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Resumo Direito Civil Aula 13 Fraude Contra Credores e Simulacao Andre Barros

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Delegado de Polícia Civil 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Civil 
 Professor: André Barros 
Aula: 13 | Data: 20/11/2017 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
VÍCIOS OU DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS – VÍCIOS SOCIAIS 
 
Fraude Contra Credores 
1. Conceito 
2. Consequências 
3. Requisitos 
 
Simulação 
1. Conceito 
2. Natureza Jurídica da Simulação 
3. Consequências 
4. Classificação da Simulação 
 
 
VÍCIOS OU DEFEITOS DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS – VÍCIOS SOCIAIS 
 
Fraude Contra Credores 
1. Conceito: consiste na atuação maliciosa do devedor insolvente ou na iminência de assim se tornar que se desfaz 
de seu patrimônio procurando não responder pelas obrigações anteriormente assumidas. 
 credor 100 mil devedor 
 
 casa R$200 mil reais 
 
 Ação Pauliana 
 adquirente aliena 
 
 
 Página 2 de 6 
 
Ao ingressar com a Ação Pauliana o credor pretende a anulação do negocio jurídico para que o imóvel retorne ao 
patrimônio do devedor para que possa ser penhorável. 
 
2. Consequências: 
-Anulabilidade 
-Ação Pauliana (Direito Empresarial surge a Ação Revocatória) 
-Prazo: decadência de 4 anos a contar da celebração do negócio jurídico (artigos 171 e 178, CC). 
 
“Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável 
o negócio jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão 
ou fraude contra credores. 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a 
anulação do negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, 
do dia em que se realizou o negócio jurídico; 
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.” 
 
 
3. Requisitos 
 
a) Evento Danoso: o negócio tachado de fraudulento deve ter reduzido o devedor a condição de insolvência. 
Requisito sempre exigido. 
 
b) Anterioridade do Crédito: deve existir uma obrigação/dívida anterior ao negócio jurídico que se pretende 
fraudulento. Para que, na linha do tempo, eu possa falar que esse ato foi ato contra credores a dívida deve ser 
anterior. 
Requisito (Anterioridade do Crédito ) sempre exigido. 
 
 
 
 Página 3 de 6 
 
 Na OBRIGAÇÃO CONTRATUAL a dívida EXISTE desde o momento da formação do contrato. A anterioridade 
do crédito não é determinada pela data de vencimento ou pela data da execução (a data que você foi cobrar a 
dívida). A anterioridade da dívida é determinada SEMPRE no momento em que surge a obrigação. A anterioridade 
do crédito tem a ver com a existência da obrigação e não com a exigibilidade da obrigação. O relevante é o momento 
a partir do qual vai existir uma dívida e não o momento do seu vencimento, o momento da sua exigibilidade. 
 
 
 
 
 2012 2013 2014 2015 2016 
 contrato vendeu vencimento Ação Sentença 
 de empréstimo a casa execução → patrimônio = zero 
 
 
 
 já devia desde 2012 – pelo requisito da “anterioridade da dívida”, 
 no exemplo está presente. 
 
 Obrigação Extracontratual (responsabilidade civil extracontratual, dever de reparar um dano): a dívida 
EXISTE no momento da violação do direito. Pretensão de ter o dano reparado ao violar um direito, artigo 189, 
Código Civil. É relevante a EXISTÊNCIA e não a exigibilidade da dívida. 
 
 
 vendeu ação condenação 
 acidente a casa reparação execução → patrimônio = zero 
 
 
 2012 2013 2014 2015 
 
 trata-se de fraude contra credores pois desde 2012 
 a pessoa que atropelou a outra já devia. 
 
 
 Página 4 de 6 
 
“Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se 
extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.” 
 
 
Atenção! Prova CESPE – situação excepcional: 
 
Há uma decisão do STJ em que o Tribunal reconheceu a existência de fraude contra credor por dívida 
futura. No caso o devedor agiu de forma premeditada. 
 
 
c) Conluio Fraudulento ou Ciência da Fraude: deve ser provado que o adquirente do bem agiu em conluio com o 
alienante/devedor ou tinha ciência da sua condição de insolvência. 
Requisito que não é sempre exigido. Somente será exigido no caso de alienação onerosa, ou seja, se o ato de fraude 
foi uma alienação onerosa eu exijo esse requisito. A razão desse requisito é o direito de regresso em face do 
devedor. A chance de o adquirente recuperar o valor pago é mínima. O juiz que sentenciar procedente uma Ação 
Pauliana na alienação onerosa deve estar muito convicto, porque se estiver errado jamais o adquirente recuperará 
o valor. Em razão disso, o legislador, no caso de alienação onerosa, exige esse terceiro requisito, ou seja, não basta 
a anterioridade do crédito e a situação de prejuízo. A prova do conluio fraudulento é difícil. 
 
Se a alienação for gratuita, por exemplo, doação, este terceiro requisito é dispensado com objetivo de facilitar a 
anulação. Nesse caso, não causa dano ao adquirente, apenas deixa de ter um lucro fácil. 
 
SIMULAÇÃO 
 
“CAPÍTULO V 
Da Invalidade do Negócio Jurídico 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância e na forma. 
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas 
daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; 
 
 Página 5 de 6 
 
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não 
verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. 
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos 
contraentes do negócio jurídico simulado.” 
 
1. Conceito: a simulação consiste no desacordo proposital entre a vontade interna (intenção) e vontade externa 
(manifestação). Desse desacordo proposital há sempre um conluio entre as partes do negócio jurídico, ou seja, as 
partes sabem que aquilo que está sendo preparado não é o que desejam porque tem o objetivo de prejudicar 
terceiro ou de fraudar a Lei imperativa. 
 
2. Natureza Jurídica da Simulação: no Código Civil de 1916 era vício do negócio jurídico (por isso que até os dias 
atuais é lecionado nesse capítulo dos vícios). No Código Civil de 2002 o legislador deslocou o instituto para o capítulo 
da Invalidade do Negócio Jurídico. Existe e é válido. 
 
Ressalta-se que a Simulação continua invalidando, pois é uma causa isolada de invalidade, como por exemplo, 
objeto ilícito (não tem nada a ver com vícios: erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão). 
 
 
Atenção! Banca CESPE 
 
 Simulação não deixou de existir. 
 Simulação continua invalidando o negócio jurídico. 
 
3. Consequências: 
A Simulação gera a nulidade (é nulo) do negócio jurídico. Todos os vícios do negócio jurídico (erro, dolo, coação, 
estado de perigo e lesão), determinam a anulabilidade, de acordo com o legislador no Código Civil de 2002, ou seja, 
conduzem a nulidade do negócio jurídico. 
 
Ação Declaratória de Nulidade (ação cabível quando o negócio jurídico é nulo), não tem prazo, sendo assim, a sua 
pretensão é imprescritível.Página 6 de 6 
 
4. Classificação da Simulação: 
A nulidade varia de acordo com o tipo de situação: 
 
a) Simulação Absoluta: é aquele em que tudo é mentira. É um negócio jurídico falso por inteiro. É aquela que tem 
aparência de um negócio, mas, na essência, as partes não desejam realizar qualquer negócio. Nenhuma parte do 
negócio será salvo se tudo é mentira. 
Exemplo: marido que está se separando e simula (finge) que está devendo para o amigo. 
 
b) Simulação Relativa: é aquele em que nem tudo é mentira. É aquele que tem a aparência de um negócio, mas na 
essência as partes desejam realizar negócio diverso. Nem tudo é nulo. 
 -Subjetiva: é quando se vale de interposta pessoa (laranja). 
 -Objetiva: falsidade pode estar na data, preço, objeto, natureza do negócio, etc. 
 
→Regra: nem tudo é nulo. Em regra, tenta salvar o negócio jurídico, Princípio da Conservação do Negócio Jurídico: 
a parte verdadeira permanecerá válida desde que preencha os demais requisitos legais de validade quanto ao 
conteúdo e a forma. 
 
→Exceção: se não preencher, o Negócio Jurídico será nulo por inteiro, ou seja, não tem o que salvar. 
Exemplo: compra e venda de imóvel em que as partes declaram na escritura valor abaixo daquele verdadeiramente 
contratado.

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