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Universidade Estácio de Sá – Campus Bangu
Interpretação de Textos Aplicado ao Direito
Prof.: Luiz Carlos Sá 
1 – Onde: No tranquilo bairro da Taquara, Jacarepaguá.
2 – Quem:
Sujeitos passivos: Maria Silva Aguiar, 7 anos, estudante /Astrogilda da Silva, 25 anos, auxiliar de limpeza;
Sujeito ativo: Paulo Medonho, 29 anos, garçom desempregado.
3 – Quando: Numa bela tarde ensolarada de 15 de setembro de 2009.
4 – Fato Jurídico: assassinato e tentativa de estupro.
5 – Como: 
Após o homicídio e a tentativa de estupro, o marginal é preso em flagrante na casa da vítima;
Em 15 de setembro de 2009, o perverso Paulo tenta estuprar Mariazinha, filha de Astrogilda;
Cláudio Pintor e outros vizinhos entram na casa. Os moradores encontram Astrogilda da Silva morta e Maria Silva Aguiar, nua e apavorada, recebendo as obscenas carícias, forçada pelo bandido Paulo Medonho; 
Depois da tentativa de estupro, os vizinhos libertam Mariazinha e espancam com pedras e paus o indecoroso criminoso, até o momento da chegada dos policiais;
Os policiais militares impedem o massacre de Paulo Medonho, encaminhando-o para o hospital;
Paulo Medonho esfaqueia covardemente a mãe Astrogilda, que tenta salvar a inocente criança das mãos do enteado tarado;
Cláudio Oliveira, o pintor da vizinhança, sempre prestativo ouve o último grito desesperado de Astrogilda;
Iara da Farmácia aciona a Policia Militar através do número 190;
Maria desconsolada com a morte da mãe e a tentativa de estupro que sofrera, após a prisão do abutre, é levada para o Hospital e fica em observação;
Mariazinha possui inúmeras escoriações pelo corpo provocadas pela ignorância do marginal e é encaminhada ao IML, para exames de corpo delito;
Na delegacia, Paulo Medonho alega problemas mentais para fugir às responsabilidades criminais;
O garçom, embriagado, ameaça Astrogilda de morte, exige silêncio sobre o crime que irá cometer, e investe sobre a enteada Maria Silva Aguiar;
O delegado indignado com a falta de ‘vergonha na cara’ de Paulo Medonho ameaça atirá-lo numa cela superlotada de criminosos de toda espécie: traficantes de drogas, homicidas, assaltantes de banco etc;
Paulo Medonho entra em casa por volta das 15h, com uma garrafa de aguardente e um embrulho contendo mortadela.
6 –Por isso (Consequência): Paulo Medonho de Figueiredo é autuado por homicídio e tentativa de estupro.
7 – Depoimentos:
	a) Na delegacia Paulo Medonho disse: “Não me prende não, doutor. Eu sou doente mental e meu lugar é no manicômio e não atrás das grades.”
 
	b) No hospital, Gabriel Mecânico disse: “Ouvi o grito de socorro. Mandei Iara da Farmácia ligar para os homens e corri para casa de Astrogilda. Lá chegando, encontrei a triste cena de um pai abusado, despido da cintura pra cima e com as calças no joelho, acariciando a pobre criatura.”
c) A testemunha Oberdan Siqueira disse: “Foi um crime repugnante! Uma covardia! O Paulo Medonho residia com a mulher assassinada há três anos e ajudara a criar a menina indefesa. Não merece hospício não, este monstro merece pau, pedra e forca.”		 		
Observações referentes ao Relatório
I – Ao contrário da dissertação, seja ela expositiva ou argumentativa, ao elaborar este tipo de documento, o relator não obrigatoriamente necessitará criar um título para a sua narrativa. Também não haverá a necessidade de deixar o espaço do parágrafo, ainda que o texto seja dividido em partes;
II – Em momento algum, o relator poderá expressar opinião (muito menos fundamentá-la) referente ao objeto de sua escrita: a narrativa do caso exposto, incluindo os dados pessoais – idade, profissão etc –, das partes envolvidas, a data, a situação de conflito e o destino do acusado. E, posteriormente, a partir do segundo parágrafo, o relato em si respeitando a ordem cronológica;
III – Jamais utilizar um padrão dissertativo na elaboração dos relatórios, uma vez que este tipo de narrativa vem a ser de ordem jurídica, que não possibilita, em hipótese alguma, questionamentos ou conclusões;
IV – Ao elaborar o relatório, não utilizar a linguagem erudita, nem períodos gramaticais extensos ou a sintaxe complicada;
V – Essencialmente, no primeiro parágrafo, o relator deverá resumir o caso a ser apresentado, restringindo-se às informações essenciais para o registro jurídico;
VI – Nos parágrafos posteriores, os fatos apresentados deverão ser relatados, passo a passo, em ordem cronológica;
VII – Como o relatório exige de seu autor a inserção da polifonia, os depoimentos, falas e declarações das partes envolvidas – acusado(s), vítima(s), testemunhas e autoridades – , devem ser apresentados nos momentos adequados por intermédio da paráfrase, do discurso indireto;
VIII – Nunca invente fatos, nem os omita;
 IX – Não utilize jamais ao relatar os fatos apresentados o registro literário; ou seja, não crie suspense ou clima de alegria, medo, espanto ou indignação;
X – Termina-se esta espécie de produção jurídica, usando a expressão: Eis o relatório ou É o relatório. 
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