Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Delegado de Polícia Civil CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional Disciplina: Direito Civil Professor: André Barros Aula: 16 | Data: 04/12/2017 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES 1. Pagamento (continuação) DIREITO DAS OBRIGAÇÕES: 1. Pagamento: Quem pode pagar (art. 304-CC)? Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. Só se considera interessado quem tem interesse jurídico na extinção da dívida, isto é, quem está vinculado ao contrato, como o fiador, o avalista, o solidariamente obrigado, o herdeiro, o adquirente do imóvel em hipoteca, o sublocatário etc., que podem ter seu patrimônio afetado caso não ocorra o pagamento. Devedor: o maior interessado em cumprir a obrigação. É o titular do débito. Ex.: locatário. Terceiro interessado (art. 346, III-CC): é aquele que tem interesse jurídico e patrimonial no cumprimento da obrigação. Ex.: fiador. Quando o terceiro interessado assume o cumprimento ocorre Página 2 de 4 automaticamente a sub-rogação legal, transferindo-lhes todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo credor, em relação à dívida, contra o devedor principal. Decorre da lei. Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: (...) III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. Atenção: A sub-rogação não se confunde com direito de regresso. No direito de regresso pode ser cobrado apenas aquilo que foi pago, já na sub-rogação o terceiro que pagou a dívida assume a posição do credor originário com todos os direitos potestativos, privilégios, ações e garantias. Terceiro não interessado (art. 305-CC): é aquele que tem simples interesse moral no cumprimento da obrigação. Não tem interesse jurídico na solução da dívida. Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. Ex. 1: os pais que pagam a dívida dos filhos maiores, pelas quais não podiam ser responsabilizados. Ex. 2: namorada pagar a dívida do namorado (decorrente de relacionamento amoroso). Ex.3: Namorada que pega recibo em nome do devedor (namorado) – em nada poderá cobrar. Já a namorada que pegou o recibo em nome próprio – pode cobrar o que pagou (direito de regresso). Todavia, a namorada que recebe o recibo com cláusula expressa de sub-rogação convencional (art. 347-CC), a ela são transferidos todos os direitos do credor primitivo. Página 3 de 4 Art. 347. A sub-rogação é convencional: I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos; II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub- rogado nos direitos do credor satisfeito. Quem pode receber (art. 308-CC)? Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito. Credor: titular do crédito na relação jurídica base. Só se for capaz de conferir a quitação. Quitação é extinção da obrigação pelo pagamento. Recibo é uma materialização do pagamento. Quitação não depende de recibo. o Se o pagamento não for efetuado ao credor ou seu representante, será ineficaz. Vale o brocardo: “quem paga mal, paga duas vezes”. o O pagamento, porém, pode ser feito a pessoa não intitulada e mesmo assim valer, se houver ratificação do credor ou do representante, conforme art. 308-CC. Representante: pode ser legal (pais, tutores e curadores) e judicial (nomeado pelo juiz, como o inventariante). Credor putativo (art. 309-CC): aquele que se apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro credor. Credor aparente. Quem aparenta ser credor. Se o pagamento for realizado de boa-fé ao credor putativo será um pagamento válido. Página 4 de 4 Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor. Ex. 1: golpe do boleto. Trata-se de boa-fé subjetiva. Resta ao verdadeiro credor cobrar daquele que recebe em seu lugar. Ex. 2: Situação do locador aparente, que se intitula proprietário de um apartamento e o aluga a outro. Provada a boa-fé deste, os pagamentos de aluguéis por ele efetuado serão considerados válidos, ainda que aquele não seja o legítimo dono. A boa-fé te, assim, o condão de validar atos que, em princípio, seriam nulos. Se o pagador não tiver firme crença deverá efetuar a consignação em pagamento, pois quem mal paga duas vezes. Ex.: chegar dois boletos de uma mesma dívida, ao mesmo tempo, pelos correios. Na dúvida subjetiva, deve-se fazer a consignação.
Compartilhar