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Manifestação à Contestação de técnica em enfermagem por doença profissional insalubridade horas extras

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EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DA __ª VARA DO TRABALHO DE CIDADE-UF
Processo nº XXXXX
150 – Manifestação sobre a Contestação
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, já qualificada nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, por intermédio de sua procuradora signatária APRESENTAR MANIFESTAÇÃO ACERCA DA CONTESTAÇÃO e DOCUMENTOS juntados pela Reclamada, assim como em relação do LAUDO PERICIAL, nos seguintes termos:
Inicialmente argúi a Contestante pela improcedência dos argumentos e dos pedidos feitos pela Reclamante, ao passo que em contradição, confirma as informações constantes na exordial quanto a existência do contrato de trabalho de 1º/06/2006 a 12/03/2008; jornada de trabalho em escalas de turnos, das 07h às 13h, ou das 07h às 19h, ou ainda, das 19h às 07h; a Reclamante ter laborado no HUSM, e no Centro de Terapia Intensiva - CTI; as funções da Reclamante, de atendimento ao paciente, medicação, higiene e tratamento de feridas, separação e descarte de materiais contaminados, como fraldas descartáveis, absorventes íntimos, panos com sangue, etc.
Ou seja, Excelência, ratifica todas as informações postas a termo na peça vestibular, comprovando a veracidade dos fatos e dos pedidos.
Alega em sua defesa que as atividades que a Reclamante realizava não guardam nexo de causalidade com os problemas de saúde que desenvolveu, porém razão não lhe assiste, como ficou demonstrado na inicial. 
A própria Reclamada colaciona em sua Contestação o Regulamento da Previdência Social (D 3048/1999), o qual lista os AGENTES OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL RELACIONADOS COM A ETIOLOGIA DE DOENÇAS PROFISSIONAIS E DE OUTRAS DOENÇAS RELACIONADAS COM O TRABALHO, referindo, na fl. 83, que a doença “epicondilite lateral” tem como fato gerador, entre outros, posições forçadas e gestos repetitivos.
Ora Excelência, esse dado já foi trazido aos autos, quando da inicial, ao afirmar que a Reclamante precisava fazer bastante esforço físico para o trato com os pacientes, como para trocar suas roupas pessoais, virar de lado, colocar na cadeira de rodas, etc. 
A propósito, a Reclamada sequer demonstra quais as atividades que exercia a Reclamante, limitando-se apenas em negar os fatos, sem ao menos, trazer qualquer prova de suas alegações.
É notório que as atividades exercidas pela Reclamante eram executadas de forma contínua e repetitiva, pois sua função era determinada e as atividades sempre as mesmas. Na verdade, só o que se alterava em seu ambiente de trabalho, era O PACIENTE.
Então, outra conclusão não é possível, senão, que a Contestante tem ciência que a doença que acometeu a Autora está devidamente enquadrada pela legislação como fator de risco para o trabalhador que exerce atividades que demandam a utilização de força nos membros superiores, assim como, movimentos que sejam diariamente repetidos.
Limita-se a Demandada a negar o nexo causal, baseando sua tese na simples apresentação do nome coloquial da doença que acometeu a Reclamante, inacreditavelmente dirigindo sua argumentação no sentido de concluir que somente os tenistas pudessem adquiri-la.
Porém, melhor sorte não lhe assiste, pois, apesar da Autora ser técnica em enfermagem, e não tenista, infelizmente adquiriu a moléstia enquanto trabalhava para a Reclamada, como demonstram os exames e laudos médicos e demais provas constantes nos autos, fato reconhecido ainda por perito da Justiça Federal, que ensejou o pagamento de benefício previdenciário.
Ademais, o pleito buscado na peça vestibular vem alicerçado em todo o conjunto probatório no presente processo, e pelas provas que ainda se formarão, ao contrário da Contestante, que produz meras negativas infundadas.
Desta feita, ratifica-se os pedidos apresentados na exordial, ressaltando por derradeiro, que há nexo causal entre as atividades exercidas pela Reclamante durante todo o contrato de trabalho, com a doença que infelizmente lhe acometeu.
Quanto ao horário de trabalho, nada refere a defesa a respeito da jornada noticiada na inicial, de que a Autora era obrigada a chegar 20 minutos antes do seu horário de trabalho, para checar as informações do plantão anterior, bem como encerrava suas funções passados, ao menos, 45/60 minutos do horário previsto.
Destarte, é tida como incontroversa a jornada laboral descrita na exordial, idéia sacramentada, ainda, pela não juntada pela defesa dos registros de presença em cartão ponto da Reclamante, efetuados durante a contratualidade, obrigação que era imposta à Reclamada por contar com bem mais de 10 empregados.
Desta forma, reitera-se o pedido de que seja condenada a Reclamada ao pagamento do tempo de labor extraordinário, com adicional de 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da hora normal, conforme prevê o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de _______________.
Quanto à insalubridade, também alega a Reclamada que não merece guarida o pedido da Reclamante, porque recebia o adicional nos termos da previsão das normas coletivas. Porém, novamente razão não lhe assiste.
É deserta de fundamento a alegação de que a Convenção Coletiva da Categoria estabelece o adicional de insalubridade em grau médio para todos os integrantes da categoria, no percentual de 20% do salário mínimo, uma vez que, é consabido, no Direito do Trabalho, tem maior valia o caso concreto e não o que está escrito, pois o papel aceita tudo, em atendimento ao Princípio da realidade dos fatos sobre a forma.
Ademais, a Convenção da Categoria prevê este índice em relação ao trabalho realizado nas condições ali previstas, o que, no caso da Reclamante, em hipótese alguma se enquadraria.
Corroborando com tudo o aqui exposto, os Tribunais Pátrios amplamente vem recepcionado a matéria em discussão, não sendo diversas as decisões, senão vejamos:
Acórdão do processo 01106-2005-010-04-00-9 (RO) 
Redator: IONE ALIN GONÇALVES 
Data:  13/03/2008   Origem:  10ª Vara do Trabalho de Porto Alegre
EMENTA: INSALUBRIDADE EM GRAU MÁXIMO. A insalubridade em grau máximo prevista no Anexo 14 da NR-15 da Portaria 3.214/78 do MTE decorre de trabalhos e operações em contato permanente com pacientes com doenças infecto-contagiosas, bem como com objetos de seu uso não previamente esterilizados, não se restringindo ao trabalho em instituições ou hospitais especializados no recebimento de pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas. Recurso da reclamante provido, no item. 
Acórdão do processo 01036-2006-104-04-00-6 (RO)
Redator:  JOÃO ALFREDO BORGES ANTUNES DE MIRANDA 
Data:  04/06/2008   Origem:  4ª Vara do Trabalho de Pelotas
EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. GRAU MÁXIMO. RECONHECIMENTO. Situação em que a prova testemunhal comprova que a reclamante, técnica de enfermagem, cujo local de trabalho era a UTI, mantinha contato com pacientes portadores de doenças infecciosas. Reconhecido o direito ao adicional de insalubridade no grau máximo, nos termos do Anexo nº 14 da NR-15 da Portaria MTb nº 3.214/1978. 
Acórdão do processo 00537-2006-023-04-00-5 (RO) 
Redator:  IRIS LIMA DE ORAES 
Data: 03/12/2008   Origem:  23ª Vara do Trabalho de Porto Alegre
EMENTA: DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE EM GRAU MÁXIMO. Havendo comprovação através de laudo pericial de labor com pacientes portadores de doenças infecto-contagiosas, faz jus a obreira ao adicional de insalubridade em grau máximo. 
Ademais, ao largo de toda argumentação defensiva, há o resultado da perícia técnica realizada, que desde já requer o integral acolhimento, a qual extingue quaisquer dúvidas em relação a existência de insalubridade em grau máximo, tendo o Expert concluído em seu laudo “Analisando as condições dos locais de trabalho e as atividades desenvolvidas, concluímos que: as atividades desenvolvidas pela reclamante foram consideradas insalubres em grau máximo conforme o Anexo 14 da NR-15 da Portaria Ministerial 3.214/78. Durante todo o período de trabalho”.
Quanto ao cálculo do adicional, renova-seo alegado na inicial, requerendo a utilização, como base, do salário básico contratual, critério comumente definido pela Justiça Trabalhista, frente ao disposto na Súmula Vinculante nº 4 prolatada pelo E. STF.
 
Desta forma, diante do que foi cabalmente demonstrado, nenhum argumento apresentado em sede de Contestação tem o caráter impeditivo, modificativo ou extintivo do direito vindicado pela Reclamante.
MANIFESTAÇÃO QUANTO AO LAUDO PERICIAL
A perícia realizada pelo Expert apurou de maneira correta existência de insalubridade, em grau máximo, nas atividades da Autora enquanto trabalhava para a Reclamada. 
A manifestação do Perito, é conclusiva no sentido de que a exposição constatada, apesar dos EPIs fornecidos, se dava no maior grau considerado, fazendo jus à Reclamante ao pagamento da diferença dos valores pagos a menor, por considerar a empregadora o grau médio.
Outrossim, requer sejam os honorários periciais suportados pela Reclamada, diante da constatação pelo perito da veracidade em concreto da situação descrita na inicial. 
Diante do exposto, são reiterados todos os pedidos iniciais, protestando desde já, pela procedência total destes, com acolhimento integral do laudo pericial e a conseqüente improcedência e impugnação dos documentos juntados pela Reclamada, no sentido de que não servem à comprovação pretendida, mas tão somente corroboram com o exposto na peça pórtica.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
CIDADE-UF, ___ de ________ de 20___.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
OAB/XX XX.XXX
			
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