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TCC Desenvolvimento JOGOS E BRINCADEIRAS 02

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A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
GASANIGA, Juliane Balbinot ¹
RU: 1121819
Professor ² Aline Perazzoli Buratto
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo demonstrar a importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil, facilitando o desenvolvimento da criatividade, expressividade e raciocínio lógico, para despertar nelas a consciência de si mesmas e do mundo que as rodeiam. Tendo em vista os estudos realizados poderia se dizer que com o passar da história e ao atender as necessidades infantis, o jogo torna-se uma forma adequada para a aprendizagem, pois o professor pode dar forma lúdica aos conceitos e contribuir para a socialização do conhecimento de forma prazerosa. Sabe-se que antigamente a brincadeira era considerada como uma maneira de distração, pois o mundo infantil não era vista com os contornos atuais e as crianças eram consideradas como um adulto em miniatura. Hoje se sabe que quando a criança joga ela constrói conhecimentos e desenvolve seu vocabulário. É através do jogo que a criança se prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive, oferecendo a oportunidade para conviver como ser social. Na brincadeira a criança ousa, faz descobertas, associa novo significado através da observação e da imitação podendo interagir segundo padrões não determinados pela realidade do espaço social em que vive, ultrapassando limites. Os dados coletados mostram o quanto à utilização dos jogos e brincadeiras como recursos pedagógicos são significativos para que as crianças desenvolvam-se como sujeitos ativos, participativos, criativos, autônomos e críticos.
Palavras-chave: Criança. Jogos. Brincadeiras.
1 INTRODUÇÃO
	Sabemos que desde a idade média as pessoas usavam as brincadeiras para se socializarem expressarem seus sentimentos, suas emoções e para proporcionarem alegrias. Com o passar dos tempos os jogos e as brincadeiras foram mudando, mas até hoje eles são considerados fontes de alegria e prazer.
	No entanto, com o avanço tecnológico, as brincadeiras passaram a ser mais proporcionadas pelos brinquedos eletrônicos, que estão presentes cada vez mais no cotidiano das crianças. Muitos desses brinquedos são excelentes para o desenvolvimento, mas isso não é tudo, as crianças precisam interagir umas com as outras,
1 Aluno do Centro Universitário Internacional UNINTER.
2 Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER
estabelecer vínculos afetivos, desenvolver seu esquema corporal, em fim, várias outras áreas que esses brinquedos dificilmente proporcionam.
	Por meio da nossa cultura conhecemos os jogos e brincadeiras que foram passados de geração para geração, algumas que até brincávamos quando éramos crianças e que hoje estão esquecidas.
	Resgatar essas brincadeiras é sem dúvida nosso dever, pois se quisermos contribuir para uma boa formação da personalidade das crianças precisamos refletir sobre nossa prática pedagógica.
A importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil tem uma relação direta com o aprendizado, eis que essas atividades lúdicas atraem a atenção da criança/aluno e gera prazer no estudo, contribuindo com o seu desenvolvimento.
Sendo assim, é importante caracterizar o próprio espaço da sala de aula como um ambiente agradável, prazeroso, de cooperação, considerando a necessidade de atividades que exijam dos alunos a concentração e esforços individuais. Para isso, o professor deve estar sempre atuante e disponível para auxiliar, criando ambientes favoráveis, preparando situações lúdicas em que os alunos possam participar ativamente na construção do conhecimento. Em face disso, é de grande relevância analisar e identificar o sentido pedagógico dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento integral da criança na educação infantil.
2 A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.1 História dos brinquedos
	Não há clareza histórica da origem dos brinquedos. Na verdade, a dúvida está diretamente relacionada à própria origem do ser humano. O ser lúdico, a interação como mundo a partir da brincadeira ou jogo, faz parte da construção histórica de nossa sociedade, bem como do desenvolvimento de cada sujeito. O brincar é uma interação natural que estabelecemos com o nosso ambiente. Segundo Huizinga, filósofo alemão, ele propõe o termo Homo Ludens (homem lúdico), em substituição do termo Homo Sapiens (homem sábio), e é moldado conforme os valores e recursos disponíveis de cada sujeito.
	Os brinquedos foram criados conforme o desenvolvimento da sociedade e, sendo assim, conforme os materiais disponíveis em cada momento histórico. Tendo a curiosidade como alimento, os brinquedos eram frutos do que se compreendia da natureza e da sua interação com ela.
	Assim sendo, o homem em sua história produziu brinquedos com “vida própria”, como piões, para buscar respostas aos seus infortúnios e adivinhar o futuro. O mesmo acontecia com jogos de tabuleiro, aonde sabedorias eram comungadas. Dados e dominós, brinquedos muito antigos, indicavam o destino dos jogadores, demonstrando momentos de sorte e azar (bênçãos divinas) em suas vidas. Marionetes foram criadas para uso em teatros chineses e, logo, incorporadas as dramatizações (faz de conta) das crianças na sua interação com o mundo e o conhecimento.
	Muitos brinquedos antigos são testemunhos concretos da história da humanidade, indicando elementos de seu desenvolvimento, suas descobertas e valores, as formas de trabalho e lazer, além de demonstrarem como aquele povo pensava, via o mundo e interagia com ele. Esses brinquedos mais antigos, considerado por muitos “simples” são ricas em significados e exigências de uma época que o ser humano não tinha muitos recursos além da sua própria capacidade de criar e imaginar.
	O brinquedo acabado e suas múltiplas formas de ser não era acessível às crianças até a revolução do plástico, nas décadas 50 e 60, onde passou a ser amplamente utilizados pelas indústrias. Na verdade os brinquedos não tinham comerciantes especializados até o século XIX. Antes disso, quando não feitos pela própria criança na sua interação direta com os elementos da natureza, os brinquedos eram encontrados em oficinas de artesãos, que a partir das sobras de materiais de suas oficinas de manufatura e em tempos livres faziam brinquedos para não se afastarem de sua própria história lúdica.
	O produto acabado, com seu uso já previamente definido, do jeito que é comercializado hoje, pode distanciar a criança deste rico processo de aprendizagem.
	Com o processo da industrialização incorporado à produção de brinquedos, os aspectos artesanais consequentes do trabalho manual dos pais, das crianças e de especialistas na arte, perdem espaço. Os brinquedos que na sua origem eram feitos com madeira e outros materiais próximas da vida da criança, já não estão mais presentes para muitas.
	Além dos aspectos físicos dos brinquedos, devemos levar em consideração os aspectos relacionais envolvidos no brincar. Em alguns estágios do brincar, a criança pode descobrir por si as possibilidades que o brinquedo pode oferecer para sua livre imaginação.
	Neste sentido Bijou (1978, apud AGUIAR, p. 29) descreve:
[...] o jogo (brinquedo, brincadeira) é uma atividade que aumenta todo o repertorio comportamental de uma criança, influencia seus mecanismos motivacionais, além de fornecer oportunidades inestimáveis para o aumento de seu ajustamento. O brinquedo é tudo aquilo que uma criança faz quando ela própria, ou qualquer outra pessoa, diz que esta brincando. O brinquedo pode estabelecer novas capacidades, atividades imagináveis (fantasias) e habilidades de solução de problemas, ou, então, manter as já existentes no repertorio da criança.	
	Contudo, o processo de mediação também merece importante destaque. Nela reside um importante motor para que a exploração desenvolva as habilidades dos aprendizes.
2.1.1 Jogos e brincadeiras
	O primeiro brinquedo utilizado pela criança é o seu próprio corpo, que começa a ser explorado nos primeiros meses de vida. Em seguidaela passa a explorar os objetos do meio que produzem estimulações visuais, auditivas, ou cenestésicas. A partir disso o brinquedo estará sempre na vida da criança, do adolescente e até mesmo na vida do adulto.
A utilização de jogos e brincadeiras para o ensino enriquecem as interações humanas por meio de sua imaginação e fantasia, pois trabalha seu raciocínio, assimilando pensamento e ação, de forma a cooperar no desenvolvimento do senso crítico, do pensar e criar, do obedecer regras. (ALMEIDA, LIMA, MENDONÇA, 2009, p. 1)
	É difícil imaginar uma criança que não goste de brincar ou jogar, tamanho é o prazer com qual se entrega as suas atividades lúdicas. Engana-se aquele que acha que um dia deixamos de jogar e brincar como fazíamos na infância. Apenas trocamos a simplicidade das brincadeiras infantis por outras mais complexas, como o esporte e a dança, a medida que vamos crescendo e se desenvolvendo.
	É na brincadeira / jogo que a criança busca alternativas e respostas para as dificuldades ou problemas que vão surgindo, seja na dimensão motora, social, afetiva ou cognitiva.
	As crianças quando brincam constroem seus conhecimentos por meio de papéis que representam na brincadeira.
	Vinnicott, refere-se ao jogo “como uma experiência criativa, uma experiência na continuidade espaço, tempo, ou seja, uma forma básica de viver”.
É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criança. Na concepção vinnicotina, a base do viver criativamente, assim como sua origem, está no brincar. Daí a sua importância para o desenvolvimento da criança e seu valor educativo. Nessa direção o professor pode contribuir para a ampliação das experiências lúdicas das crianças, fornecendo-lhes materiais e ideias, mas sem exageros, uma vez que elas são capazes de encontrar objetos e inventar brincadeiras com muita facilidade, o que lhes proporciona prazer. (VINNICOTT, 1975, p.79)
	Muitos dos jogos apresentados no mercado são benéficos para o desenvolvimento intelectual das crianças, mas nem todos contribuem para a formação das mesmas. Outro fator que devemos levar em consideração sobre o brincar é que os brinquedos eletrônicos não contribuem para a socialização das crianças, pois as mesmas brincam individualmente, na maioria das vezes. O contato corporal é necessário para a formação pessoal e social, se não propiciar momentos para que se desenvolva com certeza a criança torna-se a mais introspectiva e reservada.
	Os jogos e brincadeiras auxiliam, na formação da personalidade e a partir do momento que permitem aos educandos o encontro com o “outro” e a descoberta de que para atingirem seus objetivos precisam do “outro”.
	Para Piaget (1975, apud ALMEIDA, LIMA, MENDONÇA, 2009, p. 1) “os jogos estão diretamente ligados ao desenvolvimento mental da infância, tanto a aprendizagem quanto as atividades lúdicas constituem uma assimilação do real”.
	Muitas vezes criamos a ideia de que um brinquedo “bom” é aquele mais sofisticado, aquele que faz de tudo, com designer moderno, fashion, tecnologia de ponta, que encanta olhares consumistas de todas as idades. No entanto, acreditamos ser uma falsa ideia. Talvez uma bola de meia, uma boneca de pano ou mesmo uma simples vassoura, produzem um efeito muito mais significativo em termos de aprendizagem e desenvolvimento na criança do que aqueles brinquedos mais sofisticados.
	Segundo Benjamim (1984, p.70), “quanto mais atraentes forem os brinquedos, mais distantes estarão de seu valor”.
	Valorizar e resgatar nossos jogos e nossas brincadeiras é valorizar nossa cultura e nossos valores culturais que contribuem muito para a formação dos seres humanos e que proporcionam muitas alegrias para as crianças, e não podem ser negados e nem substituídos por jogos eletrônicos.
	Neste sentido Bijou (1978, apud AGUIAR, 2016, p. 29) descreve:
[...] o jogo (brinquedo, brincadeira) é uma atividade que aumenta todo o repertorio comportamental de uma criança, influencia seus mecanismos motivacionais, além de fornecer oportunidades inestimáveis para o aumento de seu ajustamento. O brinquedo é tudo aquilo que uma criança faz quando ela própria, ou qualquer outra pessoa, diz que esta brincando. O brinquedo pode estabelecer novas capacidades, atividades imagináveis (fantasias) e habilidades de solução de problemas, ou, então, manter as já existentes no repertorio da criança.
	Brincar junto com a criança, reforça os laços afetivos. É uma manifestação de carinho e amor por ela. Todas as crianças gostam de brincar com os pais, com a professora, com os irmãos, colegas, etc. Essa participação do adulto eleva a auto – estima, o nível de interesse, a criança se sente valorizada, descobrindo e vivendo experiências, que tornam o brinquedo um estimulante recurso e rico aprendizado.
	Segundo Froebel, “brincar é a maior expressão do desenvolvimento humano na infância e, por si só é a expressão livre do que está dentro da alma de uma criança”.
2.1.2 Os Jogos e as brincadeiras, garantido à criança a sua infância
	Transformar nossas aulas em brincadeiras, com certeza é mais significativo e interessante para as nossas crianças, trabalhando desta forma, elas terão mais facilidade em compreender os conteúdos, pois elas aprendem fazendo o que gostam, brincando.
	Sabemos que a educação infantil, mais precisamente até os 6 e 7 anos é crucial para a formação da personalidade das crianças, deixando marcas que levarão consigo para a vida toda. As crianças necessitam de contato com o outro, do respeito ao próximo, para que saibam conviver em sociedade.
	Os jogos em grupo, as brincadeiras de roda, os jogos com regras e as atividades que proporcionam aquisição de conhecimentos, são fundamentais para um desenvolvimento mais complexo.
Cada criança em suas brincadeiras comporta-se como um poeta enquanto cria seu mundo próprio ou, dizendo melhor, enquanto transpõe os elementos formadores de seu mundo para uma nova ordem, mais agradável e conveniente para ela. (FONTANA, 1996, p.75).
	A brincadeira infantil permite que a criança reviva suas alegrias, transformando a realidade naquilo que ela quer. É preciso deixar que elas explorem e criem situações através dos jogos de encaixe, sucatas, fantasias, fantoches, máscaras. Todo e qualquer material posto ao alcance da criança, faz com que ela vá criando e imaginando uma forma diferente de brincar com esse objeto.
	“Brincar se colocar num patamar importantíssimo para a felicidade e realização da criança, no presente e no futuro.” (Teles 1999, p.13).
	Poderíamos dizer que o jogo é um recurso do qual o mediador pode fazer uso para ajudar as crianças com dificuldades de aprendizagem a se tornarem sujeitos pensantes, participativos e felizes.
	
2.1.3 A importância dos jogos e brincadeiras no contexto infantil
	“O homem só é perfeitamente humano quando está se divertindo”. (Teles, 1999,p.18)
	Hoje se faz necessário resgatar o caráter simbólico do homem, quanto à percepção consciente que se vê cada dia mais deprimida, enrijecida e massificada, numa sociedade cuja filosofia de vida é relacionalista e reducionista, e que muitas vezes leva a alienação do próprio processo de criação, em que as crianças não tem mais espaço para viver a infância de maneira plena e enriquecedora.
A função da pré – escola é a de que caminhar com a criança, respeitando suas limitações e explorando seu potencial. Para tanto, há necessidade de conhecer por onde se caminha e qual o ponto a que se pretende chegar. (FAZENDA, 1998, p.16).
	O novo papel para a educação infantil é oferecer condições, propiciar oportunidades e estímulos dos mais variados para a criança educar-se, socializar-se, tornar-se independente e autônomo para enfrentar situações de conflito dos mais diversos, apropriando-se do processo de aprendizagem como sujeito de sua história.
	O professor precisa abandonar sua ansiedade e a ilusão de deixar a criança pronta para ser alfabetizada, e adotar uma postura paciente na espera da maturidade, orientando o processo da criança da aquisição dessa maturidade.“A criança cria em todos os momentos, ela cria porque não poderia viver de outra forma. E é criando em cima de suas brincadeiras que a criança vai conhecendo e explorando o seu corpo”. (Fazenda apud Lermme,1988, p.44).
	Conforme diz Lermme a criança sente necessidade de conhecer todos os movimentos que ela é capaz de fazer e nada melhor do que essa descoberta em sua escola, com seus amigos, com sua professora, criando coletivamente situações onde ela poderá combinar suas ideias, seu potencial criador, com o das outras crianças, pesquisando no concreto.
	Em nossa vida urbana não há espaço para as brincadeiras de roda, brincadeiras de quintal. Se a escola continuar dessa maneira, esses alunos que estão na pré – escola, escola primária, serão adultos que nunca pintaram, contaram, criaram, e até mesmo nunca imaginaram. Pois as crianças não brincam apenas por brincar, em suas brincadeiras elas estão pensando, exercitando sua capacidade de elaboração e de compreensão de situações e diálogos.
	“A recreação consiste em atividades formativas que concretiza as aventuras, a satisfação, a criatividade, a participação voluntária e a sociabilidade”. (Gaelier,1979,p.27).
	A maioria das crianças dá preferência as atividades recreativas, gostam de brincar, pintar, desenhar, dançar e a minoria gosta de escrever.
	As atividades livres e criativas encontram mais aceitação por parte das crianças, porque dão oportunidade de criar, renovar pelo prazer que é proporcionado na sua execução. É uma atividade em que a criança participa por escolha, tendo em vista que quase na maioria das vezes, a recreação é apresentada através de jogos e que estes desenvolvem os aspectos cognitivos, motores, sensoriais e didáticos.
O jogo está presente na escola, quer o professor permita ou não. Mas, é um de regras marcadas, pré- determinadas em que a única ação permite à criança é a obediência, ou melhor, a submissão. (KISHIMOTO apud BOMTEMPO, 1996,p.54)
	A recreação na escola necessita de pessoas habilidosas que promova, organize, oriente e acompanhe todas as atividades, não para se ter disciplina, mas para contribuir com o desenvolvimento global da criança.
	Os brinquedos e os jogos vão muito além do divertimento, servem como suportes para que a criança atinja níveis cada vez mais complexos no desenvolvimento sócio – emocional e cognitivo.
	Precisamos repensar no processo educacional, onde temos, em nossas mãos, alunos ativos, inquietos e participantes. É preciso que haja mudanças na preparação desses alunos para a vida e não apenas para o mero acúmulo de informações. É preciso, também, conscientizar o trabalho pedagógico para a importância da formação desses alunos, como um todo, sua crítica, sua criatividade, seu interior. É possível orientar o aluno a ampliar seus referenciais de mundo e a trabalhar com todas as linguagens, escrita, sensória, corporal, dramática, artística, etc., integrando-o e construindo sua própria visão do universo.
	O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer prova, desde os mais remotos tempos. Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoestima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O jogo, nas suas diversas formas auxilia no processo ensino – aprendizagem, tanto no desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição, etc.
	O jogo é uma atividade rica e de grande efeito, que corresponde às atividades lúdicas, intelectuais e afetivas.
	No campo social, os jogos permitem que as crianças, estabeleçam relações de trocas, que aprendam a esperar sua vez, que se acostumem a lidar com regras, conscientizando-se que podem ganhar ou perder. São métodos de ensino que estimulam as habilidades nos processos de construção do conhecimento.
	Depois da necessidade de afeto, de ser aceita, nenhuma outra é tão intensa, na criança, como a necessidade do jogo. Através dele desenvolve-se a espontaneidade a inteligência, a linguagem a coordenação, o autocontrole, o prazer de realizar algo, a autoconfiança. É a via para a criança experimentar, organizar suas experiências, estruturar a inteligência para construir, aos poucos a sua personalidade.
	O jogo para a criança é, antes de tudo, uma brincadeira. Mas é, também, uma atividade seria onde se faz de conta, as estruturas ilusórias e a alegria tem uma importância considerável.
	A criança nos seus primeiros anos gosta de “fazer-se de boba”, de divertir-se, mas sabe a diferença entre jogo e a brincadeira. O jogo é sério, quase sempre tendo regras rígidas, incluindo fadigas e, às vezes levando mesmo ao esgotamento.
	Ao observar uma criança brincando, a primeira coisa que chamará nossa atenção será a seriedade dela. Observando sua fisionomia fazendo massa de areia, edificando cubos ou brincando de trenzinho ou de qualquer outra brincadeira, veremos que fica tão absorvido com tudo quanto nós ficamos em pesquisas mais sérias.
	O estudo do jogo nos oferece um verdadeiro laboratório de observação através do qual podemos ter uma visão global da infância. O jogo possibilita a percepção total da criança nos aspectos anteriormente citados. O jogo, tal como a linguagem, nos revela muito das estruturas sucessivas da criança. É uma boa maneira de compreender certas atividades do adulto, como grandes criações do gênio humano. O jogo tem um papel pedagógico, surgi dai a necessidade de trabalhá-lo no desenvolvimento da criança e, até mesmo, no adulto.
	Brincar não constitui perda de tempo nem é, simplesmente, uma forma de preenchê-lo. A criança que não tem a oportunidade de brincar sente-se deslocada. O brinquedo possibilita o desenvolvimento integral da criança, já que se envolve afetivamente, convive socialmente e opera mentalmente. Tudo isso ocorre de maneira envolvente, sendo que a criança despende energia, imagina, constrói normas e cria alternativas para resolver imprevistos que surgem no ato de brincar.
	Segundo Piaget,1967 , “o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, social e moral”. Através dele se processa a construção do conhecimento, principalmente nos períodos sensório – motor e pré – operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvem a noção de casualidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem, esforçando-se para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais, e, estando mais motivadas, ficam mais ativas durante o jogo, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o seu crescimento físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando.
	Luise Weisse, 1992,p.65, por sua vez diz que, “ através do brinquedo, a criança inicia sua integração social, aprende a viver com as outras, a situar-se frente ao mundo que a cerca. Ela se exercita brincando”. No contexto escolar, arte, matemática, ciências e, até mesmo religião, são jogos sérios. Brincamos de pintar, de rimar, de esconder, de jogar dominó ou xadrez e, atualmente, jogamos no computador. Pelo jogo, podemos abandonar o mundo de nossas necessidades e de nossas técnicas e criar mundos de utopias. Realizamo-nos plenamente integrando-nos por inteiro ao jogo. Para a criança quase toda atividade é jogo.
	Quando a criança brinca, ela joga, imita e representa. Não podemos imaginar a infância sem seus risos e brincadeiras. Suponhamos que nossas crianças parem de brincar,que os pátios de nossas escolas fiquem silenciosos, que não sejamos distraídos pelos gritos e pelo choro que vem dos jardins e que não tivéssemos perto de nós esse mundo infantil que faz a nossa alegria e nosso tormento. Teríamos aqui, um mundo triste de seres calados, desajeitados, sem inteligência e sem alma. Teríamos seres que poderiam crescer, mas que conservariam, para sempre, as características de seres sem vida.
Pois é pelo jogo e pelo brinquedo que crescem a alma e a inteligência. É pela tranquilidade do silêncio, pelos quais os pais às vezes se alegram erroneamente, que se anunciam frequentemente no bebê as graves deficiências mentais. Uma criança que não sabe brincar, uma miniatura de velho, será um adulto que não saberá pensar. (CHATEAU, 1980, p.19).
	A infância é, pois, a aprendizagem necessária para se chegar à idade adulta. A criança não cresce apenas; é necessário dizer que “ ela se torna grande” pelo jogo. Em outras palavras, “por ser o brincar essencial ao desenvolvimento do ser humano é importante que todas as crianças brinquem”. (Anais – Congresso Nacional das APAES, Junho, 2001).
	Observando uma criança nos primeiros anos, percebemos que ela se desenvolve tão bem em seu papel que se identifica com o personagem que representa. Para compreender a natureza do jogo infantil, é necessário entender a atitude lúdica tão misteriosa e tão cheia de encantos. É o caso de uma criança da escola maternal que brinca com um pato de madeira, fingindo estar sendo picada pelo mesmo, embora o pato não tenha fenda no bico. A criança parece esquecer o real e se torna um personagem imaginário, e as pessoas à sua volta desaparecem, dando lugar, apenas, ao objeto lúdico, apagando todo o resto.
	Através do jogo, a criança conquista uma autonomia, uma personalidade e, até mesmo aquele esquemas práticos, necessários a vida adulta. A personalidade adulta molda-se a cada experiência vivenciada pela criança.
	Para a criança, o jogo tem um fim em si mesmo na afirmação do eu. Tem apenas um aspecto, um princípio; e esse princípio só pode resultar em alegria.
Ao brincar e jogar, a criança fica tão envolvida com o que está fazendo que coloca na ação seu sentimento e emoção. O jogo assim como a atividade artística é um elo integrador entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais. Por isso, partimos do pressuposto de que é brincando e jogando que a criança ordena o mundo a sua volta, assimilando experiências e informações e, sobretudo, incorporando atividades e valores. (RIZZE,1998, p.7).
	O jogo deve ser de forma prazerosa, descontraída e deve proporcionar conhecimento, só assim ele será pedagógica.
	A criança desenvolve a imaginação a partir das experiências vividas desde bebê. As relações que ela estabelece entre imagens percebidas com as que guardam em sua memória. A imaginação é usada por ela para resolver conflitos, superar desafios e elaborar novas ações, sendo condutora do desenvolvimento da cultura e do desenvolvimento humano.
	De acordo com o médico e psicanalista Donald Vinnicott, 1896-1971, a liberdade que o brincar proporciona é fundamental para o desenvolvimento da criança por levá-la a conciliar o mundo objetivo e a imaginação. É dele também a ideia da relação entre a ausência de brincadeiras na infância e dos problemas emocionais.
	Crianças e brincadeiras fazem sem dúvida uma combinação perfeita. É difícil pensarmos em uma criança que não gosta de brincar e deixar-se envolver pela imaginação, pela fantasia, vivendo personagens dos mais tipos variados.
	
2.2 METODOLOGIA
	A metodologia do trabalho está embasado em pesquisa e será fundamentada na abordagem qualitativa, pois buscará suas respostas através do levantamento de materiais escritos, de caráter exploratório. O método de procedimento usado é explicativo, visando identificar, analisar e demonstrar os fatores de maior relevância sobre o problema de pesquisa, que aqui exposto é a Importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil, qual seja, o sentido pedagógico dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criança na educação infantil. A técnica de pesquisa a ser adotada será a bibliográfica, por meio de estudos de artigos científicos, livros, manuais e demais materiais disponíveis.
		CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A Educação Infantil tem por objetivo preparar as bases fundamentais para que a criança tenha acesso à literatura, escrita, cálculo, por isso, vamos começando de uma maneira prazerosa. Ensinar sem que ela seja privada, do seu direito de ser criança e ser feliz. O lúdico é um poderoso meio educativo quando se introduzem nele temas que possuem importância para a educação.
	O professor tem a função de observador, mas não passiva, é nesse momento que se pode observar como estão as relações sociais entre as crianças. E a melhor forma de conduzir à criança a atividade, a auto – expressão, a participação, é através dos jogos e brincadeiras, são meios que enriquecem e contribuem para o seu desenvolvimento intelectual. A partir da manipulação de materiais variados, de passa a reconstituir objetos e inventar coisas.
	Estamos vivendo numa época de constantes transformações, e dado isso acontece numa velocidade estonteante, verificou – se através desta pesquisa que espaço para as atividades lúdicas não é apenas físicas, pois este se tem nas escolas, mas, sobre tudo o espaço enquanto abertura e disponibilidade para o jogo e brincadeiras. Não se trata de comprar muitos ou poucos brinquedos, o importante é ter espirito aberto ao lúdico, o reconhecimento da sua importância enquanto o fator de desenvolvimento da criança.
	É preciso entender, que a função educativa adquire novas formas e para tal os objetivos lúdicos vem sendo feitos, a fim de que estes recuperem o valor que lhe é devido no espaço escolar.
	Todo professor tem necessidade de se aperfeiçoar, adquirindo constantemente novos conhecimentos, para ter as ferramentas mais importantes, eu possam ser desenvolvidas em sala de aula. Com isso o pedagogo começa assumir um novo perfil. A tecnologia não permite que se sustentem mais mestres transmissores de conteúdos e sim professores projetando os caminhos que devem percorrer colaborando na formação e promoção da dignidade e bem estar social.
	
REFERÊNCIAS
AGUIAR, João Serapião de. Educação inclusiva jogos para o ensino de conceitos. Disponível em <https://books.google.com.br/books/about/Educa%C3%A3o_Inlusiva_Jogos_Para_O_Ensino.html?hl=pt-BR&id=luspnakwC>. Acesso em: 20 de abril de 2016.
ALMEIDA, Cássia Santos; LIMA, Tamaris; MENDONÇA, Paulo Marconi. A Importância dos jogos para o desenvolvimento psicológico da criança. Disponível em <http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/a-importancia-dos-jogos-para-o-desenvolvimento-psicologico-da-crianca-739371.html>. Acesso em 19 de abril de 2016.
AGUIAR, João Serapião de. Jogos para o ensino de concetos: leitura e escrita na pré-escola. Campinas, São Paulo: Papirus,1998.
ALMEIDA, P.N. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. Rio de Janeiro,
FAZENDA.A.C Didática Prática na Pré – Escola.Tá pronto seu lobo. São Paulo: Ática,1998.
FONTANA, Roseli. Mediação Pedagógica na sala de aula. 2ª edição. São Paulo,1996
Huizinga, J. (1999). Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. Perspectiva: São Paulo.
KISHIMOTO, Tizuko M. Jogos tradicionais infantins: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1993.
___________, Tizuko M. O jogo e a educação infantil. São Paulo: Pioneira, 1994.
___________. (org) Brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998
___________ Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1999.
PIAGET, J.A. Representação do Mundo da Criança. Record, Rio de Janeiro,1926
___________ O Nascimento da inteligência na criança, 2ª ed. Rio de Janeiro,1974
TELES, S.L.M; SOCORRO É PROIBIDO BRINCAR. São Paulo: Vozes,1999
VELASCO, Ana Rosa Miranda. A importância do brincar na educação infantil. Disponível em <http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/30065/a-importancia-do-brincar-

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