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Dignidade Humana Estado Constitucional C

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Silvana Winckler 
Reginaldo Pereira 
Arlene Renk 
(Orgs.) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reflexões sobre Cidadania e Direitos 
Humanos na Nova Ordem Mundial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Leopoldo 
 
 
2016 
 
© Editora Karywa – 2016 
São Leopoldo – RS 
editorakarywa@gmail.com 
http://editorakarywa.wordpress.com 
Conselho Editorial: 
Dra. Adriana Schmidt Dias (UFRGS – Brasil) 
Dra. Cândida Graciela Chamorro (UFGD – Brasil) 
Dra. Claudete Beise Ulrich (Faculdade Unida – 
Espírito Santo) 
Dr. Cristóbal Gnecco (Universidad del Cauca – 
Colômbia) 
Dr. Eduardo Santos Neumann (UFRGS – Brasil) 
Dr. Ezequiel de Souza (IFAM – Brasil) 
Dr. Raúl Fornet-Betancourt (Aachen – Alemanha) 
Dra. Tanya Angulo Alemán (Universidad de 
Valencia – Espanha) 
Dra. Yisel Rivero Báxter (Universidad de la 
Habana – Cuba) 
Comissão científica: 
Profª Drª Arlene Renk 
Prof. Dr. Ernani de Paula Contipelli 
Prof. Dr. Frederico Eduardo Zenedin Glitz 
Prof. Dr. Giovanni Olsson 
Prof. Dr. Marcelo Markus Teixeira 
Prof. Dr. Marcelino da Silva Meleu 
Profª Drª Odete Maria de Oliveira 
Prof. Dr. Paulo Potiara de Alcântara Veloso 
Prof. Dr. Reginaldo Pereira 
Profª Drª Silvana Winckler 
Apoio: 
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina – FAPESC. 
* Os textos são de responsabilidade de seus autores. 
Diagramação e arte-finalização: Rogério Sávio Link 
 
R332 Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova 
ordem mundial. [e-book] / Orgs. Silvana Winckler, Reginaldo 
Pereira, Arlene Renk. São Leopoldo: Karywa, 2016. 
223p. 
ISBN: 978-85-68730-15-7 
1. Cidadania; 2. Direitos humanos; 3. Direito das 
mulheres; 4. Constitucionalismo; 5. Política; I. Silvana 
Winckler; II. Reginaldo Pereira; III. Arlene Renk. 
CDD 340 
 
 
SUMÁRIO 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................. 4 
LOS DERECHOS DE CIUDADANÍA EN EL NUEVO ORDEN 
MUNDIAL .......................................................................................................... 8 
José Luis García Guerrero 
DIGNIDADE HUMANA, ESTADO CONSTITUCIONAL 
COOPERATIVO E NOVA ORDEM MUNDIAL ........................................................ 69 
Ernani Contipelli 
ESTADO DE DIREITO E CULTURA PATRIMONIALISTA: 
O DESAFIO DA AFIRMAÇÃO DA DIMENSÃO REPUBLICANA DO 
ESTADO NA AMÉRICA LATINA .......................................................................... 88 
Gilmar Antonio Bedin 
REINVENÇÃO DEMOCRÁTICA E AFIRMAÇÃO DOS DIREITOS 
HUMANOS ..................................................................................................... 100 
Reginaldo Pereira 
DIREITOS HUMANOS, DESENVOLVIMENTO 
SOCIOECONÔMICO E GLOBALIZAÇÃO ............................................................... 115 
Daniel Francisco Nagao Menezes 
DERECHOS Y GARANTÍAS DE LAS MINORÍAS NACIONALES EN 
EUROPA ......................................................................................................... 127 
María Luz Martínez Alarcón 
RELAÇÕES INTERNACIONAIS E A EXCLUSÃO DE GÊNERO OS 
DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES EM QUESTÃO ......................................... 167 
Odete Maria de Oliveira 
MINORIAS ÉTNICAS TRABALHADORAS EM AGROINDÚSTRIAS 
NO OESTE CATARINENSE................................................................................. 193 
Arlene Renk 
DIREITO AO PATRIMÔNIO GENÉTICO E AOS SABERES 
TRADICIONAIS A ELE ASSOCIADOS: AVANÇOS LEGISLATIVOS 
NO BRASIL ..................................................................................................... 205 
Silvana Winckler 
 
 
APRESENTAÇÃO 
Esta obra materializa os primeiros resultados de um convênio de 
colaboração científica mantido, desde o ano de 2014, entre o Programa de 
Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Universidade Comunitária da 
Região de Chapecó – PPGD/Unochapecó e o Departamento de Direito 
Constitucional da Facultad de Derecho de la Universidad Castilha La 
Mancha/UCLM, da Espanha. 
O livro registra um momento importante do processo de 
internacionalização do PPGD/Unochapecó, quando docentes deste 
Programa e do Departamento de Direito Constitucional da Faculdade de 
Direito da UCLM tiveram oportunidade de expor e debater suas pesquisas. 
O seminário realizou-se no mês de maio de 2015 no campus sede da 
Unochapecó e contou com a participação de pesquisadores de outras 
prestigiadas Universidades brasileiras. Todavia, a relevância do livro ora 
apresentado vai além da substancialização deste processo de colaboração 
científica: reside na temática que serve de fio condutor aos capítulos que o 
compõem. 
Em uma nova ordem mundial construída sobre as bases da 
modernidade tardia, caracterizada, entre outros elementos, pela perda de 
centralidade do Estado e pela emergência de novos atores sociais, a 
cidadania e os direitos humanos demandam atualizações nos campos 
teórico e empírico. Vivem-se tempos de crises, algumas herdadas das 
sociedades industriais, produtoras de profundas desigualdades sociais; 
outras, que pareciam jazer juntamente com as vítimas dos diversos 
holocaustos produzidos no século XX, e agora são reavivadas como novas 
catástrofes humanitárias; e aquelas que, apesar de recentes, instalaram-se 
para ficar, ameaçando a vida no planeta, a menos que a humanidade 
consiga livrar-se dos efeitos nefastos de três séculos de contínuas 
reificações da natureza. 
Direitos humanos e cidadania são conceitos em constante 
construção, permitindo reinvenções recorrentes, que vêm sendo gestados 
desde o início do século XVII e encontram amparo no Estado-nação. No 
entanto, na configuração da nova ordem mundial, novos desafios são 
apresentados. Estes constituem temas sobre os quais se debruçaram os 
autores da coletânea. 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 5 
Cabe ressaltar que a realização de um evento e a organização de 
uma coletânea são oportunidades para consolidar vínculos e formalizar 
redes de colaboração entre grupos de pesquisadores de diferentes 
universidades. Neste caso, houve a tessitura de vínculos com Universidades 
da Espanha (UCLM de Albacete, Toledo e Madri), Rio Grande do Sul 
(Unijuí e Unisinos) e São Paulo (Mackenzie). 
As parcerias, num contexto de mundialização e de encolhimento do 
mundo, proporcionam a intensificação do diálogo, o aprofundamento das 
pesquisas e a divulgação dos resultados, contemplando a comunidade 
acadêmica com a exposição de debates que nos levam a refletir e a 
redirecionar temáticas de estudos. 
A coletânea conta com nove capítulos que tratam das temáticas 
apresentadas pelos pesquisadores no seminário. 
No texto Los derechos de ciudadanía en el nuevo ordem mundial, Jose 
Luiz García Guerrero aponta a insuficiência dos parâmetros clássicos 
constitucionais e aborda a relação existente entre dignidade e Estado 
Constitucional Cooperativo. A solidariedade e a interdependência entre os 
Estados configuram-se como condições para assegurar a dignidade 
humana, com vistas à proposta de “bem comum mundial”. 
Na mesma linha do trabalho anterior, Ernani Contipelli, em 
Dignidade humana, Estado Constitucional Cooperativo e nova ordem 
mundial, discute a relação entre dignidade humana e Estado 
Constitucional Cooperativo, partindo de uma compreensão axiológica da 
pessoa humana como fonte de todos os valores, para, posteriormente, 
situá-la dentro da nova ordem mundial. 
Gilmar Antonio Bedin, no capítulo Estado de Direito e cultura 
patrimonialista: o desafio da afirmação da dimensão republicana na 
América Latina, analisa os desafios apresentados pelas estruturas jurídico-
institucionais na América Latina, constatando a permanência da cultura 
patrimonialista que resulta no déficitde República. 
Reginaldo Pereira, no capítulo Reinvenção democrática e afirmação 
dos direitos humanos, parte da ideia lefortiana de atrelar a política dos 
direitos à reinvenção da democracia para trabalhar a democracia moderna 
– uma constante reinvenção do social – numa perspectiva que privilegia 
suas ligações com a efetivação dos direitos humanos em regimes 
democráticos, não apenas a partir de um recorte jurídico, mas também 
6 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
político, já que, sob o olhar de Claude Lefort, os conceitos de democracia e 
retrocesso em matéria de direitos humanos são incongruentes entre si. 
Daniel Francisco Nagao Menezes, no texto Direitos humanos, 
desenvolvimento socioeconômico e globalização, recorre aos pais-
fundadores da Cepal, aos conceitos de centro e periferia, debruçando-se de 
forma mais amiúde nos escritos de Hélio Jaguaribe, como o da dialética da 
dependência. Para esse pensador são duas as saídas apontadas, a 
estabilização da dependência ou a revolução. No entanto, os estudos 
mostram que a América Latina perdeu o momento histórico de sua 
revolução. Caberia buscar alternativa até que a “janela” de possibilidades se 
descortine. 
Derechos y garantias de las minorias nacionales en Europa, capítulo 
subscrito por María Luz Martínez Alarcón, é dedicado ao estudo do 
reconhecimento dos direitos das minorias e à história e sua proteção velho 
continente, abordando aspectos conceituais, históricos e situacionais. 
No texto Minorias étnicas trabalhadoras em agroindústrias no oeste 
catarinense, Arlene Renk analisa aspectos da presença de trabalhadores 
indígenas e de imigrantes haitianos no complexo agroindustrial do setor de 
carnes e derivados. As dificuldades vivenciadas remetem à ideia de 
inserção diferenciada (subalternizada) no mundo do trabalho, mobilizando 
ações em defesa dos direitos dessas minorias. 
Odete Maria de Oliveira integra o livro com o capítulo intitulado 
Relações internacionais e a exclusão de gênero – os direitos humanos das 
mulheres em questão. A autora apresenta elementos indicadores da 
marginalização das mulheres na área das Relações Internacionais, 
enquanto disciplina. O capítulo aborda o trabalho incessante para o 
reconhecimento dos direitos humanos dessa minoria e como este rebate 
no interior da disciplina. 
Finalmente, Silvana Winckler, no capítulo intitulado Direito ao 
patrimônio genético e aos saberes tradicionais a ele associados: avanços 
legislativos no Brasil, analisa os passos dados pelo Brasil na direção da 
proteção legal ao patrimônio genético e aos saberes tradicionais a ele 
associados, que deverá ser assegurado a povos indígenas e comunidades 
tradicionais, conforme parâmetros fixados na Convenção da 
Diversidade Biológica (ONU, 1992) e ratificados no Protocolo de Nagoia 
(ONU, 2010). 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 7 
Nosso reconhecimento à FAPESC, parceira em sucessivas iniciativas 
do Programa de Pós-Graduação em Direito da Unochapecó. 
Os Organizadores. 
Arlene Renk
*
 
Reginaldo Pereira
**
 
Silvana Winckler
***
 
 
 
*
 Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professora dos 
Programas de Pós-Graduação em Direito e Ciências Ambientais da Unochapecó. 
**
 Doutor em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor do Programa de Pós-
Graduação em Direito da Unochapecó. 
***
 Doutora em Direito pela Universidade de Barcelona. Professora dos Programas de Pós-
Graduação em Direito e Ciências Ambientais da Unochapecó. 
 
LOS DERECHOS DE CIUDADANÍA EN EL NUEVO ORDEN MUNDIAL 
José Luis García Guerrero* 
Una breve acotación del objeto de estudio 
El término “derechos de ciudadanía” tiene una gran amplitud. 
Engloba principalmente a los derechos fundamentales, tanto a los de 
libertad y participación como al derecho de prestación a la enseñanza 
obligatoria; a los derechos constitucionales, entre otros, el de contraer 
matrimonio, la propiedad privada, la libertad de empresa y un amplio 
abanico de derechos sociales como la salud, la educación, las pensiones o 
las prestaciones en situaciones de dependencia; finalmente, también 
podría incluir, quizá, entre otros muchos ámbitos, los mandatos a los 
poderes públicos, tanto los de carácter general, como el de acceso a la 
vivienda y la protección del medio ambiente, como los de carácter 
específico, como la protección de los discapacitados, a la juventud, a la 
tercera edad. 
No es aquí el lugar, por espacio y tiempo, de ocuparse de este 
amplio objeto, razón por la que el estudio se va limitar dentro de los 
derechos de ciudadanía al derecho a participar en los asuntos públicos en 
cuanto derecho fundamental. No acaba aquí la acotación de la materia sino 
que ya se advierte que se va a adoptar una concepción restrictiva de los 
derechos fundamentales y que en el ámbito del estudio no se incluye la 
participación en la Administración de justicia (jurado), ni en la elaboración 
de disposiciones administrativas o en actos que afecten a los interesados; 
tampoco se va a contemplar la participación en asuntos sociales, 
 
*
 Es Profesor Titular de Derecho Constitucional en la Facultad de Derecho de Albacete, de la 
Universidad de Castilla-La Mancha (Id: orcid.org/0000-0003-2801-5741). Esta ponencia es 
resultado del proyecto de investigación: Constitución y mercado en la crisis de la integración 
europea, DER2013-48327-C3-1-R (MINECO 2014-2016). 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 9 
económicos, culturales o profesionales; excluyéndose, en consecuencia, 
también la representación corporativa y la profesional1. 
Tras esta nueva reducción del objeto, el ámbito del trabajo viene 
determinado por un elemento personal, los ciudadanos y por un elemento 
finalista, la participación política
2
, que, como es pacífico doctrinalmente, 
puede ser directa o indirecta, esto es, a través de representantes. 
Ahora bien, cabe plantearse si el derecho fundamental a la 
participación política es sinónimo del derecho al sufragio activo y pasivo. 
Se estima que la mayor parte de la doctrina respondería afirmativamente a 
esta cuestión. El derecho al sufragio comprende la participación política 
directa (fundamentalmente, el referéndum y en algunos ordenamientos 
constitucionales la revocatoria) y la indirecta, que consiste en la elección 
de los representantes políticos y es que este último derecho fundamental 
requiere para su ejercicio de los demás derechos fundamentales y, muy 
especialmente, de la libertad ideológica, de la libertad de comunicación y 
de los derechos de reunión y asociación. Realmente, el derecho al sufragio 
parece corresponderse con el derecho de participación política, salvo en 
aquellos ordenamientos que contemplan la iniciativa legislativa popular. 
No obstante y aunque esta tesis requeriría de una reflexión más 
profunda, se va a estimar que ambos términos no son sinónimos. Se 
considera que el derecho fundamental a la participación política es más 
amplio que el derecho al sufragio y que, incluso, incluye a éste3. En primer 
lugar, porque esta concepción facilita las conexiones constitucionales de la 
 
1
 Se coincide con la interpretación restrictiva que viene realizando el Tribunal Constitucional 
español del artículo 23.1 de la Constitución (“Los ciudadanos tienen el derecho a participar en 
los asuntos públicos…”). El Alto Tribunal limita el objeto a la participación política en los 
ámbitos estatal, autonómico y local, descartando las demás formas de participación (en la 
justicia, en la administración, etc.) que cobrarían virtualidad porlos preceptos 
constitucionales que las reconocen. En este sentido las SSTC 51/1984, 189/1993, 121/1993 y 
119/1995, entre otras. 
2
 La STC 212/1993, FJ 4, limita el ámbito de este derecho fundamental por dos elementos: los 
titulares del derecho, ciudadanos, y por el contenido de la situación jurídica subjetiva 
reconocida, derecho a participar por medio de representantes. 
3
 La STC 225/1998, FJ 4, señala que “La participación política de los ciudadanos en asuntos 
públicos `por medio de representantes` está unida en el artículo 23.1 a la existencia de 
elecciones libres, periódicas y por sufragio universal. Sistema electoral y participación política 
son así el marco de los derechos de sufragio como derechos fundamentales…”. 
10 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
participación política con los demás derechos fundamentales4, incluye a la 
iniciativa legislativa popular y permite utilizar al partido político como 
instrumento para que los ciudadanos puedan incrementar su participación 
política
5
. En segundo lugar, porque la conceptuación del sufragio como 
derecho (fundamental) implica renunciar a la concepción del primero 
como deber o función estatal o, cuando menos, disminuirla 
sustancialmente. Esta afirmación requiere una breve aclaración. 
En los inicios del liberalismo y durante la revolución francesa 
pugnaban dos tesis a propósito del sufragio. Una primera vinculada a la 
democracia radical rousseauniana que lo concebía como derecho. Una 
segunda que, en un principio, vinculaba el sufragio a la soberanía nacional 
y lógicamente lo contemplaba como deber o función
6
. El paso de la 
soberanía popular a la nacional en la asamblea constituyente francesa era 
una forma de disminuir la democracia
7
 hasta el punto que haber quien, 
exageradamente, niega a estos sistemas su carácter democrático
8
. 
Posteriormente, esta segunda tesis fue acogida por la escuela clásica de 
derecho público alemana y por tratadistas franceses e italianos, donde es 
discernible una mayor o menor preocupación con el principio 
democrático9. En consecuencia, aquellos sistemas constitucionales, como 
el español, que consagran como derecho fundamental a la participación 
política, lo que implica incluir en su ámbito el sufragio, apuestan, sin duda, 
por la tesis del sufragio como derecho y disminuyen la importancia, 
cuando no la eliminan, de éste como función o deber10; en lo que 
constituye una auténtica apuesta por el principio democrático. 
 
4
 Sobre la importancia de estas conexiones valga, a modo de ejemplo, recordar cómo cuando 
la libertad de comunicación tiene por objeto la participación política se refuerza 
exorbitantemente, admitiendo escasas restricciones en su ejercicio. Véase al respecto José 
Luis García Guerrero (2013, p. 157s, 191ss). 
5
 Véase José Luis García Guerrero (2007, p. 41-45). 
6
 Una primera aproximación a esta diferente conceptuación en Enrique Álvarez Conde (1996, 
p. 397). 
7
 Véase José Luis García Guerrero (2000, p. 574s). 
8
 Francisco Bastida Freijedo (2005, p. 30s) considera que las constituciones democráticas son 
una evolución histórica de las liberales. 
9
 Véase Enrique Álvarez Conde (1996, p. 397s). 
10
 El Tribunal Supremo español se ha ocupado de la vertiente del sufragio como deber o 
función pública, de forma contradictoria, véase una síntesis al respecto en Enrique Álvarez 
Conde (1996, p. 401s). 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 11 
Una tesis restrictiva de la categoría de los derechos fundamentales 
La conceptuación del derecho de participación política como 
derecho fundamental obliga a explicitar la concepción restrictiva que se 
tiene sobre esta categoría jurídica; con este objeto se va a utilizar como 
referencia la Constitución española de 1978. 
De los valores constitucionales a los derechos fundamentales 
1) Los valores constitucionales, los derechos constitucionales y las garantías 
no son derechos fundamentales 
Se parte de la idea de que las modernas Normas fundamentales han 
juridificado, mediante su constitucionalización, una serie de valores 
morales, de extracción iusnaturalista, cristiana o filosófica, por ser 
compartidos por la mayor parte de la sociedad. Los derechos 
fundamentales serían concreción de cada uno de estos valores, en mayor o 
menor medida11. 
Hay cierta polémica doctrinal al respecto, pero asumo aquí que las 
reglas jurídicas se diferencian claramente de los valores y principios. Las 
primeras contienen un presupuesto de hecho al que se anuda una 
consecuencia jurídica, y su eficacia es inmediata. No sucede lo mismo con 
los valores y principios, que, siendo sin duda normas jurídicas, tienen sólo 
eficacia interpretativa12. Más difícil y polémico resulta diferenciar los 
valores de los principios13. La eficacia de ambos es, como se ha dicho, 
hermenéutica, pero en mi opinión los primeros tienen menor densidad que 
los segundos; son, por decirlo de alguna forma, más vaporosos14. Por esta 
 
11
 Pedro Cruz Villalón (Sin data, p. 43ss) destaca la labor del constitucionalismo iusnaturalista 
en dos fases, la primera desarrollando las múltiples caras del valor libertad en otros tantos 
derechos, lo que se plasma en las Declaraciones de Derechos; la segunda, procediendo a su 
constitucionalización. El resultado es que los derechos se juridifican, se convierten en derecho 
supralegal con las garantías de rigidez y control que ello implica. También reconoce que la 
juridificación transforma toda una serie de valores filosóficos y morales en jurídicos sin que 
por ello pierdan su condición primigenia. 
12
 Véase Manuel Aragón Reyes (1989, p. 84). 
13
 Javier Jiménez Campo (2008, p. 179) no distingue en este trabajo entre valores y principios, 
más bien señala que los primeros sólo tienen eficacia política. 
14
 Véase Francisco Javier Díaz Revorio (1997) donde defiende la abstracción, generalidad o 
ambigüedad que caracteriza a los valores constitucionales. Javier Jiménez Campo (2008, p. 
178) habla de vaguedad extrema en referencia al artículo 10.1 y a las cláusulas constitucionales. 
12 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
razón sólo el Parlamento, depositario directo de la soberanía popular, 
puede extraer una regla jurídica tanto de un valor como de un principio. 
Un juez no puede construir una regla a partir de un valor, pues su escasa 
densidad o concreción impide salvaguardar adecuadamente el principio 
democrático; o dicho de otro modo, el juez no tiene suficiente legitimidad 
democrática para llevar a cabo tal salto normativo, por no hablar de la 
inseguridad jurídica que ello generaría. Sí resulta admisible en cambio que 
el juez, sólo en caso de laguna legal, pueda extraer una regla jurídica a 
partir de un principio
15
; su mayor densidad o concreción disminuye la 
lesión al principio democrático y al de seguridad jurídica, y además no 
cabe sino este menoscabo a ambos principios si se quiere evitar un mal 
mayor: que el juez no resuelva sobre el fondo de lo pedido ante una 
pretensión o interés jurídico legítimo. Para que se pueda comprender 
mejor se podría representar el valor mediante un círculo que a su vez 
contiene otros círculos en su interior, que se corresponden con los 
principios. El diámetro del círculo del valor es mucho más amplio que el 
del principio. El diámetro representa la mayor o menor densidad del valor 
y del principio respectivamente, el mayor o menor margen de 
discrecionalidad16 que tiene el juez para extraer una regla. 
Una vez determinado que los derechos fundamentales son 
concreción de los valores constitucionales se va a utilizar la Constitución 
española de 1978para continuar profundizando. El valor jurídico de la 
vida17, que es el dominante en cuanto presupuesto de todos los demás, no 
 
15
 Sobre la distinción entre valores y principios, en línea coincidente con lo expresado en el 
texto, véase Manuel Aragón Reyes (1989, p. 84-97). En la misma línea Luis Prieto Sanchís 
(1984); también, Antonio Enrique Pérez Luño (1984, p. 291s) que referencia los valores y 
principios, además, respecto a las normas o reglas. Finalmente, hay que referirse a los trabajos 
de Ronald Dworkin (1978); y en España a Francisco Javier Díaz Revorio (1997). 
16
 Se entiende por discrecionalidad la mayor o menor libertad que tiene un jurista a la hora de 
tomar una decisión dentro de unos márgenes acotados. La ausencia de márgenes nos sitúa en 
la arbitrariedad proscrita constitucionalmente por el artículo 9.3. 
17
 La STC 53/1985, FJ 5, incluye a la vida como valor superior del ordenamiento jurídico 
constitucional. El voto particular de Tomás y Valiente no encuentra fundamentación jurídico 
constitucional para esta afirmación. No obstante, su afirmación debe contextualizarse. La 
sentencia no se limita a extraer un valor implícito del texto constitucional sino que lo dota de 
proyección normativa para oponerlo al legislador, tesis, que como ha quedado aclarado en el 
texto no se comparte. Se está en consecuencia con los tres votos particulares, el referido por 
Tomás y Valiente, y los de Díez Picazo y Rubio Llorente; y es como este último magistrado 
afirma: “Esto no es ni siquiera hacer jurisprudencia de valores sino lisa y llanamente suplantar 
al legislador o, quizá más aún, al propio poder constituyente”. 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 13 
ha merecido una constitucionalización expresa, pero la misma se deduce 
de los otros cinco valores constitucionalizados explícitamente18. 
Concretamente, de la libertad, igualdad, justicia y pluralismo político, 
proclamados correctamente por el artículo 1.1 como valores superiores del 
ordenamiento jurídico
19
; así como la dignidad humana y el libre desarrollo 
de la personalidad
20
 reconocido en el artículo 10.1
21
. Aunque en este último 
domina más su carácter de fin constitucional que de valor con un 
contenido material (lo que es propio de los valores filosóficos o morales 
juridificados); y es que como señala el profesor Aragón, todo valor tiene 
algo de fin constitucional
22
. 
Frente a la insistencia por parte del Tribunal Constitucional español 
y a lo sostenido en anteriores escritos, siguiendo su estela, se tienen más 
 
18
 Manuel Aragón Reyes (1989, p. 91s) admite la utilización en la interpretación de valores no 
positivados pero en congruencia no en oposición. 
19
 Manuel Aragón Reyes (1989, p. 99s), en cambio, sostiene que la justicia “más que un valor, 
es una condición del Estado de Derecho y el pluralismo es sólo una situación que se hace 
posible por la realización de aquellos dos valores [la libertad y la igualdad], además de una 
muy concreta caracterización de la democracia. Realmente, justicia y pluralismo pertenecen, 
pues, más al campo de los principios que de los valores”. No obstante, en la nota 39 señala que 
si el pluralismo es un valor habrá que entenderlo como “valor procedimental” y no como 
“valor material”. Sobre la relación entre valores y principios del artículo 1.1 de la Constitución 
véase Luciano Parejo Alfonso (1983, p. 41-73). 
20
 Nuestro Tribunal Constitucional ha afirmado reiteradamente que la dignidad humana es un 
valor superior del ordenamiento jurídico, véase a modo de ejemplo la STC 34/2008, FJ 6: 
“valor superior de la dignidad humana”. Otro tanto ha dicho de la segunda parte de este valor: 
el libre desarrollo de la personalidad en relación con el valor libertad que da lugar a un 
“principio general de libertad”, SSTC 83/1984, FJ 3; 113/1994, FJ 11; y 107/1996, FJ 9. Javier 
Jiménez Campo (2008, p. 188) se pregunta con perspicacia si esta parte del valor puede 
fundamentar una “limitación de la legislación constrictiva que pretenda fundamentarse 
exclusivamente en consideraciones de paternalismo moral”, esto es, “si el libre desarrollo de la 
personalidad impone, de principio, un respeto a las opciones autorreferentes del sujeto 
(aquellas sin daños para terceros), a no ser que bienes constitucionales expresamente 
reconocidos consintieran, previa ponderación, tal limitación de la autonomía privada”. 
21
 Véase Javier Jiménez Campo (2008), trabajo absolutamente indispensable en la materia. Al 
respecto hay ya una abundante bibliografía: Juan José Solozábal Echavarría (1994, p. 2489-
2491); Jesús González Pérez (1986); Ignacio Gutierrez Gutierrez (2005); Alberto Oehling De 
Los Reyes (2010); y I. Von Münch (1982). 
22
 Ronald Dworkin (1978, p. 22ss) distingue entre fines, principios y reglas. Por fines entiende 
no sólo valores sino mandatos a los poderes públicos. Manuel Aragón Reyes (1989, p. 84) 
matiza a Dworkin: “Los valores son `fines`, por supuesto, pero no toda cláusula que enuncia 
fines (que establece programas) es por sí sola una cláusula de valor, sino, muchas veces, una 
cláusula al servicio de un valor”. 
14 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
que fundadas sospechas de que los derechos fundamentales no son 
concreción de la dignidad humana y del libre desarrollo de la 
personalidad23. Este valor, que proviene de la Ley Fundamental de Bonn 
que los constitucionaliza separadamente
24
, se piensa que afirma que no 
cabe dignidad humana y libre desarrollo de la personalidad sin unos 
derechos fundamentales. Por tanto, éstos no son concreción de la dignidad 
y del desarrollo de la personalidad sino su condición necesaria. Este valor, 
además, por obra del 10.1 se convierte en fundamento del orden político y 
de la paz social, esto es, en la columna vertebral del sistema constitucional, 
lo que implica refundar el Estado español; que pasa a fundamentarse y 
legitimarse en la medida en que consiga asegurar a todo individuo su 
dignidad, al tiempo que le permite desarrollar libremente su personalidad. 
Este valor, donde resalta su naturaleza de fin, marca el objetivo del Estado 
y en esta medida se proyecta sobre el entero ordenamiento jurídico, 
obligando a interpretar cualquier norma jurídica conforme al mismo. Y con 
mayor intensidad hermenéutica, si cabe, sobre los derechos 
fundamentales, los derechos constitucionales y los mandatos a los poderes 
públicos que se contienen en los tres primeros capítulos del título I, debido 
a la singular sedes materie del valor (El título I abre con este artículo y sólo 
después comienza la enumeración de sus cinco capítulos). Ahora quizás 
pueda comprenderse la singularidad de este valor donde prevalece su 
 
23
 “Nuestro Tribunal Constitucional insiste en considerar a los derechos fundamentales como 
concreción de la dignidad humana, ignorando que lo son de la libertad, igualdad, justicia y 
pluralismo político. Por ejemplo, la dignidad es un “valor jurídico fundamental (...) 
reconocido en el art. 10 como germen o núcleo de unos derechos que le son inherentes”, STC 
53/1985, FJ 3. Son múltiples las sentencias en que el Tribunal, como plasma Javier Jiménez 
Campo (2008, p. 184), establece una relación recíproca de fundamentación y preservación 
entre estas situaciones jurídicas subjetivas y la dignidad. También más que fundamentación 
como concreción. Sobre ambos sentidos véase: SSTC 99/1994, FJ 5; 194/1994, FJ 4;207/1996, FJ 
3; 224/1999, FJ2; 49/2001, FJ 5;136/2006, FJ 6; y 281/2006, FJ 3, entre otras. No obstante, la STC 
236/2007 llega bastante más lejos al utilizar el argumentode la mayor o menor conexión de la 
dignidad humana con cada derecho fundamental para determinar aquellos que corresponden 
a los extranjeros que se encuentran en situación irregular en España. La sentencia es, en 
realidad, continuidad de la doctrina marcada por la STC 107/1984. El criterio ciertamente 
puede considerarse que bordea lo arbitrario; una crítica a la sentencia en José Luis García 
Guerrero (2010, p. 193ss), donde se aprecia cómo la libertad de configuración del legislador en 
el estatuto jurídico de los extranjeros, conferido por el artículo 13, queda casi desprovista de 
contenido. Jiménez Campo, en el trabajo citado en esta nota pp. 185-186, coincide con esta 
apreciación y se muestra crítico en general con esta resolución jurisdiccional. 
24
 La Ley Fundamental de Bonn recoge separadamente en el artículo 1.1 la dignidad, en el 1.2 
los derechos inviolables y en el 2.1 el libre desenvolvimiento de la personalidad. 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 15 
carácter de fin constitucional, en línea con la matización que Aragón 
realiza a Dworkin. 
En consecuencia, los derechos fundamentales, contenidos en la 
sección I del capítulo II del título I, son concreción, en mayor o menor 
medida, de la libertad, la igualdad, la justicia y el pluralismo político. Por 
tanto, parece desacertada la decisión de la Carta de los derechos 
fundamentales de la Unión Europea o de la Constitución Dominicana de 
incluir entre los derechos fundamentales, indiscriminadamente, valores 
constitucionales como la dignidad humana
25
 y el libre desarrollo de la 
personalidad
26
, lo que no deja de contribuir a la confusión imperante en 
este campo. 
No se considera desacertada, en cambio, la decisión del 
constituyente español que incluye como derechos fundamentales la vida y 
la igualdad. En realidad la vida se constitucionaliza implícitamente como 
valor, en cuanto presupuesto de los otros cinco valores, y expresamente 
como derecho fundamental en el artículo 15. La igualdad se 
constitucionaliza expresamente como valor en el artículo 1.1 y adquiere sus 
principales proyecciones mediante el mandato a los poderes públicos del 
artículo 9.2 de alcanzar la igualdad material y a través de la igualdad 
formal constitucionalizada expresamente como derecho fundamental en el 
artículo 14. Ahora bien, vida e igualdad, dogmáticamente y en sentido 
estricto, no son derechos fundamentales sino valores constitucionales 
(piénsese, por ejemplo, en el carácter eminentemente relacional del 
segundo). Pese a estas precisiones dogmáticas se ha señalado que no se 
considera desacertada la decisión del constituyente español de 
constitucionalizar estos valores también como derechos fundamentales y 
la razón estriba en que al incluirlos en esta última categoría jurídica se les 
dota de todas las garantías normativas, institucionales y jurisdiccionales 
que garantizan la preservación de los derechos fundamentales. No se 
hubiera conseguido el objetivo de protegerlos tan intensamente si sólo 
hubieran sido constitucionalizados como valores, dada la escasa densidad 
 
25
 Concretamente en el capítulo I “Dignidad”, artículo 1, Dignidad humana: “La dignidad 
humana es inviolable. Será respetada y protegida”. 
26
 Una crítica a la decisión del constituyente dominicano de incluir entre los derechos 
fundamentales a la dignidad humana y al libre desarrollo de la personalidad en mi trabajo, 
“Algunas reflexiones sobre la influencia de la Constitución española en la dominicana en 
materia de garantías normativas”, Anuario Parlamento y Constitución, núm. 15, 2012-2013, pp. 
76 y ss. 
16 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
de los mismos y porque su eficacia jurídica es sólo hermenéutica y no 
directa. 
En esta concepción restrictiva, que se viene sosteniendo, sobre el 
concepto de derecho fundamental no se incluyen dentro de esta categoría 
normativa a la propiedad privada y la libertad de empresa, no sólo porque 
así lo haya previsto el constituyente y lo haya reconocido el Tribunal 
Constitucional, sino porque dogmáticamente la cláusula del Estado Social 
los debilita al punto de transformarlos en derechos subjetivos tan 
disminuidos que parecen aproximarse más a la categoría de garantía 
institucional. Completamente lo contrario habría que sostener en el marco 
de un Estado Liberal, no sólo porque así lo concibieron los padres de los 
derechos fundamentales sino porque su naturaleza jurídica y su régimen 
jurídico guarda una clara identidad con los mismos; a diferencia, por 
ejemplo, de la vida y la igualdad, valores dogmáticamente, pero 
constitucionalizados, al tiempo, en España como derechos fundamentales, 
como ya se ha señalado. Este último argumento sería predicable también 
de los derechos sociales y de los mandatos a los poderes públicos. 
Tampoco cabría incluir como derechos fundamentales a su más 
efectivo instrumento de protección, esto es, a sus garantías 
jurisdiccionales. Su constitucionalización en España, como tales, debe 
explicarse en un contexto histórico que preservó la planta judicial del 
franquismo, lo que hacía muy difícil su desarrollo constitucional y su 
efectiva vigencia en la sociedad. Lo que se consiguió a través del Tribunal 
Constitucional, precisamente, al constitucionalizarlos como 
fundamentales. No incurren en este error, confundir derechos con sus 
garantías, la Constitución alemana y, más recientemente, la dominicana, 
fuertemente inspirada en la española en su parte dogmática
27
. Tampoco 
fue ajena a esta decisión del constituyente español la influencia de la 
Convención europea de Derechos Humanos. 
Esta concepción restrictiva de los derechos fundamentales no sólo 
bebe de la necesidad de precisar y depurar las diferentes categorías 
jurídicas de normas contenidas en la Constitución (resulta cada vez más 
imperioso un riguroso estudio al respecto, así como la necesidad de 
construir un concepto de derecho fundamental). También responde a la 
necesidad de combatir incautas posiciones, que deseosas de incrementar lo 
que consideran mejor: la fundamentalidad, olvidan que la cantidad diluye 
 
27
 Véase mi trabajo (GARCÍA GUERRERO, 2012-2013, p. 71-114). 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 17 
la calidad o, más precisamente, su protección. Cuantos más derechos 
fundamentales proclamemos más diluida quedará su fundamentalidad28. 
2) Los cinco troncos o géneros de los derechos y libertades fundamentales 
Tras estas exclusiones y antes de determinar cuáles son 
dogmáticamente los derechos fundamentales, hay que recordar que la 
tradicional clasificación entre derechos de libertad, políticos y de 
prestación sigue teniendo, pese a algunos conocidos inconvenientes
29
, una 
gran virtualidad práctica a la hora de proceder a una sistematización que 
facilite el entendimiento de sus regímenes jurídicos y permite afrontar los 
retos introducidos por las nuevas tecnologías, como se tendrá ocasión de 
argumentar al final de este apartado. 
Una vez alcanzado este punto ya puede afirmarse que no hay 
dogmáticamente tanto derechos fundamentales como los que se han 
constitucionalizado en España y no sólo por las exclusiones que hasta el 
momento se han justificado. En realidad y en sentido estricto, se estima 
que, quizás, sólo hay cinco troncos o géneros de derechos fundamentales, 
al menos en los ordenamientos que proclaman el Estado Social30. El resto 
son especies, lo que no impide que algunos derechos constitucionalizados 
sean híbridos de varias especies o, incluso, participen de varios géneros. 
Quizá pueda acusarse a esta construcción de haber efectuado una 
incorrecta delimitación, al afirmar que únicamente haycinco troncos de 
 
28
 Sobre la concepción restrictiva de los derechos fundamentales véase José Luis García 
Guerrero (2013, p. 20s) que al criticar las posiciones doctrinales que quieren multiplicar los 
derechos fundamentales existentes concluye que estas tesis “olvidan que la cantidad diluye la 
calidad o, más precisamente, su protección”. Javier Jiménez Campo (2008, p. 191) al 
fundamentar su oposición a la línea doctrinal de nuestro Tribunal que incrementa el 
contenido constitucional de algunos derechos de inmunidad y libertad, lo expresa 
brillantemente: “…en punto a la garantía de los derechos fundamentales, intensidad y 
extensión de la protección son, por necesidad, valores contrapuestos. Quien extiende 
difumina”. 
29
 Sobre esta distinción y sus inconvenientes véase Juan José Solozábal Echavarría (1991, p. 89-
92). 
30
 Como se ha señalado supra, en el Estado liberal habría un nuevo tronco o género, el sexto, 
constituido por la propiedad privada, que engloba la propiedad privada de los medios de 
producción, esto es, la libertad de empresa que sería su principal especie. En España, la 
libertad de creación de centros docentes es la aislada representación de este sexto tronco de 
los derechos fundamentales; sólo esta variedad de la especie del género disfruta de la 
categoría de derecho fundamental y es la única excepción que ha admitido el Estado Social 
sancionado en la Constitución española, el resto son derechos constitucionales. 
18 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
derechos fundamentales pero lo que se cree que no ofrece dudas es que 
hay unos cuantos géneros y numerosas especies31. 
a) El derecho fundamental a la participación política 
En mi opinión, el primer tronco es concreción fundamental del valor 
pluralismo político y se corresponde con los derechos políticos, 
concretamente con el derecho a la participación del artículo 23; ya sea en 
su forma de democracia representativa, o a través de la participación 
directa que posibilitan los institutos de democracia directa, o utilizando 
instrumentalmente los partidos políticos; que es, pese a las reticencias 
doctrinales, la forma más intensa hoy de participación política directa y lo 
sería mucho más si así se reconociese y garantizara. 
b) La obligatoriedad de la enseñanza básica 
La obligatoriedad de la enseñanza básica del artículo 27.5, segundo 
tronco, es el único derecho fundamental de prestación. Las sucesivas crisis 
económicas que se vienen sucediendo desde 2008 muestra el peligro en 
que puede incurrir la dogmática o el constituyente si hace depender la 
fundamentalidad de un derecho de la capacidad presupuestaria para 
hacerlo realmente efectivo. 
Los otros tres géneros o troncos son los derechos libertad, defensa o 
autonomía, entendiendo como tales aquellos en los que predomina esta 
vertiente frente a la de participación o prestación; son, por tanto, la 
inmensa mayoría de los derechos contenidos en la sección I y, 
predominantemente, concreción del valor libertad32. Estimo que estos tres 
géneros, que tienen la mayor diversidad de especies, son la libertad 
ambulatoria, la libertad de comunicación y la libertad del individuo en sus 
relaciones con la Sociedad 
c) Las libertades ambulatorias 
El primero de estos tres géneros de derechos de libertad, defensa o 
autonomía es la libertad ambulatoria. Este tronco comparte con la vida el 
 
31
 Una amplia bibliografía sobre cada uno de los géneros y especies constitucionalizados en 
España puede encontrarse en Luis María Díez-Picazo (2008); y en José Luis García Guerrero 
(2013). 
32
 Manuel Aragón Reyes (2008, p. 31) sostiene que la libertad se concreta en los derechos 
fundamentales de libertad. 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 19 
ser presupuesto para el ejercicio de buena parte de los otros derechos 
fundamentales, aunque, obviamente, en mucha menor medida. Sus 
diversas especies se han constitucionalizado en los artículos 17 y 19, como 
libertades frente a privaciones de libertad, entrada y salida de España, 
residencia y circulación. No obstante, es preciso advertir que una buena 
parte del artículo 17 no son derechos fundamentales sino garantías frente a 
privaciones de libertad, que se complementan con las contenidas en los 
artículos 24.2, 25.1 y 3. Sucede en esta norma lo mismo que en numerosos 
preceptos de la sección I del capítulo II del título I, que no se contienen 
derechos fundamentales sino otras categorías jurídicas como normas 
atributivas de competencias, garantías institucionales, interdicciones, 
mandatos y las referidas garantías. 
Finalmente, dejar apuntada una idea que, de momento, es más 
intuición que certidumbre por lo que todavía necesita reforzarse en su 
argumentación. Me refiero a que se sospecha que el artículo 17.1, hasta su 
primer punto – “Toda persona tiene derecho a la libertad y la seguridad” –, 
contiene el derecho a la seguridad personal – vieja derivación del pactum 
societatis –, que encuentra una cierta prolongación en la inviolabilidad del 
domicilio; y, lo que es más importante, que contiene, asimismo, no sólo el 
derecho fundamental a la libertad ambulatoria, sino más ampliamente el 
derecho a la libertad entendido como concreción del mismo valor, al igual 
que sucede con los valores vida e igualdad. Si así fuera, su interrelación con 
la libertad de conciencia obligaría a ser mucho más cuidadoso con la ola de 
prohibiciones que en los últimos años diferentes mayorías imponen a las 
minorías y que parecen poco conciliables con nuestros valores 
constitucionales. La ausencia de reconocimiento de ese derecho a la 
libertad está facilitando la imposición de restricciones de todo tipo sin 
encontrar los límites que un derecho fundamental les exigiría: fundarse la 
prohibición en un bien, valor, principio o derecho constitucional, reserva 
de ley orgánica para el desarrollo y ordinaria para el ejercicio, respeto al 
principio de proporcionalidad, ponderación entre los bienes en conflicto, 
entre otras. 
d) Las libertades de comunicación 
1) La libertad de comunicación 
Las libertades de comunicación son el segundo género de estos 
derechos de libertad, el cuarto de los fundamentales, y del que más 
especies derivan. La más relevante de éstas, y cuyo régimen jurídico se 
20 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
comparte sustancialmente por las demás, es la libertad de comunicación; 
más conocida como libertad de expresión en sentido amplio y que engloba, 
básicamente, a la libertad de información y a la libertad de expresión en 
sentido estricto. Este tronco consiste en el derecho a la libre transmisión y 
recepción de cualquier tipo de mensaje. El concepto implica la existencia 
de seis elementos: uno o varios emitentes, un mensaje, la materia sobre la 
que versa, su finalidad, un soporte u organización y uno o varios 
destinatarios. Son precisamente las variaciones en estos elementos las que 
singularizan a las diferentes especies que conforman el género. La 
constitucionalización diferenciada de las distintas especies deriva en unos 
casos de la materia o finalidad del mensaje, hechos objetivos en la libertad 
de información, opiniones subjetivas en la libertad de expresión
33
; también 
la materia y la finalidad deslindan la especie de la creación y difusión 
literaria, artística, científica y técnica, consagrada en el artículo 20.1.b)
34
; o 
en estos dos últimos campos cuando el derecho se ejercita en instituciones 
académicas – libertad de cátedra –; o en los ámbitos educativo35, religioso y 
sindical. En otros casos la constitucionalización expresa deriva del número 
de emitentes o destinatarios de la comunicación,esto es, por su forma 
individual o colectiva de ejercicio; en otras del soporte u organización, 
como es el caso de la libertad de reunión o asociación; en otros de las 
instituciones públicas ante las que se interpone el mensaje y de la 
obligatoriedad que tienen éstas, en la mayor parte de los casos, de 
 
33
 Véase, entre otros, Juan José Solozábal Echavarría (Sin data, p. 81). 
34
 La STC 153/1985, FJ 5º, afirma que el apartado b) es una mera concreción del a). Frente a 
esta opinión el magistrado Francisco Rubio Llorente formuló un voto particular, señalando: 
“A mi juicio, ni la libertad de producción y creación literaria, artística, etc., es una concreción 
del derecho a expresar y difundir libremente el pensamiento, sino [que es] un derecho 
autónomo…”. En el mismo sentido que la STC 153/1985, Francesc De Carreras (1991, p. 11, 20 y 
29), que incluye además el apartado c). En contra y, por tanto, en sintonía con Francisco 
Rubio Llorente y Carmen Chinchilla Marín (1988, p. 24s) que piensa que nuestra Constitución 
concibe como derechos y libertades diferentes e independientes los cuatro apartados del art. 
20.1. 
35
 Fernando Santaolalla López (1992, p. 186) ya intuía algo de los señalado cuando destaco: “La 
educación y la creación literaria, artística, científica y técnica son uno de los vehículos a través 
de los que se transmite el pensamiento humano, por lo que si se reconoce la libre expresión 
de este último, embebido está el reconocimiento de estas proyecciones. Con ello no quiere 
decirse que sea inútil este doble reconocimiento, pues el mismo puede servir al mejor 
afianzamiento de la libertad básica, actuando como recordatorio de que esas muestras son 
sólo reflejo de ese haz fundante”. 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 21 
suministrar la información; finalmente, en algunos supuestos es una 
conjunción de varios de estos elementos. 
2) La libertad ideológica, religiosa y de culto 
La libertad ideológica, religiosa y de culto se plasma en el artículo 16. 
La pertenencia de esta especie al género de las libertades de comunicación 
es la que mayor fundamentación necesita. La razón descansa en su carácter 
híbrido, que comienza a manifestarse por ser concreción dominantemente 
de los valores libertad y pluralismo [político]. El proceso intelectual 
interno no requiere de protección, esto es, de la libertad de conciencia más 
que cuando éste se manifiesta externamente. Este derecho a actuar 
conforme a la conciencia, salvo los casos de prohibición establecidos en la 
ley, en la mayor parte de los supuestos, empleará instrumentalmente a 
otros derechos de la libertad de comunicación, especialmente la libertad 
de expresión en sentido estricto
36
. Se defiende aquí que cuando se 
manifiestan ideas o pensamientos ajenos estamos bajo la protección del 
20.1. a), cuando las ideas son propias empleamos el 16 en conexión con la 
libertad de expresión en sentido estricto. La libertad de culto o religiosa es 
una cualificada manifestación de la conciencia y también un gran hibrido 
de los valores pluralismo y libertad y de múltiples concreciones de este 
último, comenzando también por la libertad de comunicación – un 
sacerdote dirigiéndose a sus fieles –, siguiendo por la libertad de reunión – 
los fieles en la santa misa o las procesiones religiosas –, de asociación – la 
organización jurídica de una confesión religiosa –, incluso, de la libertad de 
educación – la formación religiosa trasmitida a los creyentes –, por citar 
sólo algunas de las especies que componen este complejo derecho. 
3) La libertad de educación 
La libertad de educación, que como ha tenido ocasión de resaltar el 
Tribunal Constitucional español es prácticamente ejercicio de la libertad 
 
36
 La STC 20/1990, FFJJ 3º y 5º, confirma que la libertad ideológica, consagrada en el artículo 
16.1, tiene un correlativo derecho a expresarla, garantizado en el artículo 20.1 a), pero ello no 
permite entender simplemente absorbido el primer derecho en el último. Sobre la vinculación 
entre ambos artículos véase también las SSTC 105/1990, FJ 4º, de 6 de junio, y 173/1995, FJ 1º, 
de 21 de noviembre. 
22 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
de expresión37, por tanto, una especie más del género de las libertades de 
comunicación. No hay diferencias prácticamente con la libertad de 
comunicación en cuanto a los elementos del concepto, más allá de la 
especial cualificación del emitente, el soporte u organización educativa, y 
las características de los destinatarios que son discentes con mayor o 
menor formación. Las singularidades más relevantes aparecen por el tipo 
de materia sobre el que versa el mensaje: la educación, y por la finalidad 
del mismo: el pleno desarrollo de la personalidad humana – nueva 
concreción de valor nuclear contenido en el artículo 10.1 – en el respeto a 
los principios democráticos de convivencia y a los derechos y libertades 
fundamentales, tal y como dispone el artículo 27.2; lo que se plasmará 
especialmente en el establecimiento de límites adicionales en el ejercicio 
de este derecho. Pese a que la libertad de cátedra se constitucionaliza junto 
a la libertad de información y expresión, este derecho no es otra cosa que 
libertad de educación, cualificada en el ámbito universitario por la libertad 
de creación científica y técnica del 20.1b) y por la autonomía universitaria 
del 27.10. 
4) La libertad de reunión 
La libertad de reunión es una especie del género de las libertades de 
comunicación, que se caracteriza por la pluralidad de emitentes o 
destinatarios de mensajes. Su soporte tradicional son las ondas y un 
espacio físico que albergue a las personas que ejercitan el derecho; aunque 
hoy el soporte es fruto de la evolución tecnológica y se pueden mantener 
reuniones por teléfono móvil y fijo, por Skype o, incluso, chats. Se 
diferencia de otras especies en su ejercicio colectivo y por la necesidad de 
establecer reglas en la emisión de los mensajes para garantizar que puedan 
disfrutar el derecho – entenderse – la pluralidad de emitentes y 
destinatarios. Se celebran en espacios no sólo cerrados sino abiertos, lo que 
interfiere con el ejercicio de otros derechos y obliga a establecer ciertas 
restricciones en el caso de las concentraciones o manifestaciones38. La 
 
37
 La STC 5/1981, de 13 de febrero, FJ 7º señala: “La libertad de enseñanza (...) puede ser 
entendida como una proyección de la libertad ideológica y religiosa y del derecho a expresar y 
difundir los pensamientos, ideas u opiniones”. 
38
 La STC 85/1988, FJ 2º, afirma: "...que bien puede decirse (...) que el derecho de reunión es 
una manifestación colectiva de la libertad de expresión ejercitada a través de una asociación 
transitoria, siendo concebido por la doctrina científica como un derecho (...) que opera a 
modo de técnica instrumental puesta al servicio del intercambio o exposición de ideas, la 
defensa de intereses o la publicidad de problemas o reivindicaciones, constituyendo, por lo 
 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 23 
materia o finalidad de las reuniones es indeterminada; cuando ésta es 
política hay quien, incorrectamente, ha querido mutar la naturaleza 
jurídica del derecho, de libertad a político; cuando, en realidad, lo que 
sucede es que el artículo 21 entra en conexión con el valor pluralismo 
político, con el principio democrático y con el derecho de participación 
política y esto, que es simplemente una conexión sistemática de la 
Constitución, refuerza exorbitantemente el contenido del derecho de 
reunión, con lo que se verán disminuidas las restriccionesque a éste 
pueden imponerse por otros valores, principios, derechos o bienes 
constitucionales. Añadir, por último, que la finalidad al ejercitar el derecho 
tiene normalmente un ámbito temporal limitado. 
5) El derecho de asociación 
El derecho de asociación es otra especie de las libertades de 
comunicación. Como ha señalado el Tribunal Constitucional, la asociación 
no deja de ser una especie de reunión permanente39. La principal diferencia 
con la reunión es la complejidad de su organización interna que actúa a 
modo de soporte y que requiere, incluso, de personalidad jurídica; es lo 
que permite conformar la voluntad de la asociación y técnicamente se 
conoce como vertiente contractual. La otra gran diferencia es la ampliación 
del ámbito temporal de la finalidad perseguida por la asociación, ésta se 
extiende en el tiempo, se persigue durante un ámbito temporal mucho 
mayor que en el derecho de reunión, es lo que se denomina vertiente 
institucional y es lo que da lugar a las diferentes especies de asociaciones. 
Cuando la materia o finalidad es política se sigue estando en presencia de 
un derecho de libertad y no de un derecho político, al igual que en el caso 
de la reunión o de la libertad de expresión nos encontramos en presencia 
de relevantes pero simples conexiones sistemáticas constitucionales que no 
alteran la naturaleza jurídica del derecho. Su ejercicio es también colectivo. 
6) El derecho de petición 
Hay cierta doctrina que ha visto en el derecho de petición un 
derecho político, ya sea en su forma de ejercicio individual o colectivo. Se 
está en el mismo supuesto que con los derechos de reunión y asociación; se 
 
tanto, un cauce del principio democrático participativo...". En el mismo sentido la STC 
66/1995, FJ 3º, de 8 de mayo. 
39
 Véase supra nota 38, donde el Tribunal Constitucional en sentido inverso al texto dice: “El 
derecho de reunión es (...) una asociación transitoria”. 
24 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
trata de un derecho libertad, defensa o autonomía y nuevamente son las 
conexiones sistemáticas constitucionales las que pueden inducirnos al 
equívoco de estimar que es un derecho político o democrático. El siempre 
difícil deslinde entre lo político y lo público ha llevado también a la 
confusión. Sin olvidar el relieve de la mayor parte de las especies del 
género de las libertades de comunicación en cuanto presupuesto para el 
ejercicio del derecho de participación política. Importante es también su 
vinculación con el derecho a comunicar y recibir información veraz, su 
principal diferencia respecto a éste viene dada por las instituciones 
públicas ante las que se recaba esa información y la obligación que tienen 
éstas de suministrarla en el ámbito de sus competencias o, cuando menos, 
de responder motivadamente. La finalidad del derecho de petición es, 
además, más amplia, no se limita a la información recabada puede versar 
también sobre quejas o medidas de impulso, lo que ha llevado a una 
constitucionalización expresa de esta especie. 
7) La libertad sindical 
La libertad sindical también pertenece al género de las libertades de 
comunicación, concretamente es una especie de la asociación cuya 
vertiente institucional persigue la defensa de los trabajadores y que parte 
del presupuesto de la inferioridad de éstos frente al empresario en el 
mundo de las relaciones laborales. El reconocimiento de esta realidad, 
sobre la que ya llamó la atención García Pelayo, lleva a formular como 
derecho fundamental a la huelga y como derechos constitucionales a la 
negociación colectiva y a la adopción de medidas de conflicto colectivo; 
instituciones todas ellas proclamadas como derechos, aunque 
dogmáticamente no sean otra cosa que garantías del derecho a la libertad 
sindical bajo el presupuesto de la desigual condición en que se encuentra 
el trabajador frente al empresario y el capital en el mundo de las relaciones 
laborales. 
e) Las libertades que permiten al individuo relacionarse con la sociedad 
El tercer gran género de los derechos de libertad y el quinto de los 
derechos fundamentales es el conjunto de libertades que permiten al 
individuo relacionarse con la sociedad. Hay una primera vertiente positiva 
que busca la inserción y la participación en la sociedad, que hace referencia 
a cómo quiere ser percibido un individuo por la comunidad, lo que se 
concreta en los derechos al honor y a la propia imagen. Pero hay también 
una faceta negativa, inversa a la anterior, que busca el aislamiento respecto 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 25 
a esta sociedad, la privacidad y reserva, esto es el derecho a la intimidad 
personal y familiar. La inviolabilidad del domicilio participa de esta última 
vertiente negativa pero tiene también un componente importante del 
derecho a la seguridad personal de que hablábamos en el artículo 17.1, esté 
o no constitucionalizado; presupone el individuo que donde más seguro se 
encuentra es en su domicilio y así lo plasma el derecho penal al incluir el 
agravamiento de ciertos delitos cometidos en este lugar. 
3) La libertad y secreto de correspondencia como derecho híbrido 
En su denominación más clásica, el derecho a la libertad y secreto de 
correspondencia es un derecho híbrido del género de la libertad de 
comunicación y de las libertades que tiene el individuo de relacionarse con 
la sociedad. El derecho no es otra cosa que una mezcla de la libertad de 
comunicación y de la vertiente negativa de privacidad plasmada en la 
impenetrabilidad para terceros de la comunicación; la especificidad del 
soporte – carta manuscrita, telégrafo, teléfono por hilo – va perdiendo 
relevancia por la irrupción de las nuevas tecnologías. 
Ventajas de la tesis que agrupa los derechos fundamentales en 
géneros y especies 
La tesis restrictiva que aquí se está defendiendo sobre los derechos 
fundamentales, aglutinados en cinco troncos o géneros con diferentes 
especies cada uno, no pretende agotarse en un mero ejercicio intelectual, 
sino que ofrece importantes ventajas prácticas. En primer lugar sería una 
de las principales razones que permiten explicar la similitud entre los 
catálogos de derechos y sus correspondientes regímenes jurídicos en las 
Constituciones democráticas; entre Normas fundamentales elaboradas 
hace más de dos siglos y las más recientes de los últimos años. No hay 
docenas de derechos fundamentales sino unos pocos géneros con varias 
especies. Como no hay grandes diferencias en el elenco de derechos 
fundamentales y en sus regímenes jurídicos entre Europa y los Estados 
Unidos, sin perjuicio de que en España no se contemplan como derechos 
fundamentales a la propiedad privada y a la libertad de empresa porque se 
proclama el Estado Social mientras que en los Estados Unidos sí, al 
mantenerse la fórmula del Estado Liberal. Y esto sucede porque, incluso, 
cuando los textos constitucionales presentan mayores divergencias en el 
catálogo de derechos, sus regímenes jurídicos, a veces, se aproximan por 
obra de la jurisprudencia que, en numerosas ocasiones, extrae los derechos 
26 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
no constitucionalizados en un sistema de los cinco o seis géneros 
reseñados. 
En segundo lugar, estas ideas permiten captar, al igual que sucede 
con menor intensidad con la distinción entre derechos de libertad, 
políticos y de prestación, qué tienen en común en su régimen jurídico los 
derechos que pertenecen a un mismo género, lo que supone una ventaja 
para discentes e investigadores. A los primeros les permite una mejor 
comprensión de los derechos al tiempo que facilita la retención de 
conocimientos, al destacar qué comparten las diferentes especies de un 
género y qué les diferencia40
; para los segundos estos hallazgos facilitan la 
analogía entre problemas similares de los distintas especies del mismo 
género. 
Finalmente, creo que esta tesis contribuye a resolver los problemas 
que plantean las nuevas tecnologías. La libertad de comunicación cada vez 
se ejerce con mayor frecuencia a través de internet y el cambio 
fundamental en este caso es la sustitución del soporte empleado para la 
emisión del mensaje. La libertad y secreto de correspondencia es una de las 
libertades más afectadas por las nuevas tecnologías desde su aparición. La 
tradicional carta manuscrita hoy es predominantemente sustituida por el 
correo electrónico, como en su día evolucionó al telégrafo, posteriormente, 
al teléfono mediante hilo de cobre y, recientemente, al actual móvil o 
celular, que permite comunicarse a través del espacio radio eléctrico, o, 
finalmente, a través de Skype. Las citadas ideas facilitan, por ejemplo, la 
explicación de cómo hoy puede mantenerse reuniones empleando como 
soporte no una sala sino varios teléfonos o mediante Skype a través de 
internet y, sin embargo, no estaríamos ante la libertad y secreto de 
correspondencia, en el primer caso, ni ante la libertad de expresión, en el 
segundo. 
Cada vez más derechos se ven afectados por las nuevas tecnologías y 
frente a esta realidad las respuestas oscilan entre el peligro de crear nuevas 
categorías de libertades – ya señalé supra que la proliferación de derechos 
diluye a los que son auténticamente fundamentales – o la impotencia 
dogmática de explicar lo inexplicable. Una clase dictada y una ponencia 
impartida por videoconferencia no son más que libertad de educación y 
 
40
 Las ventajas de estas ideas en materia de derechos y libertades fundamentales para los 
discentes de los Grados en Derecho son ampliamente puestas de relieve por José Luis García 
Guerrero (2011, p. 120-127). Disponible em <http://www.uv.es>. 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 27 
libertad de creación científica o de cátedra, respectivamente, y lo único 
que cambia es el soporte, aunque obviamente pueden aparecer nuevos 
problemas. Como sucede con el derecho de participación política, cada vez 
más afectado por las nuevas tecnologías. Así puede verse habitualmente 
como se pide el voto en las opiniones que los ciudadanos emiten al final de 
un artículo de prensa en la red, en plena precampaña de las elecciones a 
Cortes Generales, y las dificultades para aplicar las clásicas restricciones 
que siguen distinguiendo la campaña de la precampaña precisamente en la 
petición expresa del voto. Y ello por no hablar de las dificultades en la red 
para ponderar la libertad de expresión con el honor, la intimidad y la 
propia imagen por la dificultad que origina internet para imponer los 
límites que dimanan de la correspondiente concordancia práctica; no es 
baladí, en este sentido, recordar ahora los problemas, actualmente 
insolubles, para eliminar de los buscadores en la red informaciones 
manifiestamente falsas u otras que atentan claramente contra la intimidad. 
El derecho fundamental a la participación política: su contenido 
Sin pretender entrar aquí en una profunda elaboración dogmática, 
puede afirmarse que desde la Ilustración es pacífico que los hombres nacen 
libres e iguales – valores libertad e igualdad –, por lo que ninguno tiene un 
derecho a la dominación sobre los demás41 y prácticamente nunca todos 
los integrantes de una comunidad son unánimes en las decisiones que ésta 
tiene que adoptar; más bien sucede lo contrario, cada uno tiene una propia 
– pluralismo político –; luego es necesario adoptar entre hombre libres e 
iguales el principio democrático como método para adoptar las decisiones 
de la comunidad y más concretamente, en palabras de Kelsen: el “principio 
de mayoría y minoría”
42
. Creo que el valor pluralismo político contiene en 
su interior al principio democrático y que su principal concreción en 
nuestro sistema es el derecho fundamental a la participación política 
recogido en el artículo 23, que en su apartado primero vuelve a concretar el 
 
41
 Como recuerda con acierto Francisco Rubio Llorente (1991, p. 22s), en el pensamiento 
jurídico de la Ilustración “igualdad y libertad son nociones que se implican recíprocamente. 
Los hombres son iguales porque, siendo esencialmente libres, ninguno de ellos está obligado 
a obedecer a otro o a todos los demás”. 
42
 Hans Kelsen (2002, p. 61-81, más específicamente en la p. 66). La STC 153/2004, FJ 4, entre 
otras muchas, señala que “El de derecho de acceso a los cargos públicos que se recoge en el 
artículo 23.2 CE es, inequívocamente, un derecho de igualdad, como taxativamente se afirma 
en el propio precepto constitucional…”. 
28 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
valor libertad [representantes, libremente elegidos] y en su apartado 
segundo43 el valor igualdad44 [acceder en condiciones de igualdad a (...) 
cargos públicos], precisamente los dos valores que se concilian a través del 
principio democrático
45
. 
Si se recapitula brevemente lo reseñado en el anterior apartado y en 
el inicio de éste, se puede concluir que el derecho a la participación 
política es uno de los cinco troncos o géneros de los derechos 
fundamentales. Este derecho sería una concreción dominante de los 
valores libertad, igualdad y pluralismo político, concretándose este último, 
de forma sucesiva, en el principio democrático y, a su través, en el derecho 
fundamental a la participación política
46
. 
En consecuencia, aquí se está defendiendo la tesis de que el único 
derecho político es el de participación política. La antítesis sostiene que 
junto a éste hay una pluralidad de derechos políticos, principalmente la 
libertad de comunicación, el derecho de reunión y el derecho de 
asociación47. Esta antítesis se estima incorrecta. 
 
43
 La interrelación entre los dos apartados del artículo 23, al menos, en lo relativo a los cargos 
públicos representativos ha sido reiterado frecuentemente por la jurisprudencia 
constitucional, véanse las SSTC 10/1983, FJ 2; 161/1988, FJ 6; 24/1989, FJ 2; 185/1999, FJ 4. La 
STC 136/1999, FJ 14, habla de ambos apartados como un “todo inescindible”. 
44
 Hans Kelsen (2002, p. 109) considera precisamente a la igualdad como la dimensión 
material del principio democrático. 
45
 La siempre difícil conciliación entre libertad e igualdad se debe a Martin Kriele (1980, p. 
324), cuando afirma que “la democratización del Estado constitucional significa que las 
condiciones reales de la libertad valen para cada uno en forma igual. La democratización 
complementa el principio de libertad y el principio de igualdad. Igualdad significa `libertad` 
para todos”. Gerhard Leibholz (1981, p. 37) considera valores inconciliables a la libertad y la 
igualdad, siguiendo una larga tradición que proviene de Burke. 
46
 A Antonio Enrique Pérez Luño (1984, p. 291s) debemos la distinción entre valores, 
principios y normas, diferenciados por su mayor o menor concreción. 
47
 Para comprobar la vigencia de esta antítesis es suficiente con consultar cualquiera de los 
principales manuales de Derecho Constitucional español. Véase, por ejemplo, en relación con 
la libertad de comunicación, Santiago Sánchez González (1992, p. 115s); y respecto a la libertad 
de reunión Marcos Francisco Massó Garrote (2013, p. 295 y 299). En posición más moderada 
los Tribunales Constitucionales alemán y español que hablan de una garantía institucional en 
relación a la libertad de comunicación: 10 BVerfGE, p. 118, 1959; 12 BVerfGE, p. 113, 1961; 20 
BVerfGE, p. 162, 1966; 43 BVerfGE, p.130, 1976; 61 BVerfGE, p. 1, 1982. SSTC 6/1981, FJ 3; 
12/1982, FJ 3; 104/1986, FJ 5; 159/1986, FJ 6; 165/1987, FJ 10; 107/1988, FJ 2; 51/1989, FJ 2; 121/1989, 
FJ 2, y 40/1992, FJ 1 in fine; entre otras. 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 29 
En realidad, si se atiende a su naturaleza jurídica, el único derecho 
político es el de participación, los demás, los que sostiene la antítesis, son 
derechos de libertad, defensa o autonomía. El error proviene de ignorar la 
importancia de las conexiones sistemáticas constitucionales que derivan de 
la materia o finalidad del derecho. La mayor parte de las comunicaciones, 
reuniones o asociaciones se refieren a materia o finalidad no política y se 
encuentran protegidas bajo el paraguas de los tres derechos fundamentales 
concernidos, que son derechos de libertad. Cuando en estos tres derechos 
la materia o finalidad es política se produce una conexión sistemática 
constitucional con el pluralismo político, con el principio democrático y, a 
veces, con el derecho fundamental a la participación política. La conexión 
sistemática modifica el régimen jurídico de estos tres derechos, más 
concretamente los límites. Cuando hay una ponderación entre la libertad 
de comunicación, o la de reunión o la de asociación con otro bien 
constitucional (valor, principio, derecho fundamental o constitucional o 
bien constitucional en sentido estricto), la referida conexión constitucional 
origina, como regla general, la prevalencia de estos derechos, que vienen 
así a conocer de escasas limitaciones; esto es, la conexión refuerza 
exorbitantemente el contenido de los citados derechos en caso de conflicto 
con otro bien constitucional. Ante esta realidad, los defensores de la 
antítesis han mutado indebidamente la naturaleza jurídica de estos 
derechos, que son, sin duda, de libertad. Su fuerza exorbitante en caso de 
conflicto no deriva de su naturaleza de derechos políticos sino de la 
conexión constitucional por la materia o finalidad48. Y es que, como bien 
recordaba el profesor Rubio Llorente, en su seminario de la Universidad 
Autónoma de Madrid, no sólo la libertad de comunicación, reunión y 
asociación, sino todos los derechos fundamentales están al servicio del 
principio democrático, sin derechos no hay democracia
49
. 
El concepto racional normativo de Constitución50 pronto descartó 
que el principio democrático se pudiera realizar a través de la democracia 
directa. No sólo por la imposibilidad de reunir a millones de personas, que 
deliberen y voten, sino, fundamentalmente, porque este tipo de Norma 
 
48
 Véase supra nota 4 y el trabajo allí citado. 
49
 Lo que se afirma, incluso, desde posiciones positivistas, véase Francisco Bastida Freijedo 
(2005, p. 35 y 37). 
50
 Véase Manuel García Pelayo (1984, p. 34ss). 
30 – Reflexões sobre cidadania e direitos humanos na nova ordem mundial 
fundamental reconoce el conflicto51 y es una Constitución de integración52 
y ésta no es posible con la democracia directa. Por esta razón, desde sus 
inicios se adoptó la democracia representativa53, que conoce de dos formas: 
la democracia representativa liberal y la de partidos. En la primera el 
principio democrático se realiza políticamente y en la segunda 
jurídicamente
54
. 
Algunas constituciones iberoamericanas han querido introducir una 
tercera, la democracia participativa, que en el mejor de los casos es una 
desafortunada reelaboración de la democracia representativa de partidos; y 
en el peor de los casos supone una deriva a posiciones autoritarias, poco 
conciliables con el valor libertad, enmascaradas en el principio asambleario 
y la revocatoria; y a veces, incluso, negando a los propios partidos políticos 
como instrumento imprescindible de la democracia. 
Todas las constituciones occidentales reconocen una de las dos 
formas de democracia representativa posibles y adoptan, expresa o 
implícitamente (especialmente las liberales), el derecho fundamental a la 
participación política que incluye entre su contenido el derecho al sufragio 
activo y pasivo. Además, estas constituciones, ante la imposibilidad de 
realizar la democracia directa, contienen diferentes institutos de 
democracia directa (iniciativa legislativa popular y diferentes tipos de 
referéndum). 
Si se parte de la Constitución española puede concluirse que el 
legislador optó, dentro de la discrecionalidad que le confirió el 
 
51
 La Norma fundamental reconoce el conflicto y fija las reglas de juego y el campo en que la 
confrontación de intereses se debe realizar, como han recordado Hesse y Dahrendorf. Véase 
Konrad Hesse (1983, p. 9). 
52
 Sobre el papel de integración de la Constitución y de la democracia representativa ante el 
conflicto por los diversos intereses sociales que se confrontan, véase Rudolf Smend (1985), 
especialmente en lo relativo a la Constitución como norma de integración. Sobre la 
insuficiencia de la democracia directa en la integración, véase Manuel Aragón Reyes (1989, p. 
105ss); Martin Kriele (1980, p. 320ss); y E. W. Böckenförde (1983). Este último trabajo se puede 
consultar en lengua italiana (1985, p. 227-263). 
53
 Así lo ha reconocido, entre otros muchos sistemas, la Unión Europea, que lo establece en el 
Tratado de la Unión Europea (TUE), concretamente en su artículo 10.1. “El funcionamiento de 
la Unión se basa en la democracia representativa”. 
54
 Véase José Luis García Guerrero (2000, p. 571-583). Del mismo autor pero con mayor 
profundidad doctrinal (GARCÍA GUERRERO, 1996, p. 119-152). 
Silvana Winckler, Reginaldo Pereira, Arlene Renk (Orgs.) – 31 
constituyente, por la democracia representativa de partidos55. 
Constitucionalizó el pluralismo político, el principio democrático y el 
derecho fundamental a la participación política. Este derecho puede 
ejercitarse directa o indirectamente. La democracia indirecta engloba el 
derecho al sufragio activo y pasivo, esto es, a través de representantes. La 
democracia directa engloba la iniciativa legislativa popular y diferentes 
tipos de referéndum que se basan en el sufragio activo, a decir de la mayor 
parte de la doctrina. 
No obstante, en anteriores publicaciones
56
 se estima haber 
demostrado que en una democracia representativa de partidos como la 
española, la democracia directa no se agota en los institutos de democracia 
directa sino que debido a la conexión sistemática entre los artículos 6 (“Los 
partidos políticos (...) son instrumento fundamental para la participación 
política…”) y 23 (“Los ciudadanos tienen el derecho a participar en los 
asuntos públicos, directamente o por medio de representantes libremente 
elegidos en elecciones periódicas…”), la representación directa se extiende 
a toda la actividad que un militante puede desarrollar en el interior del 
partido57, buena parte de ella configurada legislativamente como contenido 
del artículo 23 (se trata de un derecho fundamental de configuración 
legal58), y entre la que destaca la relativa a su participación directa en la 
elaboración del programa y en la elección de los candidatos que el partido 
presentará en las elecciones. 
En definitiva, el derecho fundamental a la participación política en 
España englobaría el sufragio activo y pasivo en las elecciones municipales, 
autonómicas, nacionales y europeas, así como el activo en los distintos 
 
55
 Véase mi trabajo (GARCÍA GUERRERO, 1996, p. 143- 149, más sintéticamente p. 171). 
56
 Concretamente, “Algunas cuestiones sobre la constitucionalización de los partidos 
políticos” (GARCÍA GUERRERO, 1990, p. 153s); “Democracia representativa de partidos y 
grupos parlamentarios” (GARCÍA GUERRERO, 1996,

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