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RESUMÃO PENAL II- Dosimetria, extinção da punibilidade, prescrição penal, homicídio e lesões corporais

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PENAL II
DOSIMETRIA DE PENA/ APLICAÇÃO DE PENA
O processo de dosimetria de pena é divido em três partes (segundo o artigo 68), de forma que o juiz possa fazer penas individualizadas, de acordo com o caso concreto. A 1ª fase se incumbirá de fixar a pena-base; a 2ª, em que fará a apuração das circunstâncias atenuantes e agravantes; e a 3ª, que se encarrega da aplicação das causas de aumento e diminuição da pena para que, ao final, chegue ao total de pena que deverá ser cumprida pelo réu. 
Há duas teorias de finalidades das penas: 
1) Teoria absoluta: A pena serve para ressocializar, revogando a tese de retribuição.
2) Teoria da prevenção geral: Destina-se ao controle da violência, buscando diminui-la ou evitá-la. Feita por Feuerbach, discípulo de Kant, previne crimes por intermédio do medo, ou seja, cria no ânimo do agente uma espécie de “coação psicológica”, desestimulando-o a delinquir.
O Medina não disse, mas dizem que há uma outra vertente sobre a teoria da prevenção geral que é positiva, pois interpretam que a pena vai ALÉM de coagir o indivíduo. Ela implanta nos indivíduos a necessidade de respeitar determinados valores, a fidelidade ao direito e a integração social. 
3) Teoria relativa: É a teoria adotada pelo artigo 59 do CP. Ela é mista, determinando que as penas são necessárias para a reprovação e prevenção do crime. Trata-se de uma síntese das duas teorias anteriormente referidas, tendo como principal foco evitar a reincidência. Busca, a um só tempo, que a pena seja capaz de retribuir ao condenado o mal por ele praticado (retribuição), sem prejuízo de desestimular a prática de novos ilícitos penais (prevenção).
Há uma tríplice finalidade das penas: retribuição, prevenção e ressocialização
Antes de começar, muito importante: Quando há uma qualificadora, você já COMEÇA POR ELA. 
O que é qualificadora? Qualificadora é aquela que altera o patamar da pena base, aumentando os limites máximo e mínimo. Por isso que devemos começar por ela, porque caso contrário, vamos fazer o cálculo da pena errado. Ex: art 121: Matar alguém, pena de seis a vinte anos. MAS CASO SEJA UM HOMICÍDIO QUALIFICADO, a pena varia de doze a trinta anos.
Qualificadora ≠ Majorante 
Majorantes elevam a pena base, mas NUNCA ultrapassam seus limites. É importante não confundir, porque majorantes só são aplicadas na terceira fase de aplicação da pena. 
Exemplo: Segundo o artigo 61 do CP, se o indivíduo é reincidente a pena é aumentada, o quando do aumento fica a critério do juiz, mas NUNCA ultrapassa o limite máximo da pena em abstrato. Ou seja, se o agente cometeu um crime de apropriação indébita que tem pena de 1 a 4 anos, o juiz aplicando uma agravante NUNCA vai poder passar o limite de 4 anos. 
I - PENA- BASE (Prevista no artigo 59, CP) ou Circunstâncias judiciais ou inominadas 
 O art. 59 prevê a primeira fase para fazer a dosimetria da pena: O julgador deve encontrar a pena-base, pois os demais cálculos se incidirão sobre ela. Nos tipos penais, tem uma margem entre as penas mínimas e máximas, dessa forma, não se pode fugir do mínimo e do máximo de pena cominada pela lei àquele tipo penal. Isso permite ao juiz que, com base na análise das circunstancias judiciais, fixe aquela que seja mais adequada ao caso concreto (Individualização da pena).
As circunstâncias judiciais se refletem também na concessão do sursis e na suspensão condicional do processo, posto que a lei preceitua que tais benefícios somente serão concedidos se estas circunstâncias assim o permitirem, ou seja, quando estas forem favoráveis ao acusado. 
São oito circunstâncias judiciais:
a) Culpabilidade: censurabilidade pessoal (é o grau de reprovação da conduta de acordo com as características pessoais do agente e do crime, EX: Um homem comete um crime ambiental sem ter conhecimento de que ato que cometeu é ilícito, devido a sua vivência...); 
b) Antecedentes: antecedentes não são a mesma coisa que reincidência. Em tese, nenhuma dessas duas devia aumentar a pena porque ao aumentar a pena por ele estar reincidindo, se está culpando ele por um erro do estado (que falhou ao reintegrá-lo). Além disso, há uma perpetuidade da pena, pois pune novamente pelo mesmo crime (Então, teoricamente, haveria um Bis in Idem). Maus antecedentes são todos os processos criminais com trânsito em julgado (Porque o acusado pode ser inocente, uma vez que o inquérito não foi finalizado) que não se prestam para a reincidência (situada no artigo 63), caso tenham passado 5 anos sem que o indivíduo tenha reincidido ou que sejam crimes militares próprios e políticos. 
Ne reformatio in pejus (Ao menos que o ministério público recorra, alegando os antecedentes).
c) Conduta social: é a conduta do agente no meio em que vive (família, trabalho, enfim, como ele se porta em sociedade), ignorando condutas criminais; Atualmente, utilizam a conduta social para beneficiar o réu e não para prejudica-lo (Ex: Sonegou o imposto de renda, porém sustenta três filhos e blá);
d) Personalidade: são as características pessoais do agente, a sua índole e periculosidade. Nada mais é que o perfil psicológico e moral; o correto seria auxiliar o auxílio técnico, afinal, juiz não é psiquiatra OU ignorar isso. 
e) Motivos do crime (muito importante): são os fatores que levaram o agente a praticar o delito, onde o motivo constituir agravante ou atenuante, qualificadora, causa de aumento.
f) Circunstâncias do crime: circunda o delito, sem mudar a essência dele. Ex: instrumentos do crime, tempo de sua duração, objeto material, local da infração...
g) Consequências do crime: é a intensidade da lesão produzida no bem jurídico protegido em decorrência da prática delituosa, ou seja, é o desdobramento do nexo causal. 
h) Comportamento da vítima: é analisado se a vítima de alguma forma estimulou ou influenciou negativamente a conduta do agente. Pode fazer com que a pena seja abrandada ou agravada.
Cada uma dessas circunstâncias deve ser analisadas e valoradas individualmente. Depois de fixada a pena-base, serão consideradas as circunstâncias atenuantes ou agravantes, previstas nos artigos 61 e 65. 
Exemplo polêmico de qualificadora:
Art. 302 da Lei nº 9.503/97 punia, no caput, com pena de detenção de dois a quatro anos, a conduta de praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor e, no parágrafo único, anunciava causas de aumento de pena. Em caso de um homicídio causado por uma corrida clandestina, nesse artigo temos uma qualificadora (A pena é igual a do Caput, 2 a 4 anos). Já o art. 308 punia mais severamente, qualificando o crime e impondo pena de reclusão de três a seis anos, se de sua prática resultar lesão corporal de natureza grave; o segundo, também qualificador, estabelecendo pena de reclusão de cinco a dez anos se da conduta do caput resultar a morte. Em ambos os casos, a lei estabelece que estas disposições incidem se as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo (a lesão ou a morte hão de ser, necessariamente, culposas).
Neste caso, indagava-se: quando da competição ilegal decorresse a morte, o agente tinha sua conduta subsumida ao art. 302, § 2º ou ao art. 308, § 2º? Supostamente, devia ser aplicado o art. 302 porque, instalado o conflito, era a norma mais favorável ao agente; Porém, a Lei nº 13.281/16 revogou o § 2º do art. 302. Assim, o homicídio cometido na direção de veículo automotor por agente embriagado enseja novamente o concurso entre os arts. 302 e 306. Além disso, não há mais nenhuma dúvida de que, ocorrida a morte culposa em competição não autorizada, o crime é o do art. 308, § 2º. 
DOSIMETRIA DE PENA (CONTINUAÇÃO)
II- PENA PROVISÓRIA: CIRCUNSTÂNCIAS ATENUANTES E AGRAVANTES (art 61/62 e 65/66)
AGRAVANTE: Tem rol taxativo
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência; 
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ouvantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; (Redação dada pela Lei nº 11.340, de 2006)
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, velho, enfermo ou mulher grávida.
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
Agravantes no caso de concurso de pessoas/agentes
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; 
II - coage ou induz outrem à execução material do crime; 
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; 
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. 
Em caso de tipificação de associação criminosa, ignoram o 62. Não se aplica ele geralmente, porque o 288 já tem pena por isso e teoricamente seria Non Bis in Idem. 
 ATENUANTE: Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: 
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - o desconhecimento da lei; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
O STJ, com a súmula 231, definiu que não podemos diminuir (O mesmo serve para aumentar) a pena abaixo do mínimo legal, mas que caso seja o contrário e tenhamos a pena máxima, podemos aumenta-la. - Essa súmula recebe bastante críticas porque no artigo 65, as atenuantes são “circunstâncias que SEMPRE atenuam a pena”. Então não faz muito sentido usar esse termo se quando a pena-base for aplicada da “menor forma possível”, não posso aplicar também uma circunstância atenuante.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. Ou seja, quem julga a relevância ou não é o magistrado. Mas não é usado com muita frequência. (Atenuante inominada)
Quando há um concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, entretanto, aquela que mais aumenta ou mais diminui. Utiliza-se o artigo 67, nesses casos. 
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 
A menoridade prepondera sobre todas as agravantes.
As atenuantes não têm rol taxativo por culpa do art 66
Se o agente ao confessar, diz que o crime cometido não ocorreu ou não falar conforme o definido pelo MP, não conta como confissão.
Mas GERALMENTE, quando temos agravantes e atenuantes, geralmente não se aplica nenhuma. Mas se há uma atenuante PREPONDERANTE, ela deve ser aplicada. 
RESUMINDO: A fração sempre será 1/6, seja para atenuar ou agravar. Mas isso não é definido em lugar nenhum. As agravantes e atenuantes não estarão em algumas leis (como, por exemplo, as de tráfico de drogas). Se já foi dada a pena mínima na fase 1, não se pode atenuar para baixo dela.
OBS: Quando se tem concurso de agravantes e atenuantes, você vai dar o que prepondera. segundo o art 67. Ou então você anula uma com a outra.
III – PENA FINAL: CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO
É a fase mais importante, não pode deixar de aplicar. Se a segunda fase e a terceira entrarem em conflito, sempre se aplica a terceira.
Causas de aumento são as chamadas majorantes e as de diminuição são as chamadas minorantes. Uma parte de aumento/diminuição geral está no código penal, uma causa especial está na parte especial. Elas sempre trazem frações. 
Por exemplo: Tentativa (Art 14), arrependimento posterior (Art 16)...
DIFERENÇA ENTRE MAJORANTES E MINORANTES e circunstancias AGRAVANTES E ATENUANTES 
AGRAVANTES E ATENUANTES são circunstâncias legais a serem observadas na segunda etapa de aplicação da pena, e que estão dispostas nos artigos 61 e 65 do Código Penal. Sua valoração é dada pelo juiz, observando as preponderâncias dispostas nos artigos seguintes.
Já as MAJORANTES E MINORANTES são circunstâncias que, da são circunstâncias que, da mesma forma se observa quando da aplicação da pena, na sua terceira etapa, porém estas se encontram dispostas tanto na parte geral do Código Penal no próprio tipo penal (exemplo o art.71,CP) como na parte especial (exemplo o art.121, parágrafo 4º), bem como podemos encontrá-las na legislação complementar. Estas circunstâncias tem sua valoração determinada pela lei, sob forma fracionária, como por exemplo, o aumento de 2/3 da pena ou diminuição de 1/6 a 2/3 da pena.
OBS: Se tenho duas majorantes (na parte especial), dou a que prepondera. Se eu tenho uma que é no cp e outra na especial, dou as duas. Se tenho uma majorante e uma minorante, dou as duas.
CONCURSO DE CRIMES.
No caso do concurso de crimes, ele entraria como uma majorante, na terceira fase. 
Concurso de crimes: Não confundir com concurso aparente de normas. Quando há dois ou mais crimes. Aplica-se a dosimetria p/ cada um dos crimes (art 119, prescrição por cada crime).
Concurso de crimes estão presentes no artigo 69 (Concurso material ou cúmulo material- Quando há dois ou mais crimes e duas ou mais ações. Nesses casos, se soma tudo), no artigo 70 (Concurso formal ou concurso ideal de ações- Temos uma ação onde se comete mais de um crime. Ex: Invadir um ônibus e roubar todo mundo. Uma ação: Roubar o ônibus. Crimes: Vários furtos. Aplica-se a pena de um dos crimes, aumentado de 1/6 ou 1/2. Exceção: Quando os dolos são muito diferentes. Ex: Invadir um domicílio e estuprar um habitante. Nesse caso, pelos crimes serem autônomos, aplica-se o 69 também.) e no artigo 71 (Crime continuado- São duas ou mais ações/crimes mas que são uma continuação natural e lógica do primeiro. Tem o homogêneo -Caso de mortes por serial killer, por exemplo. Pois o cara mata num padrão e continuar a matar também seria uma continuação lógica- e o heterogêneo. Aplica-se a pena de um só, mais um 1/6 a ½- ou 3x).
Concurso material benéfico: 
Toda vez que a regra do artigo 70 for pior pro réu (Exaperação. Ou seja, ao aumentar 1/6 a 1/2), você soma (semelhante ao 69). Só se o delito tiver uma pena menor que a parada de exasperação.
Agora que identificamos os critérios no que tange a soma dos crimes, pontificamos a parte do parágrafo único do art. 70, CP que trata do concurso material benéfico, aqui só será aplicada a exasperação se a pena não exceder ao do concurso material, entretanto, se exceder, o juiz aplicará o critério cumulativo.
Voudar exemplo de como é feito pelo juiz ao aplicar a dosimetria da pena, exemplo de concurso formal perfeito: suponhamos que o primeiro crime tenha pena de 12 anos de reclusão e o segundo crime pena de 1 ano de reclusão. O juiz pega a pena mais grave 12 anos, soma + (1/6) = 12 anos +1/6 = 12+2= 14 anos. Agora o juiz faz utilizando o critério cumulativo: 12 anos + 1 ano = 13 anos. Nesse caso, o juiz esquece a exasperação e aplica o critério cumulativo. É justamente o que traz o parágrafo único do art. 70, não poderá a pena exceder ao concurso material.
Tem duas teorias no crime continuado:
 Constitui uma só infração penal com várias ações distintas. Teriam que ser do mesmo tipo penal, segundo o STF (MAS a maior parte da doutrina discorda disso, acham que tem que ser crimes da mesma espécie).
 A teoria da ficção jurídica entende que as várias condutas perpetradas pelo agente constituem infrações penais distintas. Porém, o legislador opta por criar uma ficção jurídica, considerando todas essas condutas como apenas um crime, mas aumentando a pena em virtude da continuidade delitiva. Continuação lógica em busca de um objetivo final.
IV- REGIME DE PENA (31/08) 
Para regime de pena, a tese do bittencourt é bem melhor. P/ fixar o regime de pena é preciso levar em consideração quatro critérios/coisas: art. 33 P.2 CP, art 59, reincidência e tempo de pena. A pena tem caráter progressivo; o sistema progressivo foi inventado por um australiano, que percebeu que a possibilidade de progredir dava mais chance das pessoas melhorarem, é p/ dar a esperança de ter um sistema carcerário melhor... A progressão é dada a cada 1/6 da pena, com exceção de crimes hediondos.
 Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Tempo de pena
Pena de detenção NUNCA vai pro regime fechado, é sempre semi-aberto ou aberto.
Pena de reclusão pode qualquer um dos três regimes
8+ FECHADO
4-8 SEMIABERTO (É o mais problemático, porque tem gente que em vez de colocar no semiaberto, coloca ou em aberto ou em fechado).
4- ABERTO
Todo crime hediondo começa no regime fechado, mas depois progride. As frações são diferentes.
Art.59
Já vimos antes. Se o o 59 for todo favorável ao agente e ele não for reincidente, regime aberto.
Reincidência.
Na hora do regime de pena, o Medina acha que se o cara é reincidente, mas menor de idade, como não pudemos dar antes a reincidência, nesse caso também não poderia. Mas grande parte da doutrina discorda disso e coloca a reincidência como fator na hora de decidir o regime. Se for reincidente, sobe um regime.
O stj fez a súmula 269 que determinou que é admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
LEI 8072/90 Lei dos crimes hediondos (Define quais são os crimes e o regime de progressão)
Progressão de regime nos crimes hediondos
A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente.
Regras de regime: 
Juiz de vara de execuções penais quem determina de que forma a pessoa vai passar o regime. O juiz determina se vai ser fechado, aberto e semi-aberto e o de vara determina a maneira. EX: Aberto- o juiz de vara determina que vai ser domiciliar. Por isso que na prova, daremos o regime e explicaremos o porquê, mas não nos aprofundaremos mais que isso.
-Regras do regime fechado: Art 8 E leis de 87, 107,106 da leis de execuções penais.
Fica sujeito a trabalho no período diurno (Trabalho interno- faxina, trabalhos administrativos... 3 dias de trabalho diminui 1 de pena) e isolamento no período noturno em tese, em cela individual (O que não existe). Greco diz que o trabalho externo só é permitido em serviços e obras públicas (artigo 36 da lep, mas nunca é colocado em prática).
Art. 34 – O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame criminológico de classificação para individualização da execução.
§ 1º – O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o repouso noturno.
§ 2º – O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da pena.
§ 3º – O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras públicas.
Presídio de segurança máxima (rdd) ≠ Estabelecimento penal de segurança máxima
-Regras do regime do semi-aberto: É admissível o trabalho externo, assim como cursos profissionalizantes e supletivos. Isolamento no período noturno. 
Art. 35 – Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto.
§ 1º – O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
§ 2º – O trabalho externo é admissível, bem como a freqüência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.
-Regras do regime aberto: Deve passar o fim de semana lá e dormir lá todos os dias. Mas não é isso que acontece. Na prática, ele só vai pro estabelecimento no fim de semana e assiste palestras.
Art. 36 – O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado.
§ 1º – O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
§ 2º – O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se podendo não pagar a multa cumulativamente aplicada.
V- MULTA: artigo 50 até o 60 do cp. 1) preciso escolher o número de dias multa (De acordo com a gravidade do delito, o poder pecuniário do réu...). 2) Depois defino o valor do dia multa, que no mínimo deve ser 1/30 de um salário mínimo (que EM 2017 equivale a 937,00 reais) e no máximo 5 vezes esse salário mínimo. A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo (art 60). A quantidade de dias-multa será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa (art 49) (Com exceção da lei de drogas, que tem o mínimo de 500 dias-multa e o teto de 1500 dias-multa). A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais (art 50).
VI-SUBSTITUIÇÃO DE PENA (05/06) (14/09)
Primeiras ideias surgiram em 1800, aproximadamente.
-Sursis, depois do art 44, caiu em desuso.
Década de 90 a 99 tivemos embate entre conservadores e liberais.
Em 1998, ocorre a alteração do art 44 (Há onze tipos de penas alternativas no Brasil).
ART 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça àpessoa (Em teoria só se a teoria se não passar de dois anos) ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II - o réu não for reincidente em crime doloso; III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. 
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. 
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior. 
Sursis: dispensa do cumprimento de uma pena, no todo ou em parte. O sursis simples tem previsão nos artigos 77 e 78, 1º do Código Penal. São pressupostos para a concessão do sursis simples: a) pena imposta não superior a 2 anos e b) período de prova de 2 a 4 anos. O réu ainda deve se submeter, no primeiro ano do período de prova, à prestação de serviços à comunidade ou à limitação de fim de semana.
E sursis especial: Além das condições do artigo 77, possui um pressuposto a mais, previsto no artigo 78, 2º, do CP. São pressupostos do sursis especial, além daqueles exigidos para o sursis simples, a reparação do dano ou a comprovação da impossibilidade de fazê-lo. Esta é a primeira diferença entre um e outro. Além disso, no sursis especial o réu fica proibido de frequentar determinados lugares, não pode se ausentar da comarca sem autorização do juiz e deve comparecer pessoalmente em juízo mensalmente. Estas condições são aplicadas cumulativamente.
CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
A punição foi inventada pelo próprio Estado, e ele é o detentor do poder de punir/impor sanções àqueles que cometem crimes. O poder de punir é o chamado Jus Puniendi (Pretensão punitiva). Entretanto, tem algumas circunstâncias que fazem com que o Estado perca o direito de iniciar ou prosseguir com a persecução penal (conjunto de atividades desenvolvidas pelo Estado que possibilitam atribuir punição ao autor de um crime cometido), caracterizando a extinção da punibilidade. Tais circunstâncias são chamadas de causas de extinção da punibilidade.
Basicamente, a extinção da punibilidade é desfazer a lei penal, não dar continuidade a ela.
As causas de extinção da punibilidade estão espalhadas pelo código penal. Um exemplo dela é tão conhecida delação premiada, uma vez que dá o perdão judicial. 
O art. 107 determina e enumera as possíveis causas de extinção da punibilidade, que se dá através da morte do agente criminoso, por Abolitio Criminis, pela Decadência, pela Perempção, pela Prescrição, pela Renúncia, pelo Perdão do ofendido, pelo Perdão judicial, pela Retratação do agente, pelo Casamento da vítima com o agente, por Anistia, Graça ou Indulto.
CAI MUITO EM CONCURSO: Segundo uma decisão do STF emitida em 2010, caso o atestado de óbito for falso, se considera um ato jurídico inexistente e sendo assim, não pode ter efeito jurídico nenhum e o processo volta a correr naturalmente contra o réu. No passado, se entendia o contrário: como a morte já havia sido decretada, ele não poderia mais ser condenado pelo crime que já fora "livrado", respondendo somente pelo crime de falsificação de documento público. Atualmente, além do processo voltar a correr, ele também responde pelo crime de falsificação.
OBS: Ato jurídico inexistente não faz coisa julgada (não tem efeito jurídico nenhum), nem material nem formal. 
Causas de extinção de punibilidade:
Anistia: Ocorre quando uma lei prevê algumas circunstâncias que podem extinguir o crime e seus efeitos, beneficiando todas as pessoas que tenham praticado o determinado crime. No caso, a lei que criminaliza tal conduta continua existindo. Não é aplicada nos casos de crimes hediondos. É geralmente aplicada em crimes políticos.
Indulto: Resulta da concessão pelo Presidente da República ao dar perdão por um determinado crime à uma determinada categoria ou grupo de pessoas. Não pode ser aplicado em casos de crime hediondo.
Graça: É o perdão da pena de um condenado, que se destina a um ou mais condenados, desde que devidamente individualizados. O motivo pode ter incidências diversas, como um ato humanitário, por exemplo. A decisão é feita sem a necessidade de fundamento. Não pode ser aplicada nos casos de crimes hediondos.
OBS: A anistia é diferente pois só pode ser dada pelo congresso (competência da união), e a graça e indulto são quase a mesma coisa (O indulto seria p/ um grupo, uma coletividade e a graça p/ um único indivíduo) e são dadas pelo presidente. 
Abolitio criminis: É a descriminalização de certa conduta até então considerada criminosa, extinguindo todos seus efeitos, antes ou após condenação, de forma retroativa. Se extingue a lei. 
Prescrição, decadência e perempção: Significam que o Estado resolveu dar condições para que ele perca o direito de punir. Prescrição é a perda do direito de punir ou executar a pena pelo decurso do tempo. Basicamente é o não exercício da Pretensão Punitiva ou Executória do Estado no período de tempo determinado pela lei, perdendo, dessa forma, o direito de punir. 
Decadência (art. 38 CPP) é a perda do direito da vítima de oferecer a queixa ou representação pelo transcurso do prazo decadencial de seis meses (A partir da data em que tomou ciência de quem era o autor). Ou seja, perda do direito de acionar a justiça. Ela só é aplicada para as ações penais privadas ou para crimes de ação penal pública condicionada a representação da vítima. 
Perempção (Art. 60 do CPP) é um fenômeno que só ocorre em ação penal privada. Corresponde à sanção de perda do direito de prosseguir com a ação imposta ao autor da Ação Penal de iniciativa Privada pelo abandono ou inércia na movimentação do processo por trinta dias, pela morte do querelante (quando não houver habilitação dos herdeiros em sessenta dias), pelo não comparecimento sem justificativa aos atos processuais, pela não ratificação do pedido de condenação nas alegações finais ou pela extinção da pessoa jurídica (quando esta for vítima de crimes) sem sucessor. Exemplo: Querelante não veio da audiência e a ação acaba. Caso o querelante morra, os pais ou outro representante tem 60 dias para entrar no lugar. Caso contrário, acaba o processo. Perempção só afeta a ação penal privada!
OBS: Caso esteja escrito "se procede somente com queixa", já sabe que é privada. Apesar disso, vai estar escrito no próprio código se o crime é uma ação privada ou pública. 
Conceito de pretensão para o direito penal: O Estado tem o chamado Jus Puniendi (um conceito abstrato, genérico e impessoal de fazer valer sua pretensão), que nasce de sua soberania e que gera para o Estado uma pretensão irrevogável e imperativa;
Pretensão é capacidade de submeter o outro a sua vontade. Uma pena/sanção é a pretensão punitiva do Estado. 
Aprofundando em prescrição
OBS: Medina não recomenda o Greco para prescrição e sim, o Bittencourt (https://direitouninovest.files.wordpress.com/2016/03/tratado-de-direito-penal-vol-1-cezar-roberto-bitencourt.pdf) 
Está na parte de punibilidade. Ao pensarmos em prescrição, devemos pensar em inércia. O Estado perdeu a pretensão de punir/executar sua pena, devido ao tempo. É uma perda voluntária, pois é ele próprioque dá os prazos e ele próprio não o cumpriu. É quase uma renúncia de punir. Mas quais as justificativas p/ que isso seja algo legítimo e até mesmo, correto? 
Tem várias:
-O decurso do tempo leva ao esquecimento do fato, ou, no mínimo, o atenua. Dessa forma, provoca a ausência do interesse que faz valer a pretensão punitiva.
-Se passar tempo demais, aquela pessoa que cometeu o crime não é a mesma pessoa que aquela que está aguardando o fim do processo, podendo vir a se tornar uma pessoa idosa, de fraca saúde, com alguma debilidade física ou até mesmo, a própria pessoa pode ter conseguido se reajustar socialmente (Caso o condenado volte a cometer crime, o decurso de tempo não o regenera. Nossa legislação está ciente disso, pois afirma que o prazo da prescrição da pretensão executória interrompe-se pela reincidência – Art. 117, VI, CP).
-Segurança jurídica, pois é uma opressão ficar em dúvida durante vários anos se vai ser processado ou não. É inaceitável que alguém que, mesmo tendo cometido um delito, fique sujeito ad infinium a vontade estatal punitiva.
-Se o Estado não tem tempo para punir, você vai premiar a ineficácia do Estado e administração pública incompetente. Sem um prazo prescricional, ele se torna leniente, relaxado. Dessa forma, o Estado deve arcar com sua inércia.
OBS: Só existem dois crimes imprescritíveis no Brasil e eles estão na Constituição Federal: A pratica do racismo e o do terrorismo - que queira derrubar a república- que constituem crimes inafiançáveis e imprescritíveis (art. 5º, inciso 42 e 44 da CF, 88.)
ATENÇÃO: A prescrição da pena punitiva acaba com todos os efeitos da pena, os primários, os secundários e os terciários.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA: DIFERENÇAS.
A decadência está tratada como extinção da punibilidade e uma instituição penal, mas ela é na verdade um instituto híbrido pois tem características processuais e penais, pois pode ter aspecto puramente penais ou processuais penais. Não é a perda direta de pretensão, ela é a perda do DIREITO DE AGIR, podendo OU NÃO, extinguir a punibilidade. Já a prescrição não, ela é puramente penal, pois é uma extinção direta e é matéria de ordem pública (O juiz que perceber que há uma prescrição deve declarar de ofício a mesma). 
Há duas espécies de prescrição (A pretensão do Estado será demovida, criando esses dois tipos de prescrição):
-Prescrição da pretensão punitiva: Prazo atualmente se conta a partir do recebimento da denúncia. A prescrição punitiva é quando o Estado não forma um título punitivo, o que dá a entender que ele não tem a pretensão de te punir O Estado formou um título punitivo para você e você não tem mais recurso. Ou seja, a prescrição da pretensão punitiva ocorre após o não exercício da pretensão punitiva (interesse em aplicar a pena).
-Prescrição da pretensão executória: O marco que divide as duas prescrições é o transito em julgado. Se a prescrição disser respeito à pretensão executória, o Estado, em razão do decurso do tempo, somente terá perdido o direito de executar a decisão. O título executório foi firmado com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, entretanto não poderá ser executado.
Ou seja, você sentenciou o réu, mas demorou demais para aplicar a pena.
O Art. 109 do CP irá dizer em quanto tempo se prescreve um crime que ainda não transitou em julgado a sentença final. Nesses casos, o primeiro cálculo a ser feito sobre a prescrição deve recair sobre a pena MÁXIMA em abstrato p/ cada infração cometida. Exemplo: Alguém praticou um delito de lesões corporais, que possui pena MÁXIMA de um ano de detenção. Nesse caso, a prescrição pela pena máxima em abstrato ocorrerá em quatro anos. Se, por exemplo, após o primeiro marco interruptivo da prescrição (recebimento da denúncia) já tiver decorrido período igual ou superior a quatro anos, o juiz reconhecerá a extinção da punibilidade. 
Pena em abstrato: Leva-se em consideração o máximo da pena do respectivo crime, ou seja, em se tratando do crime de furto simples (cuja pena em abstrato é de 01 a 04 anos), o prazo prescricional será de 08 (oito) anos, conforme o artigo 109, inciso IV.
Pena em concreto: Deve ser observada a pena fixada na sentença, ou seja, ainda no caso do furto simples, num apenamento mínimo de 01 (um) ano, o prazo prescricional será de 04 (quatro) anos, conforme artigo 109, inciso V.
OBS: Nos casos de penas restritivas de direitos, se aplicam os mesmos prazos previstos para penas privativas de liberdade. No caso, as penas restritivas de direitos são substitutivas, mas embora tenha ocorrido a substituição, o tempo de cumprimento será o mesmo.
O art. 110 do CP fala sobre a prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória. Nesse caso, se regula a prescrição a partir da pena final aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo 109. Caso o condenado seja reincidente, se aumenta 1/3 do prazo prescricional.
ATENÇÃO: Caso ambas as partes tenham recorrido e ainda não tenha finalizado o trânsito em julgado para o Ministério Público, tal sentença pode sofrer modificações e ser elevada. Dessa forma, a contagem do prazo prescricional ainda deve ser contado levando em conta a pena MÁXIMA da infração penal.
Caso não tenha ocorrido recurso do MP ou ele tenha sido considerado improvido, a contagem do prazo prescricional já pode ser contada a partir da pena concretizada na sentença.
Até a LEI Nº 12.234, DE 5 DE MAIO DE 2010, tínhamos duas espécies de prescrição:
Retroativa: É a prescrição que após o transito em julgado p/ o MP ou p/ o querelante, o calculo prescricional é refeito, retroagindo-se e partindo da data do fato. Com a lei 12.234/10 (05/05/10), houve uma modificação na redação do § 1º do art. 110 do CP, de forma que este passou a prever que a prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial a data anterior à da denúncia ou queixa. Ou seja, deu fim a prescrição retroativa. 
Basicamente, em casos anteriores a essa lei, quando não se tinha a sentença declaratória (ainda não pode ser definida), tomava-se por base a maior pena. Ela retroagia até o recebimento da denúncia ou retroage até o fato. Agora para todos os crimes depois de 05 de maio de 2010 esse prazo para denunciar não existe mais, o promotor pode denunciar quando quiser.
Intercorrente/superveniente/subsequente: Se dá entre o trânsito em julgado p/ acusação e o trânsito em julgado final. Ela é em concreto, se aplicando a pena dada pelo juiz para calcular o prazo prescricional, tendo em vista que não cabe mais recursos e a pena não poderá mais aumentar.
OBS: Quando a prescrição da pretensão punitiva ocorre, não gera efeito NENHUM. É melhor que abolitio criminis (que ainda vai existir o efeito civil). É como se ele nunca tivesse sido processado, ou seja, não há reincidência, nem mau antecedente.
OBS 2: Uma vez que o MP deixa de recorrer de uma sentença, perde o direito de recorrer na outra. Basicamente, se transitou em julgado para acusação, a pena do réu não poderá aumentar. Entretanto, a defesa sempre pode recorrer. 
	
Prazos de interrupção (Art. 117):
Marcos executivos da prescrição:
	Data do fato e da consumação 
	Recebimento da denúncia pelo juiz
	Sentença proferida pelo magistrado (condenatória)
	Eventual acordão.
 O lapso prescricional começa a correr a partir da data da consumação do crime ou do dia em que cessou a atividade criminosa (art. 111), apresentando, entretanto, causas que o suspendem (art. 116) ou o interrompem (art. 117). 
O que interrompe é sempre o que prejudica o réu. A marca principal de um marco interrompível é que recomeçar a contagem (Os pacotes de tempo não se comunicam). Essa é a diferença p/ a suspensão, que não interrompe a contagem, os pacotes de tempo se somam.
No recebimento da denúncia, a gente interrompe a contagem, pois é a primeira decisão contrária ao réu. Inicia-se uma nova contagem. (Inciso I). 
OBS: O não recebimento oua rejeição da denúncia pelo Juízo não produzem qualquer efeito sobre a prescrição, apenas quando ela é efetivamente recebida pelo magistrado o prazo prescricional se interrompe.
O recebimento de denúncia por Juízo incompetente também não interrompe a prescrição.
Nas hipóteses de aditamento da denúncia, o recebimento do aditamento só provocará a interrupção da prescrição quando narrar novos fatos típicos, que não descritos anteriormente na denúncia.
Sentença condenatória, porque se ela não for ruim para o réu e o absolve, continua contando o prazo de prescrição. 
Acórdãos antes não eram prazos de interrupção, se contando até o início do cumprimento da pena.
OBS: O que interrompe a contagem seria o marco que fosse ruim para o réu. A interpretação majoritária diz que o acordão condenatório que só confirma a sentença sem alterar p/ pior a situação do réu, não interrompe a contagem do prazo de prescrição. Atualmente, uma posição que está crescendo muito é a de que qualquer acordão condenatório interrompe a contagem do prazo de prescrição, mesmo que ela diminua a pena do réu. O STJ ainda não se pronunciou sobre isso.
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se:
 I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; Comentário: O não recebimento ou a rejeição da denúncia pelo Juízo não produzem qualquer efeito sobre a prescrição, apenas quando ela é efetivamente recebida pelo magistrado o prazo prescricional se interrompe.
O recebimento de denúncia por Juízo incompetente também não interrompe a prescrição.
Nas hipóteses de aditamento da denúncia, o recebimento do aditamento só provocará a interrupção da prescrição quando narrar novos fatos típicos, que não descritos anteriormente na denúncia.
 II - pela pronúncia;
 III - pela decisão confirmatória da pronúncia;
Comentário inciso II e III – A sentença de pronúncia, por sua vez, também interrompe o prazo prescricional, assim como a decisão que a confirma.
 IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; Comentários: A publicação da sentença condenatória também é outro marco interruptivo da prescrição, assim como a do acórdão condenatório. Sobre este, conduto, houve alteração legislativa, já que antes a lei penal falava apenas sobre a sentença condenatória.
Pode se compreender, contudo, que o acórdão condenatório interromperá a prescrição apenas quando vier em reforma a uma sentença absolutória ou quando aplicar pena mais severa, não tendo esse efeito quando, ao confirmar uma condenação, acaba por manter ou reduzir a pena.
Por outro lado, há entendimento no sentido de que basta o acórdão ser condenatório para que a interrupção da prescrição se opere, sendo indiferente se reformou, ou não, a sentença absolutória anterior, tampouco se aumentou, diminuiu ou apenas confirmou a pena.
 V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; Comentários: O início do cumprimento da pena pelo recolhimento do condenado é também um marco interruptivo da prescrição, caso evadido da casa prisional, interrompe-se na data da fuga, interrompendo-se também quando novamente capturado, nesta hipótese, contudo, o cálculo se dá pela pena restante (artigos 112, inciso II e 113 do Código Penal).
 VI - pela reincidência. Comentários: A reincidência interrompe apenas a prescrição da pretensão executória (Súmula 220 do Superior Tribunal de Justiça), não afetando a prescrição da pretensão punitiva. A condenação pela prática de fato anterior também não interromperá a prescrição. Tal efeito pode incidir a partir da data da prática do fato novo. Há, contudo, entendimento no sentido de que a prescrição se interrompe pela reincidência apenas a partir do trânsito em julgado da condenação pelo segundo fato.
OBS: A sentença que concede o perdão judicial não implica em reincidência nem interrompe o prazo prescricional – Súmula 18 do Superior Tribunal de Justiça e artigo 120 do Código Penal.
 § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. Comentário: O prazo da prescrição é comum a todos os coautores, salvo quando considerado na etapa de cumprimento da pena e, também, a qualidade individual da reincidência em face de cada réu. Delitos conexos têm a prescrição interrompida do mesmo modo, desde que processados na mesma ação.
 § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. Comentário: O segundo parágrafo trata do modo como se opera a interrupção da prescrição, a contagem de todo o prazo começa a correr novamente a partir do dia em que interrompido, salvo na hipótese do inciso V, quando a contagem terá por base o cálculo da pena remanescente.
Ainda sobre os prazos de interrupção:
Procedimento dos crimes julgados pelo tribunal do júri (que julga crimes dolosos contra a vida):
	Inquérito
	Recebimento da denúncia
	Processo jurídico normal
	Sentença de pronúncia
	Plenário do Júri
Sentença de pronúncia tem esse nome porque “pronunciar” tem o mesmo sentido de denunciar/aclamar. É como se fosse uma segunda denúncia p/ ir ao plenário. Ela não tem competência de mérito, o juiz quase não fala nada pois a competência não é dele, pois no fim, quem irá julgar o caso é o júri. Mesmo se o juiz absorver, não interrompe. 
Inicia-se uma discussão muito grande, pois no recebimento da denúncia tem discussão sobre o fato do poder juiz poder determinar se é ou não competência do tribunal do júri, ao desclassificar o crime como doloso. O STJ (súmula 191) determinou que a pronúncia é causa interruptiva da prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a desclassificar o crime (Ou seja, no fim, serão os júris é que devem determinar se foi culposo ou não).
Redução dos prazos interruptivos- Art 115: São reduzidos pela metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença (primeira decisão condenatória), maior de 70 (setenta) anos na data da primeira decisão condenatória.
Quando temos qualquer concurso de crimes, o melhor é fazer uma sentença por uma, pois as prescrições irão correr em separado. - Art. 119 (Cai muito em segunda fase de concurso/OAB).
Causas suspensivas:
 Prazos se suspendem e voltam a contar de novo. 
Não corre prescrição enquanto não resolvido em outro processo questão prejudicial (que vai alterar a situação do outro processo) - A questão pode ser no civil. Ex: Uma pessoa está sendo processada por bigamia, mas tem outro processo onde se está discutindo se o casamento foi válido ou não. O processo por bigamia é suspenso até que a questão do casamento seja resolvida (art. 116, inciso I).
Um marco suspensivo se comunica com o outro
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: 
I - Enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - Enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. No Brasil também não.
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Súmula 415: Há a discussão de quanto tempo o processo pode ficar suspenso. A resposta é que o prazo máximo da suspensão é o máximo da pena cominada.
Artigo 366 (Código processual penal): dispõe que se o acusado for citado por edital, não comparecer e não constituir advogado ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional. Essa alteração do art. 366, ocorrida em 1996, visou a evitar a tramitação de processos sem o efetivo conhecimento do acusado, pois como se sabe, pelo cotidiano forense, se o acusado foi citado por edital, não contratou um defensor e não atendeu à citação ficta, certamente não tomou conhecimentodo processo. A alteração ajustou-se, assim, ao princípio da ampla defesa, que só é exercitado em sua plenitude por meio de defesa técnica e de autodefesa (pelo próprio acusado).
OU SEJA, as cinco circunstâncias para suspender o processo são:
I-Questão prejudicial
II-deputados federais processados sem licença do congresso
III- Réu em lugar sabido no estrangeiro citado por rogatória
IV- Réu citado por edital que não constitui advogado
V- Réu que está cumprindo pena
HOMICÍDIO (art. 121)
 O elemento do tipo é matar alguém. O bem jurídico protegido é vida humana extrauterina.
O que é o homicídio? Nós temos uma certa hipocrisia de achar que a vida é o bem mais tutelado do direito penal, quando geralmente é o patrimônio.
Os crimes (Caso sejam dolosos) 121, 122, induzimento ao suicídio, aborto, infanticídio são julgados pelo tribunal do júri.
Homicídio, juntamente do estupro e aborto, tem uma grande cifra negra. Cifra negra (zona obscura, "dark number" ou "ciffre noir") refere-se à porcentagem de crimes não solucionados ou punidos, à existência de um significativo número de infrações penais desconhecidas "oficialmente".
É um crime de ação livre, podendo se usar qualquer meio p/ matar. No parágrafo segundo, temos as qualificadoras, que falam de motivação e etc. É um crime comum (Qualquer um pode praticar e qualquer um pode ser a vítima), não é próprio (Quando se precisa de uma especial qualidade do autor). Um exemplo de crime próprio é o infanticídio (quando o bebê nasce com vida e é morto pela própria mãe).
O tipo do homicídio vai se estruturar em simples (tudo que não é privilegiado ou qualificado. É muito raro homicídio simples, geralmente a gente o coloca por exclusão. A falta de motivo faz com que ele seja simples.)
Privilégio em homicídio:
 A maior parte da doutrina acredita que ele é subjetivo, porque depende da motivação. 
Art. 121, parágrafo 1º é uma causa especial de diminuição de pena: “Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.” Ex: Matar o estuprador da filha. Deve-se convencer o júri que a motivação foi justa, caso isso aconteça e a pena seja reduzida, é um homicídio privilegiado.
Injusta agressão e injusta provocação:
A injusta agressão provoca a afetação real do bem e acarreta na legítima defesa. Já a injusta provocação tangencia o bem. Quando se trata de um crime decorrido de uma injusta agressão, o fato não chega nem a ser um ilícito penal. Enquanto isso, a provocação injusta é um requisito para qualificar o homicídio como privilegiado, permitindo a redução da pena.
Agressão é qualquer ato que atenta contra um bem jurídico, nem sempre vinculado ao uso de violência física. A provocação é de menor gravidade e necessita que o agente utilize meios proporcionais e necessários para fazer cessa-la, não chegando a autorizar um legitima defesa, pois estaria configurando excesso.
Violenta emoção ou paixão
A emoção se caracteriza como o estado afetivo que produz repentina e violenta perturbação do equilíbrio psíquico, tendo curta duração (algo momentâneo). Já a paixão é mais profunda e duradoura.
Agir sob a influência de uma das duas não isenta a pena, como previsto no art. 28, inciso I: “não excluem a imputabilidade penal: a emoção ou a paixão”. Entretanto, o agir devido a violenta emoção ou paixão torna a situação penal mais favorável. Ou seja, ambas não excluem a imputabilidade, mas trazem um tratamento diferenciado, um privilégio.
Parágrafo 2º - Qualificadoras: Podem ser objetivas ou subjetivas.
Quando tenho qualificadoras e privilégio, as qualificadoras subjetivas não podem ser postas juntamente de um privilégio (porque ele é subjetivo também. Tudo aquilo que for em razão da motivação não pode conflitar). O homicídio qualificado é crime hediondo, já o privilegiado não.
Art. 121, § 2º: Se o homicídio é cometido:
I - Mediante paga (ofereceu dinheiro-monetizável-) ou promessa de recompensa (recompensa pode ser várias outras formas), ou por outro motivo torpe (algo culturalmente vil); 
II - Por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum (perigo comum: Precisa ter mais de uma pessoa no local te ameaçando);
IV - À traição (alguém que confia e que tenha relação afetiva. Traição não é ingratidão), de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (Ex: Tiro pelas costas);
V - Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime (Você pode matar alguém p/ ocultar o crime do seu filho- Ou seja, vale crime de terceiros também.):
Feminicídio:
É difícil diferenciar feminicídio (Matar alguém por discriminação de gênero, desprezo pois é mulher- entra casos de violência doméstica) de femicídio (“Mero” homicídio onde a vítima é mulher). Feminicídio não pode conviver com privilégio (Pois é subjetiva, como já dissemos lá em cima). Se mato uma transsexual pois sou homofóbico/transfóbico, não é feminicídio. Se a mato pois essa trans é mulher, é feminicídio.
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino
VII - contra autoridade ou agente descrito nos art. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
Diferença entre homicídio doloso qualificado por tortura e tortura seguida de morte?
O dolo. Na primeira, a tortura é um meio de execução. Não houve dúvidas quanto a intenção de gerar o resultado morte, que foi através de tortura. Já no segundo, o dolo é de torturar (muitas vezes para obter alguma coisa), e, não-intencionalmente, a pessoa morreu. 
OBS: Não confunda meio que impossibilitou defesa com as majorantes que determinam que seja maior de 60, por exemplo. Porque já se imagina que alguém idoso não consiga se defender.
Majorantes do homicídio culposo:
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão (Não confundir como imperícia. Esse caso, é um profissional que não conhece a regra técnica. Ex: Um médico que é cirurgião, faz a cirurgia com prática, mas nesse caso não observou uma regra técnica), arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima (não é um crime em si mesmo, é uma majorante. Mas se você tinha risco de vida, não tinha possibilidade de socorro ou caso a pessoa tenha morrido imediatamente, não entra. MAS se você podia socorrer e ela morreu justamente por sua omissão, entra em doloso omissivo) não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. (Fim da primeira parte).
Infanticídio (art. 123)
Em 1830, o infanticídio era como um privilégio do homicídio, mas Francisco campos transformou num tipo especial, que está previsto no art. 123.
Infanticídio é quando a própria mãe mata o recém-nascido sob influência do estado puerperal 
Tem elementos muito próprios, como o estado puerperal e ser um homicídio do próprio filho que ACABOU de nascer (infante).
Dizem que é um crime de mão própria, por ser a própria mãe a matar.
O bem tutelado é a vida extrauterina, ou seja, não é considerado infanticídio ANTES do parto, somente durante e depois. Antes do parto é ABORTO. Não aceitamos mais o prazo de 7 dias, porque é preciso que se tenha o estado puerpério (pois é a classificação que vale pra nós). 
OBS: Mas quando se começa um parto nesse caso? Quando já começou a ocorrer a saída da criança.
Estado puerperal é um estado psíquico, é um conjunto das alterações físico químicas que acomete qualquer e toda a mulher que entra em trabalho de parto, que pode causar uma confusão de emoções, até mesmo como angústia, repúdio, nojo... Alguns em grau bembaixo e outros em grande intensidade. O estado puerperal não pode durar mais que um dia ou dois dias.
OBS: Não se enquadra no infanticídio a mãe que mata o filho por depressão pós-parto.
Hoje é bastante raro, devido a cesariana e o agendamento da data de nascimento, o que gera um preparo psicológico maior. Só existe estado puerperal caso ela tenha entrado em trabalho de parto, por isso é mais difícil agora com a cesariana.
	O que fará dele inimputável ou semi-imputável é a gravidade/intensidade do estado puerperal. Se eu considerar a mãe semi-imputável, ai aplico o art. 123. -Pena de 2 a 6 anos, mas o júri geralmente absolve.
O que cai muito em concurso é se um pai, ou o enfermeiro, ou a avó matar o filho a pedido da mãe, sob o efeito do estado puerperal (Concurso de agentes). Bem, ser mãe e matar é uma circunstância elementar. O art. 123 se comunica com o art. 30. Então se um terceiro matar, ele só será considerado coautor e será imputado no 123, CASO, a mãe também tenha participado. Mas o que a maior parte das jurisprudências que mesmo sem domínio do fato da mandante, caso ela não tenha feito nenhum ato executório de matar, o coautor responderia por homicídio.
Suicídio
Suicídio é crime? Não. O crime do art. 122 é induzimento (fazer nascer a ideia na pessoa), instigação e auxílio ao suicídio.
P/ ser considerado/enquadrado nesse artigo, é preciso ter dolo. 
Induzir adolescente, deprimidos crônicos, obsidiado, pessoa inimputável (criança ou pessoas com RM) é homicídio.
A maior parte da doutrina, entende que não cabe tentativa nesse crime. Na pena, tema diferenciação entre tentativa de suicídio e a consumação. É um crime material e dá para fracionar o iter criminis, então teoricamente tem tentativa. Mas aapesar disso, não tem, pois diz-se que o crime se consumou quando o agente atingiu o resultado pretendido (nos crimes materiais) ou realizou o verbo do tipo, independentemente de resultado (nos crimes formais). Nesse caso, a conduta instigar/induzir foi concluída mesmo que a pessoa tenha tentado se suicidar, mesmo que sem sucesso.
Se não ocorrer nenhum destes resultados, o fato será atípico (qualquer que seja a corrente adotada).
OBS: Portanto, não se pune a tentativa do crime do artigo 122 se da conduta resultar lesão leve.
Se a lesão for grave, ainda se aplica o 122, pela mesma razão justificada lá em cima no asterisco. 
Pacto de morte
Se dois namorados, que por alguma razão não podem ficar juntos, decidem se matar juntos. Um liga o gás e o outro não faz nada. Caso o que não fez nada sobreviva, se responde pelo art. 122. Caso o que ligou o gás sobreviva, responde por homicídio. Se os dois sobreviverem, um homicídio doloso tentado. 
Roleta Russa
Quem quer que sobreviva responde pelo 122, a não ser que tenha COAGIDO a vítima a participar. Nesse caso, seria 121.
Perdão judicial
É umas das formas de extinção da punibilidade. É quando as consequências dos crimes são tão dramáticas para o causador da lesão, que não há necessidade de punição. Porém, só nos crimes culposos. É uma faculdade do réu e a defesa deve provar que a vítima tinha um vínculo muito forte e que aquele que cometeu o delito está profundamente abalado.
OBS: O perdão extingue os efeitos da condenação, é uma extinção da punibilidade.
Aborto
Está nos art. 124 ao 128. Em caso de concurso de agentes, o código penal adotou a teoria monista temperada, todos que forem coatores responderão pelo mesmo tipo penal, sendo temperada porque tem como exceção que você só é responsável pelo o que concordou em cooperar (cooperação dolosamente distinta). A principal ideia disso é o aborto, que se dividiu em três tipos para não ter erro. 
A disposição atual do aborto decorre do tipo de quando ela mesma faz o aborto ou quando ela consente que alguém faça nela e aí vai correr de quem é o partícipe ou não... Quem a aconselhou a fazer o aborto, quem foi conivente, quem realmente tirou o feto.
Todos se enquadram no crime de aborto, mas serão artigos diferentes.
Art. 124 é quando a mulher faz o próprio aborto. (Quem aconselha a abortar, estimula, vai com a moça para a clínica clandestina é partícipe nesse artigo.) OBS: Não admite coautoria porque o coautor vai se enquadrar em outro tipo. Existe tentativa em aborto, porque ele é fracionado, pluriexistente. 
Art. 125: Aborto provocado por terceiro, provocar aborto sem o consentimento da gestante (Isso seriam pais que forçam as filhas a abortar, a dopa e leva para a clínica. A pessoa responde nesse artigo pelo DOLO de abortar. Se alguém agride a mulher, sabendo que ela estava grávida e ela perde o neném mas ele não tinha a intenção de fazer ela perder a criança, ele somente responde pelo crime preter doloso lesão corporal gravíssima).
Art. 126: Aborto provocado por terceiro, provocar aborto COM o consentimento da gestante (Geralmente, médicos de clínicas clandestinas).
Art. 127: Se em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte Qualifica o crime de aborto.
Art. 128: São os abortos que são legalizados, as pessoas não são nem culpáveis. Por isso não deve nem ir para o júri julgar. Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Qual o momento da vida? Qualquer momento é vida, nós adotamos uma ficção da concepção/nidação da criança. 
LESÕES CORPORAIS
Art. 129 vai graduar até o último momento onde ele não gradua, mas sim, altera a natureza (parágrafo nono e décimo, maria da pena). Mas o que é lesão corporal? O crime de lesão corporal é definido como ofensa à integridade corporal ou saúde, isto é, como todo e qualquer dano ocasionado à normalidade funcional do corpo, quer do ponto de vista anatômico, fisiológico ou mental.
OBS: Se a pessoa chega na delegacia sentindo dor mas nada visível, não incide o art. 129. No caso, enquadra o art. 21 do CP. – vias de fato (Trata-se de infração penal que ataca a incolumidade física, consubstanciada em atos de ataque ou violência contra pessoa, desde que não caracterizem lesões corporais).
OBS: Lesão insignificante – a jurisprudência reconhece. Beliscão, tapinha, etc. Aplica-se o princípio da insignificância, descartando a ocorrência do crime. Quando há o dever jurídico de evitar o resultado, a omissão caracteriza lesão corporal.
ATENÇÃO: O médico não responde por mudança de sexo, pois além de haver o consentimento, se entende que a demonstração de que a pessoa está no corpo errado, havendo sofrimento psíquico grave para ele. 
Lesão corporal leve: O que não é insignificante, até o que não é grave.
Natureza grave
 § 1º – Se resulta:
 I – Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
 II – perigo de vida;
 III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
 IV – aceleração de parto- É necessário que o feto nasça com vida e sobreviva, pois, do contrário, está caracterizada a lesão corporal gravíssima (aborto). O dolo do agente é o de causar lesão corporal na vítima. Entretanto, há de ter conhecimento do estado gravídico, senão responderá por lesão leve.
________________________________________________________________________§ 2º – Se resulta: (gravíssima)
 I – Incapacidade permanente para o trabalho;
 II – enfermidade incurável- Transmitir AIDs não é tentativa de homicídio, e sim lesão corporal gravíssima. Isso porque com os avanços da medicina está cada vez mais difícil morrer em decorrência do contagio dessa doença. A não ser que fique evidenciado que a vitima já tinha problemas e a intenção do agente era matar, etc.
 III perda ou inutilização do membro, sentido ou função;
 IV – deformidade permanente;
 V – aborto:
ATENÇÃO: 
Lei da Maria da Penha (1340/06): Revalidou uma Convenção de Belém do Pará, inserindo o parágrafonono no 129. É uma qualificadora. Trouxe um juizado especial, alterando a competência. Em qualquer lesão corporal leve, você tem direito a representação. Já a Maria da Penha, pede uma audiência para a própria mulher se retratar, sem representação. A Maria da Penha não é pelo resultado e sim, pelo contexto. Uma mulher pode ser autora da lei maria da penha? SIM. Ela serve não só para proteger o gênero, mas tem também a intenção de conferir um tratamento mais severo à chamada violência doméstica. Pretende a lei elevar o nível de proteção para aqueles que possuem receio de romper a harmonia e a união familiar, para não colocar em risco o próprio sustento, ou simplesmente por temer novas agressões.
 As relações domesticas surgem entre os membros de uma família, parentes ou não.
 Coabitação são os integrantes de uma república, por exemplo.
 Hospitalidade diz respeito à recepção de uma pessoa, não sendo necessário pernoitar na casa.
Ainda, não se faz necessário que a agressão ocorra dentro de casa...
OBS: Se a vítima for mulher, em contexto de gênero, a ação é sempre pública incondicionada (qualquer um pode alegar), se a vítima for homem, é pública condicionada.
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o
agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
 § 10. Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as
indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

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