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_______________________Leg. Extravagante - Lei 8.072/90 Crimes Hediondos________________________ 
 
1. CRIME HEDIONDO 
 
1.1 Conceito: trata-se de conduta humana reprovável, tipificada como crime, considerada asquerosa, 
nojenta, repugnante, sórdida e depravada, por essa razão merecedora de tratamento penal mais rigoroso. 
 
1.2 Definição de crime hediondo: 
 
a) Sistema judicial – é o juiz quem, na apreciação do caso concreto, diante da gravidade do crime, decide se a 
infração é ou não hedionda. 
 
b) Sistema legal – compete ao legislador enumerar, num rol taxativo, quais delitos serão considerados 
hediondos. 
 
c) Sistema misto – o legislador apresenta rol exemplificativo de crimes hediondos, deixando ao juiz um 
campo fértil para encontrar outros casos. 
 
Obs.: O Brasil adotou o sistema legal – art. 5º, XLIII, da CF – o constituinte outorgou ao legislador ordinário a 
tarefa de definir quais crimes serão considerados hediondos, todavia, já enumerou os equiparados a 
hediondos – tráfico de drogas, terrorismo, tortura. 
 
Obs.: O STF vem adotando um quarto sistema: o legislador apresenta um rol taxativo de crimes hediondos, 
devendo o magistrado confirmar a hediondez na análise do caso concreto (o juiz não vai complementar; 
apenas confirmará se aquele crime tem requintes de hediondez) – GUILHERME DE SOUZA NUCCI também é 
filiado deste sistema. 
 
2. ROL DOS CRIMES HEDIONDOS: são considerados hediondos os seguintes crimes todos tipificados no 
Código Penal (Dec. Lei 2.848/40), consumados e tentados: 
 
 Inciso I – Homicídio quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por 
um só agente – (art. 121, Caput do CP); 
 
Conforme o art. 121, § 6º, CP a pena será aumenta de 1/3 (um terço) até a 1/2 (metade) se o crime for 
praticado por grupo de extermínio. 
 
O homicídio simples, em regra, não é hediondo, salvo quando praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só agente – trata-se de um homicídio condicionado. 
 
Trata-se de circunstância muito imprecisa, muito criticada pela doutrina. Por ex., não se sabe, pela lei, o que é 
a “atividade típica de grupo de extermínio”. A doutrina a conceitua como sendo a chacina, matança 
generalizada. 
 
Outra crítica feita é que, esta forma de crime jamais será praticada sobre a forma simples, sendo 
caracterizado sempre a qualificadora – PAULO RANGEL, NUCCI. 
 
 Inciso I – Homicídio qualificado – (art. 121, 2º, I a VII do CP); 
 
Tratando-se do homicídio qualificado, todas as qualificadoras redundam no crime hediondo (art. 121, parag. 
2º, do CP). 
 
_______________________Leg. Extravagante - Lei 8.072/90 Crimes Hediondos________________________ 
 
Importante destacar que em 2015 foram inseridos os incisos VI e VII ao parágrafo segundo do artigo 121 do 
Código Penal, pela Lei 13.104/15 e Lei 13.142/15 respectivamente. O inciso VI, trata do homicídio qualificado 
contra a mulher por razoes da condição de sexo feminino (Feminicídio) e o inciso VII, trata do homicídio 
contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, 
companheiro ou parente consanguíneo até o terceiro grau inclusive, em razão dessa condição. 
 
Obs.: O homicídio privilegiado (art. 121, § 1°, CP) não é hediondo. 
 
Homicídio qualificado-privilegiado é hediondo? 
 
1ª corrente – é hediondo, pois a lei não excepciona esta figura. 
 
2ª corrente – Não é hediondo, pois o privilegiado prepondera sobre a qualificadora – tal corrente faz uma 
analogia ao art. 67 do CP - no concurso de agravantes e atenuantes, prepondera a de natureza subjetiva (onde 
está escrito agravante, colocar-se-á “qualificadora”; onde estiver escrito atenuante, colocar-se-á “privilégio”) 
– a segunda corrente é a que prevalece no STF e no STJ. 
 
 Inciso I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte 
(art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou 
em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em 
razão dessa condição; Incluído pela Lei 13.142/15 
 
 Inciso II – Latrocínio – (art. 157, parág. 3º, in fine, do CP); 
 
O art. 157 trata do crime de roubo e o parág. 3º traz o roubo qualificado (se da violência resulta lesão grave 
ou morte, a pena é qualificada). Só é hediondo o roubo qualificado pela morte (parte final do parág. 3º). O 
roubo qualificado pela lesão grave não é hediondo. 
 
A morte pode ser dolosa ou culposa – o crime permanecerá hediondo. 
 
A morte tem que ser decorrência da violência. Se a morte resultar da grave ameaça – não é latrocínio - STF. 
 
A violência deve ser empregada durante o assalto e em razão do assalto (é imprescindível o fator tempo e o 
fator nexo). 
 
Ex.: uma semana depois do assalto, o bandido mata o gerente do banco que o reconheceu – não é latrocínio 
(foi em razão do assalto, mas não foi durante o roubo) – será roubo combinado com homicídio. A morte é o 
meio para alcançar o fim – o roubo. 
 
Assaltante que mata o outro para ficar com o proveito do crime, não é latrocínio (trata -se de roubo + 
homicídio torpe). 
 
O assaltante que mata o outro, por tentar matar a vítima – art. 73 do CP – aberratio ictus – considerará as 
qualidades da vítima virtual e não da vítima real, logo, é latrocínio. 
 
Se a intenção inicial do agente era matar e só depois 
resolveu subtrair, trata-se de homicídio seguido de furto – 
não é latrocínio. 
_______________________Leg. Extravagante - Lei 8.072/90 Crimes Hediondos________________________ 
 
 
Súmula 603 do STF – latrocínio não vai a júri, pois é crime contra o patrimônio – competência do juiz singular. 
 
Súmula 610 do STF – há crime de latrocínio consumado quando há a consumação da morte, ainda que a 
subtração seja tentada – 
 
 Inciso III – Extorsão qualificada pela morte – (art. 158, parág. 2º, do CP); 
 
Tudo que se aplica ao latrocínio se aplica a este crime. 
 
A diferença é que no crime de roubo o agente subtrai o bem ou pode, de imediato, subtrai -lo, mesmo que 
exista colaboração por parte da vitima 
 
Ex.: o agente aponta a arma e manda a vítima entregar o relógio. 
 
Haverá extorsão quando a vítima entregar o bem e ficar demonstrado que sua colaboração era imprescindível 
para o agente obter a vantagem. 
 
Ex.: carta constrangendo a vítima mandar dinheiro, sob ameaça de revelar segredo íntimo. Constranger a 
vítima fornecer senha do cartão de crédito. 
 
 Inciso IV – Extorsão mediante sequestro – (art. 159, caput e parágrafos, do CP). 
 
Tal crime sempre é crime hediondo, não importa se na forma simples ou qualificada. 
 
Diferencia-se, porque nesta (extorsão mediante sequestro), o resgate é exigido de outras pessoas (familiares 
em geral), enquanto, no sequestro relâmpago, não há essa exigência a terceiros, mas a própria pessoa 
sequestrada. 
 
 Inciso V – Estupro (art. 213, caput e §§ 1º e 2º); 
 
Considera-se estupro o ato sexual ou qualquer outro ato libidinoso (dedos na vagina, sexo oral), mediante 
violência ou grave ameaça à pessoa da vítima ou a terceiro. 
 
 Inciso VI – Estupro de vulnerável (art. 217‑A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º); 
 
Considera-se vulnerável, pessoa menor de 14 anos, ou pessoa portadora de enfermidade ou doença mental, 
que não tenha o necessário discernimento para a pratica do ato. 
 
Nessas hipóteses a pratica da conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso será crime, mesmo que exista 
o consentimento da vítima. 
 
 IncisoVII – Epidemia com resultado morte – (art. 267, parágrafo 1º, do CP); 
 
O tipo consiste em causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos (vírus, bacilos ou 
protozoários) e se caso tal conduta resultar na morte de alguém, o crime será considerado hediondo, sendo a 
pena prevista no caput (reclusão de 10 a 15 anos) aplicado em dobro ao agente. 
 
Ex.: meningite, sarampo, gripe, febre amarela; 
 
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Faz-se necessário que a conduta provoque epidemia, ou seja, surto de uma doença que atinja grande número 
de pessoas em determinado local ou região. 
 
O crime pode ser praticado por qualquer meio: contaminação do ar, da agua, transmissão direta etc. 
 
 Inciso VII, B – Falsificação, adulteração de produtos farmacêuticos e medicinais – (art. 273, § 1°, § 1-A, § 1-B 
do CP). 
O art. 273, caput, pune o falsificador do produto terapêutico ou medicinal. A pena é de 10 a 15 anos. 
 
O parágrafo 1º pune aquele que guarda, expõe a venda, vende produto já falsificado. A pena é a mesma, 10 a 
15 anos. 
 
O parágrafo 1º-A abrange como objeto material outros produtos, como por ex., cosméticos e saneantes. 
 
Obs.: quanto aos cosméticos, trata-se apenas daqueles com finalidade terapêutica ou medicinal (se um batom 
for de finalidade terapêutica, incidirá neste parágrafo). Saneante abrange os produtos de limpeza. 
 
O parágrafo 1º-B pune quem comercializa produto com infração às regras administrativas. A pena será a 
mesma, 10 a 15 anos – infringe o princípio da intervenção mínima (o Direito Administrativo poderia cuidar) – 
entendimento jurisprudencial. 
 
 Inciso VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). Incluído pela Lei nº 12.978, de 2014 
 
 Parágrafo Único: Genocídio – (art. 1º, 2º; 3°, da lei 2889/89); 
 
3. CRIMES EQUIPARADOS A HEDIONDOS, OU CRIMES HEDIONDOS POR EQUIPARAÇÃO: a Constituição 
elencou os crimes equiparados a hediondos, que serão tratados com o mesmo rigor: 
 
a) Tráfico de Drogas – Lei 11.343/06 
b) Tortura – Lei 9.455/97 
c) Terrorismo – Lei 13.260/16 
 
Obs.: Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) entendeu que o chamado tráfico privilegiado, no qual as 
penas podem ser reduzidas, conforme o artigo 33, parágrafo 4º, da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), não deve 
ser considerado crime de natureza hedionda. A discussão ocorreu no julgamento do Habeas Corpus (HC) 
11.8533, que foi deferido por maioria dos votos. 
 
Importante destacar que o STJ entende que a aplicação da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, § 
4º, da Lei n. 11.343/06 não afasta a hediondez do crime de tráfico de drogas, conforme enunciado da súmula 
512, STJ. 
 
4. VEDAÇÕES AOS CRIMES HEDIONDOS E EQUIPARADOS 
 
Eles são tanto para os crimes hediondos, como para os crimes equiparados a hediondo (art. 2º da lei). 
 
a) Insuscetíveis de anistia, graça e indulto. 
 
O art. 5º, XLIII, da CF – não diz ser insuscetível de indulto. A 
lei 8072/90 arrola também a insuscetibilidade do indulto 
_______________________Leg. Extravagante - Lei 8.072/90 Crimes Hediondos________________________ 
 
 
Constitucional ou não? 
 
1ª corrente – a vedação do indulto é inconstitucional – as vedações constitucionais seriam máximas, não 
podendo o legislador ordinário suplantá-las. Eles questionam que, se não se pode aumentar as prisões civis 
que estão na CF, não se poderia também acrescentar mais uma causa de proibição de aplicação aos crimes 
hediondos – Luís Flavio Gomes, Alberto Silva Franco. 
 
2ª corrente – as vedações constitucionais são mínimas (A CF deu o poder ao legislador ordinário de aumentar 
tal rol). O indulto é uma graça coletiva; logo estaria já abrangido – posição do STF. 
 
O indulto não respeita fatos pretéritos – posição do Supremo Tribunal federal – Recurso Habeas Corpus 
84572/RJ. Neste recurso, o STF entendeu constitucional a vedação do indulto para crimes hediondos, até 
mesmo para os crimes praticados anteriormente à sua vigência (da lei 8.072/90) - deve-se analisar a natureza 
do crime no momento da execução. 
 
b) Inafiançável. 
 
Antes da lei 11.464/2007, o art. 2º, II, vedava fiança e liberdade provisória. Com o advento desta lei, veda-se 
apenas a fiança (aboliu a vedação da liberdade provisória). Há dúvida ainda quanto à aplicação da liberdade 
provisória aos crimes hediondos: 
 
Questão até pouco tempo tormentosa versava sobre a possibilidade ou não da concessão de liberdade 
provisória diante de crimes em que se vedava a fiança (como ocorre nos crimes hediondos e equiparados). 
Todavia, atualmente, o STF posiciona-se pela possibilidade da concessão de liberdade provisória, pautando-se 
nos seguintes fundamentos - Habeas Corpus 104339: 
 
1. É possível liberdade provisória para crime hediondo, pois quem deve avaliar a possibilidade ou não de 
liberdade provisória é o juiz no caso concreto. Sendo assim, a vedação à liberdade provisória é 
inconstitucional, afrontando a individualização da pena e separação dos poderes. 
 
2. Vedar a liberdade provisória por lei caracteriza antecipação de pena; 
 
3. A proibição de concessão de liberdade provisória estabelece um tipo de regime de prisão preventiva 
obrigatória, na medida em que torna a prisão a regra e a liberdade a exceção. A CF/88, contudo, prevê que a 
liberdade é a regra e a necessidade da prisão precisa ser devidamente fundamentada. 
 
Outrossim, por oportuno, importante destacar que a corrente minoritária afirma que não é possível liberdade 
provisória para crime hediondo, porque a vedação está implícita na inafiançabilidade (Min. Ellen Gracie). 
 
Isto posto, para a corrente prevalente hoje, é cabível a liberdade provisória em sede de crimes hediondos, 
porém sem a exigência de fiança. Em questões subjetivas, principalmente para Defensoria Pública (caso 
alguém venha a prestar), é prudente citar os dois entendimentos. 
 
5. CUMPRIMENTO DE PENA E PROGRESSÃO DE REGIME 
 
A lei 11.464/2007 modificou a redação do parágrafo 1º e 2º do art. 2º da lei. Antes o regime deveria ser 
integral fechado (proibia-se a progressão de regimes). Agora 
a lei determina o cumprimento inicial fechado, permitindo a 
progressão de regime – cumprimento de 2/5 da pena se 
_______________________Leg. Extravagante - Lei 8.072/90 Crimes Hediondos________________________ 
 
primário ou 3/5 se reincidente, não necessariamente especifico. 
 
Todavia, o STF já havia declarado inconstitucional à vedação de progressão de regimes, antes mesmo do 
advento desta lei de 2007, admitindo a progressão de regimes através do cumprimento de 1/6 da pena – a Lei 
11.464/2007 só tem aplicação para os fatos futuros – lei posterior maléfica ao réu, pois exige uma fração 
maior do que a que vinha se aceitando, conforme pode verificar no julgado a seguir: 
 
"Ementa: Pena - Regime de cumprimento - Definição. O regime de cumprimento da pena é norteado, 
considerada a proteção do condenado, pela lei em vigor na data em que implementada a prática 
delituosa. Pena - Regime de cumprimento - Progressão - Fator temporal. A Lei nº 11.464/07, que majorou 
o tempo necessário a progredir-se no cumprimento da pena, não se aplica a situações jurídicas que 
retratem crime cometido em momento anterior à respectiva vigência - precedentes.'" (RE 579167, Relator 
Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgamento em 16.5.2013, DJe de 17.10.2013, com repercussão 
geral - tema 59) 
 
Obs.: O STF considerou inconstitucional a obrigatoriedade do início de cumprimento de pena em regime 
fechado para os crimes hediondos e assemelhados, prevista no Art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90, por violar os 
Princípios da Individualização da Pena e da proporcionalidade como consta nosjulgados a seguir: 
 
"Entendo que, se a Constituição Federal menciona que a lei regulará a individualização da pena, é n atura l q ue e la 
exis ta. Do mesmo modo, os critérios para a fixação do regime prisional inicial devem-se harmonizar com as garantias 
constitucionais, sendo necessário exigir-se sempre a fundamentação do regime imposto, ainda que se trate de cri me 
hediondo ou equiparado. Deixo consignado, já de início, que tais circunstâncias n ão e l id em a p ossibi l idade d e o 
magistrado, em eventual apreciação das condições subjetivas desfavoráveis, vi r a estabelecer regime pris ional m ais 
severo, desde que o faça em razão de elementos concretos e individualizados, aptos a demonstrar a necessidade d e 
maior rigor da medida privativa de liberdade do indivíduo, nos termos do § 3º do a rt. 33 c/c o a rt. 5 9 d o Có d i go 
Penal.A progressão de regime, ademais, quando se cuida de crime hediondo ou equiparado, também se dá em lapso 
temporal mais dilatado (Lei nº 8.072/90, art. 2º, § 2º). (...) Fei tas essas considerações, penso que deve ser superado o 
disposto na Lei dos Crimes Hediondos (obrigatoriedade de início do cumprimento de pena no regime fechado ) p ara 
aqueles que preencham todos os demais requisitos previstos no art. 33, §§ 2º, b, e 3º, do CP, admitindo -se o início do 
cumprimento de pena em regime diverso do fechado. Nessa conformidade, tendo em vista a declaração incidental de 
inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, na parte em que impõe a obrigatoriedade de f i xação d o 
regime fechado para início do cumprimento da p ena aos co n denad os p ela p rática d e crim es h ediond os o u 
equiparados, concedo a ordem para alterar o regime inicial de cumprimento das reprimenda impostas ao paciente 
para o semiaberto." (HC 111840, Relator Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgamento em 27.6.2012, D Je d e 
17.12.2013). 
 
"4. A Corte Constitucional, no julgamento do HC no 111.840/ES, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, removeu o óbice 
constante do § 1o do art. 2º da Lei no 8.072/90, com a redação dada pela Lei no 11.464/07, o qual determinava q ue 
'[a] pena por crime previsto nes[s]e artigo será cumprida inicialmente em regime fechado' , d eclarando , d e form a 
incidental, a inconstitucionalidade da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para o inicio do cumprimento d e 
pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado. 5. Esse entendimento abriu passagem para que a 
fixação do regime prisional - mesmo nos casos de trafico i lícito de entorpecentes ou de outros cri m es h edio ndos e 
equiparados - seja devidamente fundamentada, como ocorre nos demais delitos dispostos no ord enamen to. 6. No 
caso, as instâncias ordinárias indicaram elementos concretos e individualizados aptos a demonstrar a necessidade da 
prisão do paciente em regime fechado, impondo-lhe o regime mais severo mediante fundamentação adequada, n os 
termos do que dispõe o art. 33, caput e parágrafos, do CP." (HC 119167, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, 
julgamento em 26.11.2013, DJe de 16.12.2013). 
 
"O STF já teve a oportunidade, por ocasião da análise do julgamento do HC n. 82.959/SP, rel . Min. Marco Aurélio, D je 
1º.9.2006, de declarar, incidenter tantum, a inconstitucionalidade da an tiga re dação d o a rt. 2º, § 1º, d a Le i n . 
8.072/90, a qual determinava que os condenados por crimes hediondos ou a eles equiparados deve riam cu m prir a 
pena em regime integralmente fechado. Naquele caso, ficou assentado que essa i mpos ição co ntraria o p rincípio 
constitucional da individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI). Pois bem. Sobreveio a Le i n . 11.464/2007 q u e, a o 
promover mudanças no já mencionado art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/90, determinou que a pena agora fosse cumprida 
no regime inicial fechado. É aqui que faço uma indagação: Esse dispositivo, em sua nova redação, não con tin uaria a 
violar o princípio constitucional da individualização da pena? Essa discussão, inclusive, já vem sendo alvo de debates 
nas instâncias inferiores e nesta Suprema Corte. No ponto, destaco, ainda, à guisa de i lustração, ju lgad o re cente 
proferido pelo próprio STJ que, ao analisar o H C n . 
149.807/SP lá impetrado, concluiu pela 
inconsti tucional idade desse dispos i tivo, ao 
fundamento de que, a despeito das m o dificações 
_______________________Leg. Extravagante - Lei 8.072/90 Crimes Hediondos________________________ 
 
preconizadas pela Lei 11.464/2007, persistiria ainda a ofensa ao princípio constitucional da individualização d a p ena 
e, também, da proporcionalidade. No caso concreto, com fundamento nessas considerações, entendo que o disposto 
na Lei dos Crimes Hediondos (obrigatoriedade de início do cumprimento de p ena n o re gim e fechado ) h á d e ser 
superado. É que o paciente preenche os requisitos previstos no art. 33, § 2º, c, do CP, para o início do cu m primen to 
de pena no regime aberto." (HC 106153, Relator Minis tro Gi lmar Mendes , Segunda Turma, julgamento em 
22.11.2011, DJe de 19.12.2011). 
 
6. DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE 
 
Em caso de sentença condenatória não definitiva, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar 
em liberdade. Na verdade, é necessário avaliar a existência ou inexistência dos requisitos da prisão preventiva 
previstos nos artigos 311 e seguintes do CPP. 
 
7. PRISÃO TEMPORÁRIA 
 
A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes hediondos ou 
equiparados, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e 
comprovada necessidade. 
 
8. LIVRAMENTO CONDICIONAL 
 
Art. 83 do CP. É uma liberdade antecipada da execução. Se o agente é primário (não reincidente) e com bons 
antecedentes, deverá cumprir 1/3 da pena; se ele é reincidente, deverá cumprir 1/2 da pena; se ele for autor 
de crime hediondo ou equiparado, deverá cumprir 2/3 da pena, desde que não reincidente específico. 
 
Quanto ao primário de maus antecedentes: 
 
1ª corrente – entende que se deve aplicar analogia in bonam partem. 
 
2ª corrente – entende que deve ser cumprida 1/2 da pena (como se fosse reincidente). A 1ª corrente é a que 
prevalece. 
 
Obs.: o que é reincidente específico? 
 
1ª corrente – é aquele que pratica dois crimes hediondos ou equiparados do mesmo tipo penal (ex.: 
condenado por estupro e praticando outro estupro, não terá direito ao livramento condicional); 
 
2ª corrente – é aquele que pratica crime hediondo ou equiparado, ofendendo um mesmo bem jurídico (ex.: 
condenado por estupro e depois atentado violento ao pudor – não terá direito ao livramento condicional); 
 
3ª corrente – aquele que pratica crime hediondo ou equiparado, qualquer que seja ele (ex.: condenado por 
latrocínio e praticou estupro, não terá direito ao livramento condicional) – é a corrente que prevalece. 
 
Obs.: quanto à progressão de regimes, não se exige ser reincidente específico para não se beneficiar deste 
instituto, apenas a reincidência normal. 
 
9. CRIME DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
 
Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no artigo 
288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, 
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins ou terrorismo. 
_______________________Leg. Extravagante - Lei 8.072/90 Crimes Hediondos________________________ 
 
 
A pena do art. 288 do CP passa a ser de 3 a 6 anos se a associação visar à prática de crime hediondo ou 
equiparado. 
 
Lei 11.343/2006, o art. 35 que traz o crime de “associação” para o tráfico, com pena (3 a 10 anos). Assim, 
quanto ao tráfico, não se aplica o art. 8º da Lei 8072/90, e sim a Lei de Drogas. 
 
Obs.: no art. 35 da lei de drogas, basta a união de duaspessoas para configurar o crime, sendo lei mais 
gravosa. 
 
10. TRAIÇÃO BENÉFICA, DELAÇÃO PREMIADA OU COLABORAÇÃO PREMIADA 
 
O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu 
desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. 
 
Para ter direito ao benefício, a denúncia tem que ser eficaz, ocorrendo o desmantelamento da quadrilha ou 
bando.

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