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4. GÂNGLIO ESFENOPALATINO. Joel Alves, Cirurgião-dentista. 22 MARÇO 2017. Caros Colegas. No longínquo ano da graça de 1918 no livro: GRAY'S ANATOMY: DESCRIPTIVE AND SURGICAL observa-se o esquema de uma maxila com o gânglio esfenopalatino e suas relações anatômicas próximas. Henry Gray, o autor do livro, morreu em 1860, com 34 anos de idade. No entanto, a sua obra foi continuada por outros. Em 2008, foi publicada a sua 40ª edição. Mal sabia o renomado professor da importância crucial que o conhecimento deste gânglio autonômico, teria para a resolução de vários problemas humanos com relação a dores, inflamações, afecções e acima de tudo, que o gânglio guardasse memória. Como sinonímia: gânglio pterigopalatino ou de gânglio de Meckel. Na face, os gânglios autonômicos tem a função de ser uma espécie de estação de apoio, como as estações espaciais, organizando e aproveitando as vias neuronais somáticas para também enviar fibras autonômicas tanto simpáticas como parassimpáticas a todos os locais alcançáveis daquela topografia anatômica. O gânglio esfenopalatino é o centro das atenções neuronais quando se fala em terços médio e superior da face. Toda a inervação autonômica tanto simpática quanto parassimpática é regida e passa pelo gânglio esfenopalatino. Em suma, tudo o que ocorre em nível neuronal tanto em eferências como em aferências tem o seu crivo. Daí a importância para o terapeuta neural odontológico do conhecimento da sua topografia e da sua utilidade clínica. Ele recebe fibras parassimpáticas pré- ganglionares provenientes do nervo facial (núcleo lacrimal na ponte) através do nervo petroso maior, juntamente com o nervo petroso profundo. Por sua vez, o nervo petroso profundo traz as fibras simpáticas dos gânglios cervicais (via plexo nervoso carotídeo – em vermelho) que formam o nervo do canal pterigoideo. O gânglio esfenopalatino é o maior gânglio parassimpático, associado à maxila, é triangular e de coloração vermelho-cinzenta. O gânglio esfenopalatino supre as glândulas lagrimais, seios paranasais, glândulas mucosas da cavidade oral, nasal e faríngea, a gengiva e o periodonto de inserção dos dentes superiores e a mucosa, as glândulas do palato duro, a pele e a musculatura de terços médio e superior da face. O acesso mais fácil a este gânglio se dá pelo forame palatino maior situado na região palatina entre o primeiro e segundo molares superiores pela técnica de Carrea (seta azul) ou via tuberosidade alta - pelo corredor bucal, logo atrás da tuberosidade maxilar, com a agulha longa correndo para trás, para dentro e para cima, na linguagem dos anatomistas de plantão... (setas vermelhas) Quanto às possibilidades de aplicações clínicas, o céu é o limite... Com procaína a 0,7%, ao atingirmos fibras pré e pós-ganglionares podemos resolver vários tipos de cefaleias desde corrugadores às migrâneas, inflamações na mucosa bucal da maxila, quaisquer afecções da maxila onde tenhamos alterações simpaticomiméticas, dores ósseas na maxila sem achados patológicos por parte do cirurgião- dentista, febre do feno, sinusites, rinites, pólipos nasais, cistos de retenção de muco nos seios maxilares. Sendo procaína um modulador neuronal simpático, o principal causador da inflamação em ossos chatos e tecidos moles a eles associados na face, pode ser utilizado também como auxiliar pós-cirúrgico: Na remoção do corpo gorduroso de Bichat, na aplicação de fios de sustentação na face, nas exodontias maxilares de dentes inclusos ou não, na remoção de cistos e tumores da maxila, no trauma cirúrgico buco-maxilo-facial, no tratamento das periodontites, nas cirurgias para colocação de implantes e nas cirurgias para-endodônticas. Ponto para a Terapia Neural Odontológica. Além de tudo isso, podemos acessar memórias esquecidas do paciente com relação a todas estas afecções, enriquecendo sua História de Vida e viabilizando- nos melhores possibilidades de cura.
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