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113GUIA PR`TICO DE UROLOGIA Capítulo 21 Rui Yamasaki Infecçıes UrinÆrias Inespecíficas Endereço para correspondência: Rua Duque de Caxias, 1.197 14010-020 - Ribeirão Preto - SP Tel.: (0--16) 635-9198 - Telefax: (0--16) 635-8407 E-mail: ryama@ keynet.com.br Introdução As infecções do trato urinário (ITU) constituem entidade clínica multifatorial da mais alta incidência na população e estão entre as infecções mais freqüentemente encontradas na prática médica. As infecções inespecíficas do trato genituri- nário são causadas principalmente por bactérias aeróbias Gram-negativas (por exemplo: Escherichia coli, Proteus mi- rabilis, Klebsiella sp, Enterobacter sp, Pseudomonas aerugi- nosa, Serratia sp, Morganella morganii, Providencia stuartii e outras), cocos Gram-positivos (por exemplo: Staphylococci, Streptococci grupos D e B, e outros) em menor extensão, por bactérias anaeróbias (por exemplo: Bacteroides fragilis, Peptostreptococci e outras) e por microrganismos que re- querem técnicas especiais para serem identificados (por exemplo: Chlamydia trachomatis, Ureaplasma urealyticum, Gardnerella vaginalis e outros). Conceito Conceitua-se infecção do trato urinário (ITU) quando ocorre colonização por agentes infecciosos, com invasão teci- dual, em qualquer parte do trato urinário. Definições Infecções urinárias complicadas Quando a infecção urinária ocorre em trato urinário anor- mal. Esta anormalidade pode ser anatômica, funcional ou metabólica e não apenas predispõe esta área a infecções mas pode alterar seu curso, tornando mais difícil a sua cura. Geral- mente o agente infeccioso é bem mais resistente, levando mais facilmente a recidivas e/ou a recorrências. O perigo adicional de sepse está sempre presente, e a morbidade e mortalidade é maior sobretudo nos pacientes idosos ou hospitalizados. Infecções urinárias não-complicadas Caracterizam-se por não detectar alterações anatômicas ou doenças associadas, sistêmicas ou não, que favoreçam ou potencializem a colonização ou a invasão infecciosa teci- dual. A ITU não-complicada é uma doença autolimitante, não ocorrendo implicações clínicas de maior gravidade como formações de abscessos ou mesmo invasão do parên- quima renal. Epidemiologia As ITUs ocorrem em todas faixas etárias em ambos os sexos. Mais freqüentes nas mulheres, pois sabemos que 10% a 20% delas apresentarão uma infecção em algum período de suas vidas. A prevalência de bacteriúria assintomática em mu- lheres grávidas varia de 2% a 7%, pois sabe-se que a gravidez modifica as manifestações e as seqüelas das infecções tanto no trato urinário superior como no inferior. Consideradas as principais causas de hospitalização e morbidade em crianças, as ITUs também são as responsáveis por uma quantidade sig- nificativa de estados febris não-explicados, em crianças abai- xo dos três anos de idade. Estudos retrospectivos estimaram que 0,3% a 1,2% dos bebês desenvolverão ITU sintomática durante o primeiro ano de vida. Relações entre determinadas enfermidades que poderão surgir durante a vida, como diabe- te, neuropatias, neoplasias, hipertrofias prostáticas e outras, certamente deverão ser encaradas como fatores pré-disponentes às ITUs. É importante levarmos em consideração que as ITUs não são fatos isolados e sim expressões de situações mais comple- xas que poderão desenvolver diversos tipos de evoluções. As bactérias são as principais responsáveis pelas ITUs, embora fungos, leveduras e vírus também possam produzi- las. A ITU é caracterizada por uma colonização de agentes infecciosos, com invasão tissular de qualquer estrutura do tra- to urinário. Etiologia Conforme referimos anteriormente, desde que o princi- pal agente etiológico da ITU seja bacteriano, devemos carac- terizar o número de bactérias por ml de urina para que o diag- nóstico seja mais preciso. Partindo do princípio de que urina é estéril, não devemos encontrar bactérias durante a sua coleta, 114 GUIA PR`TICO DE UROLOGIA porém a chance de contaminação no procedimento da coleta é signif icante. Assim, para diferenciar uma infecção verdadeira de uma contaminação, devemos considerar bacteriúria signi- ficante quando houver 100.000 bactérias ou mais por ml de urina coletada em condições de assepsia. Este conceito de bacteriúria é ainda aceito pela maioria dos autores, porém tem sido objeto de reavaliação. Estudos recentes têm sugerido que, especif icamente para infecções urinárias relacionadas a Es- cherichia coli e Staphylococcus saprophyticus, 100 colônias por ml de urina já seria indicativo de processo infeccioso em mulheres sintomáticas. Para homens com processo sintomáti- co, este número deveria ser pelo menos 1.000 colônias por ml, enquanto com o paciente com cateter urinário deve se aceitar 100 colônias por ml como indicador de infecção urinária. Na vigência de outras bactérias ou germes, sugere-se manter o critério de 100.000 colônias por ml ou mais. Em termos gerais, a freqüência de germes observados na ITU é universal e a predominância da Escherichia coli varia de 85% a 90%, porém é sempre útil lembrar as outras possibilidades etiológicas tais como vírus (adenovírus, varicela, herpes simples e zóster etc.), fungos (Candida albicans), dentre outros. As infecções adquiridas em hospitais freqüentemente envolvem os patógenos mais resistentes (por exemplo: Pseu- domonas aeruginosa, Serratia marcescens) e requerem para terapêutica agentes antimicrobianos parenterais. Devemos ressaltar as bactérias produtoras da enzima urea- se, sendo a espécie Proteus mirabilis a mais relacionada aos cálculos de estruvita, também denominados cálculos corali- formes. Outras bactérias produtoras de urease são: • Haemophilus influenzae, • Staphylococcus aureus, • Klebsiella pneumoniae, • Serratia sp, • Pseudomonas aeruginosa, • Staphylococcus epidermidis. Bacteriúria assintomática corresponde ao achado de um grande número de bactérias na urina (igual ou superior a 100.000 colônias por ml em duas amostras de jato médio), na ausência de piúria e sintomas clínicos. É comum em crianças do sexo feminino e ocorre em 1% a 7% das mulheres adultas. Fisiopatologia Podemos dividir didaticamente em quatro as principais vias de entrada da infecção urinária: • infecção ascendente; • hematogênica; • linfática; • extensão direta de outros órgãos. n Via ascendente É a mais freqüente e importante via de infecção, sen- do necessários vários fatores fundamentais para que ocorra a infecção vesical: colonização periuretral do patógeno proveniente da flora intestinal devido a fa- tores mecânicos, defecação, sudorese, higiene pesso- al etc. A colonização do vestíbulo vaginal e da uretra distal dependerá da competição com a flora local e do pH vaginal, que é muito influenciado pelo nível de estrogênios principalmente na ITU/cistite recorrente em mulheres menopausadas. O nível de IgA local, bem como a existência de fatores de aderência bacte- riana como fímbrias, adesinas e hemolisinas, partici- pa dos mecanismos iniciais deste processo infeccio- so. A uretra curta feminina é, sem dúvida, um dos fato- res permissivos deste mecanismo. No homem, a ure- tra relativamente mais longa traria maior dif iculdade a um refluxo uretrovesical, constituindo assim uma barreira para a infecção vesical. Vários estudos nos últimos anos confirmam que o intercurso sexual cons- titui um dos fatores mais importantes da ITU em mu- lheres. Para que a cistite se estabeleça, os fatores naturais de proteção (tais como a urina como um inibidor natural pela elevada hipertonicidade, pelo pH baixo e pre- sença de ácidos orgânicos; a presença de proteína de Tamm-Horsfall; o muco vesical; a secreção lo- cal de IgA e IgG; o fator hidroidráulico dinâmico da bexiga, entre outros) deverão ser ultrapassados. Para que este processo patológico se complete, deve- mos lembrar das característicasintrínsecas das bacté- rias. Neste sentido são vários os estudos relacionados à resistência bacteriana, principalmente em relação a Escherichia coli (fatores de aderência das bactérias ao urotélio, polissacarídeos K na cápsula, sorotipos específicos O:K:H da E. coli etc.). n Via hematogênica Não é comum e ocorre especialmente em situações específicas nas quais existem alterações da resistên- cia do paciente, doenças sistêmicas infecciosas ou em situações em que ocorrem alterações anatômicas ou funcionais nos rins (que são de caráter obstrutivo, in- tra e extra-renal) favorecendo a permanência da bac- téria. n Via linfática A ITU pelos canais linfáticos provavelmente ocorre, porém é rara. Permanece especulativa, não sendo possível carac- terizá-la de forma definitiva. Existem condições em que poderia ocorrer por via ascendente, da bexiga para os rins, por meio de capilares linfáticos periu- reterais. n Extensão direta por outros órgãos 115GUIA PR`TICO DE UROLOGIA Abscessos intraperitoneais, especialmente os associ- ados às doenças inflamatórias intestinais, doença in- flamatória pélvica em mulheres, abscessos paravesi- cais e fístulas do trato geniturinário (especialmente as fístulas vesicovaginais e vesicointestinais) podem proporcionar infecção do trato urinário por extensão direta destes órgãos. Classificação De acordo com a sua localização anatômica, podemos considerar em ITU baixa: a cistite, uretrite, epididimite, or- quite e prostatite (aguda e crônica), e ITU alta: corresponde às infecções que acometem os rins (pielonefrites). A classificação da ITU em baixa e/ou alta em assintomá- tica ou sintomática, complicada ou não-complicada e esporá- dica ou recorrente é de fundamental importância, já que a etio- logia, a escolha dos antibióticos a serem utilizados e o tempo de tratamento poderão variar consideravelmente. Com freqüência as ITUs se apresentam como infecções recorrentes que, apesar de mais comuns nas infecções com- plicadas, podem também ocorrer nas não-complicadas. Os episódios de recorrência podem se apresentar como recidi- va quando são ocasionados pela mesma cepa bacteriana. Na literatura atual ainda não temos um consenso sobre a definição de ITU recorrente, porém consideramos episódica quando se tem um número inferior a dois episódios em seis meses ou três episódios em um ano. É importante ressaltar que esta classif icação não inclui infecções crônicas das vias urinárias. Diagnóstico clínico Pacientes com ITU podem ser assintomáticos, mas ge- ralmente se apresentam com sintomas relacionados ao local e à gravidade da infecção. Sintomas que se correlacionam com a cistite são: disúria, polaciúria, urgência miccional, estrangúria e dor suprapúbi- ca; em geral não apresentam febre. Em alguns casos a hema- túria pode estar presente, especialmente quando a infecção é causada pelo Staphylococcus saprophyticus. Esses sintomas são dificilmente diferenciados daqueles que ocorrem na ure- trite, com exceção da hematúria, a menos que o paciente apre- sente corrimento uretral. Em crianças os sintomas de ITU são escassos, podendo ser a febre o único sinal apresentado. A pielonefrite aguda apresenta como sintoma: febre, calafrios, dor lombar ou no flanco e sintomas gerais como mal-estar, anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, mialgia e cefaléia. Estima-se que até 30% dos pacientes podem evo- luir com sinais de sepse. O diagnóstico diferencial deve ser feito com litíase renal, colecistite, apendicite e pneumonia de base. A prostatite aguda caracteriza-se por sintomas similares aos da cistite, porém o toque retal evidencia uma próstata do- lorosa e podendo estar aumentada de tamanho. Diagnóstico laboratorial A constatação de bacteriúria significativa é fundamental para o diagnóstico e o método de escolha é a urocultura quan- titativa. A amostra da urina pode ser obtida de três maneiras: jato urinário espontâneo, cateterização uretral ou através da punção aspirativa suprapúbica. A amostra obtida pelo jato espontâneo deve ser realizada após limpeza da genitá- lia e em mulheres e crianças apenas o jato médio deve ser considerado, uma vez que o jato inicial se encontra conta- minado por bactérias da mucosa vaginal ou prepucial. No homem adulto o jato inicial pode ser levado em considera- ção, pois pode refletir a presença de bactérias na uretra. Na suspeita de prostatite, a amostra deve ser coletada após mas- sagem prostática. Embora a coleta da urina através da cateterização uretral possa induzir bacteriúria, sabe-se que há redução dos riscos de contaminação da amostra a ser analisada. Com a amostra obtida pela punção suprapúbica elimina- se a possibilidade de contaminação, sendo este método utili- zado particularmente em crianças e em indivíduos incapazes de urinar voluntariamente, com riscos mínimos de complica- ção. Em pacientes com infecção causadas por Gram-negati- vos (com exceção da Pseudomonas) a bacteriúria pode ser de- monstrada pelo teste do nitrito. O nitrito é formado pela meta- bolização bacteriana do nitrato, que em condições normais não é encontrado na urina. O teste do nitrito positivo é alta- mente específ ico, porém sabe-se que sua sensibilidade é bai- xa, uma vez que requer que a multiplicação bacteriana ocorra no interior da bexiga. Lembramos que Gram-positivos e Pseu- domonas não produzem nitritos. Não há exame laboratorial específico para diferenciação entre cistite e pielonefrite. Os pacientes com pielonefrite po- dem apresentar elevação dos leucócitos, hemossedimentação e proteína C reativa. Um achado característico da pielonefrite aguda é a osmolaridade baixa, uma vez que o rim tem sua capacidade de concentrar a urina reduzida. As bactérias causadoras de pielonefrite podem formar imunocomplexos que podem ser detectados por técnicas de imunofluorescência indireta. Dentro das possibilidades, sempre fomos favoráveis à realização rotineira de urocultura, antibiograma e conta- gem de colônias em todas ITUs, antes de iniciarmos a tera- pêutica. Diagnóstico por imagem A avaliação radiológica raramente é indicada na fase agu- da da ITU. Exceções a essa regra ocorrem na suspeita de pro- cessos obstrutivos ureterais em pacientes com sinais de pielo- nefrite ou cistite recorrente, quando a análise radiológica é útil na identificação de anomalias anatômicas congênitas e/ou refluxo ureteral. Essas avaliações podem ser feitas através da ultra-sonografia, urografia excretora, uretrocistografia mic- cional, tomografia computadorizada e até, se necessário, a ressonância magnética. 116 GUIA PR`TICO DE UROLOGIA Principais causas de ITU A seguir, apresentaremos de maneira esquemática, de acordo com sua localização, as principais causas das ITUs encontradas na rotina diária: n Principais causas de disúria e polaciúria • Cistite aguda • Síndrome uretral • Cistite da lua-de-mel • Pielonefrite aguda (com ou sem cistite) • Irritantes uretrais • Vulvovaginites (com ou sem uretrites) n Infecções inespecíficas do rim • Pielonefrite aguda • Pielonefrite crônica • Pielonefrite xantogranulomatosa • Nefrite intersticial e necrose papilar • Abscesso renal intra-renal - Abscesso cortical renal (carbúnculo renal) - Abscesso corticomedular renal • Abscesso perinefrético n Infecções inespecíficas da bexiga • Cistite aguda • Síndrome uretral aguda na mulher • Cistite crônica n Infecções inespecíficas da próstata • Prostatite bacteriana aguda • Abscesso prostático • Prostatite bacteriana crônica • Prostatite não-bacteriana • Prostatite granulomatosa não-específ ica • “Prostatodinia” n Infecções inespecíf icas das vesículas seminais n Infecções inespecíficas da uretra masculina n Infecções inespecíficas do epidídimo • Epididimite aguda • Epididimite crônica n Infecções inespecíficas do testículo e escroto • Orquiteaguda Tratamento Após avaliação dos pacientes com ITU, é fundamental determinar quais pertencem à infecção complicada (necessi- tando na maioria das vezes de hospitalização) e não-compli- cada (podem ser tratados ambulatorialmente). A terapia antibiótica visa à resolução da bacteriúria, com conseqüente alívio sintomático, sendo que muitas vezes reali- zada empiricamente. Isto porque os pacientes com cistite são muito sintomáticos e não toleram o tempo suficiente até a chegada dos resultados de exames. Nos casos de pielonefrite, o tratamento deve ser iniciado precocemente na tentativa de se evitar que ocorram danos renais e também visando reduzir a possibilidade de uma evolução para sepse. Utilizam-se antibióticos que sejam capazes de resolver a bacteriúria, erradicando as bactérias existentes na urina. Por- tanto, é necessário que os antibióticos escolhidos sejam ex- cretados pela via renal, alcançando concentrações parenquimatosa e urinária adequadas. O conhecimento dos padrões de resistência aos antibióti- cos é de suma importância, principalmente quando se vão utilizá-los empiricamente. Durante a gravidez, recomenda-se dar preferência aos betalactâmicos (amoxicilina ou cefalexina), utilizando-os por cinco a sete dias devido à sua ef icácia antibacteriana, que nas ITUs é menor. Resumo de recomendações n A classificação ITU alta ou ITU baixa, assintomática ou sintomática, complicada ou não-complicada, es- porádica ou recorrente, é de fundamental importân- cia, já que a etiologia, a escolha dos antibióticos a serem utilizados e o tempo de tratamento poderão variar consideravelmente. n Bacteriúria é considerada significante quando encon- tramos na urina um número suficiente de bactérias que sugerem infecção ativa e não apenas contamina- ção. n Utilizam-se antibióticos que sejam capazes de resol- ver a bacteriúria, erradicando as bactérias existentes na urina. Portanto, é necessário que os antibióticos escolhidos sejam excretados pela via renal, alcançan- do concentrações parenquimatosas e urinárias adequa- das. 117GUIA PR`TICO DE UROLOGIA Diagrama de orientação n Anamnese n Exame físico n Classificação: ˜ ITU alta ....................... ITU baixa ˜ Complicada ................. Não-complicada ˜ Sintomática ................. Assintomática ˜ Esporádica ................... Recorrente n Exames complementares: v Urina (rotina) v Urocultura, antibiograma, contagem de colônias • Hemograma • Hemossedimentação • Proteína C reativa • Uréia • Creatinina • Diagnóstico por imagem n Terapêutica: v Medicamentosa (antibiótico) • Cirúrgica Legenda: v em todas as situações • em situações especiais Bibliografia recomendada 1. BACHELLER CD et al. Urinary tract infections. Medical Clinics of North America. 1997; 8: 719-30. 2. BONE RC. Gram-negative sepsis. A dilemma of modern medicine. Clin Microbiol Rev 1993; 6: 57. 3. DONOVAN MP, CARSON CC. 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