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Apostila de Fisiologia Humana

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MÓDULO I A
P
O
S
T
IL
A
w w w . c t p a c . c o m . b r
FISIOLOGIA 
 
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1 APOSTILA DE FISIOLOGIA HUMANA – CTPAC – TÉC. ANÁLISES CLÍNICAS - Prof.ª DIANA COUTO 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
1. SISTEMA MUSCULAR.............................................................................................................................2 
 
2. SISTEMA CIRCULATÓRIO......................................................................................................................6 
 
3. SISTEMA RESPIRATÓRIO.....................................................................................................................11 
 
4. SISTEMA DIGESTÓRIO..........................................................................................................................13 
 
5. SISTEMA EXCRETOR.............................................................................................................................19 
 
6. METABOLISMO HIDROELÉTRICO........................................................................................................23 
 
7. FISIOLOGIA DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO.....................................................................................26 
 
8. SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO................................................................................................26 
 
9. SISTEMA REPRODUTOR FEMININO....................................................................................................30 
 
10. SISTEMA NERVOSO.............................................................................................................................34 
 
11. SISTEMA ENDÓCRINO.........................................................................................................................54 
 
12. MEIO INTERNO DO SANGUE E LIPOPROTEÍNAS.............................................................................57 
 
13. REFERÊNCIAS......................................................................................................................................62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 APOSTILA DE FISIOLOGIA HUMANA – CTPAC – TÉC. ANÁLISES CLÍNICAS - Prof.ª DIANA COUTO 
1. SISTEMA MUSCULAR 
 
INTRODUÇÃO 
 
Podemos entender que o esqueleto precisa de ossos unidos e articulados. Mas para esse 
conjunto funcionar, também necessitamos de um componente que fixe as partes do esqueleto 
entre si e seja o motor de todos os movimentos. Esse componente é o sistema muscular, 
constituído pelos músculos, que são estruturas formadas por feixes de células especiais, as 
células musculares, denominadas miócitos. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Existem três tipos de células musculares e, portanto, três tipos de músculos: o liso, o estriado 
cardíaco e o estriado esquelético. 
 
A) Músculo Liso: é involuntário e de movimentos lentos contínuos, pois são controlados pelo 
sistema nervoso central; 
 
B) Músculo Estriado Cardíaco: é o músculo responsável pelas contrações do coração, possui 
movimentos rápidos, porém involuntários, sendo controlado dessa forma pelo sistema nervoso 
central através do Bulbo. 
 
C) Músculo Estriado Esquelético: é o músculo responsável pelos movimentos do corpo, 
possui movimentos rápidos, e voluntários, pois é comandado de acordo com a vontade do 
indivíduo. 
 
ANATOMIA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 
 
Um músculo é formado por um ventre e duas extremidades. O ventre é a porção média, 
carnosa, capaz de contração, uma vez que é composto por células musculares. Já as 
extremidades, formadas por tecido conjuntivo denso modelado, apresentam-se 
esbranquiçadas, brilhantes, rígidas e inextensíveis, pois o seu comprimento não aumenta 
quando submetidas a uma força externa. As extremidades de um músculo servem para 
prender o ventre muscular contrátil a uma parte do esqueleto, seja essa parte um osso, uma 
cápsula articular ou mesmo uma cartilagem. E assim, preso ao esqueleto, o músculo vai 
cumprir sua função de mover as partes do nosso corpo. Quando a extremidade de um músculo 
se fixa ao esqueleto num ponto preciso, ela é chamada de tendão. Mas se ela se fixa em 
grandes áreas do esqueleto, então ela recebe o nome de aponeurose. Para se 
movimentarem, os músculos normalmente firmam-se em duas extremidades: 
 
I. Uma móvel, fixa, que não sofre deslocamentos, chamada de origem; 
 
II. Outra que efetivamente se move, denominada inserção. 
 
Um músculo pode ter mais de um ponto fixo, ou seja, mais de um tendão na extremidade de 
origem. Ex: bíceps, tríceps, quadríceps. Os músculos têm ainda um revestimento externo 
formado de tecido conjuntivo, que mantém as fibras musculares juntas, facilitando seu 
deslocamento, chamada de fáscia. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS 
 
A - Quanto à forma do ventre. 
 
 Longo: o comprimento predomina sobre a largura. Ex: flexores do carpo e dedo. 
 Fusiforme: um músculo longo em que o diâmetro do ventre é maior que o diâmetro das 
extremidades. Ex: bíceps braquial. 
 Largo: comprimento e a largura são equivalentes. Ex: glúteo máximo. 
 Em leque: músculo largo em que as fibras de um lado convergem para um tendão. 
 Ex: grande dorsal. 
 
 
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3 APOSTILA DE FISIOLOGIA HUMANA – CTPAC – TÉC. ANÁLISES CLÍNICAS - Prof.ª DIANA COUTO 
B - Ao número de cabeças. 
 
99% dos músculos só apresentam uma cabeça, não havendo classificação. Só se classificam 
as exceções. 
 
 Bíceps – um na região anterior do braço (bíceps braquial) e outro na região posterior da 
coxa (bíceps femural). 
 Tríceps – um na região posterior do braço (tríceps braquial) e outro na região posterior da 
perna (tríceps sural = gastrocnêmio + sóleo). 
 Quadríceps – região anterior da coxa. É formado por 04 músculos: reto femural, e vastos 
(medial intermédio e lateral). 
Aplica-se injeção intramuscular nos músculos deltoide e glúteo, no adulto. E no vasto lateral 
em criança de pouca idade. 
 
C - Quanto à função: 
 
 Agonista: quando ele é o principal responsável pela execução do movimento. Ex: flexores 
do dedo. 
 Antagonista: realizam ações opostas ao agonista, regulando força e velocidade do 
movimento. 
 Sinergistas: impedem a ação de movimentos indesejados causados pelo agonista durante 
sua ação. Ex: extensores do carpo. 
 Fixadores ou posturais: ação está relacionada a manutenção do corpo em posição 
adequada para realizar o movimento. Ex: músculos que mantêm o corpo de pé. 
 
D - Ao número de ventres: 
 
 Monogástricos – apresentam somente um ventre. Correspondem a 99% dos músculos. 
 Digástricos – apresentam dois ventres unidos por um tendão intermediário. Encontrados no 
pescoço: um da mandíbula para o osso temporal (músculo digástrico) e outro, o osso hioide 
até a omoplata (músculo Omohioideu). 
 Poligástrico – apresentam vários ventres unidos por tendões intermediários. O único 
exemplo é o músculo reto do abdômen. 
 
E - Ao número de caudas: 
 
 Monocaudado – apresenta somente uma cauda. Corresponde a 99% dos músculos. 
 Policaudado – apresenta de três a quatro caudas. É encontrado nas extremidades dos 
membros (músculos extensores e flexores dos dedos). No membro superior, a flexão (ato 
de dobrar) é feita por músculos anteriores, e a extensão (ato de distender) é feita por 
posteriores. No membro inferior, flexores são posteriores, e extensores são anteriores. 
 
F - À topografia: 
 
 Axial – localiza-se na cabeça, pescoço, tórax e abdômen. 
 Apendicular – nos membros. 
 
G - À inserção: 
 
 Esquelético – cabeça e cauda inserem-se no esqueleto. 99% dos músculos. 
 Cutâneo – insere-se na tela subcutânea (pelo menos um dos seus tendões). Ex: músculos 
da expressãofacial (músculos da mímica). 
 
VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO. 
 
A contração dos músculos esqueléticos obedece aos comandos do sistema nervoso central e 
que chegam até a eles por meio dos nervos. Esses nervos se forem cortados ou estiverem 
doentes deixam os músculos sem estímulo para poderem se contrair, causando 
atrofia, ou seja, a diminuição da massa muscular pela falta de uso. A energia 
 
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4 APOSTILA DE FISIOLOGIA HUMANA – CTPAC – TÉC. ANÁLISES CLÍNICAS - Prof.ª DIANA COUTO 
necessária para realizar as contrações vem através do sangue arterial, dentro de cada 
músculo, na forma de oxigênio e nutrientes. Em injeções intramusculares, os músculos servem 
de reservatório para o medicamento, e os músculos mais utilizados são o deltoide e o glúteo 
máximo. 
 
Observações: 
 
Contração isométrica – o músculo entra em estado de tensão e não se encurta, auxiliando o 
músculo que executará o movimento. 
 
Contração isotônica – o músculo entra em estado de tensão e se encurta, executando o 
movimento desejado. 
 
I. Anexos Musculares: 
 
 Fáscia Muscular – dispositivo fibroso que envolve um músculo ou grupos de músculos. 
Tem a função de ajudar o trabalho muscular, evitando gasto desnecessário de energia. 
 
 Bainha Fibrosa dos Tendões – dispositivo fibroso que se estende de um lado a outro do 
osso, formando um túnel ósteo-fibroso para a proteção dos tendões. Se essa bainha não 
existisse, poderia haver o rompimento da epiderme, derme e hipoderme, ou desgaste do 
tendão, devido o contato com o osso. 
 
 
 Bainha Sinovial dos Tendões – tem a função de lubrificar esse tubo ósteo-fibroso para 
evitar desgaste do tendão devido contato com o osso. 
 
 Bolsa Sinovial dos Tendões – semelhante à Bainha Sinovial dos Tendões está presente 
onde tendões entram em contato com osso, ligamento ou quando a pele se move sobre 
uma superfície óssea, as bolsas sinoviais facilitam os movimentos, minimizando a fricção. 
 
II. Observações anatômo-funcionais e clínicas: 
 
 O músculo esquelético não funciona sem inervação, desnervado torna-se flácido e atrófico, 
contudo, ocorrendo regeneração do nervo até 01 ano após a desnervação, o músculo pode 
reaver a sua função razoavelmente normal. 
 Uma das modificações após a morte é o endurecimento do músculo, conhecido como “rigor 
mortis” isto devido à perda de trifosfato de adenosina (ATP) dos músculos. 
 O quadrante superolateral (superior externo) da região glútea é relativamente livre de 
nervos e vasos e frequentemente usado para injeções intramusculares. 
 
PRINCIPAIS MÚSCULOS DO CORPO HUMANO. 
 
A – MÚSCULOS DA CABEÇA. 
 
 Occipito-frontal: Movimentação do couro cabeludo; 
 Orbicular do olho: Fechamento do olho; 
 Orbicular da boca: Fechamento da boca; 
 Bucinador: Compressão das bochechas contra as maxilas e mandíbula, possibilitando o 
assobio e o sopro; 
 Masseter, temporal: Elevação da mandíbula, favorecendo a mastigação. 
 
B – MÚSCULOS DO PESCOÇO. 
 
 Plastima: Tração da pele do pescoço, tendo um papel estético. 
 Esternocleidomastóide: Flexão da cabeça, em atuação conjunta com seu par, do outro 
lado do pescoço; rotação ou inclinação da cabeça, em atuação isolada. 
 
C – MÚSCULOS DO DORSO. 
 
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5 APOSTILA DE FISIOLOGIA HUMANA – CTPAC – TÉC. ANÁLISES CLÍNICAS - Prof.ª DIANA COUTO 
 
 Trapézio: Retração da escápula; 
 Grande dorsal: Extensão e adução do braço. 
 
D – MÚSCULOS DO ABDOMEM. 
 
 Reto abdominal: Flexão do tronco; 
 Oblíquo externo, oblíquo interno e transverso abdominal: Flexão, inclinação e rotação 
do tronco. 
 
E – MÚSCULOS DO TÓRAX. 
 
 Peitoral maior: Adução do braço; 
 Intercostais internos: Expiração forçada; 
 Intercostais externos: Inspiração; 
 Diafragma: Principal músculo inspiratório. 
 
F – MÚSCULOS DO MEMBRO SUPERIOR. 
 
 Deltóide: Abdução do membro superior; 
 Bíceps braquial: Flexão e supinação do antebraço; 
 Tríceps braquial: Extensão do antebraço; 
 Flexor do carpo e dedos: Flexão do carpo ou das falanges; 
 Extensor do carpo e dedos: Extensão do carpo ou das falanges. 
 
FONTE: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
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6 APOSTILA DE FISIOLOGIA HUMANA – CTPAC – TÉC. ANÁLISES CLÍNICAS - Prof.ª DIANA COUTO 
G – MÚSCULOS DO MEBRO INFERIOR. 
 
 Glúteo máximo: Extensão e rotação da coxa; 
 Quadríceps femoral: Extensão da perna; apresenta quatro porções: reto femoral, vasto 
medial, intermédio e lateral; 
 Adutor da coxa: Adução da coxa; 
 Posterior da coxa: Flexão da perna; 
 Anterior da perna: Participação na dorsiflexão do pé e na extensão dos dedos; 
 Posterior da perna, como gastrocnêmico (músculo da “batata da perna”): Flexão 
plantar do pé; extensão do pé sobre a perna, com importante função na marcha, entre 
outras. 
 
2. SISTEMA CIRCULATÓRIO 
 
INTRODUÇÃO 
 
Não é apenas o sistema muscular que precisa receber nutrientes e oxigênio para desempenhar 
o seu trabalho. A vida de todas as células de todos os sistemas também depende desses 
recursos, cuja distribuição no complexo organismo, composto de bilhões de células, é uma 
tarefa realizada por um sistema específico – o SISTEMA CIRCULATÓRIO. O sistema 
circulatório é constituído por uma rede de vasos de vários calibres, que são as artérias e as 
veias, por onde corre o sangue que permeia todo o organismo. O coração atua como uma 
bomba, impulsionando o sangue para as artérias e recebendo o que chega pelas veias. 
 
I- Angiologia 
 
 Sistema Arterial 
 
Conjunto de vasos que saem do coração e se ramificam sucessivamente distribuindo-se para 
todo o organismo. Do coração saem o tronco pulmonar (relaciona-se com a pequena 
circulação, ou seja, leva sangue venoso para os pulmões através de sua ramificação, duas 
artérias pulmonares uma direita e outra esquerda) e a artéria aorta (carrega sangue arterial 
para todo o organismo através de suas ramificações). 
 
Estrutura 
 
1- Túnica externa: é composta basicamente por tecido conjuntivo. Nesta túnica encontramos 
pequenos filetes nervosos e vasculares que são destinados à inervação e a irrigação das 
artérias. Encontrada nas grandes artérias somente. 
 
2- Túnica média: é a camada intermediária composta por fibras musculares lisas e pequena 
quantidade de tecido conjuntivo elástico. Encontrada na maioria das artérias do organismo. 3- 
 
3-Túnica íntima: forra internamente e sem interrupções as artérias, inclusive capilares. São 
constituídas por células endoteliais. 
 
Algumas artérias importantes do corpo humano 
 
Sistema do tronco pulmonar: o tronco pulmonar sai do coração pelo ventrículo direito e se 
bifurca em duas artérias pulmonares, uma direita e outra esquerda. Cada uma delas ramifica-
se a partir do hilo pulmonar em artérias segmentares pulmonares. Este sistema leva sangue 
venoso para os pulmões para que ocorra a troca de gás carbônico por oxigênio. 
Sistema da aorta (sangue oxigenado): a artéria aorta sai do ventrículo esquerdo e ramifica-se 
na porção ascendente em duas artérias coronárias, uma direita e outra esquerda que vão 
irrigar o coração. Logo em seguida a artéria aorta encurva-se formando um arco para a 
esquerda dando origem a três artérias (artérias da curva da aorta) sendo elas: 
 
- Tronco braquiocefálico arterial 
- Artéria carótida comum esquerda 
- Artéria subclávia esquerda 
 
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Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
O tronco braquiocefálico arterial origina duas artérias: 
 
- Artéria carótidacomum direita 
- Artéria subclávia direita 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 
 
 
 
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8 APOSTILA DE FISIOLOGIA HUMANA – CTPAC – TÉC. ANÁLISES CLÍNICAS - Prof.ª DIANA COUTO 
Artéria carótida comum (esquerda ou direita): esta artéria se ramifica em: 
 
Artéria carótida interna (direita ou esquerda) 
 
Artéria carótida externa (direita ou esquerda) 
 
Artéria carótida interna: penetra no crânio através do canal carotídeo dando origem a três 
ramos colaterais: artéria oftálmica, artéria comunicante posterior e artéria coriódea posterior. E 
mais dois ramos terminais: artéria cerebral anterior e artéria cerebral média. 
 
Artéria carótida externa: irriga pescoço e face. Seus ramos colaterais são: artéria tireoide 
superior, a. lingual, a. facial, a. occipital, a. auricular posterior e a. faríngea ascendente. Seus 
ramos terminais são: artéria temporal e artéria maxilar. 
 
 Sistema Venoso 
 
É constituído por tubos chamados de veias que tem como função conduzir o sangue dos 
capilares para o coração. As veias, também como as artérias, pertencem a grande e a pequena 
circulação. O circuito que termina no átrio esquerdo através das quatro veias pulmonares 
trazendo sangue arterial dos pulmões chama-se de pequena circulação ou circulação 
pulmonar. E o circuito que termina no átrio direito através das veias cavas e do seio coronário 
retornando com sangue venoso chama-se de grande circulação ou circulação sistêmica. Em 
relação à forma: é variável quanto mais cheia mais cilíndrica e quanto mais vazia mais 
achatada. Fortemente distendidas apresentam a forma nodosa devido à presença de válvulas. 
Quanto ao calibre pode ser grande, médio ou pequeno calibre. Tributárias ou afluentes: sua 
formação aumenta conforme está chegando mais perto do coração pela confluência das 
tributárias. O leito venoso é praticamente o dobro do leito arterial. Situação: São classificadas 
em superficiais e profundas e também podem receber a denominação de viscerais e parietais 
dependendo de onde estão drenando se é na víscera ou em suas paredes. Válvulas: são 
pregas membranosas da camada interna da veia que tem forma de bolso. 
 
Algumas veias importantes do corpo humano: 
 
Veias da circulação pulmonar (ou pequena circulação): As veias que conduzem o sangue que 
retorna dos pulmões para o coração após sofrer a hematose (oxigenação), recebem o nome de 
veias pulmonares. São quatro veias pulmonares, duas para cada pulmão, uma direita superior 
e uma direita inferior, uma esquerda superior e uma esquerda inferior. As quatro veias 
pulmonares vão desembocar no átrio esquerdo. Estas veias são formadas pelas veias 
segmentares que recolhem sangue venoso dos segmentos pulmonares. 
Veias da circulação sistêmica (ou da grande circulação): duas grandes veias desembocam no 
átrio direito trazendo sangue venoso para o coração são elas veia cava superior e veia cava 
inferior. Temos também o seio coronário que é um amplo conduto venoso formado pelas veias 
que estão trazendo sangue venoso que circulou no próprio coração. 
Veia cava superior: origina-se dos dois troncos braquiocefálicos (ou veia braquiocefálica 
direita e esquerda). Cada veia braquiocefálica é constituída pela junção da veia subclávia (que 
recebe sangue do membro superior) com a veia jugular interna (que recebe sangue da cabeça 
e pescoço). A veia cava inferior é formada pelas duas veias ilíacas comuns que recolhem 
sangue da região pélvica e dos membros inferiores. O seio coronário recebe sangue de três 
principais veias do coração: veia cardíaca magna, veia cardíaca média e veia cardíaca parva 
ou menor. 
 
CORAÇÃO 
 
O coração é um órgão oco, formado por um tipo especial de músculo, o músculo estriado 
cardíaco, que só existe nele e não obedece a comandos voluntários. Essa musculatura é 
chamada de Miocárdio e está recoberta interna e externamente por membranas, que são finas 
camadas de tecido. A membrana interna do miocárdio é o endocárdio, e a externa é o 
epicárdio. O coração fica dentro de um saco fibroso, o pericárdio, que tem função de protegê-
lo e fixá-lo. Anatomicamente, o coração se localiza no tórax, atrás do osso esterno, 
no espaço chamado de mediastino, situado entre os dois pulmões. O coração tem o 
 
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9 APOSTILA DE FISIOLOGIA HUMANA – CTPAC – TÉC. ANÁLISES CLÍNICAS - Prof.ª DIANA COUTO 
trabalho de impulsionar o sangue, através do sistema de vasos sanguíneos, a todos os locais 
do corpo. Dessa forma podemos observar duas etapas no trabalho do coração: 
 
 A Sístole, momento em que o coração se contrai, expulsando o sangue para as artérias; 
 
 A Diástole, quando o coração se relaxa, enchendo-se passivamente com o sangue das 
veias. 
 
Essas etapas se sucedem gradativamente num movimento de sístole – diástole – sístole – 
diástole..., provocando assim a circulação do sangue. 
O coração não é simplesmente um grande saco muscular contrátil oco, pois, se assim fosse, 
haveria a mistura do sangue arterial com o venoso da grande e pequena circulação. Essa 
mistura não ocorre exatamente porque o coração humano, após o nascimento, tem quatro 
cavidades, a saber: 
 
 Dois Átrios, um esquerdo e um direito, situados acima e atrás no coração. Essa localização 
é determinada pela forma e pela posição do coração: um cone com base para cima, situado 
de modo oblíquo no mediastino, tendo a ponta voltada para frente, para baixo e para a 
esquerda. O átrio direito recebe o sangue da circulação pulmonar; 
 
 Dois ventrículos, também um direito e um esquerdo, localizados embaixo e na frente dos 
átrios. O ventrículo direito impulsiona o sangue para a circulação pulmonar e o esquerdo para 
a circulação sistêmica. 
 
Cada átrio comunica-se com o ventrículo por meio de uma estrutura denominada Valva. 
Popularmente chamada de válvula. Elas são formadas por duas ou três partes, as cúspides. 
Do lado direito do coração temos a Valva tricúspide. E do lado esquerdo nos temos a Valva 
bicúspide (mitral). Os ventrículos expulsam o sangue por meio das artérias. A artéria 
Pulmonar expulsa o sangue do ventrículo direito para os pulmões, e a artéria aorta, do 
ventrículo esquerdo para a grande circulação. Ambas possuem valvas em sua origem, tanto a 
valva pulmonar como a aorta tem três cúspides. 
 
CAMINHO DO SANGUE NO CORAÇÃO 
 
O sangue venoso chega ao coração vindo da circulação sistêmica por duas grandes veias: a 
veia cava superior e inferior, que se abrem no átrio direito. O sangue passa pela valva 
tricúspide e chega ao ventrículo direito. Ocorre então uma sístole, e o sangue é ejetado pela 
artéria pulmonar que vai do ventrículo direito até os pulmões. Este é o início da pequena 
circulação. Nos alvéolos pulmonares ocorre a troca gasosa entre o gás carbônico e o oxigênio, 
e o sangue passa de venoso a arterial. O sangue volta então pelas veias pulmonares até o 
átrio esquerdo, passa pela valva mitral, para o ventrículo esquerdo e na próxima sístole, é 
impulsionado para a artéria aorta, iniciando a grande circulação. Assim, o sangue arterial é 
levado até a rede capilar de todos os tecidos, onde o oxigênio é absorvido pelas células e o 
sangue adquire gás carbônico, tornando-se venoso. O sangue venoso prossegue pelas veias 
até chegar novamente as veias cavas e daí ao átrio direito, dando início a mais um ciclo. Tudo 
isso só é possível devido a sístole cardíaca, que por sua vez só existe devido a presença de 
fibras especiais que promove contrações regulares do miocárdio. Estruturas essas chamadas 
de nó sinoatrial (marcapasso natural – átrio direito) e nó atrioventricular. 
 
CIRCULAÇÃO CORONARIANA 
 
Esse tipo de circulação ocorre devido à necessidade do coração de ser irrigado, e isso é feito 
pelas artérias coronáriase veias coronárias. Quando as artérias coronárias estão entupidas, 
ocorre o enfarto do miocárdio. 
 
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA 
 
A circulação sistêmica ocorre para levar oxigênio dos pulmões para o corpo e retirar o gás 
carbônico encontrado no corpo e levá-lo aos pulmões para serem eliminados. 
 
 
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10 APOSTILA DE FISIOLOGIA HUMANA – CTPAC – TÉC. ANÁLISES CLÍNICAS - Prof.ª DIANA COUTO 
– A Artéria Aorta. 
 
A Artéria Aorta sai do ventrículo esquerdo levando o sangue que por meio de seus ramos, será 
distribuindo para o corpo. A Aorta subdivide-se em: duas artérias subclávias (no braço recebe 
o nome de braquial, no cotovelo se divide em radial e ulnar), duas artérias carótidas comuns, 
artéria renal, ilíaca interna e externa, femoral, poplítea (tibial anterior e a tibial posterior). 
 
DRENAGEM VENOSA 
 
A drenagem do sangue é feita pelas veias, visto que as mesmas possuem válvulas que 
impedem o refluxo de sangue, fazendo com que o mesmo flua no sentido do coração. No 
membro superior a drenagem é feita pelas veias cefálica e a basílica, na cabeça a drenagem 
é feita pelas veias jugulares externas e internas. No membro inferior temos a safena magna 
(mais longa do corpo – geralmente é retirada e usada como enxerto, formando um caminho 
alternativo para regiões de vasos sanguíneos que estão obstruídas) e a safena parva, e a 
femoral. O sangue do intestino é drenado pela veia porta. 
 
DRENAGEM LINFÁTICA 
 
Quando o sangue passa nos capilares, ocorre uma perda de líquido que vai para o interstício, 
que as veias não dão conta de recolher. Esse líquido é chamado de Linfa, é então drenado por 
um sistema de vasos especiais, os vasos linfáticos, que são estruturas com fundo cego, ou 
seja, com a forma de dedo de luva. 
 
CIRCULAÇÃO FETAL 
 
Entre 27° e 37°dias, inicia-se a formação dos septos interatrial e interventricular, com formação 
e manutenção do forame oval entre os átrios. Entre a 6ª e a 9ª semanas gestacionais, verifica-
se o desenvolvimento das válvulas cardíacas. Placenta: “pulmão fetal”; vilosidades da porção 
fetal, que contém pequenos ramos das 2 artérias e da veia umbilical, projetam-se para o 
interior da porção materna. A maior parte do sangue oxigenado que chega ao coração pela 
veia umbilical e pela veia cava inferior é desviada através do forame oval e bombeada da aorta 
para a cabeça, ao passo que a maior parte do sangue desoxigenado que retorna pela veia 
cava superior é bombeada, através da artéria pulmonar e do ducto arterial, para os pés e para 
as artérias umbilicais. Na circulação fetal verificam-se 3 shunts: Ducto Venoso, Forame Oval e 
Ducto Arterial. 
 
CIRCULAÇÃO E RESPIRAÇÃO FETAL 
 
Particularidades da Circulação fetal: 
 
A placenta é formada nas primeiras semanas, sendo responsável por: nutrição, respiração e 
eliminação de substâncias tóxicas. Ela está unida ao feto, através do cordão umbilical, neste 
encontramos duas artérias e uma veia. 
 
A veia umbilical conduz sangue rico em oxigênio e nutrientes da placenta ao feto. Ela penetra 
nesse feto pelo umbigo, ascende pela parede anterior do abdômen até próximo ao fígado. 
Neste momento, se ramifica. Dois vasos desta ramificação penetram no fígado, e um terceiro 
(maior) une a veia umbilical à veia cava inferior. Este é denominado ducto venoso. O sangue 
vindo da placenta chegará direta (pelo ducto venoso) ou indiretamente (através do fígado) à 
veia cava inferior e esta desemboca no átrio direito. Dois terços desse sangue passam do átrio 
direito para o átrio esquerdo através de uma comunicação denominada de forame oval. Este 
sangue que se encontra no átrio esquerdo passa para o ventrículo esquerdo e sai pela artéria 
aorta, irrigando coração, membros superiores e cabeça. Este sangue, agora venoso, retorna 
pela veia cava superior, desembocando no átrio direito. Em conjunto com um terço de sangue 
que aqui ficou, passa para o ventrículo direito, saindo pela artéria pulmonar. Como os pulmões 
estão inativos (em desenvolvimento) o sangue passa para a artéria aorta através de uma 
comunicação denominada ducto arterial indo irrigar o restante do corpo fetal. Após o 
metabolismo fetal, o sangue, agora rico em produtos tóxicos, retorna à placenta 
através de duas artérias umbilicais. 
 
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Mudanças na Ocasião do Nascimento: 
 
Em questão de horas, na ocasião do nascimento, as paredes da veia umbilical se colapsam por 
não haver mais sangue circulando. Em questão de semanas, a veia umbilical forma um 
ligamento, o ligamento redondo do fígado. As artérias umbilicais colapsam e formam os 
ligamentos umbilicais mediais (entre 2 a 3 meses). O forame oval apresenta um fechamento 
funcional por causa do equilíbrio de pressão das cavidades direita e esquerda. Normalmente, 
até um ano de idade, ocorre um fechamento anatômico, o qual é chamado de fossa oval. Em 
questão de semanas a dois meses, os ductos constituem os ligamentos venoso e arterial 
(ambos sem função alguma). 
3. SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Sistema respiratório é essencial à vida. É por esse sistema que o organismo recebe o 
oxigênio e elimina o gás carbônico. Para realizar esse trabalho, o sistema é composto por duas 
partes: 
 
 Uma porção condutora, constituída pelas vias aéreas, que leva o ar do ambiente para dentro 
dos pulmões e também conduz o ar rico em Co2 para fora do corpo; 
 Uma porção respiratória, nos pulmões, que realiza trocas gasosas. 
 Além disso, o sistema respiratório tem outras estruturas que também desempenham funções 
importantes. São elas: 
 As pleuras, que revestem os pulmões; 
 Os músculos respiratórios, que realizam os movimentos responsáveis pela entrada e saída de 
ar das vias respiratórias; 
 
VIAS AÉREAS 
 
As Vias aéreas são estruturas que compõem o trajeto tubular por onde o ar passa, desde que 
entra em nosso organismo até chegar aos alvéolos. Nos pulmões, onde ocorre a troca gasosa. 
É também por esse mesmo trajeto que o ar sai do nosso corpo para o ambiente, no momento 
da expiração. Além de conduzir o ar, as vias aéreas ainda o aquecem e o umidificam, o que é 
muito importante para o bom funcionamento do pulmão. As vias aéreas são formadas por: 
SUPERIORES – nariz, fossas nasais, faringe; INFERIORES – laringe, traqueia, brônquios e 
bronquíolos. 
 
I. Fossas Nasais 
 
As fossas nasais também chamadas de cavidades nasais constituem a primeira parte das vias 
aéreas. Elas se abrem externamente pelas narinas, situadas no nariz, um órgão composto de 
ossos e cartilagens. Os pêlos existentes no nariz são chamados de vibrissas. Sua abertura é 
formada pelas asas do nariz e pelo septo nasal. A cavidade nasal é forrada por uma membrana 
mucosa cujas células possuem cílios que se mexem ritmicamente e ajudam na limpeza do ar, 
retendo suas impurezas, no muco que elas produzem. Nas partes laterais das fossas nasais 
estão às conchas, entre as conchas os seios paranasais. A Inflamação da mucosa dos seios 
paranasais é a sinusite. 
 
II. Faringe 
 
Por meio das coanas, as fossas nasais se abrem para a faringe, um espaço situado 
posteriormente as fossas nasais, a boca e a laringe. A faringe pertence tanto ao sistema 
respiratório quanto ao digestório, e é nela que ocorre o cruzamento aéreo-digestivo, onde a 
comida é deglutida, passa pelo mesmo local em que o ar é inspirado. É isso que pode provocar 
o engasgo, ou seja, a entrada de alimento no trato respiratório, quando a pessoa fala e deglute 
ao mesmo tempo. 
 
III. Laringe. 
 
 
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Depois de passar pela faringe, o ar chega à laringe – uma estrutura formada por várias 
cartilagens, com importante função na fonação(falar), já que é nela que se encontram as 
cordas vocais. 
 
IV. Traqueia. 
 
A traqueia é um tubo cilíndrico reto, formado por 16 a 20 anéis de cartilagem em forma de C, 
com a abertura para trás e fechado por uma camada de músculo liso. No seu ponto final a 
traqueia se divide num ponto chamado Carina, dando origem aos brônquios primários. 
 
V. Brônquios e bronquíolos. 
 
Os brônquios primários são dois, um direito e um esquerdo, sendo um para cada pulmão. Nos 
pulmões eles se subdividem em brônquios secundários ou lobares, assim chamados porque 
correspondem aos lobos pulmonares. Os brônquios secundários são cinco, sendo três para o 
pulmão direito e dois para o esquerdo. Após várias divisões dos brônquios, surgem os 
bronquíolos, com aproximadamente 1 mm de espessura e que, por sua vez, também se 
subdividem, até surgirem os bronquíolos respiratórios, que tem alvéolos em sua parede. 
 
CONDICIONAMENTO DO AR NAS VIAS AÉREAS. 
 
Ao entrar pelas narinas, o ar encontra seu primeiro obstáculo: as vibrissas, que filtram 
partículas maiores de poeira e até pequenos insetos que ficam presos. Em seguida, o ar entra 
na cavidade nasal, onde encontra uma mucosa coberta por um muco que vai umidificar o ar e 
segurar, por aderência, as partículas menores que tenham passado pelas vibrissas. Mais tarde, 
esse muco será varrido pelos cílios, indo do epitélio para a faringe, onde será deglutido. Na 
cavidade nasal, o ar vibra ao passar pelas conchas, o que vai aumentar o seu contato com a 
mucosa vascularizada e fazê-lo aquecer. Passando pela faringe, ocorre o cruzamento aéreo-
digestivo, onde novos perigos se apresentam para o sistema respiratório, pois pedaços de 
alimento podem cair nas partes mais profundas das vias aéreas, causando lesões. Para evitar 
isso, possuímos vários mecanismos de defesa. Um desses mecanismos é o da contração da 
laringe, que diminui a luz (cavidade existente nos órgãos ocos) e o outro é a tosse, que expulsa 
objetos indesejáveis. Além desses mecanismos, temos ainda o importante papel da epiglote: 
quando deglutimos, a laringe é tracionada para cima e sua entrada é comprimida contra a 
epiglote, que se fecha parcialmente. Na traquéia, nos brônquios e nos bronquíolos as células 
ciliadas levam o muco para cima, na direção da faringe, para ser deglutido. No caso dos 
fumantes, muitos desses cílios se perdem em virtude da ação nociva da fumaça sobre o 
epitélio do trato respiratório, o que dificulta a eliminação do muco, levando ao acúmulo de 
secreções e ao desagradável pigarro. Esse acúmulo de secreções e a não eliminação de 
substâncias potencialmente perigosas deixam a porção inferior do sistema respiratório dos 
fumantes especialmente desprotegidas, porque irritam a mucosa e funcionam como nutrição 
para micro-organismos, favorecendo infecções. 
 
VI. PULMÕES. 
 
São órgãos alongados, de aparência esponjosa, divididos em partes denominadas lobos. São 
dois lobos no pulmão esquerdo (superior e inferior) e três no direito (superior, médio e inferior). 
Os pulmões são revestidos externamente por uma membrana dupla: a pleura, que tem função 
de proteger e permitir o deslizamento dois pulmões durante a respiração. A pleura tem um 
folheto parietal – membrana em contato com as costelas- e um visceral – membrana em 
contato com os pulmões. Entre esses dois folhetos há um espaço pleural, preenchido pelo 
líquido pleural, que atua como lubrificante. Os pulmões são constituídos por imensa quantidade 
de alvéolos – mais de 500 milhões – aos quais chega o ar que passa pelos bronquíolos. Se 
pudéssemos esticar todos os alvéolos e medir a superfície assim obtida, chegaríamos a 
100m2, aproximadamente. Os alvéolos são responsáveis pela troca gasosa (hematose), onde 
o ar com gás carbônico é eliminado e o ar com o oxigênio é levado para os tecidos pelo 
sangue. 
- Conceito e divisão das pleuras: 
A pleura envolve o pulmão, e apresenta dois folhetos: pleura parietal (voltada para 
estruturas adjacentes: costelas, diafragma e órgãos do mediastino) e pleura visceral 
 
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(voltada para o pulmão). Entre os 02 folhetos há uma cavidade pleural de pressão negativa 
com um filme líquido pleural (10 ml). 
 
MECÂNICA RESPIRATÓRIA 
 
A caixa torácica é relativamente rígida e tem o músculo diafragma em sua abertura inferior. 
Quando o diafragma se contrai, ele baixa e o volume da caixa torácica aumenta. Esse aumento 
de volume faz com que a pressão interna na caixa torácica diminua, tornando-se menor que a 
do ar atmosférico. Isso faz com que o ar penetre pelas vias aéreas para igualar a pressão, e aí 
ocorre uma inspiração. 
O processo de expiração é um pouco diferente: o diafragma se relaxa e a elasticidade 
pulmonar diminui o volume torácico, fazendo com que o ar seja expulso pelas vias aéreas. 
 
Observações anatomo-funcionais e clínicas: 
 
 A traqueotomia é um tratamento algumas vezes empregado quando da obstrução respiratória 
(abertura abaixo do 3º anel traqueal), para o não cirurgião, é preferível uma cricotireotomia. 
 Na toracocentose aplica-se uma agulha através de um espaço intercostal na cavidade pleural, 
para obter uma amostra do líquido pleural ou remover sangue ou pus. 
 No tratamento de câncer pulmonar, a pneumonectomia (retira pulmão inteiro), lobectomia ou 
segmentectomia, são procedimentos que obriga o acadêmico ter o conhecimento e 
compreensão da árvore brônquica. 
 Pleura visceral insensível à dor (S.N. Visceral), pleura parietal sensível à dor (S.N. Somático) 
 
4. SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
INTRODUÇÃO 
 
Quando ingerimos qualquer alimento, o sistema digestório transforma esse alimento em 
substâncias microscópicas, que recebem o nome genérico de nutrientes e incluem as 
proteínas, os lipídios os carboidratos, as vitaminas e os sais minerais. Esses nutrientes são 
então absorvidos por órgãos do sistema digestório, para serem utilizados na estruturação de 
nossas células e tecidos e na produção da energia necessária as suas funções. O tubo do 
sistema digestório leva o alimento da boca até o ânus, transformando-o durante todo o 
caminho e preparando-o para a absorção nas partes mais distais. Ele é composto pelos 
seguintes órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e 
ânus. Já as glândulas anexas despejam suas secreções no tubo digestivo, ajudando a 
transformar o alimento. São elas: as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. 
 
I. BOCA 
 
A boca, ou cavidade oral é a primeira parte do tubo digestivo. É por ela que o alimento entra 
em estado bruto, é cortado, triturado e sofre a ação enzimática da saliva. Externamente ela é 
limitada pelos lábios e bochechas, superiormente pelo palato e inferiormente pelo assoalho. Na 
parte posterior, a boca se comunica com a faringe. Na boca as estruturas auxiliadoras da 
digestão são os dentes e a língua, juntamente com as glândulas salivares. 
 
- Características dos dentes 
 
Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja 
atividade principal é a mastigação. Estão implicados, de forma direta, na articulação das 
linguagens. Os nervos sensitivos e os vasos sanguíneos do centro de qualquer dente estão 
protegidos por várias camadas de tecido. A mais externa, o esmalte, é a substância mais dura. 
Sob o esmalte, circulando a polpa, da coroa até a raiz, está situada uma camada de 
substância óssea chamada dentina. A cavidade pulpar é ocupada pela polpa dental, um tecido 
conjuntivo frouxo, ricamente vascularizado e inervado. Um tecido duro chamado cemento 
separa a raiz do ligamento peridental, que prende a raiz e liga o dente à gengiva e à 
mandíbula, na estrutura e composição química assemelha-se ao osso; dispõe-se como uma 
fina camada sobre as raízes dos dentes. Através de um orifícioaberto na 
extremidade da raiz, penetram vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. 
 
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- Tipos de dentes 
 
Em sua primeira dentição, o ser humano tem 20 peças que recebem o nome de dentes de leite. 
À medida que os maxilares crescem, estes dentes são substituídos por outros 32 do tipo 
permanente. As coroas dos dentes permanentes são de três tipos: os incisivos, os caninos ou 
presas e os molares. Os incisivos têm a forma de cinzel para facilitar o corte do alimento. Atrás 
dele, há três peças dentais usadas para rasgar. A primeira tem uma única cúspide pontiaguda. 
Em seguida, há dois dentes chamados pré-molares, cada um com duas cúspides. Atrás ficam 
os molares, que têm uma superfície de mastigação relativamente plana, o que permite triturar e 
moer os alimentos. 
- A língua 
A língua movimenta o alimento empurrando-o em direção a garganta, para que seja engolido. 
Na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais 
percebem os quatro sabores primários: amargo (A), azedo ou ácido (B), salgado (C) e doce 
(D). De sua combinação resultam centenas de sabores distintos. A distribuição dos quatro tipos 
de receptores gustativos, na superfície da língua, não é homogênea. 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.webciencia.com/11_06dente.htm 
As glândulas salivares 
 
A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas 
salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e 
outras substâncias. A amilase salivar digere o amido e outros polissacarídeos (como o 
glicogênio), reduzindo-os em moléculas de maltose (dissacarídeo). Três pares de glândulas 
salivares lançam sua secreção na cavidade bucal: parótida, submandibular e sublingual. 
 
 Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na 
parte lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha. 
 
 Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz. 
 
 Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do assoalho da boca. 
O sais da saliva neutralizam substâncias ácidas e mantêm, na boca, um pH neutro (7,0) a 
levemente ácido (6,7), ideal para a ação da ptialina. O alimento, que se transforma em bolo 
alimentar, é empurrado pela língua para o fundo da faringe, sendo encaminhado para o 
esôfago, impulsionado pelas ondas peristálticas (como mostra a figura do lado esquerdo), 
levando entre 5 e 10 segundos para percorrer o esôfago. Através dos peristaltismo, você pode 
ficar de cabeça para baixo e, mesmo assim, seu alimento chegará ao intestino. Entra em ação 
um mecanismo para fechar a laringe, evitando que o alimento penetre nas vias respiratórias. 
Quando a cárdia (anel muscular, esfíncter) se relaxa, permite a passagem do alimento para o 
interior do estômago. 
 
 
II. FARINGE 
 
 
 
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É um órgão muscular situado posteriormente às cavidades nasais, à boca, e à laringe, com a 
forma de um tubo de aproximadamente 12 cm de comprimento. Sua função é conduzir o bolo 
alimentar para o esôfago, embora ela também atenda ao sistema respiratório. 
A faringe é rica em tecido linfoide, ou seja, células do sistema imunológico que protegem o 
nosso organismo das infecções. É esse tecido, inclusive, que constitui as tonsilas palatinas, 
popularmente chamadas de amídalas, e a tonsila faríngea, conhecida vulgarmente como 
adenoide. 
 
III. ESÔFAGO 
 
É um órgão muscular cilíndrico, em forma de tubo, de aproximadamente 25cm de comprimento, 
que atravessa o pescoço e o tórax e passa por uma abertura do diafragma, penetrando no 
abdome, onde tem uma pequena porção. O esôfago conduz o bolo alimentar por meio de 
movimentos ondulatórios chamados de movimentos peristálticos, que empurram o alimento 
para adiante, no tubo digestivo. O bolo alimentar leva de 5 a 10 segundos para percorrê-lo. 
 
IV. ESTÔMAGO 
 
Do esôfago, o bolo alimentar chega ao estômago, que é uma dilatação do tubo digestivo. Ele 
se localiza logo abaixo do diafragma, projetando-se medianamente e à esquerda, na parte 
superior do abdome. O estômago serve como reservatório para alimentos ingerido, que ali são 
armazenados e misturados com as secreções gástricas. Forma-se, assim uma massa 
semilíquida denominada quimo, que vai sendo progressivamente liberada para o intestino 
delgado, de acordo com sua capacidade de absorção. O estômago está dividido em cinco 
partes, e segmentos, são elas: 
 
 Cárdia, a região em que ele se junta ao esôfago; 
 Corpo, a porção central, onde ocorre secreção de enzimas digestivas que se misturam com o 
bolo alimentar; 
 Fundo, porção mais alta, que serve como reservatório; 
 Antro, porção mais distal, que ajuda na mistura do alimento com as secreções para produzir o 
quimo; 
 Piloro, que é um esfíncter, um músculo circular. Sua função é regular a velocidade de saída 
do quimo para o intestino delgado. 
 
O estômago produz o suco gástrico, um líquido claro, transparente, altamente ácido, que 
contêm ácido clorídrico, muco, enzimas e sais. O ácido clorídrico mantém o pH do interior do 
estômago entre 0,9 e 2,0. Também dissolve o cimento intercelular dos tecidos dos alimentos, 
auxiliando a fragmentação mecânica iniciada pela mastigação. A pepsina, enzima mais potente 
do suco gástrico, é secretada na forma de pepsinogênio. Como este é inativo, não digere as 
células que o produzem. Por ação do ácido clorídrico, o pepsinogênio, ao ser lançado na luz do 
estômago, transforma-se em pepsina, enzima que catalisa a digestão de proteínas. A pepsina, 
ao catalisar a hidrólise de proteínas, promove o rompimento das ligações peptídicas que unem 
os aminoácidos. Como nem todas as ligações peptídicas são acessíveis à pepsina, muitas 
permanecem intactas. Portanto, o resultado do trabalho dessa enzima são oligopeptídeos e 
aminoácidos livres. A renina, enzima que age sobre a caseína, uma das proteínas do leite, é 
produzida pela mucosa gástrica durante os primeiros meses de vida. Seu papel é o de flocular 
a caseína, facilitando a ação de outras enzimas proteolíticas. A mucosa gástrica é recoberta 
por uma camada de muco, que a protege da agressão do suco gástrico, bastante corrosivo. 
Apesar de estarem protegidas por essa densa camada de muco, as células da mucosa 
estomacal são continuamente lesadas e mortas pela ação do suco gástrico. Por isso, a mucosa 
está sempre sendo regenerada. Estima-se que nossa superfície estomacal seja totalmente 
reconstituída a cada três dias. Eventualmente ocorre desequilíbrio entre o ataque e a proteção, 
o que resulta em inflamação difusa da mucosa (gastrite) ou mesmo no aparecimento de feridas 
dolorosas que sangram (úlceras gástricas). A mucosa gástrica produz também o fator 
intrínseco, necessário à absorção da vitamina B12. O bolo alimentar pode permanecer no 
estômago por até quatro horas ou mais e, ao se misturar ao suco gástrico, auxiliado pelas 
contrações da musculatura estomacal, transforma-se em uma massa cremosa 
acidificada e semilíquida, o quimo. Passando por um esfíncter muscular (o piloro), o 
 
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quimo vai sendo, aos poucos, liberado no intestino delgado, onde ocorre a maior parte da 
digestão. 
 
V. INTESTINO DELGADO 
 
O intestino delgado é um tubo com pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e 
pode ser dividido em três regiões: duodeno (cerca de 25 cm), jejuno (cerca de 5 m) e íleo 
(cerca de 1,5 cm). A porção superior ou duodeno tem a forma de ferradura e compreende o 
piloro,esfíncter muscular da parte inferior do estômago pela qual este esvazia seu conteúdo 
no intestino. A digestão do quimo ocorre predominantemente no duodeno e nas primeiras 
porções do jejuno. No duodeno atua também o suco pancreático, produzido pelo pâncreas, que 
contêm diversas enzimas digestivas. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida 
no fígado e armazenada na vesícula biliar. O pH da bile oscila entre 8,0 e 8,5. Os sais biliares 
têm ação detergente, emulsificando ou emulsionando as gorduras (fragmentando suas gotas 
em milhares de microgotículas). O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, contém água, 
enzimas e grandes quantidades de bicarbonato de sódio. O pH do suco pancreático oscila 
entre 8,5 e 9. Sua secreção digestiva é responsável pela hidrólise da maioria das moléculas de 
alimento, como carboidratos, proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. A amilase pancreática 
fragmenta o amido em moléculas de maltose; a lípase pancreática hidrolisa as moléculas de 
um tipo de gordura – os triacilgliceróis, originando glicerol e álcool; as nucleases atuam sobre 
os ácidos nucleicos, separando seus nucleotídeos. O suco pancreático contém ainda o 
tripsinogênio e o quimiotripsinogênio, formas inativas em que são secretadas as enzimas 
proteolíticas tripsina e quimiotripsina. Sendo produzidas na forma inativa, as proteases não 
digerem suas células secretoras. Na luz do duodeno, o tripsinogênio entra em contato com a 
enteroquinase, enzima secretada pelas células da mucosa intestinal, convertendo-se em 
tripsina, que por sua vez contribui para a conversão do precursor inativo quimiotripsinogênio 
em quimiotripsina, enzima ativa. A tripsina e a quimiotripsina hidrolisam polipeptídios, 
transformando-os em oligopeptídeos. A pepsina, a tripsina e a quimiotripsina rompem ligações 
peptídicas específicas ao longo das cadeias de aminoácidos. A mucosa do intestino delgado 
secreta o suco entérico, solução rica em enzimas e de pH aproximadamente neutro. Uma 
dessas enzimas é a enteroquinase. Outras enzimas são as dissacaridades, que hidrolisam 
dissacarídeos em monossacarídeos (sacarase, lactase, maltase). No suco entérico há enzimas 
que dão sequência à hidrólise das proteínas: os oligopeptídeos sofrem ação das peptidases, 
resultando em aminoácidos. 
 
 
TABELA DE ENZIMAS DIGESTIVAS/LOCAIS DE AÇÃO/SUBSTRATO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No intestino, as contrações rítmicas e os movimentos peristálticos das paredes musculares, 
movimentam o quimo, ao mesmo tempo em que este é atacado pela bile, enzimas e outras 
secreções, sendo transformado em quilo. 
A absorção dos nutrientes ocorre através de mecanismos ativos ou passivos, nas 
regiões do jejuno e do íleo. A superfície interna, ou mucosa, dessas regiões, 
 
 
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apresenta, além de inúmeros dobramentos maiores, milhões de pequenas dobras (4 a 5 
milhões), chamadas vilosidades; um traçado que aumenta a superfície de absorção intestinal. 
As membranas das próprias células do epitélio intestinal apresentam, por sua vez, dobrinhas 
microscópicas denominadas microvilosidades. O intestino delgado também absorve a água 
ingerida, os íons e as vitaminas. Os nutrientes absorvidos pelos vasos sanguíneos do intestino 
passam ao fígado para serem distribuídos pelo resto do organismo. Os produtos da digestão 
de gorduras (principalmente glicerol e ácidos graxos isolados) chegam ao sangue sem passar 
pelo fígado, como ocorre com outros nutrientes. Nas células da mucosa, essas substâncias são 
reagrupadas em triacilgliceróis (triglicerídeos) e envelopadas por uma camada de proteínas, 
formando os quilomícrons, transferidos para os vasos linfáticos e, em seguida, para os vasos 
sanguíneos, onde alcançam as células gordurosas (adipócitos), sendo, então, armazenados. 
 
VI. INTESTINO GROSSO 
 
É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas. Uma 
pessoa bebe cerca de 1,5 litros de líquidos por dia, que se une a 8 ou 9 litros de água das 
secreções. Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, 
facilitando seu trânsito e eliminação pelo ânus. Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-
se em ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide e reto. A 
saída do reto chama-se ânus e é fechada por um músculo que o rodeia, o esfíncter anal. 
 
 Ceco, porção inicial onde os restos do quilo não absorvido passam do intestino delgado para 
o grosso pela válvula ileocecal. É aí que fica o apêndice vermiforme, rico me tecido linfoide e 
cuja função nos seres humanos não está bem determinada. 
 Colo, a maior parte do intestino grosso, onde ocorre a absorção de sais minerais e água, 
reduzindo o volume do bolo fecal. 
 Reto, a parte terminal do intestino grosso, onde o resto do quilo não absorvido, e já sob a 
ação de bactérias que habitam a flora intestinal, é eliminado pelo ânus, na forma de fezes. 
 
Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em 
dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o 
organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades. As fibras vegetais, 
principalmente a celulose, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com porcentagem 
significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de 
serem eliminadas. O intestino grosso não possui vilosidades nem secreta sucos digestivos, 
normalmente só absorve água, em quantidade bastante consideráveis. Como o intestino 
grosso absorve muita água, o conteúdo intestinal se condensa até formar detritos inúteis, que 
são evacuados. 
 
VII. GLÂNDULAS ANEXAS 
 
- Pâncreas 
 
O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato 
triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada 
pelo duodeno, sob o estômago. O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no 
quadro duodenal, de um corpo e de uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para 
o duodeno pelos canais de Wirsung e de Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do 
canal colédoco na ampola de Vater. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente 
imbricados: pâncreas exócrino e o endócrino. 
 
- Fígado 
 
É o maior órgão interno, e é ainda um dos mais importantes. É a mais volumosa de todas as 
vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem 
cor arroxeada, superfície lisa e recoberta por uma cápsula própria. Está situado no quadrante 
superior direito da cavidade abdominal. O tecido hepático é constituído por formações 
diminutas que recebem o nome de lobos, compostos por colunas de células hepáticas ou 
hepatócitos, rodeadas por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile, 
secretada pelos hepatócitos. Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, 
 
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junto com o ducto procedente da vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega 
seu conteúdo no duodeno. As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias 
nutritivas e a excretar os materiais residuais e as toxinas, bem como esteroides, estrógenos e 
outros hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e 
vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de 
carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e muitas 
outras substâncias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no fígado, como 
a cirrose. 
 
Funções do fígado: 
 
 Secretar a bile, líquido que atuano emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, 
assim, a ação da lipase; 
 Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio, 
que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas 
de glicose, que são relançadas na circulação; 
 Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células; 
 Metabolizar lipídeos; 
 Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e 
de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras; 
 Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo; 
 Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina 
em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile. 
 
Observações anatomo-funcionais e clínicas: 
 
 As posições das vísceras abdominais variam com o biotipo do indivíduo, com a gravidade, a 
postura, a respiração e o grau de enchimento. 
 O canal alimentar apresenta mecanismos esfinctéricos em áreas de junção: faringo-
esofágica, pilórica, ileocólica e anal. 
 Ocasionalmente, um pedaço remanescente do saco vitelino persiste no adulto como 
divertículo do íleo e pode conter conteúdo gástrico ou pancreático, sua inflamação pode 
simular uma apendicite. 
 Divertículos podem se desenvolver nos cólons (diverticulose) quando inflamados 
(diverticulite). 
 O apêndice vermiforme desenvolvido em primatas, no ser humano (pelo menos na criança) 
possui características de um órgão linfoide, sugerindo funções imunológicas. 
 
Fonte: http://biologiaconcursos.blogspot.com/2011/04/sistema-digestivo-ou.html 
 
 
 
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5. SISTEMA EXCRETOR 
 
INTRODUÇÃO 
 
Sistema responsável pela eliminação das substâncias do organismo, filtrando o plasma e 
produzindo e excretando a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído 
por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra; 
 
a) Rins: cor vermelho-escuro, forma de grão de feijão, possui milhões de néfrons, responsável 
pela filtração do plasma. 
 
b) Par de ureteres: levam a urina até bexiga. 
 
c) Bexiga: armazena a urina temporariamente. 
 
d) Uretra: elimina a urina, para o ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: http://www.afh.bio.br/excret/img/excretor 
 
A- Morfologia Externa dos Rins: 
 
Órgão retroperitoneal, par com o peso de 140g, 12 cm de comprimento, 6 cm de largura e 3 cm 
de espessura, envolvido por uma cápsula fibrosa e situado à parede posterior do abdômen, de 
cada lado da coluna vertebral, entre as duas últimas vértebras torácicas e as três primeiras 
vértebras lombares. 
Observamos os seguintes acidentes: 
 
- Um polo superior, onde encontramos a glândula suprarrenal. 
- Um polo inferior. 
- Uma borda (margem) lateral. 
- Uma borda medial, na qual encontramos uma abertura denominada de hilo renal, que permite 
a passagem do pedículo renal. Os elementos deste pedículo são: artéria, veia, nervos, vasos 
linfáticos e ureter (atrás e em queda livre). 
 
 
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- Duas faces: anterior (voltada para as vísceras) e posterior (voltada para a parede posterior do 
abdômen). 
- Os rins estão envoltos por 03 membranas que servem como barreiras contra traumas e 
infecções: a cápsula fibrosa (interna), a cápsula adiposa (média) e a fáscia renal (mais externa, 
de paredes duplas), esta última, envolvendo o rim serve de sustentação deste à parede 
posterior do abdômen. 
 
B- Morfologia Interna dos Rins: 
 
Microscopicamente cada rim tem 900.000 a 1.200.000 néfrons, são as unidades mor Fo dos 
rins. Em um corte frontal ou coronal, observamos macroscopicamente os seguintes elementos: 
 
- Substância Cortical ou Córtex Renal: Parte periférica, clara e granular do rim. 
 
- Substância Medular do rim ou Pirâmides Renais: Parte central, fragmentada e lisa. As 
pirâmides são encontradas em cada rim em número de 8 a 12 projeções aproximadamente 
triangulares. As projeções de substância cortical entre pirâmides são denominadas de colunas 
renais. 
 
- Papila Renal: ápice da pirâmide renal. Nesta desembocam 20 a 25 canais coletores. Esta 
papila é envolvida por um dispositivo em forma de taça, denominado de Cálice Renal Menor. 
 
- Cálice Renal Maior: Reunião dos cálices menores são 2 a 3 cálices maiores em cada rim. 
 
- Pelve Renal: primeira parte do ureter, que é dilatada e formada pela reunião dos cálices 
maiores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: CD O CORPO HUMANO 2.0. Globo Multimídia. 
 
Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da 
coluna vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por uma 
camada de gordura. Têm a forma de um grão de feijão enorme e possuem uma cápsula 
fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e a medula - mais interna. Cada rim é formado de 
tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de unidades 
filtradoras, os néfrons, localizados na região renal. O néfron é uma longa estrutura tubular 
microscópica que possui, em uma das extremidades, uma expansão em forma de taça, 
denominada cápsula de Bowman (hoje cápsula Glomerular), que se conecta com o túbulo 
 
 
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contorcido proximal, que continua pela alça de Henle (hoje Alça Nefrítica) e pelo túbulo 
contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor. São responsáveis pela filtração do 
sangue e remoção das excreções. 
 
C- Como funcionam os rins. 
 
O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, 
originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da 
cápsula de Glomerular do néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo 
de Malpighi (hoje Glomérulo Renal). Essa estrutura está presente no Néfron, que é uma 
longa estrutura tubular dividida em cinco partes. O sangue arterial é conduzido sob alta 
pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem 
intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a cápsula de Glomerular, processo 
denominado filtração. Essas substâncias extravasadas para a cápsula de Glomerular 
constituem o filtrado glomerular, que é semelhante, em composição química, ao plasma 
sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares 
glomerulares. O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja 
parede é formada por células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção 
ativa de sódio. A saída desses íons provoca a remoção de cloro, diminuindo a concentração do 
líquido dentro desse tubo (hipotônico) do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com 
isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça Nefrítica, há passagem de água 
por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares sanguíneos (hipertônicos) – ao 
que chamamos reabsorção. 
O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de concentração. 
Consequentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura da 
alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta. Esse líquido muito concentrado passa 
então a percorrer o ramo ascendente da alça Nefrítica, que é formado por células 
impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa região, ocorreremoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido 
distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sanguíneos. 
Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água. 
Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; 
porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que aproximadamente 
99% do filtrado glomerular é reabsorvido. Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao 
longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do 
túbulo distal, essas substâncias já não são mais encontradas. Os capilares que reabsorvem as 
substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso único, a veia renal, que 
leva o sangue para fora do rim, em direção ao coração. 
 
D- Regulação da função renal 
 
A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de 
líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais 
concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a 
urina fica menos concentrada, em função da menor reabsorção de água. O principal agente 
regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), produzido 
no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sanguíneo é detectada 
por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do 
plasma (pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio 
passa para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do 
néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior 
reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando a concentração do plasma é 
baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e, consequentemente, menor absorção de 
água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção do excesso de água, o que 
torna a urina mais diluída. 
 
 
 
 
 
 
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FONTE: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981. 
 
Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH, aumentando a 
produção de urina, juntamente com ele existe um Hormônio produzido pelo coração que 
promove a liberação de água pelos rins desobstruindo os vasos sanguíneos tornando mais 
eficaz a eliminação do álcool, esse hormônio é o FAN (Fator Atrial Natriurético). Além do ADH 
e do FAN, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo: a 
aldosterona, produzida nas glândulas suprarrenais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio 
nos túbulos renais, possibilitando maior retenção de água no organismo. A produção de 
aldosterona é regulada da seguinte maneira: quando a concentração de sódio dentro do túbulo 
renal diminui, o rim produz uma proteína chamada renina, que age sobre uma proteína 
produzida no fígado e encontrada no sangue denominada angiotensinogênio (inativo), 
convertendo-a em angiotensina (ativa). Essa substância estimula as glândulas suprarrenais a 
produzirem a aldosterona. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981. 
 
 
 
 
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E- A Eliminação de Urina 
 
- Ureter 
Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada vez mais 
grossos. A fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter, que deixa o rim em 
direção à bexiga urinária. 
 
- Bexiga urinária 
 
A bexiga urinária é uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja função é 
acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ de litro 
(250 ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra. 
 
- Uretra 
 
A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar e, no homem, 
na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por anéis 
musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses anéis relaxa-se e a 
musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos. 
 
 
6. METABOLISMO HIDROELÉTRICO 
 
Em condições de equilíbrio dinâmico, como as exigidas para a homeostasia, o volume total dos 
líquidos corporais e as quantidades totais de solutos e suas concentrações permanecem 
relativamente constantes. A ingestão de água deve ser cuidadosamente contrabalançada pelas 
perdas diárias que ocorrem a partir do organismo. A evaporação de líquido do trato respiratório 
e a difusão através da pele constituem as denominadas perdas insensíveis através da pele. O 
restante das perdas ocorre principalmente através das fezes, do suor e da urina excretada 
pelos rins constituindo as perdas sensíveis de água. Os líquidos corporais totais encontram-se 
distribuídos em dois compartimentos principais: o líquido extracelular e o líquido intracelular. 
Por sua vez, o líquido extracelular é subdividido em líquido intersticial e plasma sanguíneo. No 
ser humano adulto a água corresponde a cerca de 60% da massa corporal. À medida que o 
indivíduo envelhece, a porcentagem de líquido em relação à massa corporal diminui 
gradualmente. O líquido contido em cada célula tem sua própria mistura de diferentes 
constituintes; todavia, as concentrações destas substâncias são razoavelmente semelhantes 
de uma célula para outra. Os líquidos intersticiais possuem aproximadamente a mesma 
composição, exceto pelas proteínas, que são encontradas em maior concentração no plasma. 
O sangue contém tanto líquido extracelular (o líquido no plasma) quanto líquido intracelular (o 
líquido contido nos eritrócitos). Todavia, o sangue é considerado como um compartimento 
líquido separado, uma vez que é contido numa câmara própria, o sistema circulatório. O 
volume sanguíneo é especialmente importante no controle da dinâmica cardiovascular. O 
hematócrito refere-se à fração do sangue constituída pelos eritrócitos. Como o plasma e o 
líquido intersticial são separados apenas pelas membranas altamente permeáveis dos 
capilares, suas composições iônicas são semelhantes. Entretanto, o plasma apresenta maior 
concentração de proteínas. O líquido intracelular é separado do líquido extracelular por uma 
membrana celular seletiva que é altamente permeável a água, mas não à maioria dos 
eletrólitos existentes no organismo. A membrana celular mantém uma composição líquida no 
interior das células que é semelhante para as diferentes células do organismo. Em contraste 
com o líquido extracelular, o líquido intracelular contém apenas pequenas quantidades de íons 
sódio, cloreto e quase nenhum cálcio. Inversamente, contém grandes quantidades de íons 
potássio e fosfato. Um problema frequentemente observado no tratamento de pacientes 
gravemente enfermos reside na dificuldade de manter líquidos adequados no compartimento 
intracelular, no compartimento extracelular ou em ambos. As quantidades relativas de líquido 
extracelular distribuída entre o plasma e os espaços intersticiais são determinadas 
principalmente pelo equilíbrio das forças hidrostática e coloidosmótica através da membrana 
capilar. Por outro lado, a distribuição de líquido entre os compartimentos intracelular e 
extracelular é determinada principalmente pelo efeito osmótico dos solutos que atuam através 
da membrana celular. As membranas celulares são altamente permeáveis a água, de 
modo que o líquido intracelular permanece isotônico em relaçãoao líquido 
 
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extracelular. A osmose refere-se à difusão efetiva de água de uma região onde ela exista em 
alta concentração, para uma região em que esta concentração de água for menor. A osmose 
de moléculas de água através de uma membrana seletivamente permeável pode ser impedida 
pela aplicação de uma pressão em sentido oposto ao da osmose. A quantidade precisa de 
pressão necessária para impedir a osmose é denominada pressão osmótica. Quando uma 
célula é colocada numa solução de igual concentração ou isotônica, o volume da célula 
permanece inalterado. Quando uma célula é colocada numa solução de menor concentração, o 
volume da célula aumenta. Quando uma célula é colocada numa solução de maior 
concentração, o volume da célula diminui. Quando uma solução salina isotônica é adicionada 
ao líquido extracelular, não ocorre osmose através das membranas celulares. Quando 
adiciona-se uma solução hipertônica ao líquido extracelular ocorre osmose de água das células 
para o compartimento extracelular. Quando uma solução hipotônica é adicionada ao líquido 
extracelular, parte da água extracelular difunde-se para o interior das células até que os 
compartimentos intracelular e extracelular tenham a mesma osmolaridade. São administrados 
muitos tipos de soluções por via venosa com o objetivo de proporcionar nutrição a indivíduos 
que não podem ingerir quantidades adequadas de alimentos. Quando essas soluções são 
administradas, suas concentrações de substâncias osmoticamente ativas costumam ser 
ajustadas para torná-las quase isotônicas, ou são administradas com velocidade lenta o 
suficiente para não comprometer o equilíbrio osmótico dos líquidos corporais. O edema refere-
se à presença de líquido em excesso nos tecidos corporais. Na maioria dos casos, o edema 
ocorre no compartimento de líquido extracelular. Duas condições exibem especial tendência a 
provocar edema intracelular: a depressão dos sistemas metabólicos dos tecidos e a falta de 
nutrição adequada para as células. Além disso, pode ocorrer edema intracelular em tecidos 
inflamados. Existem duas causas gerais de edema extracelular: o extravasamento normal de 
líquido do plasma para os espaços intersticiais através dos capilares e a incapacidade de os 
linfáticos levarem o líquido do interstício de volta ao sangue. Qualquer uma das alterações 
seguintes é capaz de aumentar a filtração capilar: aumento do coeficiente de filtração capilar, 
aumento da pressão hidrostática capilar ou diminuição da pressão coloidosmótica do plasma. 
Algumas das causas sistêmicas de edema extracelular são: retenção renal excessiva de sal e 
água, pressão venosa elevada (insuficiência cardíaca, obstrução venosa e falência das 
bombas venosas, paralisia dos músculos ou insuficiência das válvulas venosas), diminuição 
das proteínas plasmáticas, aumento da permeabilidade capilar e bloqueio do retorno linfático. 
As principais funções dos rins consistem em livrar o corpo dos produtos de degradação que 
são ingeridos ou produzidos pelo metabolismo e o controle do volume e da composição dos 
líquidos corporais. Entre as múltiplas funções dos rins, incluem-se a regulação do equilíbrio 
hidroeletrolítico, a regulação da osmolaridade dos líquidos corporais e das concentrações dos 
eletrólitos, a regulação do equilíbrio acidobásico, a excreção de produtos de degradação 
metabólica e substâncias químicas estranhas, a regulação da pressão arterial, a secreção de 
hormônios e a gliconeogênese. Em condições normais, o fluxo sanguíneo para os dois rins 
corresponde a 21% do débito cardíaco. A artéria renal penetra no rim através do hilo, 
juntamente com o ureter e a veia renal, e, a seguir, ramifica-se progressivamente para formar 
as artérias interlobares, artérias arqueadas, artérias interlobulares (também denominadas 
artérias radiais) e arteríolas aferentes, que desaguam nos capilares glomerulares nos 
glomérulos, onde grandes quantidades de líquidos e solutos (exceto as proteínas plasmáticas) 
são filtradas, dando início à formação da urina. As extremidades distais dos capilares de cada 
glomérulo coalescem para formar a arteríola eferente, que leva a uma segunda rede capilar, os 
capilares peritubulares, que circundam os túbulos renais. Os capilares peritubulares desaguam 
nos vasos do sistema venoso, que correm paralelamente aos vasos arteriolares, formando 
progressivamente a veia interlobular, a veia arqueada, a veia interlobar e a veia renal, que 
deixa o rim ao lado da artéria renal e ureter. O néfron é a unidade funcional do rim. No ser 
humano, cada rim é constituído de cerca de 1 milhão de néfrons, cada um dos quais é capaz 
de formar urina. Cada néfron possui dois componentes principais: um glomérulo (capilares 
glomerulares) através do qual grandes quantidades de líquidos são filtradas do sangue, e um 
longo túbulo no qual o líquido filtrado é convertido em urina no seu trajeto até a pelve renal. O 
glomérulo é constituído de uma rede de capilares glomerulares que se ramificam e se 
anastomosam; essa rede, quando comparada a outras redes capilares, apresenta elevada 
pressão hidrostática. Os capilares glomerulares são recobertos por células epiteliais, e o 
glomérulo como um todo encontra-se envolvido pela cápsula de Bowman. O líquido filtrado dos 
capilares glomerulares flui para o interior da cápsula de Bowman e, a seguir, para o 
túbulo proximal, situado no córtex renal. A partir do túbulo proximal, o líquido flui para 
 
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a alça de Henle, que mergulha na medula renal. Cada alça consiste num ramo descendente e 
num ramo ascendente. As paredes do ramo descendente e da extremidade inferior do ramo 
ascendente são muito finas, de modo que estes segmentos são conhecidos como segmento 
delgado da alça de Henle. Depois de o ramo ascendente da alça ter percorrido parte do trajeto 
de volta ao córtex, sua parede torna-se espessa como a de outras porções do sistema tubular, 
sendo portanto denominado segmento espesso do ramo ascendente. Na extremidade do ramo 
ascendente espesso existe um segmento curto que, na verdade, é uma placa na parede, 
conhecida como mácula densa. Depois da mácula densa, o líquido penetra no túbulo distal 
que, a exemplo do túbulo proximal, situa-se no córtex renal. Seguem-se o túbulo conector e o 
túbulo coletor cortical, que leva ao ducto coletor cortical. As porções iniciais de oito a 10 ductos 
coletores corticais juntam-se para formar um único ducto coletor maior que segue seu trajeto 
até a medula, passando a constituir o ducto coletor medular. Os ductos coletores unem-se para 
formar ductos progressivamente maiores que eventualmente deságuam na pelva renal através 
das extremidades das papilas renais. A formação da urina resulta da filtração glomerular, 
reabsorção tubular e secreção tubular. A intensidade da excreção urinária é igual à intensidade 
da filtração menos a intensidade da reabsorção mais a intensidade da secreção. A formação da 
urina começa com a filtração, a partir dos capilares glomerulares na cápsula de Bowman, de 
grande quantidade de líquido praticamente isento de proteínas. Quando o líquido filtrado deixa 
a cápsula de Bowman e passa pelos túbulos, ele é modificado pela reabsorção de água e 
solutos específicos de volta ao sangue ou pela secreção de outras substâncias dos capilares 
peritubulares para os túbulos. Para cada substância existente no plasma, ocorre uma 
combinação particular de filtração, reabsorção e secreção. A membrana dos capilares 
glomerulares é semelhante à de outros capilares,exceto pelo fato que possui três camadas 
principais (em lugar das duas habituais): o endotélio do capilar, uma membrana basal e uma 
camada de células epiteliais (podócitos) que circunda a superfície

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