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03 - Órgãos do Sistema Imune.pdf

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
ÓRGÃOS DO SISTEMA IMUNE 
 
As células do sistema imune estão organizadas em tecidos ou órgãos linfoides. 
Essas estruturas são denominadas linfoides porque as células que predominam no 
estroma são linfócitos; no entanto, outras células do sistema imune (macrófagos, células 
dendríticas e polomorfonucleares) e de outros sistemas (células epiteliais, endoteliais, 
fibroblastos) estão presentes, nesses órgãos, em menor proporção. 
 Os órgãos linfoides, de acordo com sua função, podem ser classificados em 
primários (geram e amadurecem células do sistema imune) ou secundários (local onde 
ocorre a reposta imune: encontro do antígeno com o anticorpo). Vale ressaltar que, uma 
célula é caracterizada fenotipicamente amadurecida quando apresenta seus marcadores 
celulares (como o TCH para o LT e BCH para o LB). Para isso, essas células precisam ser 
amadurecidas nos órgãos linfoides primários. 
 Órgãos linfoides primários: os linfócitos passam por processos de maturação e 
diferenciação. Os principais órgãos linfoides primários nos mamíferos são: a 
medula óssea e o timo. 
 Órgãos linfoides secundários: são os linfonodos (ou gânglios linfáticos), o baço, 
a própria medula óssea e os tecidos linfoides associados à mucosa (MALT, 
mucosal-associated lymphoid tissue). 
 
 
 
ÓRGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS 
 
MEDULA ÓSSEA 
 A medula óssea, popularmente 
conhecida como "tutano", é um tecido 
gelatinoso que preenche a cavidade 
interna de vários ossos e fabrica os 
elementos figurados do sangue periférico 
como: hemácias, leucócitos e plaquetas. 
A medula óssea é constituída por um 
tecido esponjoso mole localizado no 
interior dos ossos longos. É nela que o 
organismo produz praticamente todas as 
células do sangue: glóbulos vermelhos 
(Eritrócitos), glóbulos brancos 
(Leucócitos) e plaquetas (Trombócitos). 
Estes componentes do sangue são 
renovados continuamente e a medula 
óssea é quem se encarrega desta 
renovação. Trata-se portanto de um 
tecido de grande atividade evidenciada 
pelo grande número de multiplicações 
celulares. 
 No início da gestação, a 
hematopoiese é função do saco 
vitelínico. Semanas depois, o processo 
de geração das células do sangue passa 
a ser função do baço e fígado, para só 
depois, assumir a medula óssea repleta 
de steam cells. Ao nascer, a 
hematopoise acontece principalmente 
em nível da medula óssea. 
 
 
Arlindo Ugulino Netto. 
IMUNOLOGIA 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
2 
 
www.medresumos.com.br 
 
TIMO 
 O timo é um órgão linfático bilobulado que está localizado na porção 
anterossuperior da cavidade torácica. Limita-se, superiormente pela traqueia, 
a veia jugular interna e a artéria carótida comum, lateralmente pelos pulmões 
e inferior e posteriormente pelo coração. 
 Os lobos timicos são revestidos por uma cápsula de colágeno frouxo, 
que invade o interior do órgão, delimitando estruturas denominadas lóbulos. 
Esses lóbulos são formados por duas regiões distintas: a cortical e a 
medular. Na intersecção entre essas duas regiões, delimita-se a junção 
corticomedular. 
 No ambiente lobular, pelo contato com células do epitélio tímico, 
macrófagos e células dendríticas interdigitantes, percusores dos linfócitos T 
oriundos da medula óssea (denominados timócitos) são submetidos aos 
processos de maturação, seleção e diferenciação. 
 Durante o processo de maturação, os timocitos passam a expressar 
receptores específicos de antígenos (TCR, do inglês, T cell receptor) e outras 
moléculas, denominadas co-estimuladoras (CD3, CD4 e CD8), importantes 
nos mecanismos de ativação dessas células. 
O timo, que apresenta como função principal a maturação do LT, 
possui uma cápsula de tecido conjuntivo denso não modelado que dele 
partem septos que dividem os lobos em lóbulos. Cada lóbulo do timo é 
constituído por córtex e medula. 
 Córtex: é composto por um grande numero de linfócitos T (timócitos) que migram da medula óssea para a 
periferia do córtex, onde proliferam-se intensamente e tornam-se imunocompetentes. Além disso, o córtex possui 
macrófagos e células reticulares epiteliais. 
 Medula: caracteriza-se pela presença dos corpúsculos de Hassall (tímicos), que consiste no conjunto de 
células dendríticas e epiteliais dispostas de forma espiral. Todos os timócitos da medula são células T 
imunocompetentes. A função dos corpúsculos tímicos pode ser associada ao local de morte dos linfócitos T da 
medula. Encontra-se também, nessa região, vasos linfáticos e sanguíneos. 
 
A partir do momento em que os timócitos expressam os receptores de antígenos na membrana, esses são 
selecionados de acordo com a afinidade e o tipo de moléculas que reconhecem. Durante o processo de seleção, os 
timócitos passam pelo processo de diferenciação e se tornam LT auxiliares (LTh) ou LT citotóxico (LTc). 
 
OBS
1
: O linfócito T imaturo é marcado com CD44+. É por meio desse marcador que o mesmo é reconhecido para entrar 
no timo. Vale ressaltar também que todo LT, quando maduro, apresenta o CD3, ou seja, quando ele é citotóxico, 
apresenta CD3 e CD8, e quando ele é auxiliar, CD3 e CD4. 
 
MECANISMO DE MATURAÇÃO DO LT 
Os precursores dos linfócitos T (células CD44+), provenientes da medula óssea, chegam ao timo e, sob a 
influencia de fatores quimiotáticos derivados do epitélio tímico, instalam-se na região logo abaixo da cápsula (região 
subcapsular) e à medida que se tornam maduros, migram do córtex para a medula. A transição através dos vasos ocorre 
provavelmente pela associação da molécula CD44, presente nos precursores de LT, a moléculas de hialuronato. 
Durante a migração no timo, as células são submetidas aos efeitos de hormônios tímicos (timopoetina, tomisina-
α1 e timosina-β4, timulina e fator tímico humoral) e citocinas (IL-1, IL-2, IL-4 e IL-7) produzidos por células epiteliais 
tímicas e passam a proliferar e expressar moléculas de membrana. 
Quando chegam da medula óssea, essas células precursoras não apresentam moléculas de membrana típicas 
de LT, ou sejam CD3- CD4- CD8- (triplo negativas). As citocinas IL-7 e IL-2 parecem ser importantes na proliferação 
dessa população de timócitos imaturos, que dão origem a células CD3+ CD4+ CD8+ (triplo-positivas). Durante o 
progresso de maturação, as células CD3- CD4- CD8- deixam de expressar CD44 e passam a expressar CD25, o que as 
leva a proliferar sob estímulo da IL-2 (fator de crescimento LT). 
Além disso, temos dois tipos de TCR conhedicos: 
 TCR-1: apresenta uma cadeia gama (γ) e outra delta (δ) 
 TCR-2: apresenta uma cadeia alfa (α) e outra beta (β), mais comum no sistema linfático. 
 
As células que expressam TCRγδ maturam antes das que expressam TCRαβ e são menos dependente do timo, 
podendo maturar em locais extratímicos. O TCR, como sabemos, é o receptor de LT que reconhece moléculas do 
complexo de histocompatibilidade (MHC) de classe I ou II associadas a antígenos peptídicos. No entanto, enquanto o 
TCR-2 reconhece o MHC-peptídeo, o TCR-1, além destes complexos, reconhece fosfoaçúcares, fosfoésteres e outros 
antígenos não proteicos. De acordo com a capacidade dos linfócitos T (expressam TCR-2) em reconhecer complexos 
MHC-peptídeos, eles são selecionados e essa seleção é realizada em duas fazes: seleção positiva e seleção negativa. 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
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 Seleção positiva: à medida que os timócitos entram em contato com células epiteliais do córtex tímico (que sintetizam 
moléculas do MHC próprias associadas com peptídeos próprios oriundos das membranas celulares ou dos líquidos 
corporais), eles são selecionados com a avidez dos seus TCRs pelos complexos MHC-peptídeo. Os timócitos que 
apresentam TCR com um limite mínimo de avidez por esses peptídeos próprios são selecionados positivamente, ou 
seja, sobrevivem. Os que apresentam uma avidez alta morrem por apoptose para que, ao chegarem ao sistema, não 
ataquem célulasdo próprio organismo. Durante a seleção positiva, os LT CD3+ CD4+ CD8+ cujos TCR reconhecem o 
complexo MHC classe I-peptídeo passam a expressar CD8 porque essa molécula adere à molécula de classe I e um 
sinal é emitido nos sentidos do CD4 deixar de ser expresso e essas células tornam-se linfócitos T citotóxicos 
(CD3+CD8+). Da mesma forma, nos LT cujos TCRs reconhecem MHC classe II-peptídeo, a molécula CD4 adere à 
molécula de classe II e um sinal é emitido para que a CD8 deixa de ser expressa, e essas células tornam-se linfócitos 
T auxiliares (CD3+CD4+). 
 Seleção Negativa: os linfócitos que sobrevivem na fase de seleção positiva passam pela seleção negativa. Esse tipo 
de seleção pode ocorrer pelo contato dos TCRs dos timócitos com peptídeos apresentados tanto pelas células 
epiteliais tímicas quanto pelos macrófagos e células dendríticas interdigitantes. Nessa seleção, os TCRs que 
reconhecem com alta afinidade os complexos MHC classe I ou II e peptídeos morrem por apoptose; os que 
reconhecem com média afinidade, sobrevivem. Portanto, os timócitos CD4+CD8+ selecionados apresentam TCR que 
reconhece com média afinidade complexos formados pelas proteínas MHC classe I ou II associadas com peptídeos. 
Após o processo seletivo, essas células migram, pelos vasos sanguíneos e linfáticos presentes na região medular, 
para os órgãos linfoides secundários onde ocuparão regiões especificas de linfócitos T, denominadas regiões timo-
dependentes ou T-dependentes. 
 
 
No timo, portanto, há também um ensinamento ao linfócito T quanto à composição de peptídeos estranhos e 
próprios do organismo, de modo que o LT, ao sair do timo, seja treinado a diferenciar proteínas estranhas das 
produzidas pelo próprio organismo. 
 
 
ÓRGÃOS LINFOIDES SECUNDÁRIOS 
Os tecidos linfoides secundários são os que efetivamente participam da resposta imune, seja ela humoral ou 
celular. As células presentes nesses tecidos secundários tiveram origem nos tecidos primários, que migraram pela 
circulação e atingiram o tecido. Neles estão presentes os nodos linfáticos difusos, ou encapsulados como os linfonodos, 
as placas de Peyer, tonsilas baço e medula óssea. Devemos aqui destacar a medula óssea, que é órgão primário e 
secundário ao mesmo tempo. 
 
 
LINFONODO 
Linfonodos são órgãos pequenos em forma de feijão que aparecem no 
meio do trajeto de vasos linfáticos. Normalmente estão agrupados na superfície e 
na profundidade nas partes proximais dos membros, como nas axilas, na região 
inguinal, no pescoço, região esternal, etc. Também encontramos linfonodo ao redor 
de grandes vasos do organismo. Eles “filtram” a linfa que chega até eles, e 
removem bactérias, vírus, restos celulares, etc. 
São caracterizados por concentrar os folículos linfoides (LB) e as 
regiões intefoliculares (LT) ao longo dos vasos linfáticos, exercendo a função de 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
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filtração da linfa. Os linfonodos apesentam uma cápsula de colágeno que se estende em forma de trabéculas para o 
interior do órgão e às quais se associam fibras reticulares. A linfa entra nos linfonodos pelos vasos linfáticos aferentes, 
percorre pelos seios subcapsulares, corticais e medulares e sai do linfonodo pelo vaso linfático eferente. Ao longo dos 
seios, há um grande numero de macrófagos responsáveis pela fagocitose das partículas que entram no linfonodo com a 
linfa. Carreados pela linfa, também chegam aos linfonodos células dendríticas ou macrófagos que capturam antígenos 
na pele e nas mucosas. 
O parênquima do linfonodo é constituído pelas regiões cortical (concentrado de LB) e medular (concentrado de 
LT). A região cortical é subdividida em córtex superficial, onde estão os folículos linfoides, constituídos de LB e de 
células dendríticas foliculares, e em córtex profundo ou paracórtex (linfócitos T e células dendríticas interdigitantes). 
Na região medular estão presentes macrófagos, linfócitos, células dendríticas e, quando o linfonodo foi 
recentemente ativado, são encontrados os plasmócitos, linfócitos B secretores de anticorpos. 
 
 
BAÇO 
 Diferentemente dos linfonodos (que captam antígenos da linfa), o 
baço capta antígenos do próprio sangue. O baço é um órgão linfoide 
secundário presente no quadrante superior esquerdo do abdome e 
responsável pela remoção tanto de partículas estranhas do sangue como 
de hemácias e plaquetas envelhecidas. 
 O baço é revestido por uma cápsula de colágeno da qual se 
estendem fibras reticulares que formam o arcabouço do parênquima 
esplênico. A maior parte do parênquima é composta por cordões 
esplênicos celulares e uma rede de sinusoides/seios vasculares, 
preenchidos de sangue. Essa região é denominada de polpa vermelha. 
A outra parte do parênquima, que corresponde a 5-20% de massa 
esplênica, e está presente ao redor das artérias e arteríolas centrais, é a 
porção linfoide denominada de polpa branca. 
 A polpa branca está disposta ao redor das arteríolas formando o que se chama de bainha periarteriolar (PALS), 
composta de linfócitos T e células dendríticas interdigitantes; entre os LT estão presentes os folículos linfoides primários 
e secundários, compostos, como já mencionado, de LB e células dendríticas foliculares. Entre a polpa vermelha e a 
polpa branca, encontra-se uma região denominada zona marginal, onde estão os macrófagos e os linfócitos. Os 
macrófagos presentes na zona marginal são importantes na resposta a antígenos T-independentes, que são na sua 
maioria polissacarídeos complexos. 
 
 
TECIDOS LINFÁTICOS ASSOCIADOS A MUCOSAS (MALT) 
 São constituídos por infiltrações de linfócitos e nódulos linfáticos 
do trato gastrointestinal, respiratório e urinário. 
 GALT: está localizado no íleo (onde formam agregados 
linfáticos denominados Placa de Peyer), sendo constituídos por 
células B e T. 
 NALT: localizado na mucosa nasal. 
 SALT: localizado na pele. 
 DALT: localizados no ductos associados aos gânglios linfáticos. 
 BALT: localizados na parede dos brônquios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS
2
: Em resumo, temos: ao entrar no epitélio, o antígeno é fagocitado por células fagocíticas e o levam em direção a 
vasos linfáticos. Esses vasos se encarregam de levar o antígeno fagocitado em direção ao vaso aferente do linfonodo 
mais próximo. Neste linfonodo, por meio da apresentação antigênica, se inicia a reposta imune: reconhecimento, 
proliferação das células, síntese de proteínas como citocinas (que ativam e potencializam ainda mais a resposta para 
deletar o antígeno) e a formação de células de memória (que não reagiram à resposta, mas que obtiveram outros 
marcadores para responder futuras agressões). 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● IMUNOLOGIA 
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