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Em primeiro lugar, vamos tentar entender o que é um resumo.
(por: Eduardo Zurc)
O resumo é um trabalho, normalmente,  solicitado por professores em instituições de ensino superior. 
Trata-se  de  uma  síntese  que pode ser feita a  partir  da leitura de uma obra ou parte dela.   Ou seja, depois de ler  (e reler)  um determinado texto,  deve-se selecionar  as idéias principais do autor e apresenta-las de forma reduzida.
Resumir é, portanto, reduzir um texto sem distorcer o seu conteúdo.
Um bom resumo deve observar:
    • o assunto do trabalho;
    • o objetivo do texto;
    • a articulação das idéias;
    • as conclusões do autor da obra resumida;
    • ser redigido em linguagem objetiva;
    • não apresentar juízo crítico; (exceto no resumo crítico)
    • ser inteligível por si mesmo (isto é, dispensar a consulta ao original);
    • evitar a repetição de frases inteiras do original;
    • respeitar a ordem em que as idéias ou fatos são apresentados.
Algumas dicas para elaborar um resumo:
    - Descobrir o plano da obra a ser resumida.
    - Entender: o que o autor pretende demonstrar?  De que trata o texto?
    - Ater-se às idéias principais do texto.
    - Distinguir as diferentes partes do texto, e entender suas articulações.
    - Identificar as palavras-chaves.
    - Finalmente, passa-se a redigir o resumo.
Segundo  a  Norma NBR 6028,  da   Associação  Brasileira  de Normas Técnicas, são três os tipos de resumo:
1 - Resumo Crítico:
Redigido por especialista, traz uma análise crítica de um documento. Também é chamado de resenha (ou recensão, quando analisa apenas uma determinada edição, entre várias);
2 - Resumo Indicativo:
Indica apenas os pontos principais do documento não apresentando dados qualitativos ou  quantitativos. De modo geral, não dispensa a consulta ao documento original.
3 - Resumo Informativo:
Informa ao leitor finalidades, metodologias, resultados e conclusões do documento, de tal forma que este possa dispensar a consulta ao documento original. 
Exemplo de resumo:
Amar se Aprende Amando
(Carlos Drummond de Andrade)
Publicado  em 2001,  Amar  se Aprende  Amando  é  uma coletânea,  preparada  por Ivan Junqueira,  de poemas  que  Carlos Drummond de Andrade,  o melhor poeta  da Literatura Brasileira,  produziu  entre as décadas de 60 e 80,  momentos finais de sua existência.  Seu organizador seguiu uma tese clara na sua seleção:  buscar  textos  em  que  o  tema  não  estivesse  ligado  ao grandioso, ao metafísico,  mas ao pequeno,  ao  cotidiano.  Na opinião do estudioso,  a qualidade  do fazer poético  do vate  mineiro seria suficiente para dar seiva valiosíssima aos diversos textos do livro.   De fato,  Drummond tem capacidade para tanto;  no entanto,  há  momentos  em que,  pelo  menos na obra  em questão,  não se obteve tal êxito.
Não se quer dizer que a obra não tenha valor.   Pelo contrário,  há vários pequenos tesouros que justificam sua leitura.  O que mais chama a atenção é o tom prosaico de seus versos.   É como se estivéssemos diante de um cronista tecendo poemas inspirados pelo jornal que diariamente lê. 
Dividido em três partes, a segunda, “O Convívio Ideal”, mostra-se a mais fraca.  É composta de poemas em homenagem  a  pessoas  do  convívio  ou  da  admiração do poeta,  como  Pedro Nava,  Ziraldo  ou Alphonsus de Guimaraens.  São, portanto, poesia de circunstância, o que os enfraquece.  Quem está de fora  do contexto pessoal,  como é o caso  da maioria dos vestibulandos  que se  debruça sobre a obra, acaba deslocado, alheio, afastado de boa parte do valor dos textos.
Ainda assim,  há instantes  em que o espírito do poeta  mostra-se  o salvador da pátria.  É o caso de “A Kiss, un Baiser,  un Bacio”,  em que o último termo do título estabelece uma brincadeira com o nome do homenageado, Stefan Baciu. Ou mesmo “Tintim para Luís Martins”,  em que se explora a musicalidade da sílaba  “tim".   Aliás,  aqui e ali encontram-se  ousadias  no  trato com  a linguagem,  principalmente  no emprego de neologismos. Lógico, são mais fracas se comparadas às realizadas na época de iconoclastia de Alguma Poesia, mas são dignas de nota.
Boa é a segunda parte, “Carta de Guia (?) de Amantes”. Já tem em sua abertura um famoso poema, que circulou  pela  internet  graças  a  uma corrente  de  e-mails:  “Reconhecimento do Amor”.  Nele não se comemora  o  amor explosivo,  espetacular,  mas  o que se mostra de forma calma,  amadurecida.  Essa característica fica marcada pela maneira como o eu-lírico chama sua amada:  amiga.  Essa tranqüilidade do amor fruto  do convívio,  não da desequilibrada  paixão,  perpassa todos os poemas desse trecho do livro. Até o erotismo, quando surge, em nada é chulo, mas limpo, claro, sem deixar de ser direto.
Sobra,  felizmente,  espaço  para  as  elaborações  poéticas.   É  só  observar como  em “Lema do Amor Romântico”,  em que, em meio a um andamento  popular e  quase folclórico  das redondilhas  maiores, o poeta exibe virtuosidades de linguagem e de raciocínio. Pegue-se, por exemplo, a segunda estrofe:
“Atirei um limão n’água
e caiu enviesado.
Ouvi um peixe dizer:
Melhor é o beijo roubado.”
O último verso, um clichê,  ganha graça pela associação que se pode fazer entre “roubado” e a maneira como o limão cai, “enviesado”.  É exercer um toque de Midas, pois a matéria simples acaba-se tornando rica.
Mas há também espaço para o tom clássico,  como  em “Epitalâmio”.  Drummond demonstra, pois, um amplo domínio poético, dando-se bem em versos brancos e rimados,  metrificados e livres. Essa proeza vai se mostrar sobretudo na terceira parte do livro, “Alegrias e Penas por Aí”.
O próprio título dessa subdivisão carrega vários  significados. A expressão “por aí”  dá um ar de despretensão, de coloquialidade. Já “penas” tanto está ligada ao ato de escrever quanto ao sofrimento do eu-lírico ao se defrontar com os problemas de seu tempo. 
Essa dor de viver seu momento é captada em “Relatório de Maio”, em que os eventos ligados ao famoso maio de 68,  entre “violão e violência” (note que  sonoridade belíssima  e inteligente),  são relatados por meio de imagens fortes e ricas.
Por sua vez, o termo “alegrias” indica o tom humorístico comum em boa parte da produção do poeta. 
Aliás,  a utilização desse ingrediente  é responsável pelos pontos máximos do livro, principalmente nos poemas curtos, sintéticos, a lembrar os limeriques ingleses  ou mesmo os epigramas, poemas-pílulas de final surpreendente,  típicos do seu início de carreira e do Primeiro Tempo do Modernismo (1922-30). É o caso de “Miniversos”, “Microlira” e “Textos Mínimos”. Valem o livro todo.
Além desse aspecto, na terceira parte o olhar de cronista do autor assume uma nova conotação. Ganha um aspecto crítico  ao  condenar a anestesia  que tomou  o homem urbano,  que  se perdeu em ilusões inúteis, sem prestar atenção  aos mais belos e verdadeiros ideais ligados à experiência de vida,  no seu sentido  mais puro.  É o  que percebemos em poemas  que infelizmente chegam  próximo do panfletário, como  “Liquidação de Inverno”  ( a condenar  o  caráter  descartável  que  nossa  existência assumiu ), “Conversa com o Lixeiro” ( em que a típica ironia  drummondiana  se manifesta )  e  “A Excitante Fila do Feijão”.
Sua visão  questionadora,  na realidade,  pode  ser  enxergada como  saudosista,  já que prega um ideal desaparecido,  em que tínhamos tempo para prestar ao que estava ao nosso redor, para aproveitar uma praça, uma rua, uma tradição.   O que se vê hoje é um desrespeito  a todos esses elementos preciosos, que tem tornado os nossos centros urbanos em anticidade,  para aproveitar expressão criada pelo pró- prio poeta.
Em suma,  Amar  se  Aprende  Amando não é obra da altura de  Alguma Poesia,  A Rosa do Povo e Claro Enigma. Mas possui ainda o caráter, a verve do poeta, justificando sua leitura.
[exemplo retirado de: http://www.feranet21.com.br]
http://www.caminhosdalingua.com/Resumos.html

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