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A usucapião familiar encontra-se previsto no artigo 1.240-A do Código Civil, inserido pela lei 12.424 de Junho de 2011, que regulamenta o “Programa Minha Casa Minha Vida”, esta nova modalidade visa garantir o direito à moradia para o cônjuge ou companheiro abandonado e sua família. A partir desse novo instituto o cônjuge abandonado poderá usucapir determinado imóvel no prazo de dois anos ininterruptos, desde que tenha preenchido todos os requisitos estabelecidos no artigo 1.240-A do Código Civil.
A intenção do legislador ao reduzir o prazo prescricional de 5 anos para 2 anos foi favorecer pessoas de baixa renda,  gerando várias discussões favoráveis e negativas no ordenamento jurídico, dentre outros questionamentos a respeito da referida temática.
 usucapião tem por fundamento unir a posse ao tempo. A posse é o fato objetivo, e o tempo, a força que transforma o fato em direito, pactuando os fenômenos jurídicos e físicos. Dessa maneira, o direito de propriedade na sua esfera subjetiva está no limite temporal, o proprietário inerte se desfaz da propriedade e assim o usucapiente apodera-se do imóvel. Portanto, fundamento, é a garantia de segurança e estabilidade da propriedade (DINIZ, 2010).
Observa-se que a usucapião tem a função de garantir a estabilidade da propriedade, sendo dever do proprietário utilizar o móvel ou imóvel, ainda que seja de forma indireta, caso contrário, o possuidor adquirir-lhe-á o bem pela usucapião.
Com relação a posse nos direitos reais, foram criadas duas teorias, a objetiva defendida por Ihering e subjetiva Savigny. Nestes termos, Gomes (2010) elucida a teoria de Savigny, sustenta que a posse supõe a existência de dois elementos fundamentais, inicialmente o corpus, elemento material que se traduz no poder físico da pessoa sobre a coisa. A segunda o animus, elemento subjetivo, representa a vontade de ter essa coisa como sua.
Ainda que se refira à teoria da posse, Ihering defensor da teoria objetiva, “entende que para constituir a posse basta o corpus, dispensando o animus e sustentando que esse elemento está ínsito no poder de fato exercido sobre a coisa ou bem” (DINIZ 2010, p. 36).
Sendo assim, a posse e a propriedade são coisas distintas, a posse é o poder de fato e a propriedade o poder de direito da pessoa sobre a coisa, sendo o proprietário constituído no cartório de registro de imóveis. Conforme o autor Assis Neto (2011), o Código Civil de 2002 adota a teoria objetiva, tendo como fundamento o art. 1.196: “Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”.
Contudo não há dúvidas que, o possuidor tem o pleno gozo e uso sobre o imóvel mesmo que não seja proprietário, durante o lapso temporal não poderá ter oposição da parte contrária, ou seja, o proprietário. O usucapiente deve atuar de forma mansa, pacífica e contínua até que crie direitos para usucapir. Já o proprietário tem a propriedade por direito, sendo absolutamente constituído em lei.
É importante ressaltar que “o registro imobiliário faz-se necessário com relação à sentença que decreta o usucapião apenas para regularizar o direito de propriedade e o ius disponendi” (VENOSA, 2014, p. 208).

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