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181022112017 OAB2FASE PECAS PROC AULA 04 MAT APOIO (1)

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Peça Processual 
 
O Governador do Estado T divulgou uma “parceria” com a empresa privada “Acesso Já”, informando que a empresa 
passaria a promover cursos de informática para a população carente interessada, sem nenhum custo mensal. Joa-
quim, um dos assessores do Governador do Estado, desconfiado, passou a observar o funcionamento da empresa, 
e conseguiu ter acesso ao documento que fora formalmente assinado com a mesma. Percebeu que não se tratava 
de uma parceria, mas sim de um contrato celebrado entre eles sem que tivesse havido prévia licitação. Vale ressaltar 
que a empresa “Acesso Já” tinha como proprietário o filho do Governador, e que o contrato estipulava pagamentos 
mensais abusivos, sendo cada mensalidade de aluno equivalente ao dobro do valor cobrado por inúmeras escolas 
de informática das proximidades. Ademais, o contrato permitia o uso de prédios públicos para instalação das salas 
de aula, sem qualquer contraprestação. Joaquim lhe procura afirmando que, na qualidade de cidadão, sente-se no 
dever de tomar as devidas providências. 
 
Em face dessa situação hipotética, na qualidade de advogado (a) contratado (a) por Joaquim, redija a petição inicial 
da ação cabível, atentando, necessariamente, para os seguintes aspectos: a) competência do órgão julgador; b) 
legitimidade ativa e passiva; c) argumentos de mérito; d) requisitos formais da peça judicial proposta; e) tutela de 
urgência. 
 
Peça Redigida 
 
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ...Vara da Fazenda Pública da Comarca de... 
(pular aproximadamente 5 linhas em todas as petições iniciais) 
 
Joaquim, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão, portador do RG n°... e do CPF n° ..., 
endereço eletrônico ..., portador do título de eleitor n° ..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado 
infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, 
com fundamento nos termos do art. 5º, LXXIII da CRFB/88 e da Lei nº 4.717/65, vem ajuizar AÇÃO POPULAR em 
face do Governador do Estado T, Estado T e Empresa privada Acesso Já, com endereços... 
 
I – SÍNTESE DOS FATOS 
 
O autor, Sr. Joaquim, eleitor regular e ativo, assessor do Governador do Estado T, teve conhecimento de um con-
trato celebrado entre o Governador daquele estado e a empresa privada “Acesso Já”, que tem como objeto deter-
minada prestação de serviço que consiste na promoção de cursos de informática para a população carente do 
estado, sem qualquer custo. 
 
Ocorre que tal contrato fora formalizado sem observância ao procedimento licitatório devido, burlando o que deter-
mina a legislação, tendo sido amplamente divulgado pelo Sr. Governador do Estado T, ora Réu, como sendo uma 
suposta “parceria” entre o Estado e a citada empresa privada, não tendo sido divulgada a contratação formalmente 
celebrada, que inclusive estabelece pagamentos mensais abusivos. Ademais, o proprietário da empresa “Acesso 
Já” é filho do Sr. Governador e cada mensalidade de aluno, conforme estipula o contrato, equivale ao dobro do valor 
praticado no mercado por inúmeras outras escolas de informática na mesma localidade. 
 
Além do que, o contrato estabelece a possibilidade do uso de prédios públicos pela referida empresa, sem qualquer 
contraprestação, a fim de que sejam usados para instalação das salas de aula que serão ministradas a população 
carente, o que enseja a propositura da presente ação. 
 
II – LEGITIMIDADE ATIVA 
 
O autor gosta de participar ativamente da defesa da Administração Pública e está em dia com seus direitos políticos, 
conforme documentação anexa, portanto, satisfaz plenamente o requisito da cidadania, presente no art. 1º, § 3º da 
lei 4.717/65. 
 
III – LEGITIMIDADE PASSIVA 
 
 
 
 
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O polo passivo da Ação Popular é formado por um litisconsórcio passivo necessário, conforme estabelece os arts. 
1º e 6º da lei 4.717/65, daí porque todas as autoridades e empresa envolvidas e indicadas acima devem responder 
a presente ação. 
 
IV – PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA 
A tutela de urgência na Ação Popular está presente no art. 5º, § 4º, da Lei 4.717/65 e para muitos doutrinadores, 
trata-se de uma verdadeira tutela cautelar. 
 
A probabilidade do direito é comprovada mediante os fatos e documentos que acompanham a presente. 
Já o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo é evidente, tendo em vista que o contrato foi formalizado 
sem observância ao procedimento licitatório devido, causando evidentes prejuízos ao erário. 
 
V – FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 
O art. 5º, LXXIII, da CRFB/88 prevê que qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao 
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
 
A referida ação também se encontra regulamentada na Lei 4.717/65 e é um importante instrumento em defesa dos 
direitos difusos. 
 
Da análise do caso em tela, conclui-se que houve ofensa aos princípios da moralidade, legalidade e impessoalidade, 
tendo sido violado o disposto no art. 37, caput, da CRFB/88. 
 
No que tange a moralidade, se espera que a Administração Pública atenda aos ditames da conduta ética, honesta, 
exigindo a observância de padrões éticos, de boa-fé, de lealdade, de regras que assegurem a boa administração, 
estando ligada ao conceito de bom administrador. 
 
Pelo princípio da moralidade administrativa, não basta ao administrador o cumprimento da estrita legalidade, ele 
deverá respeitar os princípios éticos de razoabilidade e justiça, já que a própria moralidade é pressuposto de vali-
dade de todo ato administrativo. 
 
Houve, no presente caso, a contratação fraudulenta do serviço, sem a observância ao procedimento licitatório e, 
ainda, com evidente superfaturamento do preço, o que caracteriza afronta à legalidade e provoca grande lesividade 
ao patrimônio público, de acordo com o art. 37, caput e inciso XXI da CRFB/88. 
 
Ademais, conforme preceitua o citado dispositivo, ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, ser-
viços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de 
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, etc. 
 
Quanto à impessoalidade, esta busca impedir os atos administrativos que visem os interesses de agentes ou até 
mesmo de terceiros, buscando limites estabelecidos à vontade da lei, a um comando geral e abstrato. 
 
Por fim, conforme preceitua o art. 2º, “e” da Lei 4.717/65, são nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades 
mencionadas no art. 1º da referida lei nos casos de desvio de finalidade, o que ocorreu no presente caso. 
 
Na medida em que está presente o Governador do Estado T, o próprio Estado T e a Empresa privada Acesso Já, a 
presente ação está sendo ajuizada perante a Justiça Estadual, de acordo com o art. 5º, § 2º, 2ª parte da Lei nº 
4.717/65. 
 
VI – DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, requer-se: 
 
a) a concessão da tutela de urgência para determinar a suspensão do contrato administrativo; 
b) que seja julgado procedente o pedido para seja declarada a nulidade do contrato administrativo e a condenação 
dos responsáveis ao ressarcimento dos danos causados; 
c) a citação dos Réus nos endereços acima indicados; 
 
 
 
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d) a intimação do Representante do Ministério Público; 
e) a condenação dos Réus em custas e em honorários advocatícios; 
f) a produção de todos os meios de provas em direito admitidas; 
g) a juntada de documentos. 
 
Em cumprimento ao art. 319, VII, do CPC, o autor opta pela realização da audiência de conciliação ou de mediação. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00para efeitos procedimentais. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local... e data... 
Advogado 
OAB nº ... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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