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CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Há várias teorias que procuram quantificar os tributos no Brasil. Geraldo Ataliba defendia a Teoria Clássica (ou BIPARTIDA), dividindo os tributos, ainda que para fins didáticos, em 2 espécies: tributo não vinculado (IMPOSTO) e tributo vinculado a uma atividade estatal (TAXA). CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS O CTN (art. 5º) e a CF (art. 145) adotaram, por influência de pensamento prevalecente à época, a Teoria Tricotômica (ou TRIPARTIDA), segundo a qual os tributos são: IMPOSTOS, TAXAS e CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Todavia, o STF entende que são 5 (cinco) os tributos no Brasil, todos eles autônomos e adaptando- se plenamente ao art. 3º do CTN: CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS IMPOSTOS (art. 145, I da CF); TAXAS (art. 145, II da CF); CONTRIBUIÇÕES DE MELHORA (art. 145, III da CF); EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS (art. 148 da CF); CONTRIBUIÇÕES (art. 149 da CF). CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS D) EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS: Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Trata-se de um tributo pouco comum, que por aqui transitou com maior ênfase na década de 80. Dois casos: 1 - DL 2.047/83 (Empréstimo Calamidade): veio como adicional de IR. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 2 - DL 2.088/86: é o mais famoso do Brasil. Ele incidiu sobre consumo de combustíveis e aquisição de veículos. Veio como adicional de ICM. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Tais situações demonstram que o empréstimo compulsório é um tributo finalístico, não sendo relevante o fato gerador que lhe dará suporte, porquanto a ele não se aplica o art. 4º do CTN. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS A doutrina e o STF preferem considera-lo como tributo, tendo um traço característico e distintivo: restituibilidade (restituição corrigida e em dinheiro – não pode ser em cotas/títulos). CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Somente a UNIÃO poderá instituir empréstimos compulsórios. A instituição de empréstimo compulsório somente pode ser feita mediante LEI COMPLEMENTAR (não pode ser por Medida Provisória). CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Empréstimo Compulsório e Princípio da Anterioridade: O art. 150, §1º da CF indica que o inciso I do art. 148 é exceção às 2 anterioridades; o inciso II, por sua vez, respeita ambas. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Art.150 (...) § 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Dicas Especiais: 1 - O art. 15, III do CTN não foi recepcionado pela CF/88. Assim, é inconstitucional o empréstimo compulsório criado em face de conjuntura econômica e exija a absorção temporária de poder aquisitivo da moeda. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: I - guerra externa, ou sua iminência; II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. (não recepcionado pela CF/88) CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 2– O Parágrafo Único do art. 148 da CF proíbe o desvio de finalidade (tredestinação) no empréstimo compulsório. O comando foi introduzido na CF/88 em razão das experiências catastróficas anteriores. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Art. 148 (...) Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS C) CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA: Previsão Legal: art. 145, III da CF art. 81/82 do CTN. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...) III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Fato Gerador: Valorização imobiliária decorrente de uma obra pública. OBS: Deve haver um nexo de causalidade entre VALORIZAÇÃO e OBRA PÚBLICA. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Dicas: 1 - Rol de obras: art. 2º do DL 195/67 2 – No caso de desvalorização, não se cogita do tributo. Pode ser instituída por todos os entes da Federação (U, E, M e DF) – tributo federal, estadual ou municipal. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS OBS: Em regra, o tributo é municipal (ex: asfaltamento). A criação da contribuição de melhoria será através de Lei Ordinária, sempre. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Base de Cálculo: é o “quantum” de valorização experimentada pelo imóvel (e não o valor da obra). No contexto da base de cálculo, prevalece no Brasil o Sistema de Duplo Limite (ou Misto): CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS 1 – Limite Individual: parte-se da valorização individualmente detectada; 2 – Limite Total (ou Global): respeita-se o “teto” de valor gasto com a obra. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Pagaremos o tributo após a obra estar finda, uma vez que a obrigação tributária nasce com o fato gerador (“valorização”). STF: O recapeamento asfáltico não pode ensejar a contribuição de melhoria, pois se trata de dever de manutenção da via pública, remunerável comumente pelos impostos. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS B) TAXAS Previsão legal: art. 145, II, CF e 77 a 79 do CTN. Pode ser tributo federal, estadual ou municipal. A taxa sempre é criada por lei ordinária. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Por serem tributos, aplicam-se à taxa e à contribuição de melhoria os princípios constitucionais tributários. Fato Gerador: Temos dois tipos de fato gerador para as taxas: CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS - Taxa de serviço ou de utilização: o fato gerador é o serviço público; - Taxa de polícia ou de fiscalização: o fato gerador é o poder de polícia. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOSB.1) TAXA DE POLÍCIA Art. 78 do CTN. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS O poder de polícia é uma ação estatal de fiscalização que limita direitos e liberdadesindividuais em prol da coletividade. Ex: Taxa de alvará (de localização, de funcionamento); taxa de fiscalização ambiental. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS B.2) TAXA DE SERVIÇO: O serviço público que enseja a taxa deverá possuir 2 atributos indispensáveis, sob pena de se poderem cobrar outras prestações pecuniárias – tarifas ou impostos, por exemplo. São eles: serviço público ESPECÍFICO e DIVISÍVEL. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Específico: é o serviço prestado em uma unidade autônoma de utilização, identificando o sujeito passivo. (Serviço Público Singular ou “Ut Singuli”) Divisível: é o serviço quantificável, individualizável. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Há bons exemplos de serviços públicos que preenchem os requisitos acima, mas acabam estando inseridos no âmbito da tarifação. É o que se tem denominado “pseudotributação” (Roque Antônio Carrazza). Ex: luz elétrica, água, esgoto etc. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Importante: o Serviço Público Geral (Universal ou “Ut Universi”) – aquele que é prestado indistintamente à coletividade – não pode ensejar taxa no Brasil. Ex: segurança pública; limpeza pública de logradouros (varrição, capinação, limpeza de bueiro). CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS OBS: Não confunda a taxa de limpeza acima com a taxa de coleta de lixo (de resíduos). Taxa de coleta, PODE; taxa de limpeza NUNCA PODE. É o que dispõe a Súmula Vinculante nº 19 do STF. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Súmula Vinculante 19 – “A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção, tratamento ou destinação de lixo não viola o art. 145”. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Dica: Pagamos IMPOSTOS para o custeio dos serviços públicos gerais. Súmula 670 do STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS OBS: A EC 39/2002 trouxe o art. 149-A da CF, possibilitando a criação por lei ordinária de um tributo municipal (municípios e DF) denominado Contribuição para o Serviço de Iluminação Pública (COSIP ou CIP). Tal tributo poderá ser cobrado na conta de energia elétrica. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS A TAXA, como um tributo, não se confunde com uma TARIFA (espécie de PREÇO PÚBLICO), uma figura não tributária. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS A TARIFA ... - NÃO é tributo; - NÃO é compulsória; - NÃO depende de lei, mas sim de contrato; - NÃO se lhe aplicam os Princípios Tributários; - É receita originária (Direito Financeiro) Ex: tarifa de ônibus; zona azul etc. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS OBS: O PEDÁGIO já foi considerado uma TAXA pelo STF em determinado caso específico, mas é difícil enquadrá-lo nessa modalidade olhando para o sistema de pedágios atual do Brasil. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS A) IMPOSTOS: Os IMPOSTOS poderão ser criados por LEI ORDINÁRIA (maioria) ou por LEI COMPLEMENTAR (IGF – art. 153, VII, CF; e IMPOSTOS RESIDUAIS – art. 154, I da CF). Os impostos poderão ser: FEDERAIS, ESTADUAIS e MUNICIPAIS. CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS FEDERAIS (União): art. 153 da CF; ESTADUAIS (Estados e DF): art. 155 da CF; MUNICIPAIS (Municípios e DF): art. 156 da CF. Conclusão: ao DF competem os impostos ESTADUAIS e MUNICIPAIS (art. 155, caput e art. 147, Parte Final da CF). A este duplo poder que detém o DF, dá-se o nome de COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CUMULATIVA ou MÚLTIPLA. Título Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44
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