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O enigma do capital Resumo

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O enigma do capital
O 	 autor David Harvey é um marxista altamente influente na atualidade ,  geógrafo formado na Universidade de Cambridge ensina na pós graduação da University of New York . Nesse livro ele busca explanar sobre o fluxo do capital , como ele se configura ,circula, se destrói e muita vez reinventa seus caminhos sempre buscando maior remuneração.
Capitulo 1: A crise
Aqui o autor se debruça sobre a mais recente crise do sistema capitalista que eclodiu em 2008 no centro do mundo financeiro - Estados Unidos da América- com a chamada crise hipotecária do subprime . Inicialmente ele destaca como as taxas de despejo já vinham crescendo desde 2006 em áreas pobres e como afro-americanos já enfrentavam dificuldades em seus financiamentos desde a década de 90. Porém isso só veio chamar de fato atenção quando veio a atingir a classe média majoritariamente branca.
A partir de então ele se dedica a mostrar como os desdobramentos mundiais da crise foram catastróficos e seu real impacto no mundo inteiro. A consequência da quebra de grandes bancos, como o Lehman Brothers, e a crise de confiança que se instaurou no sistema afetou não apenas os mercados financeiros, mas o dia a dia de milhares de pessoas em todos os pontos do globo principalmente daqueles mais pobres. 
Em relação à crise de subprime o que parece ter havido é que os sinais de mercado não estavam adequados, pois os bancos controlavam a oferta e a demanda por fundos sem refletir uma taxa real de juros. Outra ilusão foi acreditar que a divisão infinita do risco o faria desaparecer, fato que se provou errôneo com a eclosão da crise.
Fator interessante a observar é o caráter “nada de original” do colapso ocorrido em2008 além de seu tamanho e alcance. Como mostrado no texto as crises são cíclicas e frequentes no sistema e como ele elabora em seguida são inerentes ao sistema e que este próprio jamais conseguirá superá-las .Tal como ele afirma que o neoliberalismo surge em resposta à crise dos anos 70 que o caminho que escolhermos hoje irá definir a próxima evolução do capitalismo. 
Tal atitude trás mais do que nunca a responsabilidade para todos e para cada um, sobretudo através dos movimentos sociais e sua capacidade de resposta a definir como iremos atuar frente a este processo de evolução do sistema. Como o autor explicitamente fala “As possibilidades de sairmos da crise de maneira diferente depende muito do equilíbrio das forças de classe”
Harvey chama a atenção que enquanto a acumulação de riqueza do capitalista tem crescido houve uma estagnação nos ganhos de produtividade por parte do trabalhador. Como ele explica na década de 60 o que barra essa tendência acumulativa são as dificuldades com a mão de obra. Para “contornar” tal fato uma alternativa foi o incentivo a imigração mais massivo outra saída foi a busca por tecnologias para economizar trabalho elevando o desemprego .O uso do poder do Estado para esmagar os direitos do trabalhador também foi explorado e a intenção clara de criar um “exercito de reserva” para garantir lucros cada vez maiores e contínuos aos capitalistas também foi uma característica do discurso neoliberal. 
O paradoxo que se põe é justamente o fato dessa constante luta pela repressão salarial comprometer a absorção que esta demanda poderia ter. Ou seja, há um desajuste iminente na medida em que sempre se busca aumentar a produção e os lucros ao mesmo tempo em que a repressão dos salários mina a capacidade de consumo dessa crescente produção. O sistema em si cria um paradoxo irreversível ao criar condições irremediavelmente opostas. 
O apontamento claro é de que a crise surge como uma consequência da expansão creditícia visando equilibrar esse hiato cada vez maior entre o desejo capitalista de sempre expandir a produção e necessitar de uma demanda com o fato dessa demanda não ter condições de arcar com este consumo. O credito entra como fundamental nesse processo de absorver esta oferta excedente. O aumento do endividamento mostra claramente como é incentivado de maneira diverso (o incentivo ao consumismo também tem um importante papel nesta dinâmica) .
Para aliviar o excesso de oferta muitas vezes o capital migra para outros lugares em busca de uma melhor remuneração. Outro fenômeno importante observado é que a riqueza não vira mais capital produtivo e sim especulativo, ou seja não se remunera mais pelo andamento da empresa mas pela possibilidade de se auferir ganhos com a aumento no preço das ações.
 Esse fato é exemplificado com empresas não financeiras que lucravam mais com essas operações do que com a produção ou exercendo sua atividade fim. As empresas que movidas pelo pressuposto de que atuavam com algo “real” (como casas e automóveis) usaram isso a seu favor para lucrar com operações financeiras sem maiores desconfianças do mercado.
Capitulo 2 : O capital reunido
Primeiramente devemos definir o que é capital segundo o livro “É um processo em que dinheiro é perpetuamente enviado em busca de mais dinheiro”. As inovações ganham importância para fazer com que capital possa circular mais rapidamente. A falta de movimento prevê uma crise no próprio sistema.
 Neste momento podemos entender a necessidade do capitalista sempre reinvestir (ao invés de aproveitar seus lucros) nada mais é do que a concorrência. Afinal se ele não reinvestir em breve terá de fechar as portas e perder sua posição privilegiada, sendo o capital desvalorisado ou destruído. 
A importância do dinheiro não é o que ele é em si, mas o que ele traz consigo: o poder. O poder social do dinheiro é infinito diferentemente de qualquer outro bem que se possa acumular. Sua concentração e poder crescem desde 1980 além de uma queda nas pressões sociais e a formação de “alianças políticas” para favorecer o capital.
O fato é que sempre surgem barreiras ao processo de acumulação/reinversão e os fatores que dão origem a esse processo são os responsáveis pelas crises de superacumulação. Há então a eterna luta do capitalismo em converter limites aparentemente absolutos em barreiras a serem contornadas . A crescente necessidade de reinversão põe em cheque de um lado o dinheiro que é ilimitado e do outro o ambiente (ou seja, as oportunidades de investimento) limitado e cada vez mais levado a exaustão. Esta seria a barreira mais recente que o capital encontra ( a crise ambiental).
Ele destaca ainda o nexo Estado-Finanças como uma espécie de rendição do Estado ao poder social do dinheiro, onde muitas vezes se deixa financiar em troca de favorecimento ao capital. Aqueles que deveriam ser regulamentados usurpam o aparelho estatal em seu beneficio colocando assim o papel fundamental da indignação popular para restabelecer o equilíbrio.
Capitulo 3 : O capital vai ao trabalho
Esta parta trata sobretudo as estratégias utilizadas pelo capital para garantir sua acumulação perpétua. O conceito de “exercito industrial de reserva” como necessário para isso ocorrer.
Os exemplos citados são a recente incorporação/proletarização dos chineses na força de trabalho global e a mobilização da mulher que já é a atual espinha dorsal do sistema. Há sempre a necessidade de que a oferta de mão de obra obedeça a certos requisitos de forma a não incomodar o processo de acumulação. Ela precisa ser disciplinada pois caso não o seja sofre as consequências como desemprego , até que se ajuste e se rediscipline.
A mobilidade do capital ou do trabalho é fundamental no processo de regulação da mão de obra uma vez que se em dado local não for favorável a facilidade de migrar dá mais poder ao capitalista.Outra estratégia utilizada é colocar os trabalhadores em concorrência entre si utilizando machismo e racismo para diminuir a competição . As tecnologias poupadoras de trabalho fazem parte desse processo mas também as inovações nos meios de transportes favorecem a mobilidade do capitalista para locais onde a organização sindical é menor.
O papel do Estado entra no fornecimento dessa mão de obra com as características desejáveis tais como nível de educação, saúde, organizaçãoetc. Além de exercer o controle sobre essa mão de obra com políticas de imigração e trabalhistas favoráveis à acumulação.
Há também o que o autor chama de projeto político para subsidiar a oferta de mercadorias mais baratas necessárias à sobrevivência e assim conseguir manter o valor da mão de obra mais baixo (o fenômeno Wal-Mart e bens chineses).
As ondas ou ciclos de desenvolvimento capitalista duram certo período fundadas em inovações tecnológicas, estas surgem tanto mais rápido quanto maior o nível de excedente . É uma busca frenética para que o capital seja absorvido e dite qual estágio do desenvolvimento capitalista estará em voga até que outro venha a substituí-lo com a mesma dinâmica. As bolhas especulativas são frutos dessa busca pela inovação que tem seu lado positivo como estimulo a novos caminhos bem como seu lado negativo de desestabilização.
Capitulo 4: O capital vai ao mercado
Neste capitulo é trabalhado outro obstáculo para acumulação: a falda de demanda efetiva. É neste ponto que a criação de novas necessidades se torna essencial ao processo de acumulação sustentável. As crises de subconsumo ocorrem quando não há demanda suficiente para sustentar essa dinâmica.
 O pressuposto do lucro é que a massa salarial sempre será menor que o capital total em circulação assim o crédito entra para equilibrar esse fosso temporal entre o reinvestimento de hoje e a produção de ontem. O trabalhador sempre deve consumir aquilo que foi produzido ontem como a forma de garantir o que será produzido amanhã.
Uma das estratégias para garantir essa demanda é a imposição de praticas capitalista em sociedades não capitalistas onde se garante um número alto de novos consumidores que não necessariamente serão trabalhadores. A questão colocada é que esses mecanismos estão se tornando cada vez mais ineficientes como estabilizadores. 
Ele cita o exemplo da China que cobre sucessivamente os déficits dos EUA pois lá que se encontra sua fonte maior de demanda. A alternativa Chinesa de explorar seu próprio mercado interno minaria sua própria fonte de competitividade (os baixos salários). De fato a solução mais obvia seria a reversão da política salarial, mas como o autor afirma o discurso da direita não estaria disposto a contemplar esta solução.
Dada às dificuldades de garantir essa demanda a solução seria apelar para o consumo capitalista, afinal dinheiro é o que não lhes falta. O problema é que mesmo que se gastando uma quantidade exorbitante em consumo de bens de luxo há um limite físico para sua produção e consumo que o montante do capital não pode acabar apenas dessa maneira. Daí entra a reinversão e o que era um problema de subconsumo se torna em questão de encontrar oportunidades de reinvestimento de parte do excedente de ontem.
As ameaças de subconsumo nunca vão embora, porém em curto prazo podem ser maquiadas com o crédito, contudo tendem a acumular contradições num longo prazo. O argumento de que essa reinversão é que gera os empregos e a riqueza futura não é sempre verdade. O capitalista escolhe naquilo que irá reinvestir e o investimento não será necessariamente em recursos produtivos, sobretudo em tempos de incerteza. De fato o capital especulativo tem aumentado substancialmente nos últimos tempos.
 Há também a falsa crença que a expansão futura não encontrara barreiras reforçando o componente de expectativa do sistema e essas expectativas quando frustradas causam as recorrentes crises. Estas crises são a maneira de racionalizar as irracionalidades do sistema, elas são necessárias para a evolução capitalista, tão necessárias quanto o dinheiro.
Capitulo 5: 	O capital evolui
Como o próprio titulo remonta aqui temos o detalhamento da evolução c]do capital desde seu surgimento até tempos recentes. A introdução da tecnologia bem como a modificação da paisagem com a crescente urbanização também é trabalhada. Ele coloca em questão todas as transformações que o mundo sofre, sobretudo as consequências desconhecidas de todo esse processo. O que antes achávamos inofensivo já se provou fatal, ainda há muito para descobrir e a consequências podem ser as mais diversas e inesperada.
O paradoxo do capitalismo é colocado em xeque já que propicia toda essa riqueza bem como a evolução e ploriferação de tecnologias nos mais diversos campos contrastando com o outro lado . A pobreza , violência , exclusão e degradação ambiental é o contraponto e temos que conviver com esses dois lados da mesma moeda.
Somos introduzidos às sete “esferas de atividade”, que se relacionam e assim descrevem a trajetória evolutiva do capitalismos, são elas: : tecnologias e formas de organização; relações sociais; arranjos institucionais e administrativos; processos de produção e de trabalho; relações com a natureza; reprodução da vida cotidiana e da espécie. Cada uma evolui por conta própria não havendo nenhuma dominante nem independente das demais. Há uma constante interação entre todas elas e não sempre isso se dá de forma harmoniosa. 
O capital não pode circular nem se acumular sem passar por cada uma das esferas. Se ele encontra algum empecilho precisa superar pois pode ser uma fonte potencial de crise.Dessa maneira compreender a coevolução dessas esferas é também entender como o capital evolui e consequentemente suas crises.A evolução das sete esferas é gradual e interligada e a cada momento uma ou outra está mais em foco embora todas sejam relacionadas.
As relações sociais impactam no modo de produção e há uma constante criação de necessidades para a tecnologia suprir. Com isso entramos em outro ponto destacado que é o fetiche pela tecnologia alimentado pelo capitalista. O que devemos ter em mente é que esta ao mesmo tempo em que possibilitou imensas realizações também foi responsável por catástrofes inimagináveis tais como a bomba atômica. 
Em relação a coevolução do sistema capitalista o autor explica que este não precisou apenas encontrar não apenas sua base tecnológica única mas também um sistema de crenças e concepções mentais. Uma consequência direta disso foi a construção do ideal de aceitação da culpa pessoas pelo “fracasso” pessoal , tirando do foco que há um problema sistêmico de crises onde as pessoas realmente acreditam que são as únicas responsáveis por sua situação social ao invés de se darem conta que são mais uma vitima do sistema.
Por fim Harvey argumenta que não existe esfera certa para começar uma (re)volução mas deve sempre haver movimento e não estagnação. Ele aponta que o erro do socialismo soviético foi colocar apenas uma esfera na vanguarda (tecnologia militar) sem permitir novas possibilidades de interação das esferas.
Capitulo 6 : A geografia disso tudo
Neste ponto o objetivo é explicar como a crise imobiliária se espalhou ao redor do mundo bem como seus efeitos distintos em cada parte do globo variou a depender de diversos fatores. Alguns deles como o grau de envolvimento dos bancos locais com tais fundos nos EUA e suas estruturas organizacionais internas. Embora a expectativa fosse de riscos divididos o que se viu foi um impacto muito diferenciado em cada localidade.
A intenção do autor foi mostrar como a geografia em sentido amplo influenciou os desdobramentos da crise em cada localidade. As respostas de cada uma variaram essencialmente em função de suas ideologias, arranjos institucionais bem como a profundidade do problema local.
O autor também mostra a relação entre crescimento populacional e expansão capitalista. Ele afirma que mesmo quando as populações não são organizadas com as relações sociais e arranjos institucionais isto é verdade. Dificilmente o sistema teria florescido como é hoje sem a expansão perpetua das populações tanto como produtores como consumidores. Ele cita o exemplo da China e sua população recém proletarizada para validar seu argumento.
Através de exemplos de cidades e suas estruturas sociais e padrão de interação entre as sete esferas o autor mostra como a geografia do local é afetada pelo padrão de consumo e produção. Há com frequência uma concentração de atividadesparticulares em certos locais pela atração do capitalista de obter o maior lucro possível. Essa concorrência por lugares superiores é uma espécie de competição entre as empresas e não deixa de ser uma concorrência monopolística. Um exemplo disso é quando os custos de transporte são altos suficiente para que inviabilize qualquer concorrência em dada localidade.
Precisamos também analisar de maneira cuidadosa o nexo que existe entre urbanização, acumulação de capital e a formação de crises. Segundo ele um dos principais meios de absorver os excedentes é através da construção de novos espaços. Geralmente o financiamento para tal é através do endividamento, que se torna o epicentro das crises. 
Como o sistema capitalista se destina a produção perpétua de excedentes e as populações são outro problema a resolver (afinal precisa haver acomodações para todos que sustentam o sistema) assim a urbanização surge para resolver ambos os problemas (acumulação e população crescente) . Assim estabelecemos a conexão entre excedente, urbanização e crescimento da população. 
O estilo de vida suburbano surge como uma forma de alimentar o consumismo da qual cerca de 70% da demanda dos EUA dependem. O estilo de vida urbana que propicia isso não seria possível sem o advento da urbanização, a transformação urbana é altamente necessária para dar suporte a esse estilo de vida aparentemente sustentável. O ponto chave é que a criação de novas geografias é utilizada como solução chave para absorção do excedente de capital.
Capitulo 7 : A destruição criativa da terra
O processo de destruição criativa produziu aquilo chamado de “segunda natureza” que seria a transformação daquele “ambiente natural”. Inicialmente era estimulada, até mesmo romantizada, mas a necessidade primeira era de acumulação em segundo lugar suprir as necessidades humanas.
Uma serie de “tecnologias revolucionarias” de uma época se mostraram verdadeiros desastres no futuro alguns exemplos são os CFC’s e DDT pesticidas. Sem contar as consequências negativas em nível social e ambiental que a ação humana tem causado.
Há, no entanto uma conivência do Estado nessa construção da segunda natureza. Tal como o autor afirma que o Surgimento do Estado moderno coincide com o surgimento do capitalismo. As grandes potências capitalistas dividiram o globo para usufruir de suas zonas de influencia com as áreas coloniais e imperialistas. 
O território sempre foi utilizado para organizar as populações em relações de poder e um fato que vai de encontro ao que é alegado com frequência é que as especializações regionais não são meros frutos da natureza. Na verdade elas pouco contam nesse processo, na verdade se trata de um processo político e econômico para favorecer a acumulação. A intenção clara é de obter as configurações favorável tais como o modo de vida e sistema de produção e atitudes culturais locais. O Estado entra como guardião e fornecedor de tais configurações favoráveis e o sucesso desse mesmo Estado é medido no grau de atratividade que ele tem para capital .
Outro mito desfeito é a alegação da direita que direitos democráticos e individuais estão ligados ao nível de acumulação. O que o autor demonstra é que ao menos inicialmente essa relação não existe, podendo haver países onde não há tais garantias e liberdades onde o nível de acumulação é elevado.
A estratégia liberal é utilizar a aversão anti-estadista de maneira sutil para favorecer grupos de interesse mesmo que a população queira a aprovação de determinado projeto. O discurso é manipulado para esconder suas verdadeiras motivações que nada têm de altruísta e preocupado com a suposta eficiência o sistema. O exemplo citado é o sistema de saúde dos EUA onde essa aversão contra o Estado é invocada mesmo a população não se opondo a um sistema de saúde universal, mas quem poderia provê-lo se não o Estado?
Observamos também uma tendência de criação de blocos diversos que se situem acima do poder do Estado-nação com nenhum outro intuito além do beneficio econômico. As guerras e conflitos também são apontadas como grandes fontes de destruição criativa. Embora não se posso culpar o capitalismo por elas de certo o sistema se aproveita e muito de suas ocorrências. 
Há um fomento da rivalidade interterritorial com vistas a tornar as organizações locais mais propensas a cooperar, ou seja minar o poder de barganha das mesmas. Uma nova estratégia surge quando os países (ele cita o exemplo da Ásia) passam a acumular divisas para se proteger dos movimentos especulativos predatórios , o que ele chama de novo mercantilismo.
E por fim notamos uma mudança conceitual de colonialismo e imperialismo ,bem como a ocupação de fato, por parte dos EUA para o conceito de hegemonia sobretudo financeira.O autor diz que atualmente está havendo uma mudança hegemônica para a China .
Fica claro que o desenvolvimento geográfico desigual é fundamental para reprodução capitalista. Há um retorno do pensamento do “Estado darwiniano”. Cada vez que ocorre uma crise de superacumulação entra-se no processo de destruição criativa onde sempre há uma reconfiguração do sistema e a criação de novas geografias é uma boa maneira de lidar com o permanente problema de absorção do capital excedente.
Aluna : Kethellyn Soares

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