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rafaelfighera prevalencia de doencas em gatos de abrigo

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA 
LABORATÓRIO DE PATOLOGIA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVALÊNCIA DE DOENÇAS EM GATOS DE 
ABRIGOS NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE 
DO SUL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE PESQUISA 
Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária - Doutorado 
Área de concentração: Clínica e Cirurgia Veterinária 
 
 
 
 
 
 
 
Doutoranda: Ana Paula da Silva 
Orientador: Rafael Fighera 
 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, RS, Brasil 
2015 
 
 
2 
 
1 IDENTIFICAÇÃO 
 
 
1.1 Identificação do projeto 
 
1.1.1 Título do projeto 
 
Prevalência de doenças em gatos de abrigos da Região Central do Rio Grande do 
Sul (GAP CCS 041794) 
 
1.1.2 Executor 
 
Ana Paula da Silva, Médica Veterinária, aluna de doutorado do Programa de Pós-
graduação em Medicina Veterinária da UFSM, área de concentração em Clínica e 
Cirurgia Veterinária (matrícula 201460479). Hospital Veterinário Universitário (HVU), 
Ramal: 8167; E-mail: apsvet@hotmail.com 
 
1.1.3 Equipe de trabalho 
 
1.1.3.1 Orientador 
 
Rafael Fighera, Médico Veterinário, Doutor, Professor Adjunto III do Departamento 
de Patologia Veterinária da UFSM – CCS (SIAPE 2583800). Laboratório de 
Patologia Veterinária (LPV), Ramal: 8168; E-mail: anemiaveterinaria@yahoo.com.br 
 
1.1.3.2 Colaboradores 
 
Mariana Martins Flores, Médica Veterinária, aluna de doutorado do Programa de 
Pós-graduação em Medicina Veterinária da UFSM, área de concentração em 
Patologia e Patologia Clínica Veterinária (matrícula 201361233). Laboratório de 
Patologia Veterinária (LPV), Ramal: 8168; E-mail: marianamflores@yahoo.com.br 
 
3 
 
Monique Togni Martins, Médica Veterinária, aluna de doutorado do Programa de 
Pós-graduação em Medicina Veterinária da UFSM, área de concentração em 
Patologia e Patologia Clínica Veterinária (matrícula 201361114). Laboratório de 
Patologia Veterinária (LPV), Ramal: 8168; E-mail: moniquetognimartins@gmail.com 
 
Flávia Serena da Luz, Médica Veterinária, aluna de mestrado do Programa de Pós-
graduação em Medicina Veterinária da UFSM, área de concentração em Patologia e 
Patologia Clínica Veterinária (matrícula 201560619). Laboratório de Patologia 
Veterinária (LPV), Ramal: 8168; E-mail: flavinha.sl@hotmail.com 
 
Renata Dalcol Mazaro, aluna do curso de graduação de Medicina Veterinária da 
UFSM (matrícula 201111873). Bolsista PIBIC junto ao Laboratório de Patologia 
Veterinária (LPV), Ramal: 8168; E-mail: renatamazaro92@gmail.com 
 
Marcia Cristina da Silva, Médica Veterinária, Doutora, Professora Substituta do 
Departamento de Patologia Veterinária da UFSM – CCS (2139058). Laboratório de 
Patologia Veterinária (LPV), Ramal: 8168; E-mail: marcias@hotmail.com 
 
1.1.4 Local de Execução 
 
Laboratório de Patologia Veterinária (LPV), prédio 97 B, Ala 5, Hospital Veterinário 
Universitário (HVU), Centro de Ciências Rurais (CCR), Universidade Federal de 
Santa Maria (UFSM). Ramal: 8168 
 
 
2 RESUMO 
 
 
Gatos que vivem em abrigos tendem a apresentar uma alta prevalência de doenças 
infecciosas devido a fatores de estresse como superlotação, inadequadas condições 
sanitárias, má nutrição e ausência de programas de vacinação. Entretanto, ainda 
não se tem dados sobre a prevalência das principais doenças em gatos de abrigos 
na Região Central do Rio Grande do Sul. Diante disso, este estudo tem por objetivo 
4 
 
determinar a prevalência de doenças em felinos provenientes de diferentes abrigos 
para gatos da região. Para tanto, os gatos serão submetidos à avaliação clínica 
completa e colheita de amostras de sangue para hemograma, bioquímica sérica e 
testes rápidos para FIV e FeLV; pelos para cultivo fúngico; e cerúmen auricular para 
análise parasitológica e citológica. Nos casos de óbito, os gatos serão submetidos à 
necropsia. Os resultados dos exames físicos e laboratoriais serão agrupados de 
acordo com o sistema orgânico acometido, a fim de estabelecer um diagnóstico 
clínico em cada caso. Com base nos dados clínicos, laboratoriais e 
anatomopatológicos obtidos de gatos de abrigos da nossa região, esperamos 
fornecer subsídios diagnósticos aos Clínicos de Pequenos Animais, além de gerar 
conhecimento acerca da apresentação clínica das doenças neste modelo de 
população. 
 
Palavras chave: Doenças de gatos. Abrigos. Felinos. Medicina de abrigos. 
 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
3.1 Abrigos de animais 
 
Abrigos de animais são domicílios privados que alojam gatos abandonados, 
os quais são mantidos no local por períodos indefinidos, mas, geralmente, de forma 
permanente (PEDERSEN; WASTLHUBER, 1991). Esses locais são considerados 
sistemas de criação intensiva, onde a exposição, a susceptibilidade e a transmissão 
de doenças infecciosas acabam por serem amplificadas. Nos Estados Unidos, 
estimou-se que oito a dez milhões de animais foram alojados em abrigos durante o 
ano de 2014 (PESAVENTO; MURPHY, 2014). 
Muitas razões socioeconômicas e culturais contribuem para o aumento no 
abandono de animais e, consequentemente, em um maior número de animais 
abrigados. Quase sempre, o intuito inicial de um abrigo é o acolhimento, ou seja, 
providenciar um lar provisório às vítimas de alguma forma de maus-tratos. Contudo, 
com o excesso de animais errantes, os protetores obrigam-se a abrigar um número 
5 
 
consideravelmente maior de animais do que a estrutura permite acomodar. 
Interessantemente, em geral, protetores que abrigam animais em suas casas 
apresentam um perfil semelhante: são mulheres adultas ou idosas, solteiras, que 
com frequência dedicaram à vida em função de felinos abandonados (PEDERSEN; 
WASTLHUBER, 1991). Em sua grande maioria dispõem de limitados recursos 
financeiros para o manejo adequado do abrigo (FOLEY, 2012). 
 
3.2 Medicina de abrigo 
 
Historicamente, o papel do médico veterinário em abrigos de animais era 
limitado à realização de cirurgias de esterilização e ao tratamento dos doentes. Além 
disso, a elevada prevalência de doenças infecciosas e a dificuldade na socialização 
de alguns indivíduos resultavam em um grande número de eutanásias, prática muito 
utilizada nesses casos, tanto como solução para o controle de doenças como para a 
superlotação (POLAK et al., 2014). 
A medicina de abrigo é uma área recente na veterinária, que integra 
conhecimentos multidisciplinares de epidemiologia, imunologia, infectologia, 
comportamento animal e humano, manejo populacional e saúde pública, e que tem 
como objetivo manter a saúde e o bem estar de uma população de animais e de 
pessoas (NOLEN, 2014; STEVENS; GRUEN, 2014). Surgiu como disciplina 
curricular no ano de 1999, na Cornell University, nos Estados Unidos, e na mesma 
década foi incorporada ao plano de estudos de outras universidades americanas. 
Em 2001, Dra. Kate Hurley, pioneira no trabalho com animais de abrigo nos EUA, 
fundou a primeira residência em Medicina Veterinária de Abrigo, que em abril de 
2014 foi reconhecida como especialidade pelo Conselho Americano de Clínicos 
Veterinários (American Board of Veterinary Practioners). Atualmente, a Associação 
de Veterinários de Abrigos (The Association of Shelter Veterinarians) norte-
americana conta com 700 médicos veterinários e a especialidade faz parte do 
currículo de 22 universidades (NOLEN, 2014). 
No Brasil, a medicina do coletivo em animais de companhia ainda é pouco 
difundida. A maioria das universidades sequer apresenta disciplinas que abordem o 
tema e somente uma pequena parcela de médicos veterinários tem alguma 
especialização ou experiência naárea de medicina de abrigo. Consequentemente, 
os animais de abrigos são abordados individualmente, e não como membro de uma 
6 
 
população ou parte de um “rebanho”. O desenvolvimento desta especialidade como 
componente da ciência veterinária reflete uma variedade de tendências, mas, 
principalmente o desejo de buscar alternativas para a eutanásia de cães e gatos 
abandonados. 
 
3.3 Doenças em gatos de abrigos 
 
3.3.1 Fatores predisponentes 
 
Os principais fatores de risco para doenças infecciosas incluem os aspectos 
ambientais e aqueles relacionados à imunidade do hospedeiro. Os dois fatores de 
risco ambientais mais importantes em abrigos de gatos são o número total de 
animais e a densidade populacional, ou seja, o número de gatos por espaço unitário. 
Outras características intrínsecas ao ambiente compreendem alojamento, nutrição, 
taxa de introdução de novos gatos, condições sanitárias, fluxo e qualidade do ar, 
controle de parasitas, estação do ano e clima, fatores que alterados, isolados ou 
somados, levam a estresse. Quanto às características do hospedeiro, a faixa etária, 
o estado reprodutivo, a raça e a presença de doenças concomitantes são fatores 
que predispõe o surgimento de certas infecções (FOLEY, 2012). 
Durante milhões de anos, os felinos domésticos evoluíram a fim de adotar um 
estilo de vida solitário, tornando-se predadores territoriais solitários (MÖSTL et al., 
2013). Dessa forma, a situação em um ambiente com muitos gatos (acima de cinco) 
(FOLEY, 2012), não é propícia para o bem estar da espécie. O estresse gerado pela 
aglomeração (ruídos, odores, temperatura, visão de outros gatos e potencial de 
agressão) é considerado uma importante causa de imunossupressão, que pode 
induzir recrudescência ou exacerbação de sinais clínicos de doenças específicas 
(PEDERSEN; WASTLHUBER, 1991; MÖSTL et al., 2013), uma vez que o estado de 
portador é comum em determinadas infecções nos felinos (HURLEY, 2005). 
A elevada densidade populacional não apenas aumenta o risco de doenças, 
mas também gera situações de estresse (SCARLETT, 2006). O estresse crônico em 
populações de gatos pode originar graves problemas comportamentais como 
agressividade, ansiedade, micção e defecação em locais impróprios (PEDERSEN; 
WASTLHUBER, 1991). O Conselho Consultor Europeu em Doenças de Felinos 
(ABCD: European Advisory Board on Cat Diseases), sugeriu a manutenção de no 
7 
 
máximo três gatos por recinto, caso contrário, o risco de infecção cruzada 
aumentaria dramaticamente (MÖSTL et al., 2013). Outra recomendação para o 
alojamento de felinos é de um espaço mínimo de 1,67 m2 por gato, com no máximo 
10 gatos por grupo (KESSLER; TURNER, 1997). 
A dinâmica de entrada e saída de gatos aumenta o risco de transmissão de 
doenças infecciosas e parasitárias, incluindo algumas zoonoses. Essa diversidade 
de origens, somada geralmente a alta densidade populacional (aglomeração), faz 
dos abrigos um local propício para ocorrência de doenças infecciosas. Além disso, 
comumente alguns gatos resgatados já ingressam doentes ou, devido à 
imunossupressão causada pelo estresse gerado pelo abandono, predispostos a uma 
infecção (PESAVENTO; MURPHY, 2014). 
De acordo com Möstl et al. (2013), as doenças infecciosas são de fácil 
disseminação e de difícil prevenção em abrigos pelos seguintes motivos: presença 
de gatos persistentemente ou latentemente infectados por agentes infecciosos; alta 
rotatividade de animais e aceitação de novos indivíduos; escassez de recursos 
financeiros; ausência de programas de vacinação e testes para doenças infecciosas; 
politica de não realização de eutanásia e desconhecimento de medidas básicas de 
manejo e higiene. Além disso, estudo realizado por Pesavento e Murphy (2014) 
sugeriu que ambientes com superlotação, como os abrigos de animais, podem 
contribuir para a evolução e o surgimento de novos patógenos ou alterações na 
virulência daqueles já enzoóticos. 
As principais infecções observadas em gatos de abrigos são as do trato 
respiratório superior, as intestinais, as cutâneas e as retrovirais. (POLAK et al., 
2014). Segundo Pedersen e Wastlhuber (1991), certas doenças podem ser 
consideradas “indicadoras de saúde em gatis” e incluem rinotraqueíte infecciosa 
felina, clamidiose, peritonite infecciosa felina (PIF), otoacaríase, puliciose e 
dermatofitose, sendo que a persistência ou a recorrência dessas afecções implica 
em problemas de manejo, pois algumas apresentam caráter crônico e/ou difícil 
tratamento (FOLEY, 2012). 
 
3.3.2 Doença do trato respiratório superior 
 A doença do trato respiratório superior, também denominada complexo 
respiratório felino, é a síndrome infecciosa de maior prevalência em gatos 
agrupados. Os agentes etiológicos envolvidos, em ordem decrescente de 
8 
 
importância, incluem o herpesvírus felino tipo I (HVF-1), o calicivírus felino (CVF), 
Mycoplasma spp. e Bordetella bronchiseptica (FOLEY, 2012). Chlamydophila felis, 
embora possa causar sinais respiratórios, é atualmente considerado um patógeno 
predominantemente conjuntival (GASKELL et al., 2004). Alguns vírus, como o da 
influenza aviária (H5N1), mesmo que apenas raramente possam induzir sinais 
respiratórios superiores em felinos, também são descritos e, neste caso específico, 
apresentam potencial zoonótico (THIRY et al., 2009). 
A rinotraqueíte infecciosa felina (causada pelo HVF-1) e a calicivirose felina 
(causada pelo CVF) são as doenças do complexo de maior morbidade, podendo 
ocorrer de forma aguda ou crônica e recorrente (GASKELL et al., 2004; 
BANNASCH; FOLEY, 2005). Em um estudo realizado em um abrigo na Bélgica, a 
prevalência da infecção pelo CVF e HVF-1 foi de 20,1% e 33,1%, respectivamente, e 
a co-infecção foi detectada em 10% dos casos (ZICOLA et al., 2009). Polak et al. 
(2014) caracterizaram 27% (n=1.368) dos gatos examinados em quatro grandes 
abrigos americanos com sinais clínicos de infecção do trato respiratório superior. 
Os sinais clínicos mais comuns do complexo respiratório felino incluem 
depressão, inapetência, febre, espirros, corrimento nasal, conjuntivite, salivação 
decorrente de gengivite, faucite, estomatite ou glossite, e linfadenomegalia 
(GASKELL et al., 2004; FOLEY, 2012). Embora haja uma considerável sobreposição 
entre os sinais clínicos induzidos por cada patógeno, e muitas vezes co-infecção, é 
possível uma distinção entre os mesmos com bases clínicas. A maioria das cepas de 
CVF induz ulcerações na cavidade oral (lesões consideradas típicas de calicivirose), 
enquanto manifestações respiratórias e oculares tendem a ser mais leves. Espirros, 
secreção nasal e ocular estão associados, com maior frequência, à infecção pelo 
HVF-1, sinais também relatados em gatos infectados por Bordetella bronchiseptica 
(GASKELL et al., 2004). A apresentação clínica de sinusite crônica, ocasionalmente 
com destruição dos turbinados, pode ser decorrente de infecção pelo HVF-1 ou 
CVF, seguida de infecção bacteriana secundária (FOLEY, 2012). 
Do mesmo modo que ocorre com outras espécies de herpesvírus, quase a 
totalidade dos gatos que se recupera da rinotraqueíte aguda torna-se portador, visto 
que, o vírus permanece latente no gânglio trigêmeo. O estado de portador constitui a 
sequela normal da rinotraqueíte infecciosa felina e se caracteriza por períodos de 
latência, em que não há vírus detectável, alternados com episódios de disseminação 
viral (reativação), a qual ocorre normalmente após períodos de estresse e, 
9 
 
eventualmente, com manifestações clínicas leves (recrudescência) (GASKELL et al., 
2012). Em alguns casos, os sinais de infecção do trato respiratório iniciam cerca de 
uma semana após a chegadado felino no abrigo, possivelmente como resultado da 
recrudescência do HVF-1 em um indivíduo portador que sofreu estresse pela 
introdução em um novo ambiente (SCARLETT, 2006). 
Com relação ao CVF, o estado de portador é definido como o gato que 
continua a disseminar o vírus por mais de 30 dias após a infecção e ocorre 
principalmente em felinos de abrigos onde a doença é endêmica. Apesar de muitos 
gatos tornarem-se portadores, apenas cerca de 10% apresenta a infecção 
persistente, com o restante sofrendo ciclos de reinfecção dentro do abrigo, seja com 
uma variante da mesma cepa ou diferentes cepas do vírus (GASKELL et al., 2012). 
O complexo respiratório dos felinos é considerado um importante problema 
em abrigos de gatos, que pode ter a incidência reduzida através da implementação 
de algumas estratégias de manejo como: adoção de protocolos frequentes de 
desinfecção; manutenção de ventilação adequada; redução do estresse; nutrição 
balanceada; programas de vacinação e utilização de sistemas de isolamento e 
quarentena de gatos recém-introduzidos (SCARLETT, 2006). 
 
3.3.3 Doenças gastrintestinais 
 
A diarreia constitui a principal apresentação clínica das doenças 
gastrintestinais em ambientes com muitos gatos e pode ser causada por vírus, como 
coronavírus felino (CoVF) e o vírus da panleucopenia felina (VPF); por bactérias, 
incluindo Salmonella spp., Campylobacter spp., Clostridium perfringens e 
Campylobacter jejuni, por protozoários dos gêneros Isospora, Giardia, 
Cryptosporidium, Tritrichomonas; ou por parasitas intestinais, mais comumente 
ascarídeos, ancilostomídeos e cestódeos (RUAUX et al., 2004; FOLEY, 2012; 
POLAK et al., 2014). 
A prevalência da infecção pelo CoVF é significativamente superior em 
ambientes com mais de seis gatos em comparação a gatos mantidos em grupos 
menores. Em abrigos com população superior a seis gatos, tal infecção é 
considerada virtualmente sempre presente (MÖSTL et al., 2013). A principal 
importância da infecção pelo CoVF é a relação entre este e as cepas causadoras da 
peritonite infecciosa felina (PIF), doença fatal caracterizada por vasculite 
10 
 
imunomediada multissistêmica, comum em ambientes com muitos gatos (RUAUX et 
al., 2004; ADDIE et al., 2009). O vírus é mantido na população pelos portadores 
crônicos e pela reinfecção de gatos infectados de forma transitória. O estresse 
induzido pela introdução em um abrigo aumenta a carga viral em 101 a 106 vezes 
(GREENE, 2012); assim, a redução do estresse em um ambiente de abrigo é 
fundamental para minimizar o desenvolvimento de PIF (MÖSTL et al., 2013). 
Gatos jovens, imunossuprimidos e aqueles que vivem em ambientes de 
aglomeração são os que apresentam maior risco de desenvolver doença 
gastrintestinal clínica, vista com frequência de forma enzoótica em abrigos. Em 
muitos casos, os felinos podem ser portadores assintomáticos de espécies de 
bactérias, protozoários ou parasitas entéricos, havendo maior probabilidade de 
desenvolvimento de sinais clínicos mediante estresse, co-infecção com outros 
patógenos intestinais ou presença de doença imunossupressora concomitante, 
como as infecções retrovirais (GREENE, 2012). 
 
3.3.4 Retroviroses 
 
O vírus da leucemia felina (FeLV, do inglês feline leukaemia virus) e o vírus 
da imunodeficiência felina (FIV, do inglês feline immunodeficiency virus) são 
retrovírus que causam infecções insidiosas, específicas de felinos domésticos e 
selvagens e geralmente se disseminam em populações de gatos (LEVY et al., 2008; 
HOSIE et al., 2009; LUTZ et al., 2009; FOLEY, 2012). 
Um estudo realizado por Levy et al. (2006) determinou a soroprevalência das 
infecções retrovirais em 18.038 gatos provenientes de 345 clínicas e 145 abrigos 
norte-americanos. Os resultados sugeriram que determinadas características como 
idade (adultos), sexo (machos), estado de saúde (doentes), estado reprodutivo 
(inteiros) e modo de vida (livre) estão associadas a um maior risco de infecções 
retrovirais, enquanto a esterilização e o modo de vida exclusivamente em ambiente 
interno estão relacionados com menores taxas de infecção. 
FIV é um retrovírus do gênero Lentivirus semelhante na estrutura, ciclo de 
vida e patogênese ao vírus da imunodeficiência humana (HIV). Os gatos infectados 
geralmente permanecem anos assintomáticos, sendo a maioria dos sinais clínicos 
secundários à imunossupressão e a infecções oportunistas. Manifestações clínicas 
típicas incluem estomatite crônica, principalmente gengivite, rinite crônica, 
11 
 
linfadenopatia, emagrecimento e glomerulonefrite imunomediada. A prevalência da 
infecção pelo FIV é particularmente alta em abrigos com gatos machos, inteiros e de 
vida livre (HOSIE et al., 2009), uma vez que o vírus se encontra em elevadas 
concentrações na saliva e a principal forma de transmissão é através da mordedura 
(LEVY et al., 2006). 
FeLV é um Gamaretrovírus que induz severa supressão do sistema imune em 
felinos. Em ambientes com muitos gatos que não apresentam medidas de controle 
da infecção pelo FeLV, 30-40% dos gatos tornam-se persistentemente virêmicos, 
enquanto 30-40% apresentam viremia transitória, 20-30% soroconvertem sem 
detecção de viremia e 5% exibem a forma atípica da infecção. O prognóstico dos 
gatos persistentemente virêmicos é ruim, pois a maioria desenvolverá doença clínica 
e, desses, 70-90% morrerá em 18 a 36 meses. Além da imunossupressão, o vírus 
também induz anemia e neoplasmas hematopoiéticos, principalmente linfoma, mas 
também leucemia, em gatos persistentemente virêmicos. Doenças menos comuns 
associadas à infecção pelo FeLV incluem anemia hemolítica, glomerulonefrite, 
poliartrite, enterite crônica, alterações reprodutivas e neuropatias periféricas (LUTZ 
et al., 2009). 
Nos últimos 30 anos, houve uma drástica redução na prevalência da infecção 
pelo FeLV em diversos países da Europa, situação atribuída à utilização de 
programas de testes diagnósticos e, principalmente, à introdução de vacinas efetivas 
(LEVY et al., 2006; LUTZ et al., 2009). Em contraste, a prevalência da infecção pelo 
FIV não mudou desde a descrição do vírus em 1986. A identificação e a segregação 
de gatos infectados constitui o único método efetivo na prevenção de novas 
infecções pelo FeLV e FIV (LEVY et al., 2008). 
 
3.3.5 Doenças cutâneas 
 
 A dermatofitose é uma doença cutânea infecciosa, altamente contagiosa e 
zoonótica, que acomete especialmente gatos alojados em ambientes de elevada 
densidade populacional e rotatividade como os abrigos (CARLOTTI et al., 2009; 
FRYMUS et al., 2013; POLAK et al., 2014). Aproximadamente 95% dos casos de 
dermatofitose felina têm como agente etiológico fungos da espécie Microsporum 
canis (M. canis). As infecções por Microsporum gypseum, Microsporum persicolor e 
12 
 
Trichophyton spp. já foram relatadas, mas não representam desafios terapêuticos 
em abrigos (MORIELLO; DeBOER, 2012). 
O estresse representa um dos principais fatores de risco para a infecção. 
Dentre outros fatores predisponentes estão: idade (filhotes e idosos), raça (Persa), 
presença de lesão cutânea prévia, climas quentes e úmidos e doença 
imunossupressora concomitante (PEDERSEN, 1991; MORIELLO; DeBOER, 2012). 
Em pesquisas realizadas com gatos abandonados e de abrigos, a prevalência do 
isolamento de M. canis foi maior nos abrigos localizados em regiões de climas 
quentes (MORIELLO et al., 1994). 
As lesões típicas de dermatofitose consistem de áreas circulares e regulares de 
alopecia, descamação e formação de crostas, podendo ser únicas ou múltiplas, 
localizadas principalmente na cabeça ou em qualquer local do corpo, incluindo 
extremidade distal dos membros e cauda(FRYMUS et al., 2013), havendo 
frequentemente comprometimento da região ungueal (PEDERSEN, 1991). Gatos 
com lesões evidentes representam uma pequena percentagem em uma colônia 
endêmica, pois muitos animais apresentam a infecção subclínica e outros são 
portadores assintomáticos de esporos do fungo nos pelos (MORIELLO; DeBOER, 
2012), o que, associado ao fato dos esporos permanecerem infectantes no ambiente 
por meses, torna a erradicação da doença difícil em abrigos (FRYMUS et al., 2013). 
Na Itália, foram obtidas amostras de 173 felinos abandonados sem doença 
dermatológica e 47% tiveram cultura positiva para M. canis, indicando infecção 
subclínica ou estado de portador desta zoonose (ROMANO et al., 1997). 
 Outras manifestações dermatológicas em gatos de abrigos são as infestações 
por ectoparasitas como pulgas (Ctenocephalides felis) e piolhos (Felicola 
subrostratus) que podem ocasionar intenso prurido e, consequentes lesões por 
autotraumatismo. Já o ácaro de ouvido, Otodectes cynotis, representa a principal 
causa de otite externa contagiosa em populações de felinos (PEDERSEN, 1991). 
Infestações por parasitas reduzem a habilidade do animal em sua resposta imune 
quando desafiados por algum agente infeccioso (HURLEY, 2005). As pulgas, além 
de causarem desconforto pelo prurido, podem facilitar a transmissão de agentes 
zoonóticos, como Bartonella spp. (FOLEY et al., 1998) e causar anemia, até mesmo 
fatal, principalmente em casos de infestações massivas em filhotes ou animais 
debilitados (PEDERSEN, 1991). 
 
13 
 
4 JUSTIFICATIVA 
 
 
 Nenhum estudo sobre medicina felina de abrigos foi conduzido em nosso meio 
e ainda carecemos de informações epidemiológicas sobre as principais doenças de 
gatos que vivem em populações na Região Central do Rio Grande do Sul. Os 
estudos existentes demonstram a realidade de abrigos em países desenvolvidos, os 
quais são padronizados, com frequência seguem normas sanitárias e inclusive são 
monitorados por médicos veterinários especialistas em medicina do coletivo. 
Entretanto, a realidade dos nossos abrigos difere completamente desses locais, não 
havendo estrutura e manejo necessários. Há uma escassez de pesquisas 
relacionadas a doenças infecciosas em gatos de abrigos, principalmente pela falta 
de apoio financeiro e dificuldade para investigações diagnósticas ou testes em 
propriedades privadas de populações alojadas nestes sistemas de confinamento. 
Com base nisso entendemos que um amplo estudo que aborde as principais 
doenças em gatos de abrigos possa trazer resultados relevantes do ponto de vista 
epidemiológico e auxiliar na elucidação da real importância de cada uma das 
diferentes doenças que ocorrem nestes locais, a fim de auxiliar clínicos no 
diagnóstico das doenças de gatos de abrigos em nossa região. 
 
 
5 METAS 
 
 
Em consequência do grande número de animais abandonados e do aparente 
aumento no número de abrigos existentes em nossa região, a meta desse projeto é 
gerar conhecimento acerca do tema (doenças de gatos que vivem em abrigos) a 
ponto de auxiliar clínicos de pequenos animais no diagnóstico das doenças que 
afetam essa parcela de população felina. 
 
 
 
 
14 
 
6 HIPÓTESE CIENTÍFICA 
 
 
Com base em nossa rotina diagnóstica atual e em estudos prévios realizados 
em outros países, acreditamos que na Região Central do RS as principais categorias 
de doenças em gatos de abrigos também incluam distúrbios do trato respiratório, 
doenças do sistema digestório, retroviroses e dermatopatias. 
 
 
7 OBJETIVOS 
 
 
7.1 Objetivo geral 
 
Estudar a prevalência de doenças específicas que acometem gatos que vivem 
em abrigos na Região Central do RS. 
 
7.2 Objetivos específicos 
 
Determinar a prevalência das principais doenças infecciosas que ocorrem em 
gatos de abrigos na Região Central do RS. 
Determinar os principais achados de exame físico em gatos considerados 
clinicamente saudáveis e naqueles sintomáticos. 
Correlacionar resultados de exames laboratoriais com as principais síndromes 
clínicas e doenças. 
 
 
8 METODOLOGIA 
 
 
Serão selecionados abrigos de gatos localizados na Região Central do RS para 
coleta de dados no período de março de 2016 a dezembro de 2017. Inicialmente 
será realizado contato telefônico com o representante de cada abrigo, a fim de 
15 
 
determinar o interesse e a disponibilidade para visita, bem como fornecer 
esclarecimentos quanto ao objetivo da pesquisa e procedimentos a serem 
realizados. 
Após a chegada ao abrigo, será solicitada uma breve inspeção no ambiente 
seguida de coleta de informações com o proprietário, referentes ao número de gatos 
abrigados, alimentação fornecida, estado reprodutivo, de saúde e de vacinação, 
histórico de doenças prévias ou sinais clínicos observados, uso de medicamentos 
terapêuticos ou profiláticos, modo de vida e rotina dos gatos e pessoas que residem 
no domicílio. Mediante a concordância do responsável todos os gatos e 
acomodações do abrigo serão fotografados. 
Os felinos serão identificados através de resenha conforme formulário 
elaborado para registro de dados (APÊNDICE A), que constará de nome do tutor, 
cidade de localização do abrigo, data, nome do gato, gênero, idade ou faixa etária, 
estado reprodutivo e coloração da pelagem, além dos achados obtidos na avaliação 
clínica. 
Exame físico completo será realizado de forma sistemática, avaliando-se 
inicialmente estado nutricional, estado de hidratação, coloração das mucosas e 
temperatura corporal. Na sequência, serão examinados cavidade oral, cavidade 
nasal, olhos, orelhas, pele e anexos, seguidos de auscultação cardiopulmonar e 
aferição dos parâmetros de frequência cardíaca e frequência respiratória, além de 
detalhada palpação abdominal e nodal. Nos casos em que se fizer necessária a 
contenção do gato para a execução do exame físico, será realizada anestesia com 
associação de cloridrato de quetamina1 10% (8 mg/Kg)-1 e cloridrato de xilazina2 2% 
(1 mg/Kg)-1, ambos administrados por via intramuscular profunda. 
Serão coletadas amostras de sangue para hemograma completo, bioquímica 
sérica, testes rápidos3 para detecção de anticorpos anti-FIV e antígenos do FeLV, e 
reação da polimerase em cadeia (PCR) para Mycoplasma haemofelis e M. 
haemominutum. Coleta de pelos para cultura fúngica e de cerúmen do conduto 
auditivo para exames citológico e parasitológico também serão realizadas. Nos 
casos de gatos que apresentarem lesões cutâneas visíveis, também serão 
realizados exame parasitológico e/ou citológico de pele. Dos gatos com lesões na 
 
1
 Cetamin injetável. Syntec. Santana de Parnaíba. SP. 
2
 Dorcipec injetável. Valée Produtos Veterinários. Montes Claros. MG. 
3 SNAP FIV/FeLV Combo. IDEXX Laboratories. Westbrook, Maine. EUA 
16 
 
cavidade oral, amostras obtidas através de suabe estéril serão utilizadas para 
citologia e encaminhadas para isolamento viral. Ao término da avaliação os felinos 
serão mantidos em caixas de transporte individuais, acolchoadas e monitorados até 
a completa recuperação anestésica. 
Amostras de fezes serão obtidas a partir das caixas de areia. Essas amostras 
serão encaminhadas para realização de exame parasitológico de fezes pelos 
seguintes métodos: exame direto, flutuação (em salina, com sulfato de zinco a 33% 
e com açúcar de Sheather), sedimentação (simples e centrifugado) e método de 
Baermann. 
Imediatamente após o retorno do abrigo, as amostras de sangue coletadas 
serão processadas no LPV-UFSM. O restante das amostras de soro e sangue será 
armazenado sob congelação em freezera - 20º C. 
Os resultados obtidos nos exames físicos e laboratoriais serão analisados e 
agrupados de acordo com o sistema orgânico acometido, a fim de estabelecer 
diagnósticos com base em sinais clínicos e/ou achados de exames complementares. 
Será solicitado aos proprietários dos abrigos que os gatos que venham a 
morrer nos meses seguintes a realização das visitas sejam encaminhados ao LPV-
UFSM para realização de necropsia e exame histopatológico, obtendo-se assim, 
maiores subsídios para fins diagnósticos e, consequentemente, melhoramento do 
manejo do abrigo. 
Este projeto será submetido à aprovação do Comitê de Ética no Uso de 
Animais (CEUA) da Universidade Federal de Santa Maria de acordo com Conselho 
Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA, 2008). 
 
 
9 POSSÍVEIS RESTRIÇÕES E SOLUÇÕES 
 
 
O número de abrigos e o número de gatos examinados por abrigo pode ser um 
fator limitante e interferir nos resultados encontrados. A fim de minimizar um possível 
baixo número de casos, o estudo tentará abranger o maior número de abrigos no 
período de trabalho proposto. 
17 
 
Espera-se encontrar restrições em relação à obtenção de dados 
epidemiológicos junto aos proprietários, especialmente naqueles abrigos com 
grande número de gatos. Apesar da intenção de obter informações detalhadas de 
cada indivíduo, isto nem sempre será possível, principalmente quanto à idade exata 
dos felinos e doenças anteriores à introdução no abrigo. Assim, poderá ser realizada 
uma estimativa da faixa etária, com base em dados como data de chegada e 
período de permanência no local e realização dos testes rápidos como forma de 
triagem. 
 
 
10 CRONOGRAMA 
 
Atividades para 2014 
 
Atividade Mês 
 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
1 x x x x x 
 
Atividades para 2015 
 
Atividade Mês 
 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
1 x x x x x 
2 x x x x x 
3 x x 
4 x x 
 
Atividades para 2016 
 
Atividade Mês 
 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
5 x x x x x x x x x x 
 
Atividades para 2017 
 
Atividade Mês 
 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
5 x x x x x x x x x x x x 
6 x x x x x x x x x x 
7 x x x x x X 
 
 
 
 
 
18 
 
Atividades para 2018 
 
Atividade Mês 
 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 
7 x 
8 x x 
 
1. Realização do projeto piloto 
2. Confecção do projeto 
3. Organização dos resultados parciais para exame de qualificação 
4. Período de qualificação 
5. Adequações do projeto, coleta de dados e padronização dos resultados obtidos conforme 
estabelecido na qualificação 
6. Elaboração dos artigos científicos 
7. Elaboração da tese 
8. Preparação para a defesa de tese 
 
 
11 ORÇAMENTO 
 
 
Quantidade Unidade Discriminação Valor 
unitário 
(R$) 
 
Total (R$) 
 
10 Caixa 100 unid. Agulha hipodérmica 25x7 16,00 160,00 
04 Frasco 1L Álcool etílico 98% 6,99 27,96 
04 Pacote 500 g Algodão hidrofílico 22,00 88,00 
10 Caixa 1 unid. Caixa transporte n.1 69,00 690,00 
05 Frasco 10 ml Cloridrato quetamina 10% 150,00 750,00 
02 Frasco 20 ml Cloridrato de xilazina 2% 32,00 64,00 
01 Frasco 500 ml Corante panótico rápido 42,00 42,00 
100 Frasco 80 ml Frasco coletor plástico 1,28 128,00 
10 Caixa 75 unid. Hastes flexíveis algodão 2,60 26,00 
30 Caixa 15 unid. Teste FIV/FeLV (IDEXX) 630,00 18.900,00 
01 Caixa 01 unid. Lâmina máquina tosa 40 130,00 130,00 
10 Caixa 50 unid. Lâmina para microscopia 4,90 49,00 
05 Caixa 100 unid Lamínula 24x50 6,20 31,00 
04 Caixa 100 unid. Luva de procedimento 22,50 90,00 
01 Caixa 01 unid. Máquina tricotomia 889,00 889,00 
05 Caixa150 unid. Seringa BD 3ml 68,00 340,00 
05 Caixa150 unid. Seringa BD 5ml 80,00 400,00 
05 Caixa 100 unid. Tubo hemograma 4 ml 45,00 225,00 
05 Caixa 100 unid. Tubo bioquímico 5 ml 68,00 340,00 
Total R$23,369,96 
 
19 
 
12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
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13 RESULTADOS E IMPACTOS ESPERADOS 
 
 
Com este projeto espera-se obter um levantamento completo das principais 
doenças que acometem de gatos que vivem em abrigos na região de abrangência 
22 
 
do LPV-UFSM e, com isso, auxiliar os Clínicos de Pequenos Animais no 
estabelecimento de suspeita clínicas nas populações de gatos e fornecer 
informações a respeito de medicina felina de abrigos. 
23 
 
APÊNDICE A - Ficha de identificação e avaliação clínica 
 
IDENTIFICAÇÃO: 
Proprietário: ___________________________________ Cidade:_____________ 
Data: ___/___/___ Gato (número): ____ Nome: ________________ Sexo:_____ 
Castrado: ________ Idade: _______ Padrão da pelagem: ___________ 
EXAME FÍSICO: 
Estado nutricional: _____________ Estado de Hidratação: Normal: ___ /Desidratação 
(%): ____ Coloração das mucosas: ________ Temperatura: ___ ºC 
Cavidade oral: 
_____________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
Cavidade nasal: 
_____________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
Olhos: 
_____________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
Linfonodos: 
_____________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
Pele: ________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
Orelhas: 
_____________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
Auscultação torácica: FC: ____bpm FR: ____ mov/min 
_____________________________________________________________________ 
Palpação abdominal: 
_____________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
Outras observações: 
_____________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________ 
24 
 
ANATOMIA DENTÁRIA DO GATO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOPOGRAFIA DAS LESÕES CUTÂNEAS

Outros materiais