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Medicina forense

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Medicina forense
Aula I 
01/08/2013
Introdução
- A medicina Forense ou o departamento médico legal possui órgãos superiores como a policia civil, brigada militar e o IGP.
- O instituto geral de perícias:
Departamento Médico Legal (DML)
Departamento de Criminalística (DC)
Departamento de identificação (DI)
Laboratório (ex: toxicologia, DNA)
- Cada um dos departamentos tem postos no interior. Cidades maiores tem postos regionais e possuem convênios com as universidades do RS onde tenham curso de Medicina e Direito.
Conceitos
- “Ambroise Paré (1575): É a arte de fazer relatórios na justiça”.
- Compreende os conhecimentos médicos e afins (biologia, toxicologia, antropologia) que são utilizados para esclarecer os fatos e negócios jurídicos, bem como para elaborar as normas que regulam a vida em sociedade.
Importância para o estudante/profissional do Direito
- Saber solicitar e/ou interpretar um documento médico legal (laudo)
- Melhorar o conhecimento sobre o ser humano (unidade psicossocial)
- Ampliar os conhecimentos nas áreas médicas, biológicas, da personalidade humana para melhor compreender, discutir e elaborar as leis (ex: legislação sanitária)
- Para o médico: A importância esta no fato de que qualquer médico pode, eventualmente, ser solicitado pela justiça para atuar como perito. Ou para explicar qualquer ato praticado no exercício da profissão, bem como documento que tenha produzido.
Perícia 
- É toda atuação de técnicos (peritos), promovida por uma autoridade competente, com a finalidade de esclarecer a justiça de um fato de natureza permanente ou duradoura. Corpo de Delito é o conjunto de todas as provas materiais de um delito.
Autoridades que podem solicitar perícias 
- Policiais 
- Judiciárias 	Quando na presidência de inquéritos ou processos em matéria 
- Militares 	criminal de sua competência. 
Exemplos de atuação Pericial (Direito Penal)
- Lesões corporais 
- Sexualidade criminosa
- Aborto legal e ilegal
- Infanticídio
- Homicídio
- Embriaguez 
Exemplos de atuação pericial (Direito Civil)
- Questão relativa à paternidade
- Limitadores e modificadores de capacidade civil
- Direitos do nascituro
* Os peritos podem ser convocados/contratados para atuarem em qualquer fase do processo 
- No foro penal: Principalmente na fase inicial (de instrução) quando a autoridade necessita de provas que caracterizem o crime.
- No foro Civil: Pode ser chamado mesmo antes de iniciar a ação.
Perícias e peritos artigos do Código 
- Código de Processo Penal
Art 6 
Art 158 a 170
Art 178 a 184
Art 254 a 256
Art 275 a 281
- Código de Processo Civil 
Art 145 a 147
Art 420 a 439
Documentos médico legais 
- Laudo
- Atestado	Contêm os resultados das perícias.
- Parecer 
LAUDO: Descrição detalhada ou minuciosa de um fato médico e suas consequências.
- Deve ser requisitado por autoridade competente.
- Deve ser por escrito.
- Partes do Laudo:
Preâmbulo: É a introdução do laudo, onde deve conter características pessoais de quem está sendo periciado. 
Quesitos: É onde estão as questões que devem ser respondidas. Quesitos na área penal são chamados quesitos oficiais, são padronizados, são pré-existentes, pois visam caracterizar o tipo penal, porém a autoridade competente pode, além dos requisitos oficiais, pedir quesitos complementares ou acessórios. As partes também podem pedir quesitos. Na área civil não existe quesitos oficiais e na psiquiatria forense quem faz os quesitos são as partes e a autoridade.
Histórico: É o fato que deu origem a perícia, deve ser objetivo.
Descrição: É a parte mais importante do laudo. O perito vai descrever tudo o que ele observar, tudo o que identificar, deve ser descrito minuciosamente, sem dar explicação que é o que vem depois.
Discussão/ conclusão: Explica o que observou.
Resposta aos quesitos: 
ATESTADO: Afirmação simples e por escrito de um fato médico e de suas consequências. Quando tem interesse para a justiça passa a ser um documento médico legal.
- Características do atestado:
Papel com timbre
Deve ser claro
Constar a finalidade
Constar quem solicitou
Nomes completos do médico e do paciente
Carimbo (nome e CRM) e assinado
- Condições nas quais o diagnostico deve constar no atestado (por extenso ou CID):
Dever legal quando ocorre dever legal: Atestado de morte ou causa da morte.
Justa Causa: No caso de risco de epidemia por exemplo.
Pedido expresso: Interesse do paciente.
PARECER: Resposta a uma consulta feita ao médico pelo interessado.
- Quem solicita é a defesa ou acusação
- Quem responde é o especialista
- Mesmas partes do Laudo (a discussão é a parte mais importante pois explica o que aconteceu).
Aula II
08/08/2013 
Agentes mecânicos causadores de lesões corporais:
Os agentes mecânicos também são chamados de instrumentos e são muitos:
- Perfurantes (agulhas)- Que perfura, se caracteriza por ter uma ponta fina, vai agir esse instrumento se inserir esse instrumento no corpo da vítima pela ponta. Pode ser superficial ou profundo. Deve ter a ponta bem fina.
- Cortantes (navalha) – Deve ter um fio, bem afilado, ele age através do deslizamento do fio sobre o corpo. Facas, mas não faca de pão, pois pro ela ter dentes será cortante contundente.
- Contundente (tijolo) - Não tem ponta nem fio, ele é arredondado ou achatado, são os ais frequentes, pois estão mais presentes ao nosso redor. Mão fechada para soco, chutar, pisar é através de um instrumento contundente. O solo pode ser um instrumento contundente, em um atropelamento o para choque do carro pode ser um instrumento contundente.
- Pérfuro-cortante (punhal) – Age perfurando e cortando. Age perfurando e ao introduzir o instrumento no corpo da vítima corta o corpo da mesma. A diferença entre faca e punhal é que o punhal tem fio dos dois lados a faca somente de um lado. 
* Às vezes o mesmo instrumento pode causar vários ferimentos cortantes, perfurantes, contundentes...
- Corto-contundente (machado) – Eles cortam, mas lesionam também pelo peso ou pelo fio mal afilado. Faca de pão, machado, facão, foice, inchada.
- Pérfuro-contundentes (projéteis de arma de fogo) – Armas de fogo, perfuram e lesionam o corpo da vitima. 
 
 Instrumentos perfurantes:
- São longos e com pontas finas. 
- Ação perpendicular ou oblíqua sobe a superfície corporal.
- Pode ter caráter penetrante. 
- Pode transfixar – Ou seja, atravessa o corpo.
- A lesão é denominada punctória.
Instrumentos cortantes:
- Tem gume ou fio.
- Ação por deslizamento.
- Pode mutilar. 
- A lesão é denominada de incisa (presença de caudas de escoriações) A pressão da navalha no inicio da ferida é uma na metade da ferida é maior e na retirada forma uma escoriação no final da ferida, são mais presentes na saída do instrumento para saber qual a direção que a ferida foi feita, o sentido em que o instrumento foi utilizado.
Instrumentos contundentes: 
- São rombos ou achatados, não tem pontas ou gumes.
- Agem de forma perpendicular ou obliquas sobre o corpo.
- A profundidade das lesões depende da intensidade do impacto do instrumento.
- Causam diversos tipos de lesões: eritemas (vermelhidão), escoriações (arranhão, esfolar), edema (inchaço), equimoses (manchas azuladas arroxeadas), hematomas (tem eritema além da mancha arroxeada) além de causar lesões mais profundas.
ATENÇÃO: estudar espectro equimótico. 
Instrumentos pérfuro-cortantes:
- São longos, com ponta e um ou mais gumes. 
- Ação perpendicular ou oblíqua sobre o corpo.
- Caráter penetrante (pode transfixar).
- A lesão é denominada de pérfuro-incisa (ferida “em botoeira”). 
Instrumentos corto-contundente:
- São pesados e têm gumes grosseiros.
- Ação: Cotam e contundem.
- A lesão é denominada de corto-contusa.
Instrumentos pérfuro-contundentes (projéteis de arma de fogo):
- São longos (exceto os balins que são esféricos) e delgados. 
- Possuem ponta romba.
- Perfuram e contundem. 
- A lesão é denominada de pérfuro-contusa.
* Características de uma lesão pérfuro-contusa (orifíciode entrada):
- Formas diversas (circular ou ovalada).
- Bordas irregulares e invertidas (para dentro).
- Caráter penetrante ou transfixante.
- Presença de orlas e zonas. Depende da distancia em que o disparo for efetuado.
* Características de uma lesão pérfuro-contundente (orifício de saída):
- Forma em geral irregular (às vezes, estrelada).
- Bordas irregulares e evertidos (para fora).
- Sem orlas ou zonas.
- A distância que é feito o disparo é analisada pelas características dos orifícios de entrada e saída. 
- Nas perícias que envolvem ferimentos por projeteis de arma de fogo devem constar no laudo os seguintes itens:
Números de ferimentos na vítima
Região anatômica atingida (considerar posição anatômica)
Calculo aproximado da distância do disparo
Descrição de quais lesões são orifícios de entrada e quais os orifícios de saída.
Em necropsia, projetil de arma de fogo que entra e não sai tem que ser extraído e enviado junto com o laudo.
Aula III
15/08/2013
...Continuação...
*Com relação à distância dos disparos (características do orifício de entrada do projetil)
- É a característica do orifício de entrada que permite saber se um tiro foi encostado, a curta ou longa distância.
Tiro encostado: Forma irregular, bordas em geral evertidas, trajeto inicial preto (cor enegrecida, preto, dentro da ferida). Em tiros de espingarda podendo encontrar a bucha no interior da ferida.
Tiro a curta distância do tipo a queima roupa: Orlas de contusão, enxugo (limpa a bala na pele ao entrar), equimótica (fica um anel azulado, pois rompe vasos sanguíneos) e principalmente, zona de queimadura ao redor da ferida.
Tiro a curta distância: Presença de zonas de esfumaçamento e de tatuagem.
Tiro a distância: Orlas de contusão, enxugo e equimótica.
“Todo tiro a queima roupa é um tiro de curta distância, porém nem todo tiro a curta distância é um tiro a queima roupa.”
- Pistola 7,65 mm
Chama: 4 - 5 cm
Fumaça: 10 – 15 cm
Tatuagem: 40 – 50 cm
- Problemas periciais nos tiros:
Identificação do atirador: Resíduo nas mãos (pesquisa-se com papel filtro e reagentes químicos), não confundir com fumaça nas mãos em tentativa de se defender. 
Suicídio com tiro pré-cordial (tiro no coração): Examinar as duas mãos.
- Recenticidade do tiro/ identificação da arma, são pesquisados pela Balistica através de: 
Resíduos na arma. 
Execução de tiros de prova (estriações finas, comprar estojo)
- Número de projeteis que atingem a vítima:
Um disparo de revolver ou pistola pode resultar em dois orifícios de entrada na vítima? Como? Quando transfixa uma parte do corpo e para em outra parte do corpo, ou quando a bala se divide por algum motivo.
Lembrar dos tiros em orifícios naturais que podem confundir a pericia.
Examinar as roupas da vítima (distância dos disparos, correspondência de orifícios)
Conjunção dos tiros em uma região anatômica em geral denota comportamento homicida.
- Trajeto dos Tiros:
Considerar a posição acadêmica 
O trajeto descrito é aquele que p projetil percorre no corpo da vítima, a trajetória é o caminho que a bala faz quando sai da arma até atingir o corpo da vítima.
- Em suicídios com arma de fogo há algumas regiões anatômicas de eleição por parte do suicida: 
Regiões temporais (acima das orelhas)
Ouvidos
Boca 
Região pré-cordial (frente do coração)
Região epigástrica (na frente do estomago: menos frequente)
Suicídio em geral apenas um disparo (importante saber se era destro ou canhoto para saber se foi suicídio ou não)
- Lesões por tiro de espingarda:
Cada bago ou balin tem sua entrada e trajeto
A concentração da lesão é inversamente proporcional a distancia do tiro
O agrupamento dos orifícios de entrada dos balins se chama rosa de tiro
Tiro a distância curta podem ter lesões causadas pelas buchas 
O tiro de curta distancia também tem zonas de queimaduras, esfumaçamento e tatuagem.
Aula IV
22/08/2013
Asfixiologia
- Agentes físicos, químicos de lesões.
- Supressão da respiração, interrupção brusca da respiração.
- Sob o ponto de vista médico legal deve ser:
Primitiva quanto à etiologia, a origem direta da falta de oxigênio na célula.
Mecânica quanto ao meio
Violenta quanto ao modo
- Tipos:
Sufocação
Estrangulamento
Enforcamento
Esganadura
Afogamento
Soterramento
Garroteamento
DEFINIÇÃO
Sufocação Direta: Obliteração dos orifícios respiratórios naturais. Ex: travesseiro no rosto da vítima. 
Sufocação Indireta: Compressão do tórax.
Estrangulamento: Laço no pescoço e o aperto do laço é determinado por uma força externa.
Enforcamento: Laço no pescoço e o aperto do laço é determinado pelo peso do próprio corpo.
Esganadura: Mãos ou antebraço no pescoço.
Afogamento: Troca de meio gasoso por meio liquido.
Soterramento: Troca de meio gasoso por meio sólido.
Garroteamento: Constrição do pescoço por laminas paralelas.
Confinamento: Ambiente hermeticamente fechado, sem renovação de oxigênio.
Asfixia por monóxido de carbono: É determinado por queima de matéria orgânica (libera monóxido de carbono).
Asfixia (causas jurídicas) 
Sufocação Direta: Crime/acidente
Sufocação Indireta: Acidente
Estrangulamento: Crime/acidente
Enforcamento: Autolesão (suicídio)
Esganadura: Crime
Afogamento: Acidente
Soterramento: Acidente
Confinamento: Acidente
Garroteamento: Acidente
Asfixia por monóxido de carbono: Acidente/autolesão (suicídio)
No Direito Penal asfixia é agravante:
- Denota maior periculosidade do agente
- Envolve surpresa
- Envolve superioridade de forças
- Há um violento proposito de lesionar (matar)
- É meio cruel 
Sinais Gerais de asfixia (externos):
Lento resfriamento corporal (exceto afogados)
Cianose (coloração azulada da pele e mucosas)
Pequenos hematomas na cabeça, face e olhos.
Eliminação de espuma pela boca/narinas.
Sinais Gerais de asfixia (internos):
Sangue liquido e escuro no coração.
Pequenas hemorragias nas vísceras (pulmão e coração) chamadas de manchas de Tardieu.
Congestão Visceral (vísceras cheias de sangue)
Sinais Específicos de AFOGAMENTO (externos):
Pele anserina (arrepiada)
Maceração da pele (mãos e pés)
Cogumelo de espuma (bocas e narinas)
Lesões nos dedos e pele (arrastamento)
Corpos estranhos sob as unhas
Lesões post-mortem por peixes
Sinais de AFOGAMENTO (internos):
Espuma na traqueia e nos brônquios 
Efisema pulmonar aquoso (consistência de esponja molhada)
Presença de plâncton (resíduos minerais e vegetais nos pulmões constatado no laboratório)
Estomago cheio de água
Sinais de SUFOCAÇÃO DIRETA:
Lesões de ataque e defesa
Presença de corpos estranhos na garganta
Sinais de SUFOCAÇÃO INDIRETA:
Lesões no tórax 
Mascara equimótica (face e cabeça azulada)
Sinais de ESTRANGULAMENTO: 
Sulco cervical (marca do laço no pescoço)
Língua profusa
Hemorragia interna do pescoço
Pode haver lesão de ataque e defesa
Pode haver a máscara esquimótica
Sinais de ENFORCAMENTO: 
Sulco cervical (marca do laço no pescoço)
Língua profusa 
Hemorragia interna no pescoço
	
ESTRANGULAMENTO
	
ENFORCAMENTO
	- Horizontal
	- Oblíquo e ascendente (a parte mais baixa opondo-se ao nó) 
	- Completo
	- Interrompido (a interrupção corresponde à abertura do laço)
	- Único, duplo ou múltiplo
	- Único 
	- Profundidade
	- Profundidade irregular (mais profundo na parte mais baixa)
*Os sulcos cervicais podem retratar as particularidades das superfícies dos instrumentos que causaram o ferimento.
Sinais da ESGANADURA:
Escoriações no pescoço (marcas de unhas).
Equimose no pescoço. 
Hemorragia cervical interna.
Sinais de SOTERRAMENTO:
Lesões contusas pelo impacto de material do soterramento.
Resíduos do meio (terra, areia, soja...).
Presença de solido nas vias aéreas.
Sinais de GARROTEAMENTO:
Equimoses e escoriações no pescoço
Hemorragias cervicais internas.
Sinais específicos de ASFIXIA POR MONOXIDO DE CARBONO:
Rigidez precoce.
Tonalidade rósea da pele.
Órgãos com tonalidade carmim (vermelho).
Sangue fluido e róseo.
Putrefação Tardia.
Sinais de CONFINAMENTO:
Pode nãodeixar sinais.
Aula V
29/08/13
Outros instrumentos causadores de lesões:
Agentes físicos (calor, frio, eletricidade, pressão, radioatividade).
Agentes químicos (cáusticos e venenosos).
Agentes biológicos. 
Agentes mistos.
AGENTES FÍSICOS, CALOR:
Termonoses (insolação e intermação).
Queimaduras (sólidos, líquidos ou gases quentes, ação direta do fogo. Quatro graus).
- Aspectos periciais do calor:
Termonoses: Acidentais. 
Queimaduras: Acidentais ou criminosas.
Morte por termonoses: Sinais inespecíficos na necropsia. 
Queimadura: Cicatrizes deformantes (terceiro grau).
Queimaduras de segundo e terceiro grau em mais de 50% do corpo: Perigo de vida.
Carbonizado: Dissimulação de crime? (CO no sangue; flictenas com ou sem líquido? Se tem monóxido de carbono significa que estava vivo quando foi atingido pelo fogo, caso contrario pode ter sido simulação de acidente. É importante, portanto, coletar sangue do coração, pois alguns órgãos conseguem ser preservados).
Fogo: Pêlos chamuscados, fuligem, direção ascendente.
Líquidos quentes: Direção descendente, respeitam regiões com roupas.
AGENTES FÍSICOS, ELETRICIDADE:
Eletroplessão (eletricidade doméstica ou industrial).
Fulminação/fulguração (Eletricidade cósmica).
Eletrocução (Execução judicial em cadeira elétrica).
- Aspectos periciais da eletricidade:
Marca elétrica de Jellinek: entrada da corrente elétrica no corpo (lesão esbranquiçada com o fundo deprimido e bordos elevados).
Marcas de Lichtemberg: aspecto de “folha de samambaia” (lesões típicas de eletricidade cósmica- raios).
Em necropsias, além das lesões encontradas são importantes as informações dos comemorativos do caso. 
AGENTES FÍSICOS, FRIO:
Três graus de lesões locais: eritema (vermelhidão), vesicação (bolhas) e gangrena (perda de segmentos do corpo por falta de circulação).
Causa também lesões sistêmicas.
- Aspectos periciais do frio:
Grangrenas em nariz, orelhas, dedos (lesões irrecuperáveis).
A morte é por redução do metabolismo e insuficiência circulatória (mendigos expostos ao frio, bem como incapazes ou idosos. O álcool pode agravar o risco de morte).
Aspectos periciais nas mudanças bruscas de pressão atmosféricas:
Hiperbarismo: intoxicação por gases (oxigênio, nitrogênio, gás carbônico).
Descompressão brusca: embolia gasosa (eventual morte).
Hipobarismo: náuseas, vômito, diarreia, taquicardia, epistaxes.
Aspectos periciais da radioatividade:
Lesões por radiação eletromagnética ou atômica.
Exposição a RX, radioterapia, energia atômica.
Lesões locais: eritemas, pápulas ou úlceras de difícil cicatrização.
Lesões sistêmicas: genética, reprodutivas, cancerosas.
AGENTES QUÍMICOS:
Cáusticos: ácidos nítricos, sulfúrico, clorídrico, soda cáustica.
Venenos: drogas terapêuticas, cosméticos, inflamáveis, inseticidas, raticidas, nitrato de potássio (salitre) etc.
- Aspectos periciais dos agentes químicos:
Vitriolagem: lesões causadas na pele ou vísceras por substancias cáusticas (crime, acidente ou autolesão). 
Nas suspeitas de envenenamento, deve-se procurar a presença dos venenos em: sangue, urina, vísceras.
Traumatologia Forense 
- A traumatologia forense estuda as implicações jurídicas das lesões corporais.
- Traumatismo (LC): energia externa que atua sobre o individuo causando o desvio da normalidade.
- Causam lesões corporais: Agentes mecânicos (instrumentos), térmicos, elétricos barométricos, radiação, agentes químicos (cáusticos e venenosos) agentes asfixiantes.
- Observações importantes no estudo das lesões corporais:
Tem que haver nexo causal.
A higidez prévia não é requisito do conceito > A não saúde ou as boas condições não é condição para não haver um exame de delito.
Não se pode punir alguém que melhore o estado de outem.
A auto lesão não caracteriza o delito.
- Diante de uma lesão corporal, deve-se considerar:
Gravidade das lesões (Art. 129 CP)
Causa Jurídica: Crime, autolesão, acidente.
Cronologia: recentes, intermediárias, consolidadas.
Responsabilidade: Penal e civil
Quesitos oficiais de lesões corporais:
Primeiro: se há ofensa a integridade corporal ou a saúde do paciente.
Segundo: qual o instrumento ou meio que produziu a ofensa.
Terceiro: se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, ou por meio insidioso ou cruel (resposta especificada)
Quarto: se resultou incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias?
Quinto: Houve ou resultou em perigo de vida?
Sexto: Se resultou debilidade permanente ou perda ou inutilização de membro, sentido ou função (resposta especificada).
Sétimo: Se resultou incapacidade permanente para o trabalho ou enfermidade incurável ou deformidade permanente (resposta especificada).
Oitavo (somente se a pessoa agredida for mulher em gestação): Se resultou aceleração do parto ou aborto.
- Integridade corporal: caracteriza a estrutura anatômica do individuo.
- Saúde: envolve bem estar físico e psíquico.
- Veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura, meio insidioso ou cruel: constitui qualificadoras agravantes.
- Meio insidioso: envolve dissimulação, estratagema ou emboscada.
- Meio cruel: envolve brutalidade fora do comum, aumenta o sofrimento da vítima.
- Tortura: emprego de técnicas engenhosas para provocar dor, aumenta o sofrimento. 
- Dor: é sofrimento subjetivo e por si só não constitui a materialidade exigida para o reconhecimento de lesão corporal. O legista com algumas movimentações e exames consegue identificar a dor real. 
GRAUS DE LESÃO
Leve: são lesões superficiais e que não deixam sequelas. (Ex: eritema, edema, escoriação, equimose, hematoma...).
Aula VI
05/09/2013
...GRAUS DE LESÃO...
Grave: Incapacidade para ocupações habituais por mais de 30 dias.
- Perigo de vida.
- Debilidade permanente de membro, sentido ou função. 
- Aceleração de parto.
Gravíssima:
- Incapacidade permanente para o trabalho.
- Enfermidade incurável.
- Perda ou inutilização de membro, sentido e função.
- Deformidade permanente. 
- Aborto. 
INCAPACIDADE PARA OCUPAÇÕES HABITUAIS POR MAIS DE 30 DIAS:
- Atividade costumeira (qualquer uma, tanto lazer, como social ou trabalho).
- Não exige incapacidade absoluta (pode ser parcial, ou seja, apenas para algumas atividades).
- Conta-se a partir do dia da lesão e não do dia da perícia.
- É sempre comprovada por exame complementar. 
PERIGO DE VIDA (grave):
- Probabilidade real de morte face à lesão sofrida.
- Pode ocorrer no momento da lesão ou não (até 30 dias).
- Exemplos de lesões que determinam perigo de vida: ferimentos penetrantes em crânio, tórax ou abdômen, com lesões de vísceras, grandes hemorragias (choque hemorrágico), grandes queimaduras corporais, septicemias (infecções generalizadas), lesões que resultam em coma. 
DEBILIDADE PERMANENTE DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO:
- Debilidade: fraqueza, redução da capacidade funcional.
- Permanente: Duradoura ( até dois anos)
- Membros: são quatro (não é necessário que todo o membro esteja debilitado, pode ser, por exemplo, mão ou pé).
- Sentidos: Visão, audição, paladar, tato e olfato.
- Funções: são várias (digestiva, respiratória, Circulatória, secretora, reprodutora, sensitiva, locomotora, mastigatória, urinária, hematopoiética). 
- Lembrar: lesão em órgão duplo, desde que o outro funcione normalmente, é debilidade de sentido ou função e não perda.
ACELERAÇÃO DO PARTO (grave):
- Antecipação do parto (recém-nascido prematuro, que sobrevive).
- Deve haver nexo causal entre lesão e o pato, ou seja, o parto é antecipado pela lesão causa na gestante.
- Anencefálicos ou outras malformações incompatíveis com a vida mola hidatiforme, não configuram produtos de concepção para existência de crime.
INCAPACIDADE PERMANENTE PARA O TRABALHO (gravíssima):
- Deve incapacitar (orgânica ou funcionalmente) para tudo e qualquer trabalho (aqui, com sentido econômico).
- Permanente não significa perpétua, e sim duradoura (até dois anos).
- Exemplos: amputação ou paralisia completa de dois braços, ou de um braço e de umaperna, debilidade ou alienação mental severa. 
ENFERMIDADE INCURAVEL (gravíssima):
- Qualquer estado mórbido de evolução lenta que incomoda o seu portador.
- Incurável: a cura depende de tratamento excepcional, arriscado ou que dure anos, ou fora das possibilidades da vítima. 
- Exemplos: Epilepsia resultante de traumatismo crânio-encefálico, paraplegia em consequência de traumatismo raquimedular.
PERDA OU INUTILIZAÇÃO DE MEMBRO, SENTIDO OU FUNÇÃO (gravíssima):
- Perda: ablação de um membro (completo ou de um segmento) ou de um órgão correspondente de um sentido ou função. Pode ser por mutilação no momento da ação criminosa, ou após por amputação cirúrgica necessária para preservar a vida. 
- Inutilização: O membro ou órgão está presente, mas não funciona. A perda, aqui é funcional e não anatômica. Exemplos: Anquilose ou paralisia.
- Toda debilidade superior a 80% passa a ser inutilização.
- O uso de próteses não descaracteriza a lesão.
DEFORMIDADE PERMANENTE (gravíssima):
- Dano estético, visível e de certo vulto.
- Estético: envolve harmonia, beleza.
- Visível: não importa a parte do corpo, pode ser visível tão somente na intimidade, Quanto ao sexo e à idade, a mulher e a criança não têm mais direitos que o homem. 
- De certo vulto: Constrange, envergonha o portador e desagrada o observador.
- Permanente não é perpétuo (cicatriz: aguarda-se a resolução completa)
- A deformidade pode ser estática (caolho) ou dinâmica (sorriso puxado na paralisia facial) 
- Artifícios não apagam a qualificadora. (artificio quer dizer artificial, que não é natural, tudo o que for colocado para esconder a deformidade não apaga a qualificadora continua sendo deformidade permanente). Se utilizar o material do próprio paciente, natural, some a deformidade. Somente permanece sendo deformidade se for utilizado algo não natural para corrigir a deformidade.
ABORTO (gravíssima):
- Interrupção da gravidez, em qualquer fase da sua evolução, com a morte do produto da concepção.
- O agente deve atuar querendo apenas causar lesões na vítima (se o agente quer o aborto, haverá concurso de crimes e será responsabilizado por aborto qualificado).
- Na perícia tem que haver sinais de certeza da gravidez e nexo causal entre as lesões sofridas e o aborto.
LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE:
- Há dolo na ação (lesão) e culpa no resultado (morte), (preterdoloso).
- O autor não quer o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo.
- Presença de concausas (pré-existentes – uma condição desconhecida para o portador, mas essa condição é pré-existente ao fato, mas que colabora para o resultado causado pelo fato - e supervenientes - é uma causa que ocorre depois da agressão e que causa a morte da pessoa, mas que guarda um nexo causal com o fato).
Aula VII
12/09/2013
 	
Tanatologia Forense > (estuda a morte)
- Estudo da morte e dos fenômenos médico-legais dela decorrentes.
- MORTE: cassação completa e definitiva das funções legais (cardíacas, pulmonares e encefálicas). > quando recebe o diagnostico de morte encefálica passa a ser um cadáver. Morte encefálica, todos os órgãos funcionam com ajuda de aparelhos, mas seu cérebro não mais funcionará, a partir do momento em que se desligam os aparelhos o restante do corpo também “morrerá”. 
- Nem todas as células no nosso corpo morrem ao mesmo tempo, mas após aproximadamente oito horas as células do corpo estarão mortas. 
- O individuo em morte encefálica é cadáver, pois esta é uma condição irreversível. 
Classificação Quando à causa jurídica da Morte:
Natural: por senilidade, por patologias agudas ou cr6onicas. Não há responsabilidade a apurar. 
Violentas: por ações exógena e lesiva. Homicídios, suicídios ou acidentes. Exige esclarecimento dos fatos e apuração de responsabilidades. 
Suspeitas: é aquela que gera desconfiança quanto a sua etiologia. 
PERÍCIA > necropsia médico legal.
Consiste em exame externo e interno minucioso do cadáver. 
Deve ser feita nos casos de mortes violentas ou suspeitas. 
Será solicitada por uma autoridade judiciária, policial ou militar presidindo inquérito.
Tem as seguintes finalidades: 
Diagnosticas a realidade da morte.
Definir a causa da morte.
Definir o tempo aproximado de morte (cronotanatognose).
Identificação do cadáver. 
Outros dados: houve luta? Embriaguez? Violência sexual? A vítima estava grávida? Pólvora nas mãos?... (quesitos complementares solicitados pelas autoridades competentes)
Quesitos oficiais da necropsia:
Primeiro: Se houve morte.
Segundo: qual a causa da morte.
Terceiro: qual o instrumento ou meio que produziu a morte.
Quarto: se foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, asfixia ou tortura, ou por outro meio insidioso ou cruel (resposta especificada). 
FENÔMENOS CADAVÉRICOS (sinais de morte)
- Através deles diagnostica-se a realidade da morte e o tempo aproximado da mesma.
- São divididos em:
Imediatos.
Consecutivos.
Tardios destruidores.
Tardios conservadores.
- Fenômenos cadavéricos imediatos: Quando o individuo esta nessa fase o diagnostico da morte é mais difícil, pois os sinais podem se confundir com desmaio ou algo do gênero.
Perda de consciência.
Perda de sensibilidade.
Imobilidade e perda de tônus muscular.
Ausência de respiração.
Ausência de circulação.
- Fenômenos cadavéricos consecutivos: Nessa fase fica mais fácil de definir, ninguém tem duvida de que o individuo esteja morto.
Ressecamento tegumentar (o corpo começa a desidratar > de 15 a 30 minutos após a morte (progressiva) > perde o brilho na córnea ocular e nas mucosas. > perda de peso > pergaminhamento cutâneo. > globo ocular perde a tensão do globo ocular). 
Resfriamento corporal. (É variável: depende de temperatura do ambiente e do corpo na hora da morte, quantidade e qualidade das roupas, individuo magro ou gordo. Em média equipara-se à temperatura ambiente em 24 horas no adulto e em 20 horas na criança).
Aula VIII
19/09/2013
... Continuação...
Rigidez cadavérica (Rigor mortis) > É pelo aumento da acidez no corpo; Inicia em torno de 1 hora após a morte; Primeiro na mandíbula, nuca, e após descendente; Com 8 a 12 horas de morte a rigidez é generalizada; Após 24 horas de morte principia a se desfazer; Rigidez uma vez desfeita por força externa, não se refaz; O desfazimento da rigidez se faz na mesma ordem, ou seja, da cabeça aos pés (lei de Nysten); Aceleram o aparecimento e do desaparecimento da rigidez: calor ambiente, exercícios, febre, convulsões, crianças, velhos ou debilitados; Frio e hipotermia retardam o processo. 
Espasmo cadavérico: Ocorre imediatamente após a morte (sem passar pelo “moleza”dos musculos) → É um fenômeno raro, se mantem na mesma posição em que morreu, relacionado com mortes muito traumáticas.
Livores de hipóstase: São manchas vinhosas (sangue); Aparecem na pele e nas vísceras; Acontecem por ação da gravidade (posiçòes de maior declive do corpo); Iniciam em 1 a 2 horas e aumentam progressivamente; Antes de 10 horas de morte podem mudar de local se o cadáver for virado; Após aproximadamente 10 horas de morte estão fixos e não mudam de local com a mudança de posição do cadáver; Menos visíveis em raça negra e grandes perdas de sangue.
Aula IX
26/09/2013
PROVA 
Aula X
03/10/2013
... continuação...
- Fenômenos cadavéricos transformadores:
 Tardios destruidores: 
- Tardios destruidores (autólise):
Ocorre a nível celular (autodigestão);
Falta de oxigênio nas células → acidose → destruição celular.
- Tardios destruidores (putrefação):
Ocorre em continuação à autólise;
É por proliferação de micro-organismos;
Velocidade variável em função da temperatura ambiental, umidade, infecção prévia, uso de antibióticos, local de permanência do corpo.
“uma semana ao ar livre é igual a duas na água (limpa) e a oito na terra” → Quanto a Putrefação;
- Tardios destruidores (putrefação – 4 fases):
Putrefação (fase cromática):
Surge entre 18 e 24 horas;
Mancha verde abdominal (primeiro local);
Crianças e afogados, primeiro no tórax;
*Nofinal de uma semana, coloração verde enegrecida em todo o corpo;
Putrefação (fase gasosa):
Começa em 24 horas;
Alcança o máximo em 3 – 4 dias;
Duração de 3 a 5 semanas;
Enfisema subcutâneo (primeiro sinal);
Circulação póstuma de Brouardel;
Aumento progressivo do acúmulo dos gases, com:
 		- piora do odor putrefatívo;
- aumento do volume do corpo (abdômen, genitais, pálpebras, língua);
- atitude de boxeador;
- destacamento da epiderme e formação de bolhas.
Aula XI
10/10/213
SEXOLOGIA FORENSE
Erotologia forense – Estuda os crimes sexuais e os desvios sexuais.
Crimes sexuais: Estupro, violação sexual mediante fraude, e estupro de vulnerável. 
Obstetrícia forense – Estuda os aspectos médicos legais relacionados com fecundação, gestação, parto, puerpério, além dos crimes de aborto e infanticídio.
Himenologia forense – Estuda os aspectos médicos legais relacionados com o casamento. 
*Estupro (art. 213 do CP) e atentado violento ao pudor (art.214 do CP). > (dois tipos penais) > porém agora pela Lei n 12.015 de 2009 passam a ser apenas um tipo penal (estupro + atentado violento ao pudor = estupro art. 213 do CP) > Art 213 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. 
O homem passou a ser sujeito passivo do crime de estupro;
A mulher ganhou status de sujeito ativo deste delito;
*Artigo 215 do CP: Violação sexual mediante fraude: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima.
Fraude: meio empregado para induzir alguém ao erro, e desta forma facilitar a execução do delito. 
*Artigo 217 – A: Estupro de vulnerável: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menos de 14 anos, com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. 
ESTUPRO (elementos que entram na definição):
- Conjunção carnal ou ato libidinoso diverso da conjunção carnal: 
Conjunção carnal? É a cópula vagínica. A introdução do pênis ereto na vagina, parcial ou totalmente, com ou sem a ruptura do hímen, com ou sem orgasmo. O hímen é uma membrana mucosa que separa a vulva da vagina. 
Como comprovar a conjunção carnal durante a perícia e, consequentemente, a perda da virgindade? 
- Ruptura do hímen: completa ou incompleta; recente ou totalmente cicatrizada (em geral mais de dez dias).
- Espermatozoides na vagina: até 48h após o coito; cuidados higiênicos dificulta a perícia; uso de camisinha elimina a possibilidade;
- Vestígios de sêmen na vagina (fosfatase ácida, glicoproteína P30).
- Gravidez. 
*Hímen complacente ou dubidativos (hímen elásticos) É aquele, pela amplitude de seus óstio e pela elasticidade da sua membrana, permite a conjunção carnal sem se romper.
- Violência (efetiva ou presumida).
Efetiva: emprego de força física, com lesões corporais. Emprego de drogas ou recursos psicológicos para vencer a resistência da vítima (embriaguez, anestesia, uso de psicotrópicos) 
Presumida (para caracterizar estupro de vulnerável – art 217 – A do CP): Menores de quatorze anos. Alienação ou debilidade mental (conhecidos do ofensor). Causas impossibilitantes da vítima resistir (paralisias dos membros, doenças imobilizantes)
- Grave ameaça.
Promessa de prática de violência física ou chantagem contra a vítima ou qualquer pessoa próxima.
ATOS LIBIDINOSOS DIVERSOS DA CONJUNÇÃO CARNAL (EXEMPLOS)
Copula anal.
Copula inter-cruris (copula nas coxas)
Felação (pênis e boca)
Cunilíngua (boca e vagina)
Heteromasturbação
Apalpação de mamas
*Todos os exemplos citados acima se forem mediante violência ou grave ameaça caracteriza estupro.
SINAIS DE CÓPULA ANAL
Fissuras anais:
Laceração – ruptura de esfíncter...
Dilatação do esfíncter anal (primeiras 24h)
Cicatrizes peri-anais (a partir do quarto dia)
DESVIOS SEXUAIS (PERVERÇÃO OU PARAFILIA): Padrão de conduta sexual no qual a fonte predominante de prazer é obtida por intermédio de meios distintos da relação homossexual normal. Do ponto de vista médico legal, com vistas às aplicações criminais e civis, os desvios sexuais são classificados em:
Quantitativos:
- Anafrodisia: diminuição do instinto sexual do homem, por doença neurológica ou endócrina é diferente de impotência. Interesse para o direito: nos casos de anulação de casamento (defeito físico irremediável), ou para negar a realização de coito criminoso (impossibilidade de conjunção carnal).
- Frigidez: Diminuição do apetite sexual na mulher, por problemas psicológicos ou endócrinos. Não é falta de orgasmo. Interesse para o direito: nos casos de anulação de casamento e adultério.
- Satiríase: insaciabilidade masculina, apesar da consumação de repetidos orgasmos.
- Ninfomania: impulsão obsessiva da mulher pelos atos sexuais. 
- Indivíduos com distúrbios do erotismo (satiríase e ninfomania) têm correlação mais forte com crimes do tipo estupro, adultérios, prostituição, além da associação com personalidades psíquicas alteradas.
Qualitativos:
- Homossexualismo: Atração sexual por pessoa do mesmo sexo.
- Exibicionismo: Sentir prazer ao expor os órgãos genitais.
- Voyeurismo: Sente prazer ao observar o ato sexual de terceiros.
- Travestismo: O indivíduo sente prazer ao vestir roupas do outro sexo.
- Fetichismo: O indivíduo sente prazer ao visualizar ou tocar um objeto ou parte do corpo da pessoa que lhe atrai.
- Sadismo: Obter prazer sexual infringindo dor ao parceiro sexual.
- Masoquismo: Obter prazer sexual sendo o alvo da lesão. 
- Transexualismo:É considerado um distúrbio da identidade sexual pelo qual a pessoa tem um comportamento pertencente ao sexo oposto
- Pedofilia: Atração sexual por criança. 
- Gerontofilia: Atração sexual por pessoas de mais idade, idosos.
- Bestialismo: Atração sexual por animais.
- Necrofilia: Atração sexual por cadáver.
- Riparofilia: Atração por pessoas sujas, não higienizadas. 
- Pluralismo ou troilismo: ménage a trois, sexo a três. 
Estas anomalias constituem entidades próprias ou fazem parte de uma patologia psíquica (imputabilidade, responsabilidade ou periculosidade do indivíduo). 
Aula XII
17/10/2013
OBSTETRÍCIA FORENSE
Estuda os aspectos médico-legais de:
- Fecundação: É a união do óvulo com o espermatozoide, formando o zigoto (célula ovo). Pode ser consequência de conjunção carnal, ato libidinoso diverso da conjunção carnal ou fecundação artificial: união dos gametas fora do organismo materno (proveta) e também inseminação artificial (homóloga e heteróloga).
Inseminação artificial homóloga: o sêmen é do próprio marido. Indicada nos casos de hipospádia, oligospermia, impotência. Plenamente aceita pelo código de ética médica e pelo direito.
Inseminação artificial heteróloga: sêmen de um doador fora do matrimônio. Punida pelo código penal se feita sem o consentimento do marido. 
Métodos anticoncepcionais:
Cirúrgicos: laqueadura, vasectomia.
Mecânicos: camisa-de-vênus, diafragma, DIU.
Químicos: espermicidas, anticoncepcionais orais.
Fisiológicos: Coito interrompido, tabelinha.
*O código Civil estabelece o prazo de 300 dias como tempo máximo de uma gestação e de 180 dias como prazo mínimo. Para a lei civil, presume-se concebidos na constância do casamento os filhos: I nascidos 180 dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal, II nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento (Art 1.597 CC).
180 dias = aproximadamente 26 semanas.
300 dias = aproximadamente 43 semanas.
- Gestação e perícia (questões periciais possíveis):
Diagnóstico de gravides
Tempo de evolução (idade gestacional)
Viabilidade ou não do feto.
Gravidez resultante de estupro
Principais exames: Clínico e ecográfico.
- Partoe Puerpério:
O parto pode ser normal ou cesariana.
A perícia pode requisitada para evidenciar, ou não, sinais de recenticidade de parto.
Puerpério é o período que vai do fim do parto até a volta do organismo materno ao estado anterior à gravidez. 
Puerpério e estado puerperal são duas situações completamente diferentes.
- Crime de aborto: (Art 124 a 128 do CP): É toda interrupção dolosa da gestação em qualquer fase com a morte do concepto (expulso ou retido) Pode ser resultado de:
Ação da própria gestante
Provocado sem consentimento da gestante
Praticado com o consentimento da gestante
*Aborto não punido:
Gestação resultante de estupro
Anencefalia
Para salvar a vida da gestante.
*Processos abortivos mais utilizados:
Mecânicos: injeções intra-uterinas, uso de sondas ou curetas. Em termos de perícia, os meios mecânicos são os que mais deixam vestígios. 
Químicos: arsênico, chumbo, arruda. Fósforo. O misoprostol (citotec), que é medicamento, é muito utilizado como abortivo.
Psíquicos: susto, choque moral ou emoções violentas. De difícil apuração pericial. 
* Interrupções de gestações nos casos previstos em lei, envolvem menores riscos quanto menor for a idade gestacional (em geral com menos de doze semanas de gravidez).
* Em uma pericia de suspeita de aborto provocado, deve-se fazer uma investigação sistemática. 
Primeiro: examinar a mulher procurando sinais de gravidez e parto, recentes ou antigos.
Segundo: procurar por sinais de manobras abortivas.
Terceiro: tendo-se o produto do aborto e uma mulher suspeita, pode-se fazer uma investigação genética. 
- Crime de infanticídio (Art 123 CP): É a morte do recém-nascido causada pela própria mãe, durante ou logo após o parto, sob influência do estado Puerperal.
* Elementos do crime:
Própria mãe
Durante ou logo após o parto
Estando sob influencia do estado puerperal.
Recém- nascido com vida extra-uterina. 
*O crime é executado pela mãe:
Sem auxilio ou induzimento, não admite coautoria 
Sem planejamento prévio
Em geral resulta de gravidez ilícita. Dissimulada durante a sua evolução.
*É importante diferenciar os crimes de infanticídio do de aborto 
O aborto ocorre se o feto for morto antes de iniciar o parto
No infanticídios o feto é morto quando iniciado o parto ou logo após o mesmo.
*Durante ou logo após o parto:
Início do parto: ruptura da bolsa amniótica 
Termina: Completo desprendimento do fato (ligado à placenta pelo cordão umbilical ou não)
*Estado puerperal:
Quadro de obnubilação e confusão mental na mãe, que ocorre durante ou logo após o nascimento do seu filho. 
Causado pela dor, alteração hormonal. E tensão emocional
É diferente de puerpério, depressão pós-parto ou psicose puerperal.
Quadro de difícil determinação pericial, sendo discutida a sua existência do ponto de vista médico-legal.
*O estado puerperal deve ser analisado e definido caso a caso, por peritos médicos legistas ou psiquiatras forenses, pois se trata de uma perturbação psíquica passageira, mas suficiente para alterar o comportamento da mãe. 
*Diagnóstico de recém nascido caracteriza-se por:
Estado sanguinolento: sangue sobre o corpo do bebê, que não recebeu ainda qualquer tipo de cuidado de higiene.
Induto sebáceo (vérnix caseoso): secreção branco-amarelada que recobre o corpo do bebê
Presença do cordão umbilical: rasgado, esmagado, ou ainda ligado a placenta. O corte, a ligadura ou o tratamento habitual do cordão com substancias antissépticas descaracterizam o infanticídio, mostrando que a mãe atuou com lucidez 
Ausência de conteúdo alimentar gástrico
Bossa ao tumor de parto: saliência na cabeça (inchaço do couro cabeludo”) Também significa que o bebê estava vivo durante o parto.
Presença de mecônio: primeiras fezes do bebê
*A vida extra-uterina é caracterizada pela respiração autônoma . Para comprovar que o RN respirou, ou não, são realizadas algumas provas (docimásias) durante a perícia.
*Docimasia hidrostática pulmonar de galeno: os pulmões, ou fragmentos, flutuam se respirou. Só tem validade dentro de 24h da morte do infante. 
* A perícia deve, principalmente, procurar por sinais de violência no cadáver: Formas de violência empregadas:
Sufocação direta
Esganadura
Afogamento
Ferimentos contundentes, perfurantes... (principalmente na cabeça).
Aula XIII
31/10/2013
EMBRIAGUEZ 
 - É o conjunto de fenômenos transitórios ocasionados pelo ingresso, no organismo, de substancias capaz de modificar as funções mentais e de provocar alterações neurológicas. 
- A embriaguez elimina ou diminui no agente a sua capacidade de entendimento e auto determinação. 
- Causam embriaguez: substancias ingeridas, aspiradas e injetadas:
Álcool etílico.
Barbitúricos – medicamentos contra as convulsões. 
Maconha.
 Ópio e derivados (morfina, codeína, heroína, meperidina – os dois primeiros são derivados naturais do ópio. O terceiro é semi sintética e o ultimo é sintético)
Cocaína 
Anfetamínicos (“boletas, bolinhas, rebites”)
Alucinógenos (LSD 25, psilocibina, mescalina)
Solventes orgânicos
- As finalidades da perícia em casos de embriaguez são as de fornecer elementos esclarecedores:
Na contravenção penal de embriaguez.
Nas infrações ao C.T.B.
De situações atenuante ou agravante de pena, nos crimes cometidos em estado de embriaguez
De justa causa para dispensa de empregado ou funcionário. 
De motivo para punição 
- O que deve-se observar na perícia de embriaguez:
Está ou não embriagado?
Qual a substancia 
Que grau de embriaguez
Estaria embriagado no momento do delito?
- Embriaguez alcoólica:
A percentagem de álcool etílico é variável nas bebidas fermentadas ou destiladas.
Cerveja: 3,5 a 6% de álcool em volume
Vinho: 10 a 14 % 
Champagne: 10 a 15%
Cachaça:40%
Rum: 45%
Conhaque: 45 a 48%
Uísque: 40 a 50%
O álcool é depressor do sistema nervoso cerebral 
A absorção do álcool já começa no estômago e se completa em 2 a 6 horas.
90 a 98% da eliminação do álcool é feita por queima metabólica (quantidades eliminadas pela urina e pulmões são insignificantes)
Tolerância ao álcool é bastante individual:
Alguns indivíduos ingerem grandes quantidades de bebida alcóolica sem demonstrar sinais de que estejam embriagados ao passo que outros com pequenas quantidades embriagam-se 
Fase de excitação
Euforia
Funções intelectuais excitadas
Desinibição
Loquacidade
Capacidade de julgamento já esta comprometida
Fase de confusão
Alteração psico-sensoriais profundas
Alteram-se as funções intelectuais 
Alteram-se o juízo critico a atenção e a memoria
Incoordenação motora (marcha embriosa quedas)
Perturbações visuais 
Diminuição da sensibilidade dolorosa
Turbulência, agressividade, irritabilidade
Fase em que ocorrem os acidente e infrações penais
Fase de estupor (sonolência)
Antecede o coma
Anestesia profunda
Abolição dos reflexos
Imobilidade (paralisia)
Hipotermia 
Tipos de embriaguez:
Pré-ordenada: há deliberação. O objetivo é o delito (“criar coragem para tal”)
Embriaguez voluntária: O intuito é apenas embriaguez
Culposa: sem o intuito de embriagar-se, porém bebe com imprudência 
Habitual: o agente depende do álcool 
Por força maior: o agente tem a sua resistência vencida é forçado a ingerir bebidas contendo álcool 
Fortuita: o agente ignora que esta se inebriando: desconhece que a bebida é alcóolica pensa que a mesma tem pequena porcentagem de álcool, por potencialização de dose alcóolica inócua, trabalha em cantinas impregnadas por vapores alcóolicos, etc. 
Embriagues patológica
Envolve reações individuais ao álcool, onde ao ingerir pequenas quantidades de bebida alcóolica o individuo é acometido de explosões de fúria incontrolável 
Alguns citam que deve haver previamente alguns tipo de alteração predispondo a estas reações anormais (ex: personalidades psicopatas)
Indivíduos embriagados patologicamente são muitos perigosos e agem com extrema violência (lesões crimes)
A embriagues fortuita e a por força maior são consideradas acidentais enquanto a embriaguez culposa e a voluntáriasão não acidentais 
Graus de embriagues 
Completa: incapaz de entender o caráter criminoso de suas atitudes. Incapaz de determinar-se de acordo com este entendimento 
Incompleta: Parcialmente incapaz de entender o caráter criminoso de suas atividades. Parcialmente incapaz de determinar-se de acordo com este entendimento. 
ASPECTOS MÉDICO LEGAIS DA EMBRIAGUEZ
- Para caracterização da embriaguez como contravenção penal é necessário 
O estado de embriaguez 
Causar escândalo ou colocar em perigo a segurança própria ou alheia 
Em publico 
A embriaguez por si só não é punível, assim como habitualmente por si só não representa um elemento da contravenção. Quando um individuo comete algum crime em estado de embriaguez, não há como caracterizar a embriaguez de maneira autônoma, já que ela é consumida pelo crime mais grave. 
- O individuo que pratica um crime e esta embriagado 
Agravante: embriagues pré ordenada (independente do grau)
Redução de pena: embriagues fortuita ou por força maior e incompleta
Isenção de pena: embriaguez fortuita ou por força maior e completa
É também agravante para o acusado a embriaguez da vítima
A embriaguez voluntária ou culposa (não acidentais), completa ou incompleta, mesmo que o agente seja alcóolatra, não elide a responsabilidade penal, ou seja, não excluem a imputabilidade penal. 
OBS: embriaguez habitual: medida de segurança (internamento compulsório para tratamento psiquiátrico)
Na embriaguez patológica pode haver exclusão da imputabilidade ou diminuição da pena (art. 26 do CP, caput, ou paragrafo único)
Ver também o artigo 28 do CP com seus incisos e parágrafos, além do artigo 61 do CP, inciso II, I. 
Sustâncias entorpecentes e transito 
Lei n. 11705 de 2008 
Art. 165. Dirigir sob a influência do álcool ou de qualquer outra substancia psicoativa que determine dependência 
(estudar as consequências para infratores)
Crime de embriaguez ao volante lei 11705/2008 – art. 306. Estudar as consequências para o infrator. 
Lei 11275/2006 artigo 277(caput) + parágrafos 1 e 2 deste artigo estudar 
Aula XIV
07/11/2013
Noções de Psiquiatria/Psicologia Forense
- Psiquiatria forense: É formada a partir da soma de conhecimentos médicos-psiquiátricos e jurídicos, chamada juspsiquiatria. O psiquiatra Forense, louvado pelo JUIZ, deverá realizar o exame de sanidade mental referente ao réu e, após emitir um LAUDO. Na psiquiatria forense não existe quesitos oficiais, quem faz os quesitos são as partes e o juiz. 
- DILEMA para o Psiquiatra Forense: Não existe um limite nítido entre o que é NORMAL e o que é ANORMAL. A forma de resolver o dilema é:
NORMAL: individuo cuja mentalidade e comportamento não esta incluído na nosologia Psiquiátrica. 
ANORMAL: é o que, desadaptado ao meio, se afasta da norma aceita pelo homem médio, é desregrado. 
- O psiquiatra forense deve verificar, mediante exame médico: 
Imputabilidade Penal (para fins de responsabilização) São imputáveis: Os que têm pleno discernimento, ou seja, compreendem o que estão fazendo, além de apresentarem uma vontade de agir.
Capacidade Civil: É a situação que permite a pessoa adquirir direitos e contrair obrigações por conta própria, por si mesmas, sem necessidade de um representante legal.
- Legislação Penal, quanto à imputabilidade: É isento da pena o agente, por doença mental ou desenvolvimento incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato de determinar-se de acordo com este entendimento. No caso de haver entendimento apenas parcial do caráter ilícito do fato: redução da pena. 
- São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
Menores de 16 anos.
Os enfermos ou deficientes mentais que não tenham o discernimento para a prática de tais atos.
Os que não puderem exprimir a sua vontade, mesmo que transitoriamente. 
- São relativamente incapazes a certo atos ou à maneira de os exercer:
Os maiores de 16 anos e os menores de 18 anos.
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, os deficientes mentais com discernimento reduzido.
- A capacidade dos silvícolas (índios) será regulada por legislação específica.
- A partir dos 18 anos completos a pessoa fica habilitada a todos os atos da vida civil.
- Limitadores e modificadores biopsicossociais da imputabilidade Penal e da capacidade civil: Raça, idade, sexo, agonia, surdimutismo, hipnotismo, temperamento, cegueira, prodigalidade, civilização, síndrome XYY, hereditariedade, vitimologia, epilepsias, retardo mental, transtornos mentais e do comportamento (esquizofrenia, psicose maníaco-depressiva, paranoia, personalidades psicopáticas).
Raça: Por si só não limita ou modifica a imputabilidade ou a capacidade civil.
Idade: Lei Penal: Os menores de 18 anos são totalmente imunes à sanção penal (sujeitos ao ECA), dos 18 aos 21 anos terão atenuação da pena e regalia de prisões especiais, os maiores de 70 anos tem penas reduzidas. Lei Civil: a partir dos 18 anos toda pessoa adquire a capacidade plena, desde que tenha boa saúde mental e desenvolvimento psíquico satisfatório. 
Sexo: O código penal tem como único exemplo o infanticídio (atenuação da pena se ficar provado o estado puerperal na mãe).
Agonia: A lei Civil permite o casamento, a doação e o testamento dos que estão agonizando (porém é sempre recomendável um exame médico prévio para constatar o entendimento e a lucidez do paciente). 
Surdimutismo: Só serão considerados penalmente irresponsáveis se tiverem, de forma, grave perturbação do entendimento. 
Hipnotismo: A validade cientifica dessa condição é contestada. 
Temperamento: A maioria dos autores considera o temperamento fatos irrelevante como modificador da capacidade de imputação.
Cegueira: A lei civil impede os cegos de testemunhar em fatos que dependam do sentido visual. 
Prodigalidade: Se for sintoma de quadro psiquiátrico (exe.: síndromes maníacas), justifica-se a interdição. 
Civilização: A lei Civil estabelece incapacidade relativa aos silvícolas (indígenas) a certos atos e a lei penal não faz menção expressa a eles (apesar de haver moderação de responsabilidade com relação aos mesmos).
Estados Emotivos: O código Penal dá caráter atenuante ao delito cometido sob paixão ou violenta emoção (tendo isto acontecido após injusta provocação da vítima)
Embriaguez (alcóolica ou por outras substancias): O tipo e o grau de embriaguez podem conferir imputabilidade, semi-imputabilidade ou inimputabilidade.
Reincidência: O código Penal vê na reincidência uma agravante.
Associação: O código Penal considera atenuante da criminalidade o crime cometido sob influência de multidão em tumulto (desde que o autor não seja quem provocou o tumulto). 
Síndrome XYY: São portadores de uma certa agressividade (mas não tem perturbação ou anomalias psíquicas e, em geral, têm inteligência média ou supramediana).
Hereditariedade: Não há influencia desta no fator criminógeno, mesmo na união entre criminosos. 
Vitimologia: Na criminologia moderna, não se pode deixar de analisar a personalidade da vítima com o mesmo interesse com que se tem analisado a personalidade do delinquente. 
Epilepsia: Não isenta, por si, da reponsabilidade penal ou incapacita civilmente. 
Debilidade Mental: Os deficientes mentais moderados e profundos são incapazes civilmente (sem condições de gerir os seus bens ou consentir), e são totalmente irresponsáveis. Os deficientes mentais leves são menos restringidos nos seus direitos pela lei civil. Na lei penal considera-se atenuante (semi-imputáveis)
Transtornos mentais e do comportamento: Esquizofrenia, psicose maníaco depressiva, paranoia, personalidades psicopáticas.
Esquizofrenia: desordem psicótica de origem endógena (vem de o próprio ser). É a mais frequente das psicoses. Elementos fundamentais: desordem do pensamento, delírios paranoides, incongruência da afetividade, alucinações, ideias de referencia, neologismos, despersonalização, maneirismos, bloqueio do pensamento. Alguns entendem que a valorização penaldeve equivaler ao estado mental no momento do crime (inimputáveis na fase sintomática, parcialmente imputável quando parcialmente curados e imputáveis quando totalmente curados), outros pensam que são inimputáveis sempre. Na lei civil em geral são considerados incapazes. 
Transtorno Bipolar (Psicose Maníaco-Depressiva): Estado mental cíclico, com crises de excitação psicomotora e estado depressivo, isoladas, combinadas ou alternadas, de intensidade, duração e disposição variáveis, sem maior repercussão sobre a inteligência. São incapazes, pela lei civil, durante as fases de depressão e excitação maníaca, ou quando a doença evoluir sem intervalos de lucidez. Quando à imputabilidade, serão semi-imputáveis ou inimputáveis (dependendo da fase da doença).
Paranoia: Transtorno mental marcado por permanentes concepções delirantes ou ilusórias que permitem manifestações de autofilia (amor a si mesmo, de caráter patológico) e o egocentrismo, conservando-se claros o pensamento, à vontade e as ações. O paranoico tem alto conceito de si próprio. Devem ser incluídos como inimputáveis, pelo tratamento de que podem dispor, e pelo prejuízo que lhes podem trazer o cárcere. Boa parte das vezes serão relativa ou absolutamente incapazes, pela lei civil.
Personalidades Psicopáticas: Melhor chamadas atualmente como Transtorno específico da Personalidade (“personalidades anormais”). Estado psíquico capaz de determinar profundas modificações do caráter e do afeto, na sua maioria de etiologia congênita. A inteligência se mantém normal ou acima do normal. Defende-se que sejam semi-imputáveis, ficando sujeitos à medida de segurança por tempo determinado e tratamento médico-psiquiátrico. A capacidade civil é conservada em vários grupos dessas personalidades, com exceção dos casos mais graves e ostensivos. 
Aula XV
21/11/2013
Identificação Médico-Legal 
- Requer conhecimentos médicos. É feita pelo médico legista.
- Quando? Mediante solicitação de uma autoridade competente (é uma perícia).
- Em quem ou no que? Pessoas vivas, cadáveres íntegros, partes do corpo, restos humanos carbonizados, esqueletos completos, partes ósseas isoladas, para diferenciar restos humanos de animais. 
- Pode ser efetuada quanto a: Espécie, raça, sexo, idade, estatura, sinais particulares, Identificação pelos dentes, outros(impressões digitais, DNA, auxilio laboratorial).
Identificação quanto a ESPECIE: distinguir restos humanos de restos de animais. 
Ossos: morfologia, dimensões, canais de Havers (microscópicos: são em menor número e mais largos no ser humano), reações biológicas.
Sangue: confirmar (cristais de Teichmann). Forma e dimensão dos glóbulos sanguíneos, presença ou não de núcleos. Reações sangue-soro.
Identificação quanto a RAÇA: cinco tipos: caucásicos, mongólicos, negros, indianos e australóides:
Forma do crânio
Índices cefálico (largura/comprimento do crânio)
Ângulo facial
Outras medidas (ex: relações mmss/mmii)
Cor da pele, tipo de cabelo (sinais éticos de valor). 
Identificação quanto ao SEXO: Podem ser solicitadas perícias tanto em vivos como em mortos.
No vivo:
Hermafrodismo (muito raro): o mesmo individuo tem testículos e ovários. 
Pseudo-hermafrodismo: Tem testículos ou ovários (é homem ou mulher), mas os órgãos genitais tem conformação semelhante à do sexo oposto. O pseudo-hermafrodita masculino externo (85%): só os órgãos genitais externos parecem femininos. Pseudo-hermafrodita feminino externo (o segundo em frequência).
Transexualismo: distúrbio de idade sexual. Os elementos físicos são de um sexo e o comportamento psicológico é do sexo oposto. 
Em uma perícia para identificação do sexo nos casos citados anteriores, o perito pode fazer os seguintes exames: Inspeção da genitália externa (vulva, lábios vaginais, testículos, bolsa escrotal).Verificação da genitália interna (próstata, útero, ovários, trompas). Exame dos cromossomos (homem: 44XY e mulher: 44XX). Pesquisa nos núcleos das células da cromatina sexual (corpúsculos presentes de forma expressiva nas células femininas). Dosagem hormonais: hormônios masculinos ou femininos?Avaliação psicológica 
	Identificação quanto ao SEXO no morto: poderia ser necessária uma perícia, por exemplo, em restos cadavéricos, em carbonizados, em cadáveres putrefeitos... Em despojos cadavéricos incompletos (sem a presença de órgãos genitais externos), observar: útero ou próstata. Na ausência deste: disposição dos pêlos, pomo de adão, volume das mamas, estrias gravídicas no abdômen. Em esqueletos ou peças do esqueleto: graus de certeza > ossos da bacia: 95%, crânio: 92%, bacia e crânio: 98%, bacia e ossos longos: 98%. Importante: confrontar as peças encontradas em outras análogas da raça e sexo conhecidas.
Identificação quanto à idade:
Vida intrauterina: Morfologia, estrutura fetal (ecografia obstétrica)
Após nascer: aparência, presença ou não de rugas; presença ou não de pelos pubianos, calvície e canície (cabelos brancos); número de dentes; atrofias gengivas; radiografia de ossos. 
Ainda na idade, vida provável: estimativa de vida que teria determinada vítima (dados estatísticos de longevidade, considerando o ambiente geográfico, entre outros).
Identificação quanto a estatura:
 Quanto dispõe-se apenas de ossos, os melhores para a identificação são os ossos longos 
Identificação através de sinais particulares:
Tatuagens 
Cicatrizes
Nevus
Verrugas
Manchas
Fraturas ósseas antigas 
Malformações de nascença
Malformações adquiridas...
Identificação quanto aos Dentes: principalmente em carbonizados, esqueletizados desconhecidos, vítimas de catástrofes.
Para tal deve-se ter uma ficha dentária anterior, para comparar com a arcada dentária que esta sendo examinada.
A federação dentária internacional adotou um sistema padronizado de numeração e descrição das peças dentárias.
Outros métodos de identificação: impressão digitais, informática, DNA. 
Com relação ao DNA: é material genético básico de cada individuo, e pode ser pesquisado em sangue fresco ou dessecado, fragmentos de tecido humano, traços de sêmen, fios de cabelo em bulbo.
A probabilidade de duas pessoas apresentarem DNA iguais é de 1 para 10 trilhões (uma estimativa aproximada da população da Terra para o ano de 2005 é de aproximadamente 9,5 bilhões de pessoas.

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