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Direito do consumidor e ética empresarial

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Prévia do material em texto

DIREITO DO 
CONSUMIDOR E 
COMERCIAL
Professora Esp. Monica Cameron Lavor Francischini 
Graduação
Marketing
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Coordenação de Sistemas
Fabrício ricardo Lazilha
Coordenação de Polos
reginaldo Carneiro
Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e 
Produção de Materiais
renato dutra
Coordenação de Graduação
Kátia Coelho
Coordenação Administrativa/Serviços 
Compartilhados
Evandro Bolsoni
Gerência de Inteligência de Mercado/Digital
Bruno Jorge
Gerência de Marketing
Harrisson Brait
Supervisão do Núcleo de Produção de 
Materiais
Nalva aparecida da rosa Moura
Supervisão de Materiais
Nádila de almeida Toledo 
Design Educacional
Fernando Henrique Mendes 
rossana Costa Giani 
Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
Editoração
daniel Fuverki Hey 
Thayla daiany Guimarães Cripaldi
Revisão Textual
Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini, Maria 
Fernanda Canova Vasconcelos, Nayara 
Valenciano, rhaysa ricci Correa e Susana Inácio
Ilustração
robson Yuiti Saito
 CENTro uNIVErSITÁrIo dE MarINGÁ. Núcleo de Educação a 
distância:
C397 
 direito do consumidor e comercial / Monica Cameron Lavor 
Francischini.. 
 reimpressão revista e atualizada, Maringá - Pr, 2014. 
 154 p.
“Graduação em Marketing - Ead”.
 
 1. direito consumidor 2. direito comercial . 3. Prescrição e deca-
dência 4. Ead. I. Título.
ISBN 978-85-8084-314-9
Cdd - 22 ed. 343.071
CIP - NBr 12899 - aaCr/2
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário 
João Vivaldo de Souza - CrB-8 - 6828
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. a busca 
por tecnologia, informação, conhecimento de 
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma 
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro universitário Cesumar – 
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir 
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a 
educação de qualidade nas diferentes áreas do 
conhecimento, formando profissionais cidadãos 
que contribuam para o desenvolvimento de uma 
sociedade justa e solidária” –, o Centro universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais 
e sociais; a realização de uma prática acadêmica 
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização 
do conhecimento acadêmico com a articulação e 
a integração com a sociedade.
diante disso, o Centro universitário Cesumar al-
meja ser reconhecida como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela 
qualidade e compromisso do corpo docente; 
aquisição de competências institucionais para 
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade 
da oferta dos ensinos presencial e a distância; 
bem-estar e satisfação da comunidade interna; 
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de 
cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está 
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal 
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual 
estamos inseridos. de que forma o fazemos? Criando 
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo. 
o Centro universitário Cesumar mediante o Núcleo de 
Educação a distância, o(a) acompanhará durante todo 
este processo, pois conforme Freire (1996): “os homens 
se educam juntos, na transformação do mundo”.
os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo 
competências e habilidades, e aplicando conceitos 
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. ou seja, estes materiais 
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos 
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser 
apenas geográfica. utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro universitário Cesumar lhe possi-
bilita. ou seja, acesse regularmente o aVa – ambiente 
Virtual de aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. além disso, lembre-se que existe uma equipe de 
professores e tutores que se encontra disponível para 
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de 
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
Professora Esp. Monica Cameron Lavor Francischini
advogada, Mestranda em direitos da Personalidade pelo uNICESuMar/
Pr, Pós Graduada em direito Público pelo uNICESuMar/Pr, Pós Graduanda 
em Ead e Novas Tecnologias pelo uNICESuMar/Pr, formada pela uniFMu 
CENTro uNIVErSITÁrIo daS FaCuLdadES METroPoLITaNaS uNIdaS/SP, e 
com experiência tanto na área jurídica (preventiva e contenciosa), como na 
área acadêmica.
A
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RE
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SEjA bEM-VINDO(A)!
olá, amigo(a) aluno(a)!
Este é o livro de dIrEITo do CoNSuMIdor E CoMErCIaL, que foi desenvolvido espe-
cialmente para você de forma a instruí-lo sobre o universo jurídico existente e ligado ao 
mundo dos negócios. 
Meu nome é Monica Cameron Lavor Francischini e fui a autora deste livro. Vou contar 
um pouquinho da minha vida profissional a você!
Cursei a faculdade de direito na cidade de São Paulo/SP, tendo me graduado no ano de 
2000. Fui inscrita na oaB (ordem dos advogados do Brasil) no ano seguinte, quando 
então me tornei advogada das áreas empresarial, tributária e atualmente também pre-
videnciária. 
Sou especialista em direito Público pelo Cesumar e docente desde o ano de 2006, tanto 
no ensino presencial quanto no ensino a distância (este último comecei em 2009). Como 
não estamos estudando a minha vida pessoal, vamos passar ao direito.
Nosso livro está dividido em CINCo uNIdadES e antes de entrarmos nas unidades em si, 
quero exemplificar a importância do direito, afinal este livro tem o objetivo de fornecer 
as bases necessárias para que você possa entender as matérias que serão estudadas e 
que servirão de alicerce para o exercício da sua futura profissão. 
apesar de não percebemos, o direito faz parte do cotidiano como, por exemplo, quando 
ligamos a torneira para escovar os dentes pela manhã, estamos utilizando um objeto de 
um contrato de prestação de serviços fornecido pela companhia hidráulica, ou então 
quando ligamos o abajur antes de dormir para estudar para a prova do dia seguinte, 
estamos utilizando um objeto de um contrato de prestação de serviços fornecido pela 
companhia de energia elétrica.
até a leitura deste livro faz parte do direito, afinal ele foi elaborado e entregue a você, 
acadêmico(a), em consequência de um contrato de prestação de serviços que vocêassi-
nou com a instituição de ensino.
Por isso que conhecer o funcionamento do direito é essencial para as tomadas de deci-
são na vida pessoal e profissional. E repito: este é o objetivo deste livro!
o primeiro questionamento que devemos nos fazer quando estudamos qualquer ramo 
do direito é: Qual o seu conceito e finalidade? o que é direito e por que ele existe? 
as respostas a estas perguntas estão na primeira unidade deste livro, assim como os 
principais conceitos trazidos pelo Código de defesa do Consumidor.
a nossa segunda unidade complementa a primeira e trata dos produtos nocivos, peri-
gosos e viciados, ensinando como devem estas mercadorias circular e a responsabiliza-
ção por danos causados aos consumidores.
Na unidade III entraremos em outro ramo do direito: o direito Comercial que estuda as 
ApresentAção
DIREITO DO CONSUMIDOR E COMERCIAL
8 - 9
relações jurídicas que surgem ao longo da “vida” da empresa.
Estas relações jurídicas surgem com o nascimento das pessoas jurídicas e se extin-
guem com seu encerramento ou dissolução, passando pelos principais pontos da 
vida negocial delas.
assim, a unidade III trata dos conceitos e institutos básicos do direito Comercial, 
inclusive sobre a propriedade industrial, assunto de extrema relevância para quem 
quer proteger sua invenção ou sua marca.
Já a unidade IV ensina sobre o direito societário, ou seja, iremos estudar desde o 
nascimento até a extinção das empresas, passando pelos principais tipos societários 
existentes hoje.
E, por fim, nossa última unidade irá nos levar ao mundo jurídico dos títulos de cré-
dito. Estes documentos escritos surgiram para facilitar a circulação de dinheiro com 
mais segurança e estão presentes no nosso dia a dia.
Com todo este conteúdo, eu acredito que você, acadêmico(a), terá uma ótima base 
jurídica para fundamentar suas decisões. Vamos em frente!
ApresentAção
sumário
8 - 9
uNIdadE I
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR
15 Introdução
16 Conceito de Direito 
17 ramos do Direito positivo 
18 Introdução ao Direito do Consumidor 
21 princípios do Código de Defesa do Consumidor 
23 relação Jurídica e sujeitos do Direito 
30 Direitos Básicos do Consumidor 
33 Instrumentos de Defesa 
37 Considerações Finais 
uNIdadE II
QUALIDADE DE PRODUTOS OU SERVIÇOS, PREVENÇÃO E REPARAÇÃO 
DE DANOS
43 Introdução
43 Qualidade do produto ou serviço 
45 responsabilidade Civil do Fornecedor 
53 prescrição e Decadência 
54 Da oferta 
55 publicidade 
58 Da Cobrança da Dívida 
sumário
10 - 11
59 proteção Contratual 
62 Considerações Finais 
uNIdadE III
O DIREITO COMERCIAL E SEUS INSTITUTOS bÁSICOS
67 Introdução
67 noções Históricas do Direito empresarial 
70 Conceito de empresário 
77 nome empresarial 
79 propriedade Industrial 
86 Considerações Finais 
uNIdadE IV
O EMPRESÁRIO UNIPESSOAL E AS SOCIEDADES EMPRESARIAIS
91 Introdução
91 o empresário Individual 
92 As sociedades e A sua nacionalidade 
93 Da personificação das sociedades 
94 sociedade em Comum 
95 sociedade em Conta de participação 
97 sociedades simples e empresariais 
sumário
10 - 11
98 Da sociedade em nome Coletivo 
99 Da sociedade em Comandita simples 
101 Da sociedade Limitada 
104 Da sociedade Anônima 
105 Da sociedade em Comandita por Ações 
106 Da sociedade Cooperativa 
107 simples nacional 
114 Da transformação, Incorporação, Fusão e Cisão Das sociedades 
115 Considerações Finais 
uNIdadE V
DIREITO CAMbIÁRIO
121 Introdução
121 teoria Geral do Direito Cambiário 
122 princípios do Direito Cambiário 
127 Classificação dos títulos de Crédito 
129 endosso 
130 Aval 
131 protesto 
132 Legislação Cambiária 
133 Letra de Câmbio 
sumário
12 - pB
137 nota promissória 
139 Duplicata Mercantil 
142 Cheque 
148 Considerações Finais 
151 Conclusão
153 Referências
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Professora Esp. Mônica Cameron Lavor Francischini
IntroDUção Ao DIreIto 
Do ConsUMIDor
Objetivos de Aprendizagem
 ■ apresentar conceitos de direito e suas peculiaridades.
 ■ Estudar a origem e os princípios do direito Consumerista.
 ■ definir o conceito de consumidor e fornecedor.
 ■ definir produtos e serviços.
 ■ Estudar os direitos básicos do consumidor.
 ■ Estudar os instrumentos de defesa destes direitos.
Plano de Estudo
a seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ as origens e o conceito de direito
 ■ ramos do direito Positivo: direito Público e Privado
 ■ Noções históricas do direito do Consumidor
 ■ Princípios do direito Consumerista
 ■ Conceito de consumidor e fornecedor
 ■ Conceito de produtos e serviços
 ■ os direitos básicos do consumidor e seus instrumentos de defesa
14 - 15
INTRODUÇÃO
Olá, querido(a) aluno(a)! Seja bem-vindo(a) ao Direito do Consumidor e 
Comercial.
Nesta unidade, iremos trabalhar as bases necessárias para que você possa 
entender a legislação consumerista. 
O Direito faz parte das nossas vidas, regula a sociedade desde o nascimento 
das pessoas até a sua morte. Diariamente nos envolvemos em relações jurídicas, 
por isso é necessário conhecer o seu funcionamento para a tomada de decisões. 
O Direito do Consumidor é um ramo do Direito diretamente ligado ao nosso 
cotidiano pessoal e profissional, afinal quem nunca teve um problema jurídico 
ao comprar, vender, cancelar ou transferir um produto?
Nesta unidade nós iremos tratar de alguns conceitos e aspectos históri-
cos do Direito geral, o nascimento do Direito do Consumidor e suas principais 
peculiaridades.
Peculiaridades essas que irão abranger os conceitos de consumidor e forne-
cedor para fins de utilização do Código de Defesa do Consumidor. Será que até 
as pessoas jurídicas podem se fundamentar nesta legislação quando são lesadas 
em uma compra de mercadorias? Quem se encaixa no conceito de fornecedor? 
Estas perguntas serão respondidas ao longo de sua leitura.
A definição de produtos e serviços, objetos estes que ligam os consumidores 
e fornecedores a uma relação jurídica, também será apresentada aqui.
E, por fim, iremos adentrar nos direitos básicos previstos pela legislação 
que visam a proteger o consumidor e os meios pelos quais ele pode exercê-los.
14 - 15
Introdução
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INTRODUÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
CONCEITO DE DIREITO
O homem é um ser que não vive sozinho, o que fez 
com que percebesse que viver em comunidade 
lhe trazia mais benefícios, e a partir de então 
constatou que se continuasse a viver sozinho, 
certamente pereceria.
Porém, o agrupamento humano trouxe con-
sequências, dentre elas, a necessidade de se criar regras de convivência, para 
que exista liderança, poder e distribuição de funções. É dentro desta ideia de 
convivência entre os homens, que surgem as normas e em relação ao seu des-
cumprimento as sanções.
Desta forma, verifica-se que “a finalidade do Direito se resume em regular 
as ações humanas, a fim de que haja a paz e prosperidade no seio social, impe-
dindo a desordem ou o crime” (FUHRER, 2007, p. 30).
Assim, pelo fato do homem ser eminentemente social, o Direito deve exis-
tir para assegurar as condições de equilíbrio da coexistência dos seres humanos, 
da vida em sociedade.
Na realidade, o conceito de Direito tem vários sentidos e significados, 
podendo ter, por exemplo, caráter de norma (o Direito Brasileiro proíbea pena 
de morte) ou de faculdade (o Estado tem o direito de cobrar impostos), por isso 
definir o seu conceito é extremamente complicado, havendo diversas conceitu-
ações ligadas a aspectos culturais e de evolução da sociedade.
Nos dias atuais, Miguel Reale (2002, p. 703) define o direito como uma “vin-
culação bilateral atributiva da conduta humana para a realização ordenada dos 
valores de convivência”. 
Assim, não há um consenso único sobre o conceito do Direito, podendo ser 
mencionado inúmeros conceitos de estudiosos e filósofos do assunto. Porém, 
para o estudo da nossa matéria é necessário ter em mente que Direito é o con-
junto de princípios, de regras e de instituições destinados a regular a vida humana 
em sociedade, ou seja, o conjunto de normas e princípios impostos pelo Poder 
Público organizado que limita a liberdade individual, mediante sanção, em favor 
da convivência pacífica em sociedade. Vou esclarecer!
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ramos do direito Positivo
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Trata-se de um conjunto, ou seja, de um composto de várias partes organiza-
das, que forma um todo, de maneira sistemática, possuindo princípios próprios 
(como qualquer outra ciência) ainda que estes não sejam exatos, e sua finalidade 
é regular a vida humana em sociedade, estabelecendo, para esse fim, normas de 
conduta, que devem ser observadas pelas pessoas, sendo assim fruto da própria 
natureza humana.
RAMOS DO DIREITO POSITIVO
O Direito é uno, mas para fins didáticos, 
bem como em razão de suas peculiarida-
des, as normas jurídicas são por assim dizer, 
selecionadas e agrupadas em ramos. Temos 
a divisão principal em Direito Público e 
Direito Privado.
O Direito Público regula as relações jurí-
dicas do Estado com outro Estado, ou as do 
Estado com os cidadãos quando procede 
em razão de seu poder soberano e atua na 
tutela do bem coletivo. As normas de ordem pública são as cogentes, de aplica-
ção obrigatória.
O Direito Público pode ser tanto interno (Nacional) como Internacional, 
sendo que o primeiro tem por objeto o Estado, suas funções e organização, bem 
como a ordem e a segurança interna, os serviços públicos e os recursos indis-
pensáveis a sua execução, tutelando assim o interesse do país. São exemplos o 
Direito Tributário e o Constitucional. Já o Internacional disciplina as relações 
e situações jurídicas em que são partes os Estados soberanos como os Tratados 
Internacionais.
O Direito Privado disciplina as relações entre os indivíduos como tais, nas 
quais predomina imediatamente o interesse de ordem particular. São as normas 
18 - 19
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR
Reprodução proibida. A
rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
I
de ordem privada ou dispositivas que vigoram enquanto a vontade dos interessa-
dos não convencionar de forma diversa, tendo, pois, caráter supletivo, podendo 
ser aplicado na esfera nacional ou internacional. São exemplos o Direito Civil 
e o Empresarial.
Você, acadêmico(a), deve estar se perguntando: e aonde se encaixa o Direito 
do Consumidor?
INTRODUÇÃO AO DIREITO DO CONSUMIDOR
O Direito do Consumidor é considerado um ramo novo do Direito, tendo sido 
desmembrado do Direito Civil. No Brasil iniciou-se na década de 70, conforme 
explica Sérgio Cavalieri Filho (2010, p. 07):
No Brasil, a questão da defesa do consumidor começou a ser discutida, 
timidamente, nos primórdios dos anos 70, com a criação das primei-
ras associações civis e entidades governamentais voltadas para esse fim. 
Assim, em 1974 foi criado no Rio de Janeiro, o Conselho de Defesa do 
Consumidor (CONDECON); em 1976 foi criada, em Curitiba, a Asso-
ciação de Defesa e Orientação do Consumidor (ADOC); 1976, em Por-
to Alegre a Associação de Proteção ao Consumidor (APC); em maio 
de 1976 pelo Decreto 7890, o Governo de São Paulo criou o Sistema 
Estadual de Proteção ao Consumidor e o Grupo Executivo de Proteção 
ao Consumidor, depois denominado de PROCON.
Mas o consumidor brasileiro, na verdade, só despertou para seus direi-
tos na segunda metade da década de 80, após a implantação do Plano 
Cruzado e a problemática econômica por ele gerada. A Constituição de 
1988, finalmente estabeleceu como dever do Estado promover a defesa 
do consumidor e ate um prazo para a elaboração de um código para 
esse fim. 
Ou seja, a Constituição Federal Brasileira de 1988 que é a lei fundamental do 
Estado, ocupando o ápice do ordenamento jurídico e que deve ser observada, 
acatada e respeitada por todas as outras normas existentes, determinou em seu 
artigo 5, XXXII que o Estado deveria promover a defesa do consumidor.
Em obediência a esta ordem constitucional e, também ao mandamento de que o 
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Introdução ao direito do Consumidor
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Congresso Nacional teria 120 dias para elaborar o Código (artigo 48 ADCT), foi 
que em 1990 foi publicado o Código de Defesa do Consumidor, tendo entrado 
em vigor 180 dias após a sua publicação.
No artigo 60, § 4 da nossa Constituição Federal, estão elencadas as cláusu-
las pétreas. a palavra pétrea vem de pedra, significando “duro como pedra”. 
Trasladando a etimologia da palavra para o campo constitucional, cláusula 
pétrea é aquela imodificável, irreformável, insuscetível de mudança formal. 
Tais cláusulas consignam o núcleo irreformável da Constituição.
assim, a forma federativa de Estado, o voto direto, secreto, universal e peri-
ódico, a separação dos poderes, os direitos e garantias individuais (como o 
artigo 5, XXXII), não podem sofrer mudanças (nem por emendas constitu-
cionais), porquanto são imodificáveis.
20 - 2120 - 21
a lei deve ser levada ao conhecimento de todos, e isto é feito mediante a publicação 
no diário oficial, desta forma, ninguém poderá alegar o seu descumprimento pelo não 
conhecimento da norma. 
a lei apenas surtirá efeitos após passar a vigorar, ou seja, sua força obrigatória está con-
dicionada a sua vigência, em geral, a própria lei define a data que entrará em vigor, caso 
não defina essa data, ela passará a vigorar 45 dias após a sua publicação (artigo 1º. da Lei 
de Introdução ao Código Civil). Esse período de tempo entre a publicação e a vigência 
da lei é chamado de vacatio legis. 
No Brasil existem 03 (três) regras sobre a entrada de uma lei em vigência:
a. de acordo com o art. 1º da LICC, uma lei passa a ter vigência após quarenta e cinco 
dias de sua publicação oficial, salvo disposição em contrário, dessa forma, se no 
próprio corpo da lei, não constar nada em contrário, a lei deve passar a ser cumprida 
após aquele prazo estabelecido.
b. a lei também pode entrar em vigência no ato de sua publicação, isso ocorre quando 
na própria lei vem estabelecendo que “esta lei entra em vigor na data de sua publi-
cação”, isso significa que se a lei foi publicada hoje, a partir desta data todos devem 
cumpri-la.
c. a lei determina um período maior ou menor para sua entrada em vigência, esse 
prazo vai depender da complexidade da norma, da mesma forma, no próprio corpo 
da lei vem estabelecendo “essa lei entre em vigência 10 dias após sua publicação”, 
ou, “essa lei entra em vigência 90 dias após sua publicação”. Como exemplo, o atual 
Código Civil que entrou em vigência 365 dias após sua publicação.
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Princípios do Código de defesa do Consumidor
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Essa legislação foi introduzida no ordenamento pátrio por meio de uma lei ordi-
nária: a Lei 8.078 de 11.09.1990 e antes de sua vigência eram aplicados às relações 
de consumo o Código Civil ou o Código Comercial. 
A criação do CDC foi de suma importância para o momento histórico e cul-
tural vivido, pois de um lado tinha-se o aumento da produção, do consumo e 
da contratação, fortalecendo os fornecedores destas mercadorias e serviços e de 
outro lado tínhamos o consumidor submisso.
Com isso, este código procurou equilibrar esta relação jurídica, estabele-
cendo deveres aos fornecedores e direitos aos consumidores, pelo fato de tratar 
exclusivamente das relações de consumo, ou seja, aquelas nas quais figuram 
como partes de um lado o consumidor de produtos ou serviços e de outro lado 
o fornecedor ou vendedor.
Assim, você, acadêmico(a), pode tirar suas próprias conclusões sobre o enqua-
dramento deste ramo do Direito (público ou privado), uma vez que a doutrina 
ainda não chegou em um consenso.
No ponto de vista de boa parte dos estudiosos do Direito, o Direito do 
Consumidor é uma disciplina transversal entre o direito privado e o direito 
público. Filio-me nesta corrente, pois o Código de Defesa do Consumidor é uma 
lei de função social que traz normas de direito privado, porém de ordem pública.
PRINCíPIOS DO CóDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
O Código de Defesa do Consumidor fundamenta-se na Política Nacional de 
Relações de Consumo que dispõe alguns princípios básicos na garantia da 
melhoria da qualidade de vida dos consumidores e coibindo os possíveis abu-
sos praticados pelos fornecedores (artigo 4 do CDC).
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RECONhECIMENTO DA VULNERAbILIDADE 
DO CONSUMIDOR
Este princípio é a base de todo o Código de Defesa do 
Consumidor ao reconhecer o consumidor como a parte mais 
frágil da relação jurídica. Esta fragilidade enfraquece uma das 
partes e desequilibra a relação.
Esta vulnerabilidade engloba o desconhecimento técnico do consu-
midor sobre o bem que está adquirindo ou o serviço que está contratando 
(vulnerabilidade técnica); a desproporção fática de forças intelectuais e 
econômicas do consumidor (vulnerabilidade fática) ou a inexperiência jurí-
dica sobre seus direitos e meios legais de satisfazê-los (vulnerabilidade jurídica).
Transparência
De acordo com este princípio, cabe ao fornecedor o dever de informar ao con-
sumidor o direito à informação.
Este dever nada mais é do que deveres instrumentais exigidos pela legislação 
para que fornecedores de produtos e serviços detalhem as informações perti-
nentes ao consumidor quanto à qualidade e quantidade de suas mercadorias.
Presença do Estado
Pelo fato da vulnerabilidade do consumidor nas relações de consumo, a presença 
do Estado nesse mercado torna-se necessária.
os Tribunais brasileiros já têm admitido a hipervulnerabilidade por doença, 
idade e necessidades especiais.
assim, produtos e serviços destinados a idosos, crianças, doentes ou com 
necessidades especiais devem guardar parâmetros mais qualificados.
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Essa presença se dá por meio dos órgãos da administração pública que 
atuam na defesa dos consumidores, tais como PROCONs, Ministérios Públicos, 
Delegacias de Polícia especializada dentre outros.
Coibição de Abusos
Este princípio determina a repressão aos atos considerados abusivos praticados 
pelos fornecedores, punição aos autores dos referidos atos, bem como o ressar-
cimento ao consumidor prejudicado, além de procurar evitar a prática de novos 
atos abusivos, mediante uma coibição preventiva.
Conscientização do Consumidor e do Fornecedor
Esta conscientização se dá por meio da educação formal e informal de ambas as 
partes existentes na relação jurídica e que, consequentemente refletirá na dimi-
nuição dos conflitos existentes.
RELAÇÃO jURíDICA E SUjEITOS DO DIREITO
Fundamentado nas teorias de Kant, só existe relação jurídica entre os homens, 
ou seja, é necessária a existência de duas ou mais pessoas, ainda que uma des-
tas seja a figura abstrata do Estado, então representado de forma concreta pelo 
agente que tem atribuições legais para o exercício desse direito. A relação jurí-
dica envolve outro pressuposto: o da vontade deliberativa para a sua realização, 
embora em alguns casos ela não se manifeste de forma muito evidente, na prá-
tica ela existe. 
Por exemplo: pelo menos em tese, ninguém tem vontade de sair de carro e 
sofrer uma batida com seu carro, no entanto, ao dirigirmos um carro assumi-
mos esse risco, se bem que também assumimos o dever de evitá-lo ao máximo, 
dirigindo de forma cautelosa, ou como diz o Código de Trânsito, a chamada 
“direção defensiva”.
A relação jurídica surge como resultante de um conflito, e o Direito entra 
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como um dos elementos possíveis para a solução desse conflito. Mas sempre será 
um conflito? De forma geral sim, se entendermos o conflito como a mínima per-
turbação da ordem social. Mas você pode me perguntar: e quando eu compro 
um produto com pagamento à vista em uma loja, esse conflito não existe? Sim, 
existe, em primeiro lugar, até que você faça o devido pagamento. Se este for em 
dinheiro, o conflito parcialmente encerra quando o proprietário toma posse desse 
dinheiro e, se for em cheque, quando o mesmo for compensado. Por que disse 
parcialmente? Porque você poderá levar a mercadoria para casa e a mesma apre-
sentar problemas, quando ainda estiver no prazo de garantia, sendo assim, você 
irá fazer valer o seu Direito, assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor, 
em outras palavras, encerrou-se o conflito pertinente ao pagamento e deu-se iní-
cio ao conflito gerado pelo defeito da mercadoria.
Todas as vezes que existir uma relação jurídica, sempre existirá o que chama-
mos de “Sujeito de direitos e deveres”. Os estudiosos e pesquisadores da Teoria 
do Direito são quase unânimes em afirmar que os direitos e deveres existem para 
todos os sujeitos envolvidos na relação. 
Sendo assim, a relação jurídica exige a existência de um sujeito ativo, um 
sujeito passivo (cuja definição veremos a seguir), além do chamado “Vínculo de 
atributividade” que é o elemento de ligação entre os dois sujeitos, a existência 
de materialidade necessária para a existência da relação jurídica e, finalmente, 
um objeto, que nada mais é do que uma razão necessária para a existência deste 
vínculo, ligada também por uma materialidade. A existência de uma materia-
lidade é necessária para o fenômeno jurídico, pois, caso contrário, não poderá 
existir a invocação do Direito, vamos a um exemplo: como pode alguém dizer 
que deseja processar o cidadão A, porque simplesmente teve um sonho em que 
este o agrediu fisicamente ou moralmente? Só será possível existir uma relação 
jurídica nesse caso, se a ofensa for realizada dentro de um fenômeno real, em 
que possa ser provada, por diversos instrumentos (cartas, vídeos, gravações e 
outros meios), ou ainda, a presença de testemunhas que tenham credibilidade e 
certeza da veracidade dos fatos.
Quem compra tem o dever de pagar, mas também tem o direito de poder usu-
fruir de todos os benefícios prometidos por quem se dispôs a vender a mesma. 
Quem vende tem o direito de receber o que foi combinado por livre vontade 
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entre as partes, mas tem o dever de garantir o bom funcionamento da merca-
doria, dentro do prazo de garantia, desde que a mesma tenha sido utilizada de 
forma adequada. Poderíamos analisar inúmeros exemplos, e sempre chegaríamos 
à mesma conclusão: direitos e deveres caminham sempre juntos, independente 
de que tipo de relações estabelece a vida em sociedade, aliás, quando falamos 
em vida em sociedade, necessariamente estamos nos referindo à existência do 
Direito, pois é o conjunto de normas que forma o ordenamento jurídico, o res-
ponsável por conter os eventuais excessos cometidos pelos homens.
A relação jurídica só deixará de existir quando não houver mais a mínima pos-
sibilidade da exigência de direitos entre as partes envolvidas.
No campo consumerista, o próprio Código de Defesa do Consumidor define 
as partes envolvidas na relação jurídica e que se sujeitam às normas contidas no 
CDC. Vamos estudá-las.
CONCEITO DE CONSUMIDOR
De acordo com o artigo 2 da citada lei, consumidor é aquele que adquire ou utiliza 
produto ou serviço como destinatário final. Não será considerado consumidor 
uma das características fundamentais da norma jurídica é que ela tem que 
ser lícita, em outras palavras, criada por um ordenamento jurídico de acordo 
com as leis legislativas existentes nesse ordenamento. 
um exemplo contrário a este conceito, e que a sociedade confunde, é ao 
dizer que os pseudoestatutos criados por quadrilhas de bandidos tenham 
o caráter de juridicidade, pois as mesmas realizam justamente o oposto: en-
frentam o Estado (inoperante e ineficiente na maioria das vezes) para conter 
verdadeiros grupos de paramilícias, um caos produzido pela própria estru-
tura corrompida do Estado, entendendo-se, aqui, o termo corrompido no 
seu mais amplo sentido. 
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aquele que adquire ou utiliza produto para a 
produção de outro bem ou para revendê-lo. 
O destinatário final adquire o produto ou 
serviço para satisfazer a uma necessidade 
própria ou privada e não para o desenvol-
vimento de outra atividade negocial. 
Essa seria a teoria mais simplificada sobre o assunto, entretanto, há entendi-
mentos mais complexos e profundos a respeito de enquadrar a pessoa jurídica 
como consumidora, que acabou por dividir a doutrina entre a teoria maxima-
lista e a teoria finalista.
Pela primeira teoria o conceito de consumidor deve ser interpretado de 
forma ampla, ou seja, destinatário final é aquela pessoa que retira o produto do 
mercado e utiliza aquela mercadoria, independentemente do fim econômico.
Para esta corrente minoritária uma fábrica de lingerie que compra tecidos 
para sua industrialização também é consumidora e se sujeita às normas do CDC.
Já a teoria finalista é mais restrita ao entender que consumidor é apenas 
aquele que adquire ou utiliza um produto para uso próprio ou de sua família, 
excluindo-se assim aquele que adquire um produto visando a obtenção de lucro.
Equipara-se ao consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermi-
náveis, que haja intervindo nas relações de consumo, todas as vítimas do fato do 
produto ou serviço, bem como todas as pessoas determináveis ou não, expostas 
às praticas comerciais e à disciplina contratual.
Podemos citar como exemplo uma criança que ingere determinado alimento 
e fica doente em virtude dele. Apesar de ter sido o pai da criança o consumidor 
que adquiriu o produto, a criança é equiparada.
CONCEITO DE FORNECEDOR
Já o fornecedor é aquele que desenvolve atividade de oferecimento de bens ou 
serviços ao mercado. 
Aqui, o fator primordial é desenvolver atividades tipicamente profissionais, 
como a comercialização, produção ou importação, com caráter de habitualidade.
Segundo entendimentos doutrinários, o Estado por si próprio ou por suas 
empresas públicas apenas será considerado fornecedor e se encaixará nas 
regras do CdC quando estes serviços forem opcionais ao consumidor e hou-
ver a cobrança de tarifas como, por exemplo, o transporte coletivo.
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O terceiro elemento de uma relação jurídica 
é o objeto, que se divide em objeto mediato 
e imediato, este é a “prestação devida pelo 
sujeito passivo consistente num ato ou abs-
tenção, abrangendo, portanto, um dever 
positivo (dar ou fazer) ou negativo (não 
fazer)”. Já o objeto mediato é “o bem móvel, 
imóvel ou semovente sobre o qual recai o 
direito” (DINIZ, 1998, pp. 516-517), por exemplo, respectivamente, um carro, 
uma casa e um rebanho. 
No campo do Direito do Consumidor este objeto é o produto e/ou serviço 
prestado ao consumidor. 
O produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial, enquanto 
que serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securi-
tária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
“Em outras palavras, produto é qualquer bem, consumível fisicamente ou 
não, móvel ou imóvel, novo ou usado, material ou imaterial, fungível ou infun-
gível, principal ou acessório” (BENJAMIN, 2010, p. 100).
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bENS IMóVEIS E bENS MóVEIS: o art. 79 do Código Civil define como “bens imóveis o 
solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente”, como, por exemplo, o 
solo, uma árvore, uma casa, um viaduto, uma ponte, uma estrada de ferro. Em síntese, 
podemos afirmar que são bens imóveis aqueles que não podem ser deslocado de um 
local para outro, sem modificação de sua substância.
os bens móveis são classificados em duas categorias: a) os que se locomovem com for-
ças próprias, que são os semoventes, exemplo, os animais; e, b) os que se locomovem 
em razão de força alheia, sem destruição de sua substância, sem diminuição de sua uti-
lidade e sem diminuição de seu valor econômico, exemplos, carro, cadeira, mesa, cama, 
sofá.
bENS FUNGíVEIS E INFUNGíVEIS: são bens fungíveis aqueles que podem ser substituí-
dos por outro de igual espécie, qualidade e quantidade. Isso significa dizer que, se João 
emprestar uma bicicleta nova da marca Y para Paulo, não exigindo que este devolva a 
bicicleta que fora pega emprestada, Paulo cumpre com sua obrigação, desde que en-
tregue uma bicicleta nova da marca Y, não precisa ser a aquela bicicleta emprestada, 
apenas que seja da mesma espécie (bicicleta), qualidade (nova) e quantidade (uma bi-
cicleta). a fungibilidade é uma característica dos bens móveis, uma vez que não existe 
bem imóvel fungível.
Por sua vez, infungíveis são os bens que não podem ser substituídos por outro de igual 
espécie, qualidade e quantidade, são únicos, por exemplo, o quadro da Monalisa, não 
existe outro igual.
bENS CONSUMíVEIS E INCONSUMíVEIS: o art. 86 da mesma lei define como consumí-
veis “os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo 
também considerados tais os destinados à alienação”. Isso significa dizer que os bens 
consumíveis desaparecem após o uso normal, é o que ocorre com os alimentos.
Inconsumíveis são os bens móveis que podem ser utilizados mais de uma vez, dos quais 
não ocorre destruição imediata de sua substância, quando do primeiro uso, por exem-
plo, uma calça jeans.
Sabemos que todos os bens inconsumíveis sofrem uma destruição gradativa de sua 
substância,todavia, essa destruição não é imediata no primeiro uso.
bEM PRINCIPAL E ACESSóRIO: buscamos os ensinamentos de Fábio ulhoa Coelho 
(2006, pp. 273 e 274) para diferenciar o bem principal do bem acessório: 
o que existe sobre si, mesmo abstrato, é principal. Sua existência não 
depende da de outro bem. o que existe em função de outro, do qual de-
pende, é acessório. a existência do bem acessório supõe a do principal. 
o direito ao crédito do aluguel decorrente de um contrato de locação é 
exemplo de bem principal; o direito à multa, prevista no mesmo contra-
to, pelo atraso no pagamento do aluguel é acessório. Enquanto o direito 
ao crédito independe, para existir, do direito à multa moratória, este não 
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existe sem aquele. as árvores do pomar de um sítio são acessórias em 
relação ao imóvel, e este principal em relação àquelas. as árvores não 
podem sobreviver separadas do solo, que, no entanto, existe sem elas.
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Em termos práticos, podemos afirmar que para se adequar às normas consu-
meristas, basta que o produto seja um objeto suscetível de valoração econômica e 
que tenha a finalidade de atender a uma determinada necessidade do consumidor.
DIREITOS bÁSICOS DO CONSUMIDOR
De acordo com o Código de Defesa do Consumidor e em atendimento a Política 
Nacional das Relações de Consumo, o consumidor tem direitos básicos que 
devem ser seguidos pelos fornecedores.
Estes direitos fundamentais e universais do consumidor inclusive foram 
reconhecidos pela ONU (Resolução 32/248 de 10/04/1985).
O artigo 6 do CDC elenca os direitos básicos dos consumidores:
I. Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
II. a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados 
por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados 
perigosos ou nocivos;
III. a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos 
e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas 
contratações;
IV. a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e ser-
viços, com especificação correta de quantidade, características, 
composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que 
apresentem;
V. a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos co-
merciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláu-
sulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e servi-
ços;
VI. a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam presta-
ções desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos superve-
nientes que as tornem excessivamente onerosas;
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VII. a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos e difusos;
VIII. o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à pre-
venção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrati-
va e técnica aos necessitados;
IX. a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do 
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do 
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, 
segundo as regras ordinárias de experiências;
X. (Vetado);
XI. a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Vamos esclarecer esses principais direitos:
O primeiro inciso trata do Direito à segurança e saúde dos consumidores, reme-
tendo-nos para o artigo 8 da mesma lei que define da seguinte forma: 
os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarre-
tarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os consi-
derados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, 
obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informa-
ções necessárias e adequadas a seu respeito.
Este direito prevê a garantia dos consumidores contra produtos ou serviços que 
possam ser perigosos à vida ou à saúde. Sobre os produtos e serviços perigosos 
e nocivos estudaremos mais na nossa próxima unidade.
O inciso II trata do Direito à escolha que dá ao consumidor a opção de 
escolher entre vários produtos ou serviços com qualidade satisfatória e preços 
competitivos.
O Direito a ser ouvido determina que os interesses dos consumidores devem 
ser levados em consideração pelos governos, no planejamento e execução da 
política econômica.
O Direito à indenização é a reparação financeira por danos causados por pro-
dutos ou serviços, pois apesar de toda a legislação buscar prevenir a ocorrência 
de danos aos consumidores, tal fato pode acontecer o que ensejará no ressarci-
mento econômico do dano sofrido.
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A reparação de danos ao consumidor pode ter natureza material ou 
moral. Reparar, efetivamente, danos materiais é tarefa relativamente 
fácil, bastando ao consumidor a comprovação de sua ocorrência e sua 
extensão. Nestes casos, aplica-se o princípio da restituttio in integrum, 
sendo expressamente vedado qualquer tipo de tarifação /ou tabela-
mento da indenização. Esta, ao contrario, deve ser a mais compreensi-
va e abrangente possível. De igual modo, são expressamente proibidas 
quaisquer estipulações que exonerem ou atenuem a responsabilidade 
de fornecedores. Ao contrário, a compensação dos danos morais é tare-
fa das mais árduas e complexas.
Quanto ao dano moral, a sua indenização não deve constituir meio de 
locupletamento indevido do lesado e, assim, deve ser arbitrada com 
moderação e prudência pelo julgador. Por outro lado, não pode nem 
deve, ser insignificante mormente diante da situação econômica do 
ofensor, eis que não pode constituir estimulo a manutenção de praticas 
que agridam e violem direitos do consumidor. Assim, entendemos que 
a indenização pelo dano moral, além de proporcionar ao ofendido um 
bem estar psíquico compensatório pelo amargor da ofensa, deve ain-
da representar uma punição para o infrator, capaz de desestimulá-lo a 
reincidir na pratica do ato ilícito (FILHO, 2010, p. 96).
O Direito à educação para o consumo é o 
meio de o cidadão exercitar consciente-
mente sua função no mercado.
Vale aqui fazer uma distinção entre 
educação formal e informal. A primeira é 
aquela incluída nos currículos escolares, 
enquanto que a segunda deriva dos meios 
de comunicação social.
O Direito a um meio ambiente saudável consta na relação da ONU e trata-
se da defesa do equilíbrio ecológico para melhorar a qualidade de vida agora e 
preservá-la para o futuro.
Já o Direito à informação está diretamente ligado com o direito à segurança, 
pois é necessário dar conhecimento dos dados indispensáveis sobre produtos 
ou serviços, para uma decisão consciente, conforme inclusive já mencionado 
nesta unidade. 
O inciso VIII traz a possibilidade da inversão do ônus da prova. Isso ocorre 
para facilitar ao consumidor sua defesa jurídica, considerando o fato de sua 
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vulnerabilidade (que já estudamos nesta unidade).
O Código de Processo Civil determina como regra que cabe a prova de um 
direito ou de um fato a quem alega, ou seja, se A bateu no carro de B e B irá 
ingressar na justiça alegando que A estava acima do limite de velocidade, cabe aB provar que A realmente estava infringindo as leis de trânsito.
Na inversão do ônus da prova da legislação consumerista, cabe ao forne-
cedor provar os motivos que possam excluir sua responsabilidade sobre aquele 
dano causado ao consumidor.
INSTRUMENTOS DE DEFESA
Para proteger o consumidor e cobrar o ressarcimento por eventual dano a ele 
causado, a legislação consumerista prevê alguns instrumentos de proteção e 
defesa dos direitos previstos no artigo 6 já transcrito. Vamos analisar os princi-
pais instrumentos.
Livre Concorrência
A Constituição Federal Brasileira prevê em seu artigo 173 que:
§ 4º - A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à domina-
ção dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrá-
rio dos lucros. 
§ 5º - A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes 
da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a 
às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a 
ordem econômica e financeira e contra a economia popular. 
Pela leitura destes parágrafos conclui-se que qualquer abuso do poder econô-
mico como o truste, a formação de cartel, o dumping dentre outros poderão 
ser julgados e apreciados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica 
(CADE) criado pela Lei 8884/94.
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Um dos objetivos deste procedimento é proteger o consumidor, pois em um mer-
cado de monopólio de apenas uma empresa, esta poderá estabelecer o preço que 
quiser em seus produtos e/ou serviços, o que acabará por obrigar o consumidor 
a adquiri-lo naquela forma e condições.
óRGÃOS DE FISCALIzAÇÃO DE QUALIDADE
Pelo fato de que cabe ao Estado preservar os direitos do consumidor é que o 
mesmo criou diversos órgãos de controle e fiscalização dos produtos e serviços 
colocados à disposição no mercado.
No que diz respeito à qualidade de produtos, podemos citar o SINMETRO que 
é composto pelo CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia, Normalização 
e Qualidade Industrial) e o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, 
Normalização e Qualidade Industrial).
Este último, inclusive, fornece um selo de qualidade que segundo José Geraldo 
Brito Filomeno (2008, p. 45) “o produto que detém o chamado ‘selo de confor-
midade’ possui maior competitividade no mercado, já que tem sua qualidade ou 
segurança atestadas por uma entidade credenciada pelo INMETRO)”.
juizados Especiais
Pela lei 9099/95, o Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, 
processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim con-
sideradas as causas de valor igual ou inferior a 40 salários mínimos, em que o 
Truste: dominação abusiva do mercado por apenas uma empresa.
Cartel: dominação abusiva do mercado por um pequeno grupo de empre-
sas.
Dumping: venda de produtos e/ou serviços por preço abaixo do custo.
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consumidor prejudicado (pessoas físicas ou microempresas) poderá ingressar 
com um processo judicial.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, 
processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim 
consideradas:
I. as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II. as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III. a ação de despejo para uso próprio;
IV. as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao 
fixado no inciso I deste artigo.
[...]
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta Lei, o 
incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas 
públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado Especial:
I. as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários de direito de 
pessoas jurídicas;
II. as microempresas, assim definidas pela Lei no 9.841, de 5 de ou-
tubro de 1999;
III. as pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade 
Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de 
março de 1999;
IV. as sociedades de crédito ao microempreendedor, nos termos do 
art. 1o da Lei no 10.194, de 14 de fevereiro de 2001.
Nas causas de valor até vinte salários mínimos, a contratação de um advogado é 
facultativa. Porém, se uma das partes comparecer assistida por advogado, ou se 
o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser, assis-
tência judiciária prestada por órgão instituído junto ao Juizado Especial.
As principais vantagens ao consumidor quando do ingresso com um pro-
cesso judicial perante os Juizados Especiais é a celeridade e rapidez com que estes 
processos tramitam (em relação a Justiça Comum) e a desoneração do paga-
mento de custas processuais.
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rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
O órgão do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor são as entidades res-
ponsáveis por zelar os direitos do consumidor e reprimir eventuais infrações.
Assim, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), 
ligado a Secretaria de Direito Econômico (SDE) e aos PROCONs são os órgãos 
responsáveis por cumprir esta tarefa.
INSTRUMENTOS NÃO INSTITUCIONALIzADOS
Ainda, há uma forma de instrumento de defesa dos direitos do consumidor que 
é exercido pelo próprio fornecedor.
Conforme previsto no artigo 4, V do Código de Defesa do Consumidor, 
cabe aos fornecedores criar mecanismos alternativos de solução de conflitos 
com consumidores.
Quem nunca ligou para um SAC (Serviços de Atendimento ao Cliente ou 
ao Consumidor)?
Os SACs são exemplos destes instrumentos não institucionalizados, assim 
como o recall que convoca determinados consumidores a comparecer a ofici-
nas para a troca de uma peça.
os ProCoNS possuem a missão de orientar o consumidor, tentar solucinar 
os conflitos existentes e exercer o poder de polícia administrativa, ou seja, 
aplicar sanções administrativas a quem violar o descrito no CdC.
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Considerações Finais
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CONSIDERAÇõES FINAIS
Nesta unidade iniciamos nossos estudos sobre o Direito do Consumidor, que 
tem por finalidade analisar as relações jurídicas entre consumidor e fornecedor, 
fundamentadas na Política Nacional de Relações de Consumo.
Aqui iniciamos nosso estudo sobre a principal legislação deste ramo jurí-
dico: o Código de Defesa do Consumidor que foi introduzido no ordenamento 
jurídico pela Lei 8.078 de 11.09.1990. 
Esta unidade tratou também da relação jurídica estudada pelo Direito do 
Consumidor, trazendo importantes conceitos para se entender o mundo jurí-
dico consumerista.
E, por fim, estudamos os Direitos do Consumidor e os meios de defesa que 
o consumidor tem para preservar estes direitos. Afinal, um conflito entre consu-
midor e fornecedor nunca é bom nem para a empresa nem para o consumidor 
prejudicado.
Para minimizar isso é que a legislação de Direito do Consumidor estipula 
regras e impõe limites para as relações de consumo, ampliando as responsabili-
dades dos fornecedores de produtos e prestadores de serviços. 
Lembre-se que esta legislação foi criada em base ao princípio constitucio-
nal que estipula o dever do Estado em proteger os direitos dos consumidores, 
porque o consumidor é consideradouma parte mais fraca em uma relação jurí-
dica com um fornecedor.
Assim, mediante uma política clara de atendimento e de respeito ao consumi-
dor as empresas conseguem crescer, prosperar e se diferenciar das concorrentes. 
Estas responsabilidades serão objeto da nossa próxima unidade.
38 - 39
1. o homem é um ser que vive e se desenvolve melhor quando está em comuni-
dade, porém essa convivência nem sempre é harmônica. desta forma, qual a 
finalidade do direito na sociedade?
2. Basicamente, o direito divide-se em dois ramos, o direito público e o privado. 
Qual a diferença entre eles?
3. a relação jurídica consumerista envolve dois sujeitos: o consumidor e o fornece-
dor. Conceitue cada um deles.
4. Cite e explique dois direitos básicos do consumidor.
Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR
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Direitos do Consumidor. 7. ed
JuNIor, Humberto Theodoro. 
editora: Método, 2011
sinopse:esta 7ª edição atualizada e ampliada contempla vários 
temas de largo interesse, como a confi guração da relação de 
consumo como pressuposto do tratamento diferenciado do 
contrato previsto no CDC, a revisão contratual e a repressão à 
usura, a ruptura unilateral do compromisso de compra e venda na 
jurisprudência do stJ, posição consolidada do stF e stJ sobre a 
execução coletiva, aplicação do CDC aos bancos e jurisprudência 
do stJ fi xada na forma de recurso repetitivo e outras questões 
relacionadas com os contratos bancários enfrentadas em decisões 
recentes do stJ. Além disso, introduziu-se um capítulo novo 
dedicado à análise da jurisprudência recente sobre planos de saúde, 
especialmente a respeito de sua submissão à Legislação Consumerista. Além de abordar a 
recente Lei n. 12.414/2011, que trata do cadastro positivo dos tomadores de crédito.
Compêndio de Introdução à ciência do direito 23. ed 
dINIZ, Maria Helena. 
editora: saraiva, 2012
sinopse: este livro oferece um panorama da ciência jurídica, 
introduzindo o leitor à teoria geral do direito, à fi losofi a do direito, 
à sociologia jurídica e a lógica jurídica. Cuida, ainda, do conceito de 
norma jurídica e da aplicação do Direito. traz ao fi nal dos capítulos 
os já consagrados quadros sinóticos que facilitam o estudo da 
matéria.
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Professora Esp. Mônica Cameron Lavor Francischini
QUALIDADe De proDUtos 
oU serVIços, preVenção 
e repArAção De DAnos
Objetivos de Aprendizagem
 ■ Estudar a qualidade de produtos e/ou serviços.
 ■ apresentar como funciona a responsabilidade civil do fornecedor.
 ■ Estudar os institutos da prescrição e da decadência.
 ■ Estudar a oferta e a publicidade considerada enganosa.
 ■ analisar a cobrança de dívida do consumidor.
 ■ analisar a proteção contratual existente.
Plano de Estudo
a seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 ■ Qualidade de produtos e serviços
 ■ responsabilidade civil do fornecedor
 ■ Prescrição e decadência
 ■ oferta
 ■ Publicidade
 ■ Cobrança de dívida
 ■ Proteção Contratual
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INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta segunda unidade continuaremos a estudar o Código 
de Defesa do Consumidor e suas principais características.
Conforme já estudamos na unidade anterior, a relação de consumo deve 
ser realizada de forma a não colocar em risco a incolumidade física ou psíquica 
do consumidor.
Para isso, nesta unidade estudaremos as normas que regulam a proteção à 
saúde e segurança do consumidor.
Aqui será analisada a qualidade de produtos e serviços e poderemos desco-
brir como funciona a questão da responsabilidade dos fornecedores por danos 
causados aos consumidores, além de analisar a forma legal que permite produ-
tos nocivos e perigosos circular.
Um ponto importante desta unidade será o estudo da prescrição e da deca-
dência. Estes dois institutos jurídicos visam delimitar um espaço de tempo para 
que o consumidor que se sinta lesado possa exigir seus direitos.
Até porque juridicamente tudo tem prazo, inclusive para ingressar com um 
processo judicial e, caso este prazo seja extrapolado, mesmo que o consumidor 
tenha razão em sua queixa, ele perderá o seu direito indenizatório, por exem-
plo, em face a existência de um destes institutos jurídicos. Então, acadêmico(a), 
tenha atenção a isso!
Estudaremos, por fim, as práticas consideradas abusivas pela legislação e as 
regras para a oferta e a publicidade de produtos. Vamos em frente!
QUALIDADE DO PRODUTO OU SERVIÇO
Ao disciplinar a qualidade dos produtos ou serviços, o Código de Defesa do 
Consumidor introduziu três conceitos: fornecimento perigoso, defeituoso e 
viciado. 
O fornecimento é considerado perigoso se da utilização dos produtos ou 
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Introdução
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serviços decorre dano, moti-
vado pela insuficiência ou 
inadequação das informa-
ções prestadas pelo fornecedor 
sobre os riscos a que se expõe 
o consumidor.
Os produtos industriais 
devem ter rótulos ou manuais 
com as informações adequadas.
Os produtos nocivos poderão ser colocados à venda, desde que tragam as 
devidas informações. O fornecedor tem o dever de alertar o consumidor para os 
riscos do uso fazendo constar na embalagem, ou rótulo as informações necessárias.
Estes produtos considerados nocivos ou perigosos podem ser, por exem-
plo, bebidas alcoólicas, fumo, agrotóxicos, fogos de artifício, material radioativo 
dentre outros.
Alguns serviços também se encaixam nesta classificação, tais como dedeti-
zação de prédios e demolição de bens imóveis.
O produto defeituoso é aquele em que o produto ou serviço apresenta alguma 
impropriedade danosa ao consumidor. O produto é defeituoso quando não ofe-
rece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração 
as circunstâncias relevantes, entre as quais: 
a) sua apresentação; 
b) o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
c) a época em que foi colocada em circulação (o produto não é considerado 
defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado).
Os acidentes de consumo são aqueles causados pela má prestação de serviços 
ou pelo uso de produtos defeituosos que agridam a integridade física do consu-
midor ou causem dano material. 
CDC/Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de con-
sumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, 
exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua na-
tureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a 
dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.
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responsabilidade Civil do Fornecedor
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Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante 
cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de im-
pressos apropriados que devam acompanhar o produto.
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou 
perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva 
e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem preju-
ízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo 
produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de 
nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua 
introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da pericu-
losidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às 
autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios pu-
blicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão 
veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do 
produto ou serviço.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos 
ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Esta-
dos, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.
RESPONSAbILIDADE CIVIL DO FORNECEDOR
O direito civil brasileiro adotou a teoria da culpa para fins de responsabilidade 
civil, ou seja, cabe à vítima do dano demonstrar a existência de culpa ou dolo 
do causador.
Este procedimento chama-se teoria subjetiva, pois há a necessidade de culpa 
(imprudência, imperícia ou negligência) para que haja a responsabilidade civil.
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QUALIDADE DE PRODUTOS OU SERVIÇOS, PREVENÇÃO E REPARAÇÃO DE DANOS
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No direito consumerista, porém, aplica-se a teoria objetiva em que o fornecedor 
(aqui se incluem o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, 
e o importador) responde pela reparação e indenização dos danos causados por 
defeitos em seus produtos e serviços.
A teoria objetiva define então que, independentemente da existência de culpa, 
o consumidor será ressarcido por defeitos decorrentes de produtos e serviços, 
além da responsabilidade existente por informações insuficientes ou inadequa-
das sobre a utilização e riscos destas mercadorias.
Assim, a responsabilidade do fabricante, produtor, construtor e importador 
dos produtos ou do prestador de serviços pela indenização dos danos decorrentes 
de fornecimento defeituoso é objetiva, na qual o exercício da atividade econô-
mica no mercado de consumo, acarreta-lhe a obrigação de indenizar quaisquer 
danos advindos deste exercício.
O fornecedor não será responsável quando comprovada as seguintes hipóteses:
a) Inexistência de defeito.
b) Quando não tiver colocado o produto no mercado.
c) Por culpa exclusiva do consumidor ou terceiro.
Imprudência: aquele ato praticado quando não deveria ter sido feito como, 
por exemplo, um motorista que anda em excesso de velocidade.
Imperícia: aquele ato praticado sem o preparo suficiente do agente, ou seja, 
sem os conhecimentos técnicos indispensáveis como, por exemplo, o leigo 
que exerce a medicina.
Negligência: ocorre quando o agente não pratica determinado ato neces-
sário como, por exemplo, o enfermeiro que deveria realizar a troca diária de 
ataduras no ferido, e não o faz.
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A responsabilidade do comerciante é subsidiária quando não puder se identifi-
car o fabricante, produtor, importador ou construtor. Também é o comerciante 
responsável no caso de não promover a adequada conservação dos produtos 
perecíveis.
Se o comerciante que vendeu os produtos impróprios for condenado a 
indenizar o consumidor, poderá cobrar, por ordem de regresso os prejuízos 
que tiver do fabricante, depois de ressarci-los ao consumidor.
Já no que diz respeito aos profissionais liberais, o ressarcimento e a respon-
sabilidade por danos causados será apurada mediante a verificação de culpa. 
A responsabilidade do fornecedor não está limitada a quem adquiriu o produto 
ou serviço. Os terceiros envolvidos, que tiverem prejuízo são também partes legí-
timas para o ajuizamento da ação.
CDC/Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou es-
trangeiro, e o importador respondem, independentemente da existên-
cia de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por 
defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fór-
mulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus pro-
dutos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre 
sua utilização e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele 
legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias 
relevantes, entre as quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi colocado em circulação.
§ 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de me-
lhor qualidade ter sido colocado no mercado.
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§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será 
responsabilizado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito ine-
xiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo 
anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não pude-
rem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, 
produtor, construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado po-
derá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, se-
gundo sua participação na causação do evento danoso.
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da 
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumi-
dores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por 
informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o con-
sumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstân-
cias relevantes, entre as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas téc-
nicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando 
provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
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§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada 
mediante a verificação de culpa. [...]
Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não du-
ráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quanti-
dade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se 
destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decor-
rentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da 
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as va-
riações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a 
substituição das partes viciadas.
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o 
consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfei-
tas condições de uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualiza-
da, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcionaldo preço.
§ 2° Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo 
previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem 
superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de 
prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifesta-
ção expressa do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso imediato das alternativas do § 1° 
deste artigo sempre que, em razão da extensão do vício, a substituição 
das partes viciadas puder comprometer a qualidade ou características 
do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial.
§ 4° Tendo o consumidor optado pela alternativa do inciso I do § 1° 
deste artigo, e não sendo possível a substituição do bem, poderá haver 
substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, median-
te complementação ou restituição de eventual diferença de preço, sem 
prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 1° deste artigo.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos in natura, será responsável 
perante o consumidor o fornecedor imediato, exceto quando identifi-
cado claramente seu produtor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
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II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsifi-
cados, corrompidos, fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigo-
sos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamenta-
res de fabricação, distribuição ou apresentação;
III - os produtos que, por qualquer motivo, se revelem inadequados ao 
fim a que se destinam.
Art. 19. Os fornecedores respondem solidariamente pelos vícios de 
quantidade do produto sempre que, respeitadas as variações decor-
rentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for inferior às indicações 
constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou de mensagem 
publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua 
escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou 
modelo, sem os aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualiza-
da, sem prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 4° do artigo anterior.
§ 2° O fornecedor imediato será responsável quando fizer a pesagem 
ou a medição e o instrumento utilizado não estiver aferido segundo os 
padrões oficiais.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade 
que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, as-
sim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações 
constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor 
exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualiza-
da, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devida-
mente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os 
fins que razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não 
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atendam as normas regulamentares de prestabilidade.
Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a repara-
ção de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do for-
necedor de empregar componentes de reposição originais adequados 
e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, 
salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, 
permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são 
obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto 
aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das 
obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas 
a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste 
código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por 
inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade.
Art. 24. A garantia legal de adequação do produto ou serviço indepen-
de de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.
Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, 
exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções 
anteriores.
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos 
responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções 
anteriores.
§ 2° Sendo o dano causado por componente ou peça incorporada ao 
produto ou serviço, são responsáveis solidários seu fabricante, constru-
tor ou importador e o que realizou a incorporação.
OPÇÃO DO CONSUMIDOR
Além de tudo o que já foi mencionado, e caso o vício da mercadoria ou do serviço 
não tenha sido resolvido no prazo máximo de 30 (trinta) dias, pode o consumi-
dor exigir, alternativamente e à sua escolha e de acordo com o artigo 18 do CDC:
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QUALIDADE DE PRODUTOS OU SERVIÇOS, PREVENÇÃO E REPARAÇÃO DE DANOS
Reprodução proibida. A
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a) a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas con-
dições de uso;
b) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos;
c) o abatimento proporcional do preço.
O mesmo artigo define que poderão as partes convencionar a redução ou amplia-
ção deste prazo, não podendo ser inferior a 7 (sete) nem superior a 180 (cento 
e oitenta) dias. 
A lei ainda possibilita que nos contratos de adesão, a cláusula de prazo 
deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do 
consumidor.
O consumidor poderá fazer uso imediato das opções que lhe compete sem-
pre que, em razão da extensão do vício, a substituição das partes viciadas puder 
comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor 
ou se tratar de produto essencial.
Tendo o consumidor optado pela substituição e, não sendo esta possível, 
poderá haver substituição por outro de espécie, marca ou modelo diversos, 
mediante complementação ou restituição de eventual diferença de preço.
O peso ou o volume de um produto deve corresponder ao que está indi-
cado em sua embalagem, se pesar menos ou tiver volume inferior ao que está 
informado, enquadra-se como produto viciado, podendo o consumidor exigir, 
alternativamente e à sua escolha:
a) o abatimento proporcional do preço;
b) complementação do peso ou medida;
c) a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, 
sem os aludidos vícios;
d) a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos.
O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem 
impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles 
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decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensa-
gem publicitária,

Outros materiais