível, bens que aqui, genericamente, são representados por x. • Pode-se utilizar a curva de Engel para representar a variação da quantidade demanda do bem x, diante do aumento da renda do consumidor. • Pode-se definir curva de Engel como sendo uma curva que revela o quanto o consumidor estaria disposto a consumir para cada nível de renda. • Considere, por exemplo, a gasolina. Se a renda (I) do consumidor aumenta de R$ 2.000,00 para R$ 3.000,00, coeteris paribus, o consumo de gasolina aumenta, pois, o consumidor começa a andar mais de carro e/ou viajar com mais frequência, aumenta, pois, o consumidor começa a andar mais de carro e/ou viajar com mais frequência, então, o consumo passa, na região, de 15 mil barris para 20 mil barris, representado no gráfico pelo Ponto A, sobre a curva de Engel de curto prazo (CECP). • No entanto, a longo prazo o consumidor troca os automóveis menores por outros maiores e mais potente e, como consequência, o consumo de combustível aumenta para 28 mil barris (Ponto B). Gráfico 13. Elasticidade-renda da demanda de curto e longo prazo Renda(I)Renda(I) CEcp 3000 A B CELP 2000 E QGas 15 20 28 • Caso 2. Elasticidade-renda da demanda maior no curto do que a longo prazo. • Uma grande parte dos consumidores tem demanda reprimida por automóveis. Isso significa que se a renda aumenta de $ 2.000,00 para $ 3.000,00, ceteris paribus, 2.000,00 para $ 3.000,00, ceteris paribus, esses consumidores aumentam a demanda por automóveis muito rapidamente de 5 mil automóveis para 8 mil, situação essa representada no gráfico 14 pelo ponto B. • Mas quando o conjunto dos consumidores já adquiriram o número de automóveis desejado, a demanda retrai para 6 mil automóveis, tornando a curva de Engel de longo prazo menos elástica (Ponto A). Gráfico 14. Elasticidade-renda da demanda de curto e longo prazo Renda(I)Renda(I) CELP 3000 A B CECP 2000 E Automóveis 5 6 8 • Portanto, os 2 mil automóveis demandados no CP a mais é porque houve incremento de renda. Contudo, se a renda se estabiliza em $3.000,00, o consumo de automóveis no LP, num determinado período, fica em 6 mil automóveis em um determinado período t.automóveis em um determinado período t. Elasticidade de Oferta no Curto e Longo Prazos • Para a maior parte dos produtos, a oferta de LP é mais elástica a preço que a de CP, mas a casos em que ocorre o contrário, conforme exemplificado a seguir: • Caso 1: Curva de oferta de LP é mais elástica que a curva de oferta de CP. Isso ocorre porque no curto prazo as firmas se defrontam com restrições do investimentos (tempo de maturação dos investimentos). • Na prática, isso significa que diante de um aumento no preço do bem X, de P1 para P2, gráfico 15, no curto prazo a empresa só consegue expandir a produção de Q1 até Q2 (pagando horas extras, ou com dupla jornada de trabalho). de trabalho). • No entanto, no LP a empresa pode ampliar seu parque de máquinas, construir novos galpões, e assim, ampliar ainda mais a produção, tal como representado no gráfico de Q2 para Q3. Gráfico 15. Elasticidade da oferta no curto e longo prazos PX SCP P2 A B SLP P1 E Qx Q1 Q2 Q3 • Caso 2: A curva de oferta de CP é mais elástica que a curva de oferta de LP. • Embora seja mais comum a maior elasticidade da curva de oferta a LP, vis-à-vis a de CP, há mercados em que isso pode se inverter. • Exemplificando: o mercado de produtos recicláveis, como a sucata de cobre. recicláveis, como a sucata de cobre. • Quando o preço desse bem sobe, de P1 para P2, gráfico 16, há um grande esforço dos “catatores de materiais recicláveis” em buscar esses materiais, assim, a oferta de CP aumenta rapidamente de Q1 para Q3. • No entanto, a medida que os estoques de metais de boa qualidade vão diminuindo, a LP oferta se contrai para um nível Q2, compatível com o preço P2. Essa situação está representada no gráfico 16. Gráfico 16. Elasticidade da oferta no curto e longo prazosGráfico 16. Elasticidade da oferta no curto e longo prazos PX SLP P2 A B SCP P1 E Qx Q1 Q2 Q3 Regulação de Preços em Mercados Competitivos • Considere que P* e Q* sejam, respectivamente, o preço e a quantidade de equilíbrio no mercado do bem X, mas o Governo fixa o Pmax, abaixo P*, como o preço máximo de mercado. • Nesse caso, os produtores mais ineficientes saem • Nesse caso, os produtores mais ineficientes saem do mercado, reduzindo a quantidade ofertada para Q1, enquanto a quantidade demandada aumenta para Q2, gerando o excesso de demanda. Isso força o preço rumo a P* (gráfico 17). Gráfico 17. Regulação de preço PX S P* E Pmax D1 Excesso de demanda QX Q1 Q* Q2 • Como os preços, legalmente estão proibidos de aumentarem, passa-se a cobrar um ágio no mercado de X. Esse ágio, faz o preço efetivamente cobrado do consumidor ser P*. Assim, o mercado anula, na prática, o esforço do Governo em tentar controlar os preços, como representado no gráfico 17.como representado no gráfico 17. Teoria do Consumidor Comportamento do Consumidor • Cap. 3. Pindyck. • Questão fundamental: Como um consumidor com renda limitada eu um desejo ilimitado de consumo decide o quanto e que tipo de bens e serviços adquirir? • Isso irá ajudar a entender como uma mudança na renda e no preço afeta a demanda. • A teoria do comportamento do consumidor percorre 3 etapas: • 1) Preferência do consumidor: Consiste em encontrar uma forma prática de descrever a preferência de um consumidor por uma mercadoria a outra; • 2) Restrição orçamentária: o indivíduo tem renda limitada, o que restringe a quantidade de mercadorias adquiridas; • Escolha do consumidor: dada a preferência e a renda, os consumidores irão adquirir um conjunto de bens que irão maximizar sua satisfação. Preferência do Consumidor • i) Como descrever o comportamento do consumidor de forma coerente? • ii) Um dada cesta de bens é preferida a outro, ou o consumidor é indiferente? • Cesta de consumo ou cesta de mercado: é um conjunto de bens e serviços que os indivíduos selecionam para consumir ao longo de um período de tempo. • Diante de várias cestas, o consumidor pode classificá-las de acordo com os seus níveis de desejabilidade, ou seja, o consumidor é capaz de determinar que uma delas é melhor do que outra, ou que uma delas é indiferente a outra. • Formalmente, temos três possibilidades se for apresentado ao consumidor as cestas A e B: • A 1ª possibilidade indica que o consumidor não tem nenhum dúvida sobre qual cesta é preferida. • A 2ª possibilidade indica que para o consumidor é indiferente escolher A ou B. 𝐴 ≻ 𝐵 → A cesta A é estritamente preferida a cesta B.𝐴~𝐵 → A cesta A é indiferente a cesta B. 𝐴 ≽ 𝐵 → A cesta A é fracamente preferida a cesta B. • A 3ª possibilidade indica que para o consumidor diante de A e B, ele irá escolher A, mas se escolher B não há perda de utilidade. • Assim, podemos definir as relações entre as preferências como: • Se e , então, . Isto é, se o consumidor acha que A é tão boa quanto B, e B é tão boa quanto A é porque o consumidor é indiferente entre as duas cestas. • Se , mas A não é indiferente a B, então, é porque para o consumidor A é preferida a B. • Hipóteses sobre as preferências • 1) Completude ou integralidade: indica que o consumidor pode comparar e ordenar todas as cestas de mercado. Por exemplo, diante das cestas A e B ele dirá que , ou , ou ainda . • 2) Transitividade: indica que o consumidor sempre fará a melhor escolha. Uma preferência transitiva revela que se para o consumidor e , então, . • 3) Reflexiva: indica que qualquer cesta é ao menos tão boa quanto ela mesma, isto é: • 4) Monotonicidade: indica que as preferências dos consumidores são monotônicas, ou seja, mais bens presentes nas cestas são sempre preferidos a menos. 𝐴 ≽ 𝐴, ou 𝐵 ≽ 𝐵 • Essas premissas constituem base da teoria do consumidor. • Curva de indiferença • Definição: representa um conjunto de cestas de mercado que proporcionam ao consumidor o mesmo nível de utilidade. • Considere os dados do Quadro 2.1 plotado em um gráfico, como retratado a seguir. Tabela 2.1 – Cestas hipotéticas Cesta Unidades de Alimento (A) Unidades de Vestuários (V) A 20 30 B 10 50 D 40 20 E 30 40 H 10 40 • Veja que as cestas G e H da área amarela permite comparação, pois, E é preferível a A e A é preferível a G. Gráfico 2.1 Curva de indiferença V 50 B 40 H E 30 A 20 G D U 10 20 40 A • O que dizer das cestas B, H, A e D? • Como B, A e D estão sobre a curva de indiferença U, apresentam o mesmo nível de utilidade, portanto, são indiferentes. • A cesta H está abaixo da curva de indiferença. Assim, as cestas B, A e D são preferíveis a cesta H. • Mapa de indiferença: representa um conjunto de curvas de indiferença. Gráfico 2.1 Mapa de indiferença V U3 U2 U1 A Curvas de indeferença superiores são sempre preferidas Casos especiais de Curva de Indiferença • O caso dos bens discretos: é um tipo de bem que está disponível em quantidades inteiras, não sendo possível sua compra fracionada. Por exemplo, uma TV, não há como comprar ½ TV. • Vamos representar X1 como bem discreto e X2 o conjunto de outros bens. Grafico 2.3. Curva de indiferença para bens discretos X2 2 *C 1 A U *B 1 2 X1 • Note que para o consumidor estar no ponto A, isto é, comprar uma TV, ele deve reduzir pela metade o consumo de outros bens. • Veja, também, que a curva de indiferença U é vazada entre A e C; A e B. Portanto, essa curva é formada somente pelos pontos C, A e B Saciedade • Constitui uma cesta que o consumidor prefere a qualquer outra, como a cesta A representa no gráfico 2.4. Quanto mais distante ele estiver de A, em qualquer que for a direção, menor a sua utilidade. • Considere para exemplificar dois bens Y e X. Grafico 2.4. Representando o ponto de saciedade do consumidor X2 N M U O P X1 A • Curva de indiferença com declividade negativa e côncava, parte M, do gráfico possui muitas unidades de ambos os bens, levando-o a reduzir o consumo desses bens. • Na parte O, o consumidor tem muito pouco de ambos os bens, o que o leva ao aumentar o consumo dos mesmos. • Nas partes N e P, há um bem que o consumo está acima do desejado e outro abaixo, o que leva o consumidor a calibrar o seu consumo rumo a cesta A. • Cabe ressaltar, que as curvas de indiferença jamais se cruzam. Veja no gráfico abaixo: Gráfico 2.5 Curvas de indiferença não se cruzam V A V2 B U2 V1 D U1 A1 A • Como • Então, B deveria ser indiferente a D, mas a cesta B tem mais bem de V e a mesma quantidade de alimento. Portanto, B é preferível a D e não indiferente. • Portanto, se as curvas de indiferença se cruzam viola-se o princípio da transitividade. 𝐴~𝐵 e 𝐴~𝐷 Preferências bem comportadas: Varian Cap. 3 • Duas hipóteses gerais sobre as preferências, segundo Varian, definem curvas de indiferença bem comportadas. • i) A hipótese da monotonicidade: a cesta com mais bens é sempre preferida àquelas com menos bens. • Essa hipótese implica em curvas de indiferença com declividade negativa, gráfico 2.6. Gráfico 2.6 Curvas de indiferença e a hipótese da monotonicidade V Cestas Melhores A C Cestas Indiferentes B U1 Cestas Piores A • Qual a implicação da monotonicidade no tocante à forma da curva de indiferença? • Partindo da cesta C, se nos movermos para cima estaremos nos movendo para uma posição melhor. Se nos movermos para baixo, estaremos numa situação pior. No entanto, se nos movermos ao longo da curva de indiferença rumo a cesta A ou cesta B, estaremos na situação indiferente, conforme retratado no gráfico 2.6. • Assim, para que esse axioma não seja violado a curva de indiferença deve ter inclinação negativa. • ii) As médias são preferidas aos extremos. Para entendermos esse axioma, considere duas cestas, A e B, contendo diferentes quantidades dos bens X e Y, sendo A(x1, y2) e B(x2,y1). Representando essas grandezas teremos o gráfico 2.7. • Se ponderarmos estas cestas por t e 1-t, encontraremos uma cesta C que irá passar pela linha que une A e B. A cesta C é uma cesta média ponderada, formalizada como: Gráfico 2.7. Representação do axioma de que as médias são preferidas aos extremos V Y2 = 6 A 5,5 C Y1 = 4 B x1 = 3 3,5 x2 = 5 A • C[tx1 + (1-t)y1; tx2 + (1-t)y2]. • Exemplificando: se t = 0,5, x1=3; y1=4; y2=6 e x2=5. Substituindo esses valores na cesta C: • C[0,5(3)+0,5(4); 0,5(5)+0,5(6)] = C(3,5; 5,5) • Veja que no gráfico 2.7 a cesta C, está sobre a reta que liga as cestas extremas. • A cesta C é fracamente preferida às cestas extremas, ou: C ≽ 𝐴 e C ≽ 𝐵 • Em termos geométricos, o que significa essa hipótese sobre as preferências? • Significa que um conjunto de cestas fracamente preferidas forma um conjunto convexo. • O conjunto convexo possui uma propriedade interessante, quer seja, se for tomadas duas cestas e traçar uma linha qualquer, a cesta aí ponderada se localiza inteiramente nesse conjunto convexo. • • O que acontece com a cesta ponderada se as preferências não forem convexas. • Se a curva de indiferença for côncava com relação a origem, a cesta ponderada vai se localizar fora do conjunto convexo, o que significa que ela não será preferida pelo consumidor. • Exemplificando: considere um consumidor que goste sorvete e azeitona. Então, nas próximas horas para ele seria indiferente 200g de sorvete, ou 50g de azeitona. • Contudo, o consumidor não gosta de consumir sorvete e azeitonas juntas. Assim, a cesta C, ponderada não é preferida às extremas A e B. •Essa situação está representada no gráfico 2.8. Gráfico 2.8. Representação de preferências não convexas Sorvete 200g A 100g C B 25g 50g Azeitona Taxa Marginal de Substituição • Representação: • TMSA,V, em que se lê: taxa marginal de substituição do bem V pelo bem A. • TMSV,A, em que se lê: taxa marginal de substituição do bem A pelo bem V. • Definição: corresponde a uma quantidade de um determinado bem que o consumidor estaria disposto a reduzir da sua cesta para obter unidades adicionais de um outro bem. • A TMSA,V: é conhecida, também, como taxa de troca. Essa é a taxa exata à qual o consumidor estaria disposto a substituir um bem por outro. • A TMSA,V: é sempre negativa. • A TMSA,V: essa taxa tende a diminuir a medida que o indivíduo vai reduzindo o consumo de um bem para aumentar o consumo de outro bem. • A TMSA,V: é dada pela tangente na curva de indiferença (CI). 2.9. Representando a TMS V 16 A ΔV=6 TMS 10 B ΔV=4 6 D 4 ΔV=2 E U 1 2 3 4 A • Podemos pensar ΔV como sendo uma variação muito pequena em torno de um determinado ponto na curva de indiferença, pois, a medida que ΔV se torna menor se aproxima da curva de indiferença. • Considere, por aproximação, a troca de V por A, passando do ponto A para o B. A tangente em vermelho no gráfico representa a TMS. Pela fórmula da tangente Da cesta A para a cesta B, temos: 𝑇𝑀𝑆𝐴,𝑉 = − Δ𝑉 ΔA = − 6 1 = −6 Da cesta B para a cesta C: 𝑇𝑀𝑆𝐴,𝑉 = − 4 1 = −4 Da cesta C para a cesta D, temos: 𝑇𝑀𝑆𝐴,𝑉 = − 2 1 = −2 • A TMS deve ser sempre tangente a CI. Se ela interceptar essa curva, podem surgir pontos, os cestas como E e D, que apresentam um nível de utilidade inferior ao ponto A, onde a TMS é uma tangente. Veja gráfico 2.10. • Comportamento da CI: • i) A CI com inclinação negativa implica que para aumentar o consumo de um bem é preciso reduzir o consumo do outro bem; • ii) A CI exibe TMS decrescente. Na prática, isso significa que o consumidor diminui o interesse por um bem, a medida que adquire unidades adicionais desse bem. Casos Especiais da CI • Bens substitutos perfeitos: A CI desses bens é uma reta, pois, o consumidor está disposto a substituir um bem por outro numa proporção fixa, ou a uma TMS constante, por exemplo, 1:1. • Considere que o consumidor é indiferente entre o suco de maçã e o suco de laranja. Essa situação está representa no gráfico 2.11. Gráfico 2.11. CI de bens substitutos perfeitos Suco de Maçã 2 C 1 A B U2 U1 1 2 Suco de Laranja • Se o consumidor estiver sobre a CI U2, gráfico 2.11, então, é indiferente consumir 2 copos de suco de laranja ou 2 de suco de maçã. Nesse caso, teríamos a solução de canto, ou especialização do consumo em um dos bens, como representado pelas cestas C ou B. • As cestas C e B são tão boas quanto a A, em que o indivíduo estaria consumindo 1 copo de suco de maçã e 1 copo de suco de laranja. • CI inferiores como U1 representa menor nível de utilidade. Bens Complementares Perfeitos • São bens que são consumidos em proporções fixas, como representado no gráfico 2.12. • Se o consumidor aumentar somente o consumo de um dos bens, como representado pela cesta C sobre a CI U1, não haverá aumento de utilidade. • Isso só irá ocorrer se aumentar o consumo dos dois bens conjuntamente, como ponto B no gráfico. Gráfico 2.12. CI de bens complementares perfeitos Sapato pé esquerdo 2 C B U2 1 A U1 1 2 Sapato pé direito Bens Males • Um bem mal é uma mercadoria da qual o consumidor não gosta, mas que consumiria se recebesse alguma recompensa. • Exemplo: considere duas mercadorias anchova como bem mal e pimentão com um bem preferido. • Como pimentão é um bem desejado, o indivíduo até aceitaria mais anchovas, desde que aumentasse o consumo de pimentões. • Essa situação está representada no gráfico 2.13. • Veja que no ponto B, sobre a CI U1, o indivíduo estaria consumindo A1 do bem mal e nada de pimentão. Ele só aceitaria consumir A3 do bem mal, se fosse recompensado com a quantidade P1 de pimentões (cesta C). • Note que a utilidade do consumidor aumenta com o deslocamento da CI para baixo, permitindo reduzir o consumo de anchova, mas preservando ou aumentando o consumo de pimentões. Gráfico 2.13. CI de bens males Anchova U1 U2 U3 A3 C A2 A1 * B P1 Pimentão • Isso implica que U3> U2 > U1 . • Como as cestas B e C estão sobre a mesma CI, significa que elas são indiferentes. • Para facilitar o entendimento, admita que a poluição seja um bem mal. • Ninguém gosta de poluição, mas também, talvez, não estaríamos dispostos a viver sem casa, sem carro, sem roupa.... • Assim, desde que nos permita ter uma dada cesta de bens, estaremos dispostos a conviver com um dado nível de poluição. • A maior utilidade, ou melhor cesta, representada no gráfico 2.13 é a que combina a quantidade P1 e A1, ou seja, o menor nível possível de consumo de anchova com a maior quantidade possível P1 de pimentões. Bem Neutro • É um tipo de bem que o consumidor não se interessa por ele de nenhuma forma. Usando a rivalidade saudável de gremistas e colorados. Então, considere um indivíduo torcedor “fanático” do colorado. • Temos no gráfico 2.14, eixo vertical, camiseta do Grêmio e no horizontal a do Inter. Gráfico 2.14. CI de bens neutros Camiseta Grêmio U1 U2 U3 2 0 1 2 3 Camiseta Inter • Se a utilidade do torcedor do Inter fosse dada por U1. Veja que se a esse torcedor fosse oferecido 2 camisetas do Grêmio e um do Inter, seria o mesmo que 1 camiseta do Inter e nenhuma do Grêmio. • A utilidade do consumidor só iria aumentar se CI se deslocasse para a direita, com o torcedor recebendo mais camiseta do Inter, tal com 2, 3...., independente de quantas do Grêmio receba. O gráfico 2.14 caracteriza essa situação. Restrição Orçamentária (I) • Segunda parte da teoria do consumidor. • Refere-se a um montante de renda que o indivíduo disponibiliza para o consumo de uma cesta de bens. • Admita que essa cesta tenha os bens A e V, sendo A adquirido pelo consumidor ao preço de A (PA) e V ao preço de V (PV). • Podemos, então, representar a restrição orçamentária como: • Sendo PAA = o total da renda (I) gasto na compra de A, PVV = o total de I gasto na compra de V. • A restrição orçamentária requer que a quantia dinheiro gasta na compra dos dois bens não pode ser maior que a renda I. • Vamos considerar que toda a renda seja gasta, não havendo poupança e nem antecipação do consumo, temos então: • PAA + PvV = I • Exemplo: suponha que a renda do consumidor seja: I = $ 80,00, PA = $1,00 e PV = $2,00. Podemos substituir esses valores na restrição e obter: A + 2V = 80. Com essas informações, pode-se adquirir as cestas descritas no quadro 2.1. Quadro 2.1. Informações hipotéticas sobre as possíveis cestas escolhidas pelo consumidor Cesta Quant. de A Quant. de V A 0 40 B 20 30 D 40 20 E 60 10 G 80 0 • As informações do quadro 2.1 estão representadas no gráfico 2.15.• A reta orçamentária, ou linha de orçamento indica todas as possíveis combinações dos bens A e V para as quais o consumidor gasta toda a sua renda. • A inclinação de I pode ser encontrada resolvendo a restrição orçamentária para V ou A. Vamos resolvê-la para V, então: 𝑉 = 𝐼 𝑃𝑉 − 𝑃𝐴 𝑃𝑉 𝐴, em que, 𝑃𝐴 𝑃𝑉 é a razão de preços, ou coeficiente de inclinação da reta orçamentária. • Note que a razão de preços tem o sinal negativo (-0,5) demonstrando que se aumentar os gastos com o bem A, o gastos com V devem diminuir. • Conjunto orçamentário: é formada por todas as possíveis cestas que podem ser adquiridas gastando toda ou parte da renda, como representado no gráfico a seguir, pelo triângulo OBD. • Modificações na renda: aumento na renda, com os preços permanecendo constantes, faz a restrição orçamentária se deslocar para a direita, como no gráfico 2.16. • Isso significa que a capacidade de consumo do indivíduo aumentou, devido a ampliação do seu espaço orçamentário. Gráfico 2.16. Mudança na renda do consumidor V I 1 I 2 I 3 A Modificações no Preço de A ou V • Se o preço de um bem se modifica e renda do consumidor, bem como o preço do outro bem permanecem constantes, a inclinação da reta orçamentária muda. • Por exemplo, considere os dados do exemplo anterior, I = $ 80,00, PV = $2,00, mas PA = $0,5. A redução no preço diminui a inclinação da restrição em termos absolutos, pois, 2V + 0,5A = 80. Assim, -PA/Pv= -0,25. • Se a inclinação da restrição diminui, então, o espaço orçamentário aumenta, ou seja, a restrição gira para a direita, como representado no gráfico 2.17. • A inclinação menor significa que o indivíduo pode aumentar o consumo de A. • Podemos pensar de forma contrária, caso o PA aumente, em coeteris paribus. A restrição iria girar para a esquerda, o coeficiente de inclinação iria aumentar em termos absolutos e o consumidor teria diminuído ser poder de compra. Gráfico 2.17. Mudança no preço do bem A V I = $80 I = $80 -0,5 -0,25 A Efeito dos Impostos e Subsídios Sobre o Espaço Orçamentário • Imposto: O aumento do imposto equivale a uma suba dos preços. Admita que foi fixado imposto t sobre o bem A. Assim, o PA sobe para PA +t, gráfico 2.18. • Subsídios: é o oposto que ocorre com o aumento de imposto. Representa um dado montante de dinheiro que o Governo transfere para o consumidor via redução no preço do bem, gráfico 2.19. • Se o subsídio dado ao bem A for s, então, o • PA-s, gráfico 2.19. Racionamento • O racionamento, por imposição legal sobre o bem A, significa delimitar o consumo desse bem a uma quantidade máxima para cada indivíduo. • Em termos do espaço orçamentário, o racionamento implica em eliminar uma parte desse espaço. Veja o efeito do racionamento no gráfico 2.20. Gráfico 2.20. Racionamento sobre o consumo do bem A V I = $80 A1 A2 A • Note pelo gráfico anterior, que o consumidor até gostaria de aumentar o consumo de A de A1 para A2, mas isso não é possível por imposição, ficando o consumo restrito a A1. • O racionamento pode ocorrer por excesso de intervenção do Estado na economia, como o controle dos preços, o que provocaria o desalinhamento dos preços. • Pode ocorrer também, por problemas climáticos, como a falta persistente de chuvas, que vez ou outra provoca o racionamento de água nas cidades, por exemplo, ou suba nos preços de produtos agropecuários. A Escolha por Parte do Consumidor • Dada a estrutura de preferência e a restrição orçamentária, os indivíduos decidem a quantidade de cada bem que irá consumir, ou escolhem a cesta maximizadora, com o propósito de obter o maior grau de satisfação possível com o consumo desses bens. • A cesta maximizadora deve satisfazer a duas condições: • i) Ela deve estar sobre a linha de orçamento. Nas prática significa que o consumidor deve ter condições financeiras de adquirir essa cesta; • ii) A cesta escolhida é a preferida pelo consumidor entre todas as cestas disponíveis no mercado. • O equilíbrio do consumidor: • Para que se alcance o ponto de equilíbrio do consumidor é necessário que a inclinação da curva de indiferença seja igual a inclinação da restrição orçamentária. • A inclinação da curva de indiferença é dada pela TMS, que é representada pela linha pontilhada tangente a CI. • A inclinação da reta orçamentária é dada pela razão de preços dos dois bens. • A situação de equilíbrio está representada pelo gráfico 2.21. • Veja que no ponto E a inclinação da CI [linha pontilhada vermelha], ou a TMS, está sobreposta na restrição orçamentária. Isso é que define uma situação de equilíbrio. • Para o consumidor sua cesta maximizadora é composta por 20 unidades de V e 40 unidades de A. • Perceba o que acontece no ponto F, ou cesta F, como o consumo de 30V e 20A, a inclinação da TMS = (reta pontilhada vermelha) é maior que a inclinação da restrição = , não configurando, assim, o equilíbrio do consumidor. • Formalmente, a inclinação da linha de orçamento igual a inclinação da CI é conhecida como a condição de tangência, sendo especificada como: • Na condição de tangência a utilidade marginal, ou benefício associado ao consumo de uma unidade adicional de A é igual custo marginal da redução de uma unidade de V. • Por exemplo, se TMSA,V = -0,5 , significa que o consumidor estaria disposto a reduzir meia unidade de V para conseguir uma unidade adicional de A. Casos Especiais de Equilíbrio • A CI não precisa, necessariamente, tangenciar no meio da restrição orçamentária, pois, o ponto de tangência vai depender da utilidade que o consumidor irá atribuir ao bem. • Exemplo, considere que o consumidor vai adquirir um automóvel por R$ 50.000,00, mas pretende gastar mais $10.000,00 com opcionais, ou seja, e/ou com estilo (som, roda de liga leve...), ou com desempenho (motor 1.4, 1.6...). • A descrição, de duas possíveis opções, está nos gráficos 2.22 e 2.23. • Perceba que no gráfico 2.22, a CI se localiza, no ponto B, nesse caso, o consumidor revela maior preferência por desempenho, gastando R$ 7.000,00 nessa opção e R$ 3.000,00 com a outra. • Se os R$ 10.000,00 fossem gastos somente com desempenho, teríamos uma solução de canto, com o equilíbrio no ponto C. Gráfico 2.22. Equilíbrio do consumidor Estilo Inclinação da reta orçamentária 10000 * A 3000 B U C 7000 10000 Desempenho • Se a opção do consumidor for gastar mais com estilo, uma possível situação de equilíbrio seria o ponto C no gráfico 2.22, com um gasto de R$ 7.500,00 com estilo e R$ 2.500,00 com desempenho. • Quanto mais próximo do ponto A, maior a preferência do consumidor por estilo. Gráfico 2.23. Equilíbrio do consumidor Estilo 10000 * A 7500 D C 2500 10000 Desempenho Ótimo de Fronteira ou Solução de Canto • Considere o exemplo retratado no gráfico 2.22, onde se vê a preferência do consumidor pelo desempenho do carro. • Admita que todos os R$ 10.000,00 seja gasto em desempenho, então, teríamos o equilíbrio sobre o eixo horizontal, caracterizando uma situação conhecida como ótimo de fronteira. Gráfico 2.24. Equilíbrio do consumidor no ótimo de fronteira Estilo 10000 U1 I 10000 DesempenhoCondição Necessária e Suficiente para a Cesta Ótima: Varian Cap.3 • A condição de tangência é uma condição necessária e suficiente para uma cesta ótima? • A resposta é não necessariamente. Veja pelo gráfico 2.25 que temos 3 cestas (F, G e H) em que a condição de tangência(inclinação da CI igual a inclinação de I), sendo F e G sobre a curva U1 e G sobre U2. Gráfico 2.25. Condições para uma cesta ótima V F G H U2 U1 I A • Contudo, somente F e G são cestas ótimas porque estão em uma curva superior. Descarta-se, assim, a cesta G como uma cesta ótima. • Assim, pela condição de tangência, ou o consumidor adquire a cesta F ou a cesta H. Como o consumidor deve escolher apenas uma cesta, a condição de tangência torna-se uma condição necessária, mas não suficiente. • Para que a condição de tangência resulte numa cesta ótima, a CI não pode se curvar para trás, como ocorre com a porção da curva entre as F e G sobre U1. CI Quebrada • A CI quebrada caracteriza-se por possuir um limiar, onde ocorre uma mudança brusca na taxa de trocas dos bens, como retratado pelo gráfico 2.25. • Veja que, nesse caso, a tangência não é definida, já que a inclinação da CI é compatível com qualquer inclinação, como representado pelas diferentes tangentes coloridas. Assim, fica indeterminado a solução de equilíbrio do consumidor. Preferência Revelada Pindyck Cap. 3. • Até aqui estudamos de que forma as preferências determinam as escolhas. A questão agora é entender como conhecendo as escolhas pode-se determinar as preferências. • Veja no gráfico 3.1, que se for dado a renda I1 temos duas cestas com o mesmo preço, a cesta A e a cesta B, pois, estão sobre a mesma restrição. Se o consumidor escolher a cesta A podendo escolher a cesta B, dizemos que A é preferida a B. • O que dizer das cestas a A e D? Com o orçamento I2 o consumidor se depara com essas duas cestas. Se o consumidor escolhe B podendo ter escolhido D, dizemos que B é preferida a D. • Assim, como A é preferida B, logo pelo princípio da transitividade, A torna se preferida a D. • Além do mais, A é preferida a todas as cestas que estão abaixo de I1, e como A é preferida a D, então, A se torna preferida a todas as cestas que estão abaixo de I2 (área em azul). • Veja que todas as cestas a direita de A, como as que se localizam na área vermelha do gráfico 3.1, são preferidas a ela. • Novas informações são, então, fornecidas sobre as escolhas realizadas pelo consumidor, quando ocorrem variações de preços e rendas, tal como I3 e a cesta E. Nesse caso, se o consumidor escolhe a cesta E podendo escolher a cesta A, dizemos que E é preferida a A. • Se as preferências são convexas, todas as cestas que estão a direitas das cestas A e E são preferidas a elas. • Suponha, agora, a restrição I4 que passa pela cesta A e tem a opção da cesta G. Se o consumidor escolhe a cesta G podendo escolher a cesta A, dizemos que G é preferida a A. • Assim, A cesta A torna-se preferida a todas as cestas que se localizam na área azul do gráfico. Enquanto todas as cestas que estão na área em vermelho são preferidas a A. • Portanto, a curva de indiferença do consumidor deverá se localizar na área em verde no gráfico. • Definimos assim, as cestas preferidas e a área da curva de indiferença, ficando determinada a estrutura de preferência do consumidor. Exemplo • Considere um consumidor que disponha de $100,00 para gastar com lazer, sendo $ 40,00 com atividade física em academia e $60,00 com demais atividades de lazer. Se a academia de ginástica cobra do consumidor $4,00 por hora, então, ele poderia fazer 10 h. • Admita que os proprietários flexibilizaram a política de preços da academia, passando a cobrar uma mensalidade de $30,00, mas permitindo que o consumidor pague apenas $1,00 a hora. • Essa opção é vantajosa para o consumidor? A análise da preferência revelada fornece a resposta. • Veja no gráfico 3.2 que na restrição I = $100,00, ponto A, representa a situação inicial do consumidor, estando sobre a curva de indiferença U1.. Nessa situação, utiliza 10 h. de academia e destina $60,00 para as demais atividades. • Sob a nova política de preços, a restrição I gira para a direita, mas continua passando por A, já que essa ainda é uma opção de escolha do consumidor. Gráfico 3.2. Exemplificando a preferência revelada Outras atividades ($) $100 $70 A $60 B U2 U1 I =100 I =100 10h.($40,00) 25h. ($55,00) 25h($100) 70h.($100) Horas/custo($) • Como o consumidor tem preferência revelada por atividade física, seria recomendável optar por uma cesta com mais horas de academia, tal como a cesta B. Nesse caso, ele estaria consumindo 25 h. de academia, gastando $55,00, e $45,00 com as demais atividades. • Uma vez que escolhe a cesta B podendo ter escolhido a cesta A, dizemos que B é preferida a cesta A. Assim, o consumidor atinge uma curva de indiferença superior, como a U2. Conceito de Utilidade: Varian Cap. 4. • Para os economistas marginalistas, a utilidade era concebida como uma medida numérica da felicidade de um indivíduo. • Representantes dessa escola: Jevons (1871), Walras(1874) e Gossen(1854). • Ou seja, a utilidade era vista como uma qualidade mensurável de qualquer mercadoria. Assim, quanto maior a taxa de consumo de um bem maior a sua utilidade. • Pressupostos utilitaristas: • i) A utilidade é medida cardinalmente; • ii) A utilidade obtida de um bem não é afetada pela taxa de consumo de outro bem; • iii) A utilidade obtida como o consumo de um é decrescente. • Exemplo: • 1 pedaço de pão poderia fornecer 5 utis. • 2 pedaços de pães forneceriam 9 utis. • 3 pedaços de pães poderiam fornecer 11 utis. • 1 pedaço de queijo poderia fornecer 20 utis. • 2 pedaços de queijos 35 utis. • 3 pedaços de queijos 45 utis. • A utilidade cardinal total relativo ao consumo de 2 pedaços de queijos mais 1 pedaço de pão é de 40 utis. • Podemos representa graficamente (gráfico 3.3) a função utilidade total do consumo do pão, independente da utilidade do consumo do queijo. Gráfico 3.3. Função utilidade total independente do pão e do queijo Utilidade total 11 Upão 9 5 1 2 3 Quant. Pão Utilidade total 45 Uqueijo 35 20 1 2 3 Quant. Queijo • Objeções da teoria cardinal: i) É duvidoso que a intensidade da satisfação possa ser medida cardinalmente, como 20, ou 30 utis; ii) Mesmo se fosse mensurável a intensidade de satisfação em termos de utis, a utilidade independente e aditiva é uma pressuposição insustentável, já que quando consumimos conjuntamente dois bens a utilidade aumenta, como é o caso das bebidas com tira-gosto. • Por essas razões, os economistas abandonaram a visão de utilidade como uma medida de felicidade em termos cardinais. • A teoria do consumidor for reformulada em termos de preferência do consumidor. • A utilidade passa a ser vista como um modo de descrever as preferências. • A função utilidade é uma forma de atribuir número a cada cesta de consumo, de modo que cestas preferidas recebam números maiores do que as menos preferidas. • Se uma cesta A é preferida a uma cesta B, então, a UA > UB. • A única propriedade que interessa, em uma atribuição de utilidade, é a ordem das cestas. Esse tipo de utilidade é conhecida como utilidade ordinal, sendo essa concepção a base da teoria ordinal da preferência do consumidor.• Se a função utilidade, U(A,V), representa uma forma de atribuir números, então, multiplicando U(A,V) por 2 (ou outro número positivo) seria um forma válida de representar níveis de utilidades superiores. • ou seja, 2U(A,V) é um exemplo de transformação monotônica. • Definição de transformação monotônica: é uma forma de transformar um conjunto de números em outro conjunto, porém preservando a ordem original desses números. • f(U) é o símbolo que e representa a transformação monotônica. • Uma transformação monotônica pode ser representada por uma função monotônica. • Uma transformação monotônica implica que se a UA>UB, então, a f(UA)> f(UB). • Exemplos de transformação monotônica: • 1) Dado que f(U) = U(A,V) multiplicando por 2 temos: f(U)’ = 2U(A,V). Assim, f(U)’> f(U); • 2) Ou f(U)’ = U(A,V) + 3; • 3) Ou ainda, f(U)’ = U(A,V)3. • A taxa de variação de f(U) de uma transformação monotônica está representada no gráfico 3.4, e de uma não monotônica no gráfico 3.5. • Formalmente,gráfico 3.5, a taxa de variação de f(U) é dada por: ∆𝑓(𝑈) ∆𝑈 = 𝑓 𝑈2 − 𝑓(𝑈1) 𝑈2 −𝑈1 Como 𝑓 𝑈2 − 𝑓(𝑈1) tem sinal positivo, assim como 𝑈2 − 𝑈1, então, as transformações monotônicas são sempre positivas. O que não ocorre com a representação gráfica 3.5, pois, 𝑓 𝑈2 − 𝑓(𝑈1) tem sinal negativo, e 𝑈2 − 𝑈1 tem sinal positivo. Portanto, essa transformação gera número negativo não Configurando uma transformação monotônica. • Considere as seguintes afirmações: • i) Se U(A1,V1) representa preferências particulares significa que U(A2,V2) > U(A1,V1) se e somente se a cesta com (A2,V2) for estritamente preferida a cesta (A1,V1); • ii) Se f(U) é uma transformação monotônica, então, U(A2,V2) > U(A1,V1) se e somente se a cesta com f[U(A2,V2)]>f[U(A1,V1)] • Um mapa de curva de indiferença, como representada no gráfico 3.5, é um exemplo de transformação monotônica, pois, curvas de indiferença mais altas recebe números maiores. Gráfico 3.5. Mapa de curvas de indiferença obtido por transformação monotônica V v = 9 v = 4 v =1 A Construindo a Função Utilidade • Considere um dos exemplos da função utilidade: U(A,V) = V*A • Uma curva de indiferença representa uma utilidade constante para as infinitas combinações de quantidades de V e A. • Fazendo uma transformação monotônica na função utilidade descrita acima, temos: • [U(A,V)]2 = (V*A) 2 • Admitindo que v(A,V) = [U(A,V)]2 , então: • Se U(A,V) = 1; v(A,V) = 1; • Se U(A,V) = 2; v(A,V) = 4; • Se U(A,V) = 3; v(A,V) = 9; • Esse mapa de curva de indiferença está retratada no gráfico 3.6. Função Utilidade para Diferentes Tipos de Bens • Bens substitutos perfeitos: • U(x1, x2) = ax1 + bx2, se a = 1 e b = 2: • U(x1, x2) = x1 + 2x2. • Qual a interpretação da função utilidade acima? Para esse consumidor, o bem x2 proporciona o dobro de utilidade vis-à-vis o bem x1. • Qualquer combinação dos bens x1 e x2 , desde que mantenha a proporcionalidade da função utilidade, ou seja, de 2 para 1 ,proporciona o mesmo nível de utilidade. • A curva de indiferença de um bem substituto perfeito está no gráfico 3.6 • Bem complementar perfeito: • Para o consumidor, nesse caso, o que importa é a combinação perfeita dos bens, como exemplificado pelo número de sapato do pé direito (y) igual ao número de sapato do pé esquerdo (x). • Os bens y e x são consumidos em proporção fixa • Portanto, a utilidade do consumidor é satisfeita com o número mínimo de y ou x, formalmente, • U(y,x) = min(y, x) = x se y > x, isto é: • U(y,x) = min(2y,1x) = 1x. • O gráfico 3.7 retrata essa situação. • Veja que para o consumidor só haverá aumento de utilidade se passar do ponto B para o C, gráfico 3.7. • Aumentando somente o consumo de y para 2 unidades, como representado pela cesta D, não aumenta a utilidade, já que o consumidor permanece sobre a curva de indiferença U1. • Preferências quase lineares: • A função utilidade para esse tipo de preferência é dada por: U(A,V)= v(V)+ A. Exemplos de preferências quase lineares como: • Veja que nos 3 casos, a função utilidade é não linear para V e linear para A, caracterizando preferências quase lineares. O gráfico 3.8 apresenta a curva de indiferença para uma função genérica quase linear. 𝑈 𝑉,𝐴 = 𝑣 𝑉 + 𝐴 𝑈 𝑉,𝐴 = 𝑣(𝑙𝑛𝑉) + 𝐴 𝑈 𝑉,𝐴 = 𝑣(𝑒𝑉) + 𝐴 Gráfico 3.8. Curva de indiferença para preferências quase lineares y B U1(y,x) x • Veja que até a cesta B, pequenas alterações nas quantidades de x provoca forte alterações no consumo de y. A partir da cesta B as alterações e x são menos sentidas em y. • Preferência Cobb-Douglas: • É um dos tipos de preferência mais utilizadas em microeconomia. • Essa função especifica, de forma não linear, a proporção de consumo de cada bem na cesta, sendo genericamente representada por: U(A,V) = VcAd. • em que, c e d são os coeficientes da função e indica a proporção em que os bens são consumidor. • Se c = d = ½, ou c+d =1, implica que as variações dos bens V e A proporcionam ao consumidor o mesmo nível de utilidade. • Contudo, essas proporções podem variar como, por exemplo, c = 0,2 e d = 0,8, ou qualquer outra proporção. • As preferência Cobb-Douglas representam curvas de indiferença bem comportadas, como as do gráfico 3.9. Gráfico 3.9. Curvas de indiferença de uma preferência Cobb-Douglas V U 3 U 2 U 1 A Formalizando a Teoria do Consumidor • Utilidade total (U): é a utilidade obtida pelo indivíduo em razão do consumo determinadas quantidades de bens. • Utilidade marginal (UM): é a utilidade obtida pelo consumo de uma unidade adicional do bem. • A UM é decrescente: isso significa que a medida que unidades adicionais do bem são consumidas, proporcionam, relativamente, menos utilidade ao consumidor. • Como irá variar a utilidade do consumidor, a medida que recebe mais A ou mais V? • Inicialmente, vamos considerar a função utilidade total dada por U(A,V) e representar a UMA como: • Note que somente o consumo de A variou, o consumo de V permaneceu constante. • Alternativamente, pode-se escrever a equação acima como: 𝑈𝑀𝐴 = ∆𝑈 𝐴,𝑉 ∆𝐴 = 𝑈 𝐴 + ∆𝐴,𝑉 − 𝑈 𝐴,𝑉 ∆𝐴 • Da mesma forma, podemos permitir que V varie e A permaneça constante: 𝑈𝑀𝐴 = ∆𝑈 𝐴,𝑉 ∆𝐴 ⇒ ∆𝑈 𝐴,𝑉 = 𝑈𝑀𝐴∗∆𝐴 𝑈𝑀𝑉 = ∆𝑈 𝐴,𝑉 ∆𝑉 = 𝑈 𝐴,𝑉 + ∆𝑉 − 𝑈 𝐴,𝑉 ∆𝑉 𝑈𝑀𝑉 = ∆𝑈 𝐴,𝑉 ∆𝑉 ⇒ ∆𝑈 𝐴,𝑉 = 𝑈𝑀𝑉∗∆𝑉 • Como: • Essa última igualdade indica que quando aumenta o consumo de A, por exemplo, o consumo de V deve diminuir, ou; se aumenta a UMA a UMV deve diminuir para que a igualdade permaneça. ∆𝑈 𝐴,𝑉 = 𝑈𝑀𝐴∗∆𝐴 = [∆𝑈 𝐴,𝑉 = 𝑈𝑀𝑉∗∆𝑉] Então, 𝑈𝑀𝐴∗∆𝐴 = 𝑈𝑀𝑉∗∆𝑉, Utilidade Marginal e Taxa Marginal de Substituição (TMS) • Pode-se utilizar a função utilidade total U(A,V) para determinar a TMS. • Considere a variação do consumo dos bens A e V, conforme especificado anteriormente, ou seja: • Como a TMS é avaliada ao longo da curva de indiferença, e como a utilidade total (U) não muda ao longo dessa curva, isto é, ΔU = 0, então: • Perceba! ΔU que é igual a zero e não a utilidade total (U) igual a zero. Essa utilidade é sempre positiva. • O sinal negativo da TMS indica que para se ter mais alimentoé preciso se ter menos vestuário. • Para facilitar a representação se utiliza o valor da TMS como um número absoluto. 𝑈𝑀𝐴∗∆𝐴 + 𝑈𝑀𝑉∗∆𝑉 = 0 𝑇𝑀𝑆𝐴,𝑉 = ∆𝑉 ∆𝐴 = − 𝑈𝑀𝐴 𝑈𝑀𝑉 Definindo a Condição de Tangência • A restrição orçamentária do consumidor é dada por: PAA + PVV = I (1) • Suponha que o consumidor aumente o consumo de A em ΔA. Então, para continuar gastando a renda I ele deve diminuir o consumo de V em ΔV. Genericamente podemos representar essa variação do consumo dos bens, como segue: 𝑃𝐴 𝐴 + ∆𝐴 + 𝑃𝑉 𝑉 + ∆𝑉 = 𝐼 (2) Substituindo o valor de 𝐼 da equação (1) na equação (2), temos: 𝑃𝐴 𝐴 + ∆𝐴 + 𝑃𝑉 𝑉 + ∆𝑉 = 𝑃𝐴𝐴 + 𝑃𝑉𝑉, Simplificando a equação acima: 𝑃𝐴𝐴 + 𝑃𝐴∆𝐴 + 𝑃𝑉𝑉 + 𝑃𝑉∆𝑉 − 𝑃𝐴𝐴 − 𝑃𝑉𝑉 = 0, Simplificando, 𝑃𝐴∆𝐴 + 𝑃𝑉∆𝑉 = 0 Ou, 𝑇𝑀𝑆𝐴,𝑉 = ∆𝑉 ∆𝐴 = − 𝑃𝐴 𝑃𝑉 O que significa que a TMS é igual a razão de preços dos bens. Definindo a TMS por Cálculo Diferencial 𝑑𝑈 𝐴,𝑉 = 𝜕𝑈 𝐴,𝑉 𝜕𝐴 𝑑𝐴 + 𝜕𝑈 𝐴,𝑉 𝜕𝑉 𝑑𝑉 Considerando que se o consumo de A aumenta, então, o consumo de V deve diminuir para que a utilidade não varie ao longo da curva de indiferença. Assim: 𝜕𝑈 𝐴,𝑉 𝜕𝐴 𝑑𝐴 + 𝜕𝑈 𝐴,𝑉 𝜕𝑉 𝑑𝑉 = 0 Como: 𝑈𝑀𝐴 = 𝜕𝑈 𝐴,𝑉 𝜕𝐴 e 𝑈𝑀𝑉 𝜕𝑈 𝐴,𝑉 𝜕𝑉 , então: 𝑈𝑀𝑉𝑑𝑉 = −𝑈𝑀𝐴𝑑𝐴 Ou, 𝑇𝑀𝑆𝐴,𝑉 = 𝑑𝑉 𝑑𝐴 = − 𝑈𝑀𝐴 𝑈𝑀𝑉 Como anteriormente mostramos que a TMS é igual a razão dos preços dos bens, segue: 𝑇𝑀𝑆𝐴,𝑉 = 𝑑𝑉 𝑑𝐴 = − 𝑈𝑀𝐴 𝑈𝑀𝑉 = − 𝑃𝐴 𝑃𝑉 . Portanto, a partir do cálculo diferencial chegamos a condição de tangência, dada por: 𝑈𝑀𝐴 𝑈𝑀𝑉 = 𝑃𝐴 𝑃𝑉 . Só relembrando: a inclinação da curva de indiferença dada por 𝑼𝑴𝑨 𝑼𝑴𝑽 é igual a inclinação da restrição orçamentária 𝑷𝑨 𝑷𝑽 . O Método de Lagrange • Este método consiste em condicionar uma determinada função a uma restrição imposta. Tecnicamente, esse processo é conhecido como otimização condicionada de Lagrange. • Por quê otimização? A resolução do modelo permite gerar valores para as variáveis em questão que irão maximizar/minimizar a função restringida. • Em termos mais intuitivos, podemos pensar que os indivíduos desejam aumentar o consumo ilimitadamente, mas possuem renda limitada. Assim, a função utilidade do consumidor fica restrita ao seu nível de renda. • Assim, considere a função utilidade Cobb- Douglas de um consumidor dada por U(A, V) = A0,5V0,5. O problema consiste em escolher as quantidades de A e V que irão maximizar a função U(A,V) sujeito a restrição PAA + PVV = I • Em termos operacionais, criamos uma nova função L(A, V, λ) a qual depende das variáveis originais , bem como da nova variável λ (lambda). • Lambda é o multiplicador de Lagrange. • A função original U(A, V) = A0,5V0,5 , primeiro termo da equação, será maximizada (ou minimizada como no caso da minimização de custos na teoria da produção). • O segundo termo resulta da multiplicação de λ pela restrição, formalmente, a equação de Lagrangre é especificada como: • L(A,V, λ) = A0,5V0,5 - λ(PAA + PVV - I). • Observe que a renda I a e nova variável λ tem o mesmo sinal. • Vamos partir para um exemplo genérico: • Exemplo 1. • Um consumidor tem preferência por dois bens A e V. A sua função utilidade é dada por AcVd e sua restrição orçamentária por PAA + PVV = I. Determine as quantidades de A e V que irão maximizar a utilidade do consumidor. Montando a Equação de Lagrange • Segue que: 𝐿 𝐴,𝑉, 𝜆 = 𝐴𝑐𝑉𝑑 − 𝜆 𝑃𝐴𝐴 + 𝑃𝑉𝑉 − 𝐼 𝜕𝐿 𝜕𝐴 = 𝑐𝐴𝑐−1𝑉𝑑 − 𝜆𝑃𝐴 = 0 (1) 𝜕𝐿 𝜕𝑉 = 𝐴𝑐𝑑𝑉𝑑−1 − 𝜆𝑃𝑉 = 0 (2) 𝜕𝐿 𝜕𝜆 = 𝑃𝐴𝐴 + 𝑃𝑉𝑉 − 𝐼 = 0 (3) • Isolando λ nas equações (1) e (2): 𝑐𝐴𝑐−1𝑉𝑑 𝑃𝐴 = 𝜆; 𝐴𝑐𝑑𝑉𝑑−1 𝑃𝑉 = 𝜆 Igualando as duas grandezas já que 𝜆 = 𝜆: 𝑐𝐴𝑐−1𝑉𝑑 𝑃𝐴 = 𝐴𝑐𝑑𝑉𝑑−1 𝑃𝑉 . Simplificando: 𝑐𝐴𝑐−1𝑉𝑑 𝐴𝑐𝑑𝑉𝑑−1 = 𝑃𝐴 𝑃𝑉 . Simplificando: 𝑐𝑉1−𝑑𝑉𝑑 𝑑𝐴𝑐𝐴1−𝑐 = 𝑃𝐴 𝑃𝑉 . Continuando a simplificação: 𝑐𝑉 𝑑𝐴 = 𝑃𝐴 𝑃𝑉 . Isolando V: 𝑉 = 𝑃𝐴 𝑃𝑉 𝑑𝐴 𝑐 (4) Veja que ainda não isolamos V, pois, ele está em função de A. Vamos substituir a equação (4) na equação (3): 𝑃𝐴𝐴 + 𝑃𝑉 𝑃𝐴 𝑃𝑉 𝑑𝐴 𝑐 = 𝐼. Simplificando: 𝑃𝐴𝐴 + 𝑃𝐴 𝑑 𝑐 𝐴 = 𝐼. Simplificando: 𝐴 + 𝑑 𝑐 𝐴 = 𝐼 𝑃𝐴 . Ainda simplificando: 𝐴 𝑐+𝑑 𝑑 = 𝐼 𝑃𝐴 . Isolando A: • Segue: 𝐴 = 𝐼 𝑃𝐴 𝑐 𝑐+𝑑 . (5) Essa é a quantidade de A que maximiza a função utilidade do consumidor. Agora, devemos encontrar a quantidade de V: Substituindo a equação (5) na equação (4): 𝑉 = 𝑃𝐴 𝑃𝑉 𝑑 𝑐 𝐼 𝑃𝐴 𝑐 𝑐+𝑑 . Simplificando: 𝑉 = 𝐼 𝑃𝑉 𝑑 𝑐+𝑑 . Esta é a quantidade de V que maximiza a função utilidade. • Exemplo 2. • Um consumidor tem preferência por dois bens A e V. A sua função utilidade é dada por • . Sabe-se, também, que a renda do consumidor é de $300,00, sendo PA= $4,00, PV = $3,00. • 1) Calcule as quantidades de A e V que maximizam a utilidade desse consumidor; • 2) Calcule a utilidade total; • 3) Faça a representação gráfica do equilíbrio do consumidor agregando todas as informações necessárias; • 4) Calcule a TMA de V por A e a TMA de A por V. • Resolvendo a 1ª questão: 𝐿 = 2 𝐴 + 𝑉 − 𝜆 4𝐴 + 3𝑉 − 300 𝜕𝐿 𝜕𝐴 = 2. 1 2 𝐴 − 1 2 − 4𝜆 = 0 (1) 𝜕𝐿 𝜕𝑉 = 1 2 𝑉 − 1 2 − 3𝜆 = 0 (2) 𝜕𝐿 𝜕𝜆 = 4𝐴 + 3𝑉 − 300 = 0 (3) • As quantidades que maximizam a utilidade do consumidor são: A = 56,25 e V= 25. solando 𝜆 nas equações (1) e (2) e igualando as duas grandezas: 𝜆 = 1 4 𝐴 ; 𝜆 = 1 6 𝑉 → 1 4 𝐴 = 1 6 𝑉 → 4 𝐴 = 6 𝑉 → 𝐴 = 9 4 𝑉 (4) Substituindo o valor de A na equação (4) na equação (3): 4 9 4 𝑉 + 3𝑉 = 300 → 𝑉 = 25. Então A será: 𝐴 = 9 4 ∗ 25 → 𝐴 = 56,25 • Resolvendo a 2ª questão: • Substituindo os valores de A e V na função utilidade chega-se: • A utilidade total é de 20 • Resolvendo a 3ª questão: 𝑈 𝐴,𝑉 = 2 56,25 + 25 𝑈 𝐴,𝑉 = 20 • Resolvendo a 4ª questão: • 𝑇𝑀𝐴𝐴,𝑉 = 𝑈𝑀𝐴 𝑈𝑀𝑉 𝑈𝑀𝐴 = 𝜕𝑈(𝐴,𝑉) 𝜕𝐴 = 2. 1 2 𝐴 − 1 2 = 1 𝐴 = 1 56,25 = 0,133 𝑈𝑀𝑉 = 𝜕𝑈 𝜕𝐴 = 1 2 𝑉 − 1 2 = 1 2 𝑉 = 1 2 25 = 0,1 𝑇𝑀𝐴𝐴,𝑉 = 0,133 0,1 = 1,3333 • Exemplo 3. • Considere que a função utilidade do consumidor seja dada por U = X2 + Y2 e que dispõe ele de uma renda de $40,00, com o Px=$2,00 e Py=$1,0. Calcule as quantidades de X e Y que maximizam a utilidade do consumidor e represente graficamente essas informações. Segue: 𝐿 = 𝑋2 + 𝑌2 − 𝜆 2𝑋 + 𝑌 − 40 𝜕𝐿 𝜕𝑋 = 2𝑋 − 2𝜆 = 0 → 𝜆 = 𝑋 𝑋 = 2𝑌 𝜕𝐿 𝜕𝑌 = 2𝑌 − 𝜆 = 0 → 𝜆 = 2𝑌 𝜕𝐿 𝜕𝜆 = 2𝑋 + 𝑌 − 40 = 0 2 2𝑌 + 𝑌 = 40 𝑌 = 8; 𝑋 = 16 Exercício para Casa • Exemplo 4. • Considere a função utilidade U = (X.Y)2 e renda do consumidor de $360,00, com o PX=$4,00 e PY=$3,00. Calcule as quantidades de X e Y que maximizam a utilidade do consumidor; calcule a TMS de Y por X e faça o
Compartilhar