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suplementaç%U00E3o de creatina no treinamento de musculaç%U00E3o e influência no aumento da massa muscular

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Artigo Original 
Pós-graduação Lato Sensu em Fisiologia e Avaliação Morfofuncional – Universidade Gama Filho 
 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA NO TREINAMENTO DE MUSCULAÇÃO E 
INFLUÊNCIA NO AUMENTO DE MASSA MUSCULAR. 
 
Alexandre Rodrigues Alves Rezende 
Pos graduação em Educação Física – UGF 
BRASIILA - DF 
 
 
RESUMO 
 
A suplementação de creatina tem sido cada vez mais utilizada entre atletas de vários níveis e até mesmo 
por praticantes de atividade física sem fins competitivos, com o objetivo de ganhos de força , potência muscular 
e também aumento de massa muscular. O objetivo desta revisão é investigar principalmente, até que ponto a 
creatina pode influenciar no aumento de massa muscular e por qual mecanismo fisiológico este aumento 
acontece. Alguns estudos demonstram resultados positivos relativos ao ganho de massa corporal com variados 
tipos de população (idosos, homens e mulheres, treinados e destreinados). Porém várias pesquisas não 
conseguiram comprovar os resultados durante a suplementação de creatina necessitando que mais estudos 
sejam realizados objetivando esclarecer de que forma o metabolismo e principalmente a síntese protéica estão 
relacionados à sobrecarga oral de creatina no organismo. 
 
ABSTRACT 
 The creatine supplementation has been used more and more each day among the athletes in several 
levels and even among those that practice with no competitive intentions, no goal on gaining strength, neither 
gaining muscular potential nor increasing the body mass. The point on this investigation is, mainly, to see up to 
where creatine can make the muscular body mass increase and which physiological mechanism it uses for that 
to happen. Some studies have shown positive results related to the gaining of body mass in varied kinds of 
people, such as old ones, men, women, trainees and not trainees. However, several researches didn`t manage 
to prove the results during the creatine supplementation, requiring, therefore, even more studies with the goal of 
clarifying how the metabolism and mainly the protein synthesis related to the oral charge of creatine in the 
organism. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A creatina foi descoberta em 1832 pelo cientista francês Michel Eugene Chevreul. Ele 
observou que a creatina se acumulava nos músculos em conseqüência da atividade física, 
esta conclusão ocorreu devido à observação de uma concentração dez vezes maior em 
raposas selvagens do que nas domesticadas. 
No começo do século XX, demonstrou-se que parte da creatina ingerida pelos seres 
humanos não era excretada na urina, concluindo assim que a creatina é armazenada no 
organismo humano. Em 1912, pesquisadores observaram que a sua ingestão pode 
aumentar significativamente a própria concentração no tecido muscular. Em 1927, Fiske e 
Subarrow descobriram o fosfato de creatina e determinaram o papel da creatina no 
metabolismo do músculo esquelético. 
Muitos suplementos surgiram e desapareceram nos últimos anos, más a creatina 
provavelmente não fará parte destes. Isso porque a creatina vem demonstrando a sua 
eficácia no desenvolvimento de aptidões físicas como o ganho de força e potência muscular 
comumente utilizados na maioria dos desportos. Resultados relacionados ao aumento de 
massa muscular também são expressivos, porém, como veremos nesta pesquisa pode ser 
limitado. 
A creatina é uma substância encontrada no organismo e consiste da combinação de 
três aminoácidos – arginina, glicina e metionina (Balson et.al.,1994). Cerca de 95% da 
creatina do organismo encontra-se nos músculos esqueléticos, enquanto o restante está 
distribuído especialmente no coração, cérebro e testículos. Além do suplemento, a creatina 
também é encontrada principalmente em carnes e peixes (3 a 5 g de CR por Kg de peixe e 
carne) e quando as necessidades do organismo excedem a ingesta de creatina ela pode ser 
sintetizada endogenamente numa quantidade limitada a partir de aminoácidos no fígado, 
pâncreas e rins. A necessidade diária de creatina é de aproximadamente 2 a 3 g, metade é 
obtida da dieta enquanto que o restante é sintetizado. 
Quase toda a creatina ingerida incorpora-se ao músculo esquelético (a concentração 
média é de 125 mmol por quilo de músculo seco). Cerca de 40 % se encontra como creatina 
livre e o resto é combinado rapidamente com o fosfato, formando a fosfocreatina ou PCr. As 
fibras do tipo II de contração rápida dos músculos, armazenam de 4 a 6 vezes mais PCr do 
que ATP. Sendo assim o papel da fosfocreatina é de servir como um “reservatório de 
energia” das células para fornecer energia rápida ligada ao fosfato para ressintetizar o ATP 
(mais rapidamente do que o ATP gerado na glicogenólise) 
Eventualmente a creatina é catabolizada para creatinina na musculatura e excretada 
pelos rins. A taxa de turnover diário de creatina, segundo Balson et al., 1995 e Hoberman et 
al., 1948 (citados por Williams et al., 2000), foi estimada como sendo em torno de 1,6% do 
pool total de creatina (aproximadamente 120 g em um homem adulto de 70 Kg). 
 
PAPEL DA CREATINA NO METABOLISMO ENERGÉTICO 
 
O papel da CP durante o exercício é gerar ATP. A creatina (CR) é essencial para esse 
processo pelo fato de cerca de dois terços desse nutriente armazenado no músculo serem 
fosforilados pela enzima creatina quinase (CQ) para formar CP. Durante o exercício 
explosivo, o fosfato da CP é clivado para fornecer energia à ressíntese de ATP conforme se 
segue. 
CP+ADP <> ATP+CR 
 
A energia derivada da degradação da CP permite ao pool de ATP ser reciclado mais de 
doze vezes durante o exercício supramáximo. Sahlin (1986; segundo Williams et al., 2000: 
20), calcula que os estoques de CP contenham 0,34 mol de ATP, produzindo 8,6 mmol 
ATP/Kg de peso seco e suportem exercícios de intensidade muito elevada com duração não 
superior a cerca de 30 segundos. 
Foi proposto por Newsholme e Beis (1996; ibid: 25) que uma das funções primárias do 
sistema dos fosfogênios é tamponar as elevações da ADP em vez de simplesmente 
ressintetizar ATP. Relata-se que elevações consideráveis de ADP apresentam um efeito 
inibitório em algumas reações da adenosina trifosfato. 
A PCr também pode funcionar como uma lançadeira para levar o fosfato intramuscular 
de alta energia entre a mitocôndria e os locais das pontes cruzadas onde se inicia a ação 
muscular. 
 
SUPLEMENTAÇÃO DE CREATINA E SUA INFLUÊNCIA NA MASSA CORPORAL 
 
A creatina sendo uma substância osmoticamente ativa, isto é, devido ao seu aumento 
intracelular na forma de creatina livre e creatina fosfato induzir um influxo de água para 
dentro da célula é capaz de aumentar a água intracelular e, conseqüentemente, a massa 
corporal. Além disso, pesquisas de Volek et al., (1997), resultaram num aumento de massa 
corporal médio de 1,4 kg após a ingestão de 25 g de creatina durante 1 semana, sugerindo 
que o aumento na hidratação celular e/ou creatina fosfato pode estimular a síntese protéica e 
diminuir a degradação de proteínas, possivelmente aumentando a massa isenta de gordura. 
Entretanto, a suplementação de creatina (20 g/dia) durante um pequeno período de tempo (5 
dias) parece não influenciar alguns hormônios, tais como a testosterona, hormônio do 
crescimento e o cortisol, que poderiam influenciar na massa corporal. Contudo, 5 semanas 
de suplementação de creatina (10 g/dia) tendeu a manter o cortisol sérico mais elevado no 
grupo creatina que no placebo durante o período de recuperação (Op’t Eijnde B., Hespel P., 
2001). 
Ziegenfuss et al. (1998 a; relatado por Willians et al., 2000: 193), reportaram um 
aumento médio significativo de 1,8% na massa corporal de homens onívoros após a 
suplementação de creatina de 0,35g/Kg de peso corporal por 5 dias. Esse efeito, segundo 
sua pesquisa,permaneceu por 28 dias após término da suplementação. Mihic et al. (2000) 
também reportaram aumentos significativos na massa corporal total e massa isenta de 
gordura, com nenhuma mudança na gordura corporal, após suplementação de 20g/dia por 5 
dias de creatina em indivíduos jovens e saudáveis de ambos os sexos. Sendo que as 
mudanças de massa foram maiores nos homens do que nas mulheres. Rawson et al. (2000) 
analisaram 17 homens com idade entre 60 e 78 anos, suplementando com 5 g diárias de 
creatina ou placebo mais 1 g de sacarose, 4 vezes por dia durante 5 dias. Encontraram um 
pequeno mas estatisticamente significante aumento na massa corporal no grupo creatina 
(0,5 kg), porém não houve aumento na força isocinética e isométrica entre os grupos na pré 
e pós-suplementação. Entretanto, Rawson et al. (1999), realizou uma pesquisa com 20 
homens com idade entre 60 e 82 anos, investigando o efeito da suplementação oral de 
creatina (20 g de CR ou placebo por 10 dias seguidos por 4 g de placebo ou CR durante 20 
dias) na composição corporal, força de flexão de cotovelo e fadiga dos extensores dos 
joelhos. Os autores concluíram que não houve diferença significante na massa corporal, 
densidade corporal ou massa de gordura livre avaliado pelo peso hidrostático, tão pouco 
diferença de força entre os grupos creatina e placebo. A pesquisa sugere que a 
suplementação de 30 dias de creatina pode beneficiar a redução da fadiga muscular em 
homens acima de 60 anos, más não afeta a composição corporal ou a força. 
A ingestão concomitante de carboidratos pode aumentar o efeito da suplementação de 
creatina sobre a massa corporal. Green et al. (1996), utilizando 22 jovens saudáveis do sexo 
masculino, descreveram que a sobrecarga de creatina aumentou a massa corporal em 0,6 
kg. Mas, quando uma quantidade igual de creatina foi consumida com aproximadamente 370 
g de carboidratos simples ao longo do dia, os indivíduos ganharam 2,1 kg. Entretanto, o 
grupo creatina-carboidratos consumiu aproximadamente 880 kcal diariamente a mais que o 
grupo suplementado somente com creatina, podendo ter sido esta a causa das diferenças 
entre os dois grupos. Adicionalmente, os carboidratos estocados como glicogênio também se 
ligam à água. O grupo placebo não experimentou mudanças na massa corporal. Além disso, 
um grupo de indivíduos consumiu a mistura creatina-carboidratos, mas se exercitou em 
cicloergômetro diariamente por 1 hora numa intensidade de 70 % do VO2 máximo, por 
alguma razão não explicada, possivelmente pelo gasto energético, pela desidratação 
associada ao exercício ou pelo tipo de fibra muscular utilizada durante o esforço este grupo 
não experimentou um aumento de massa corporal. 
Vários estudos duplo-cego, com controle placebo usando indivíduos experientes em 
treinamento de força ou levantadores de peso também demonstraram efeitos positivos da 
suplementação de creatina em curto prazo sobre a massa corporal. Em um estudo de Volek 
et al. (1997 a; citados por Williams et al., 2000: 197-198), usando 13 homens saudáveis 
treinados em força, embora não tenha calculado o percentual de gordura corporal, os 
cientistas avaliaram o efeito da suplementação de creatina sobre a espessura de sete dobras 
cutâneas. Não houve efeito significativo da suplementação de creatina na soma da 
espessura dessas dobras, tendo um aumento de 1,3 Kg nos grupos creatina sem alteração 
significativa do grupo placebo. Tais achados sugerem que o aumento da massa corporal foi 
causado por aumento de massa isenta de gordura. 
Estudos com 14 dias ou mais de suplementação de creatina são classificados como 
sendo de longo prazo. Esses estudos geralmente incorporam uma fase de sobrecarga 
seguida de uma fase maior de manutenção. 
Volek et al. (1999), usando um arranjo experimental aleatório, duplo cego, avaliaram o 
efeito da suplementação de creatina (25g/dia por 7 dias; 5g/dia por 11 semanas) sobre a 
massa e a composição corporal (determinadas pela pesagem hidrostática) em 19 homens 
treinados em força submetidos ao treinamento de força pesado periodizado de 3 a 4 vezes 
por semana durante 12 semanas.. Biopsias musculares foram realizadas antes, após 1 
semana e após 12 semanas do programa de treinamento para avaliar mudanças nas fibras 
musculares. Após 1 semana, a massa corporal (de 82,1 kg para 83,8 kg) e a muscular isenta 
de gordura (de 68,7 Kg para 70,2 Kg) estavam significativamente elevadas no grupo creatina, 
mas não no grupo placebo. Após 12 semanas, ambos os grupos aumentaram a massa 
corporal (creatina, de 82,1 Kg para 87,3 Kg; placebo, 82,9 para 85,9 Kg) e massa isenta de 
gordura (creatina,68,7 Kg para 73,0 Kg; placebo, 68,6 kg para 70,7 kg), mas os aumentos 
foram significativamente maiores nos indivíduos do grupo creatina. Adicionalmente o grupo 
creatina demonstrou aumentos significativamente maiores na seção transversa das fibras do 
tipo I (35% vs 11%), IIA (36% vs 15%) e IIB (35% vs 6%) em relação ao grupo placebo após 
12 semanas. 
Porém, alguns estudos não têm demonstrado efeito sobre a massa ou a composição 
corporal devido a suplementação de creatina. Bermon et al. (1998), testaram 32 sujeitos 
entre 67 e 80 anos sendo 16 homens e 16 mulheres durante 52 dias. O treinamento de força 
consistiu em 3 sets de 8 repetições a 80 % de 1 repetição máxima de leg press, extensão de 
perna e supino, 3 dias por semana. Os indivíduos não apresentaram efeitos significativos da 
suplementação de creatina (20g/dia por 5 dias, 3 g/dia por 47 dias) sobre a massa corporal, 
gordura corporal e volume muscular em idosos sedentários (67 – 80 anos). Da mesma forma 
Wood et al. (1998; citado por Williams et al., 2000: 205), usando 44 universitários do sexo 
masculino, treinados em força, que se exercitavam pelo menos uma vez por semana, 
reportaram que 6 semanas de suplementação de creatina (20g/dia por 5 dias; e 2 g/dia por 
37 dias) não tiveram efeito significativo sobre a massa magra, medida por pesagem 
hidrostática, ou sobre as circunferências do tronco, abdômen, coxa ou braços. Thompson et 
al. (1996; ibid: 205) e Larson et al. (1998; ibid: 205) experimentaram a suplementação de 
creatina em mulheres atletas, sem mudanças significativas na massa magra. 
Volek e Kraemer (1996; segundo Williams et al., 2000: 39), numa excelente revisão 
sobre o efeito da suplementação de creatina na composição corporal, observaram que a 
creatina pode ser o sinal químico que acopla a atividade muscular aumentada ao 
desenvolvimento do processo de síntese protéica contrátil na hipertrofia. Volek e Kraemer 
(1996), fizeram as seguintes observações a partir de modelos animais (células musculares 
mononucleadas isoladas de peitos de embriões de galinha): 
· A creatina fornecida in vitro aumenta a taxa de síntese de miosina de cadeia pesada e 
actina formadas tanto in vitro como in vivo. 
· A creatina afeta apenas a taxa de síntese protéica, não a taxa de degradação. 
· A creatina afeta apenas as células que já estejam sintetizando proteínas musculares, 
não os eventos celulares durante a proliferação de mioblasto ou a fusão celular. 
· A creatina aumenta a síntese total de ácido ribonucléico (RNA) e parece induzir 
preferencialmente algumas classes de RNA. 
· O efeito da creatina é mantido em diferentes estágios da síntese de proteínas 
musculares; entretanto, o efeito primário está conectado com o núcleo e ocorre no nível da 
transcrição. 
Entretanto, abordagens experimentais para a hipertrofia do músculo adulto ainda não 
são claras tendo-se em vista os níveis relativamente altos de creatina endógena já presente 
na célula muscular adulta. O efeito modulador da creatina pode, por tanto, estar no máximo 
na célula adulta. 
Sendo assim, um levantamento dosefeitos da creatina sobre a fadiga muscular deverá 
ser realizado objetivando analisar como a creatina pode influenciar no desempenho da 
contração muscular e conseqüentemente no aumento da massa muscular causado por um 
efeito anabólico indireto. 
 
FADIGA MUSCULAR 
 
A pergunta é: A suplementação de creatina poderia aumentar o desempenho no 
exercício de intensidade muito alta, como ocorre no exercício aeróbio prolongado em função 
da suplementação de carboidrato? 
A causa da fadiga induzida pelo exercício depende da intensidade e duração do 
esforço, podendo ser relacionada a vários fatores. Dentre eles, a formação aumentada de 
neurotransmissores inibitórios, níveis diminuídos de substratos metabólicos, redução do 
processo metabólico, distúrbio no equilíbrio ácido-básico, diminuição no transporte de 
oxigênio, distúrbio no balanço de eletrólitos e aumento na temperatura corporal resultando 
em hipertermia. 
Sahlin (1998; citado por Williams et al., 2000: 34) revisou a hipótese de que a fadiga 
muscular é causada pela falha no processo energético de gerar adenosina trifosfato (ATP) 
numa taxa adequada. Entretanto, Sahlin (1998) observou que a taxa máxima de degradação 
de CP observada in vivo é próxima da taxa de hidrólise máxima de ATP pela proteína 
contrátil in vitro. Sendo razoável a idéia de que a liberação de energia em períodos de 
atividade muito curtos de alta intensidade não é limitada pela taxa de geração de ATP por 
meio da CP, más, ao contrário, pela limitações intrínsecas das proteínas contráteis ou 
recrutamento das unidades motoras. 
Sahlin (1998; ibid: 34-35) também enfatiza que, poderia-se esperar a diminuição da 
taxa de degradação máxima de CP quando o conteúdo muscular desse fosfogênio se reduz. 
Portanto, a disponibilidade de CP pode ser um fator limitante na produção de potência 
mesmo antes do conteúdo de creatina fosfato muscular estar totalmente depletado (corrida 
de 100m a velocidade diminui, apesar da CP não estar completamente depletada). 
Evidências indicam que a fadiga neste tipo de exercício está relacionada à 
incapacidade nas fibras tipo II em manterem as elevadas taxas de ressíntese de ATP 
exigidas. Tem-se sugerido que isso resulta da rápida depleção dos estoques de CP das 
fibras tipo II e de uma taxa de glicogenólise insuficiente para compensar a queda na 
produção de ATP quando o estoque de CP está depletado, diminuindo a geração de força. 
Além disso, a ligação entre a deficiência energética e a fadiga pode estar relacionada a 
aumentos nos produtos de hidrólise do ATP, isto é, o ADP, adenosina monofosfato (AMP) ou 
fosfato inorgânico (Pi) em vez da diminuição de ATP por si só. Uma pequena quantidade de 
ATP causaria aumentos relativamente grandes da ADP e AMP devido às baixas 
concentrações desses últimos compostos. Confirmando a hipótese de que em muitos casos 
a fadiga está relacionada ao desajuste entre a utilização e a geração de ATP. 
 
CONCLUSÃO 
 
Graham AS e Hatton RC (1999) numa revisão dos artigos sobre a suplementação de 
creatina forneceram uma visão geral dos dados sobre a eficácia assim como a segurança da 
suplementação. Segundo os autores, o uso de creatina tem sido cada vez mais comum entre 
atletas profissionais, se espalhando entre atletas colegiais e amadores e até mesmo sendo 
utilizada por crianças. Descrevem também, que apesar de muitas provas clínicas, faltam 
pesquisas e que devido ao marketing comercial o produto não encontra o mesmo controle de 
qualidade dos padrões farmacêuticos, preocupados com impurezas ou dosagens 
inadequadas indicadas nos rótulos. 
O aumento de creatina no músculo pode permitir um grande armazenamento de 
fosfocreatina para desenvolver e fornecer energia. Apesar de muitas provas clínicas faltam 
pesquisas. Investigações laboratoriais envolvendo vários protocolos de força e resistência 
tiveram rendimentos aproximados, manifestando um efeito positivo ou nenhum efeito, sendo 
que, o desempenho é mais freqüentemente aumentado nas atividades de curta duração e 
alta intensidade não sendo vantajosa em esportes de resistência. Em relação aos aumentos 
de massa corporal as mesmas conclusões podem ser relatadas. Alguns estudos 
encontraram resultados positivos no aumento de massa corporal durante suplementação de 
curta ou longa duração (Ziegenfuss et al.; 1998a e Volek et al., 1997a citados por Williams et 
al., 2000; Volek et al., 1997; Mihic et al., 2000; Rawson et al., 2000; Volek et al., 1999), 
porém vários cientistas não conseguiram comprovar a eficácia da suplementação de creatina 
(Wood et al., 1998; Thompson et al., 1996; Larson et al., 1998, citados por Williams et al., 
2000; Bermon et al., 1998; Stevenson e Dudley, 2001) necessitando que mais estudos sejam 
realizados visando um melhor entendimento dos processos metabólicos relacionados ao 
aumento da massa corporal durante a suplementação da creatina, analisando se o aumento 
na composição de massa corporal decorre do efeito anabólico da creatina na síntese do 
tecido muscular, da retenção de água intracelular dos depósitos aumentados de creatina ou 
devido a outros fatores. 
 
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