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CONTEMPT OF COURT

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CONTEMPT OF COURT, DANOS PROCESSUAIS, DEVERES DAS PARTES E LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ: O PRINCÍPIO ÉTICO QUE INFORMA O PROCESSO.
O conteúdo ético do processo encontra fundamento nos princípios da probidade e da boa-fé, na medida em que o direito processual encontra-se disciplinado à luz dos valores e princípios constitucionais, tal como disposto nos artigos 1º e 5º do NCPC, aplicáveis supletiva e subsidiariamente ao processo do trabalho, por força do artigo 15, também do CPC.
Dessa forma, veda-se aos sujeitos participantes do processo a prática de atos que violem tais princípios, prevendo o ordenamento as hipóteses de violação e as respectivas sanções. Impende destacar que a lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, inseriu na CLT os artigos 793-A e seguintes, prevendo as hipóteses de dano processual e litigância de má-fé.
O artigo 77 do NCPC estabelece os deveres processuais das partes, e, dentre eles, em seu inciso IV, aduz que é dever das partes cumprir com exatidão as decisões judiciais, bem como não criar embaraços à sua efetivação. Trata-se de dispositivo com inspiração no instituto norte-americano chamado “Contempt of Court”, que significa o desrespeito à corte, seja por ofensa, seja por menosprezar suas decisões, criando embaraços a sua efetivação.
Deve o juiz informar que as condutas das partes podem ser entendidas como ato atentório à dignidade da justiça. A violação a tal dispositivo implica em multa de até 20% sobre o valor da causa, e, não havendo pagamento, será ela inscrita na dívida ativa da União ou Estado. Trata-se, portanto, de multa devida ao Estado, como forma de sancionar o agente que malferiu sua autoridade.
As hipóteses de litigância de má-fé correspondem às hipóteses em que as partes, se incorrerem em suas práticas, serão penalizadas com multa, danos processuais, honorários advocatícios e despesas processuais da parte contrária.
Conceitua-se como dano processual como as perdas e danos advindas do abuso processual causado pela parte contrária. Deve haver comprovação do dano para que o juiz determine tal indenização.
Por sua vez, assédio processual é o conjunto de práticas de uma das partes no processo, com vistas a desgastar a parte contrária, criando embaraços e subterfúgios com vistas a protrair o processo no tempo, com vistas a desestimulá-lá, ou mesmo humilhá-la. Não se confunde o assédio processual e com o contempt of court, vez que estes são positivados. Admite-se a existência do assédio processual em razão do dever de ética e probidade que derivam da constitucionalização do processo, bem como da própria dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CF), reparação integral do dano moral (art. 5º, V, CF).

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